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De acordo com um levantamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com base em dados do Ministério da Economia, as companhias de pequeno porte do País estão próximas de recuperar o saldo de empregos perdidos até então devido à pandemia de Covid-19. 

Responsável pelo maior volume de demissões, o setor de pequenos negócios chegou a fechar 1 milhão de vagas, mas tem apresentado rápida recuperação na reabertura: em outubro, foram 271 mil postos de trabalho; agora, o saldo negativo é de 26 mil empregos no acumulado de janeiro a outubro de 2020. 

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Observando a situação por setores, no mês de outubro, comércio, serviços e indústria, respectivamente, apresentaram o melhor saldo de empregos em todas as áreas. No recorte regional, os estados de Roraima (22,1), Amazonas (20,98), Maranhão (19,75), Ceará (19,66) e Santa Catarina (19,11) são os que obtiveram os melhores saldos positivos. 

Setores com melhores saldos positivos de emprego em outubro: 

Comércio

* Micro e pequenas empresas: 93.643 vagas

* Médias e grandes: 18.676 vagas

Serviços

* Micro e pequenas empresas: 92.004 empregos

* Médias e grandes: 67.387

Indústria

* Micro e pequenas empresas: 57.373 empregos

* Médias e grandes: 27.501

Já as médias e grandes empresas, por sua vez, tiveram, em outubro, um saldo negativo de aproximadamente 215 mil vagas (oito vezes mais que os pequenos negócios), e 123 mil contratações, o que é menos da metade do que foi gerado por micro e pequenas empresas.

Segundo o presidente do Sebrae, Carlos Melles, A enorme capacidade de resiliência e de recuperação dos pequenos negócios mostra o quanto foram acertadas as políticas públicas do governo que reduziram a burocracia e melhoraram o acesso a crédito, por parte das MPE”, defendendo a continuidade de tais políticas para que os pequenos negócios sejam capazes de acelerar a retomada da economia.

*Com informações do Sebrae

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Para o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore, os números do Produto Interno Bruto (PIB) de 2017 reforçam que o Brasil está numa trajetória de recuperação extremamente lenta. Na avaliação do economista, o resultado não trouxe surpresa. Uma aceleração do crescimento, segundo ele, vai ocorrer apenas se a agenda econômica abranger mais do que a questão previdenciária. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Como o sr. avalia o crescimento de 1% no ano passado?

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O resultado está dentro do que se esperava, mas no fundo quem projetava um crescimento de 3,5%, 3,8% para este ano vai ter uma frustração. Eu acho inatingível um crescimento de mais do que 3%. Se der um pouco menos do que 3%, também é possível. Eu espero 3%. Estamos numa trajetória de recuperação extremamente lenta. Em todas as outras recessões, houve uma recuperação relativamente rápida. Essa recessão deixou uma carga pesada.

Por que a recuperação tem sido lenta?

Está andando devagar porque o Brasil precisa fazer muito ajuste, precisa de muita reforma. Tem de ir além da reforma da Previdência. Tem de tocar a agenda de reformas microeconômicas, melhorar a eficiência e a produtividade. Tem de colocar a economia de pé de novo. Nós estamos nos recuperando, não tem nada de misterioso. Não foi frustrante esse resultado. Eu só enfatizo que é uma recuperação muito lenta em relação a qualquer outra recuperação que o Brasil já teve.

A reforma da Previdência não deve ser aprovada neste governo. Quais são, então, as consequências para a economia?

O Brasil precisa de uma reforma da Previdência. Sem ela, a equação fiscal não fecha. O próximo governo vai ter de pegar esse peão na unha e vai ter de encontrar uma forma política de fazer uma reforma bem feita.

No mercado há uma confiança de que a agenda reformista vai seguir no próximo governo. O sr. acredita nisso?

O CDS (Credit Default Swap, espécie de seguro contra o risco de calote) brasileiro está escolhendo, mas o de todos os países está encolhendo. O câmbio no Brasil valorizou, mas o câmbio de todos os países da América Latina também valorizou. Esse movimento reflete um mercado internacional extremamente favorável. Não é um voto de confiança no Brasil. É pura e simplesmente uma leniência dos investidores externos que estão sequiosos de obter retornos em países emergentes porque não estão conseguindo retornos nos países desenvolvidos.

É possível prever quando esse ciclo vai acabar?

O PIB potencial dos Estados Unidos está crescendo 2% ao ano e o PIB de fato está avançando a 3%. O hiato do PIB, que era negativo lá atrás, no período da recessão, é positivo hoje. Os EUA aceleraram o crescimento econômico. O presidente Donald Trump fez aprovar no Congresso uma lei que reduz o imposto para empresas. Isso estimula um crescimento mais rápido e já há um estímulo monetário que está gerando um crescimento acima do potencial. Com o estímulo fiscal, todo esse negócio deve aparecer lentamente na inflação.

Os juros podem subir mais rápido nos EUA, então?

Há alguns meses o mercado olhava e dizia que, talvez, o Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) suba duas vezes o juro em 25 (pontos-base), agora são três ou quatro altas de 25. Quando for olhar lá na frente, daqui a pouco, vai aparecer uma quinta de 25 pontos. A tendência nos Estados Unidos é de ir lentamente para juros mais altos. Esse negócio vai mudando o quadro. Isso é muito bom porque o mundo está crescendo mais depressa, mas tem o efeito de subida de juros lá dentro que muda um pouco esse quadro de leniência dos investidores externos com relação a ativos de países emergentes.

O impacto para a economia brasileira vai depender se a agenda de reformas for adiante?

Se for eleito um presidente que continue essa agenda de reformas, com uma equipe econômica boa, com o mesmo Banco Central, com gente desse tipo, eu acho que o problema externo é superado. Agora, se não tiver agenda de reformas, o risco percebido é mais alto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A tese de que o MDB pode encabeçar uma chapa na disputa pelo comando do país nas eleições em outubro, fato que não ocorre desde o pleito de 1994, foi reforçada pelo senador Fernando Bezerra Coelho em entrevista ao LeiaJá. Segundo o parlamentar, a definição de participar da corrida ou não deve ser feita pelo presidente Michel Temer (MDB), a partir do cenário econômico que o governo conquistará para o país até meados de abril.

“O MDB é um partido que está na Presidência e tem 60 deputados, 21 senadores e 7 governadores, evidente que poderá, em havendo esta recuperação da economia como imaginamos, surgir um nome dentro do próprio MDB. Então não afasto a possibilidade no MDB se apresentar para a disputa presidencial”, declarou Bezerra Coelho.

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Questionado se já havia alguma opção de nome no partido, ele negou. “Não tem ninguém porque todos vão aguardar a orientação do próprio presidente. A avaliação será feita entre o início de abril e meados de maio”, salientou. O que norteará a definição do MDB será a economia e Fernando Bezerra acredita na recuperação dela durante os próximos meses.

“A única incognita que nós temos aí é a questão da volta do emprego, porque tem muitas coisas que interferem na volta do emprego. No caso do Brasil, em que a crise econômica foi muito profunda, tem espaço sim para você recuperar de forma mais rápida a oferta de emprego. Então, para efeito político, se a gente tiver um primeiro semestre bombado no ponto de vista do emprego vamos ter um ambiente menos radicalizado e aí a população vai querer saber da proposta [eleitoral] que significa a continuidade da retomada do emprego”, argumentou.

A partir da perspectiva de mudança, já que no Brasil segundo dados do IBGE o país encerrou o ano com 12,6 milhões de desempregados, FBC acredita que os eleitores “vão lembrar: olha  teve uma política que veio e destruiu todos os empregos e teve uma política que veio, foi questionada, polemizada, muita gente ficou contra, mas em menos de um ano está produzindo resultado”.

Mesmo assim outro aspecto negativo ainda pesa sobre um possível candidato do MDB, a avaliação do governo de Michel Temer. Pesquisas recentes apontam que ter o presidente no palanque não seria positivo para os postulantes ao comando do Palácio do Planalto. Indagado sobre este assunto, Fernando Bezerra disse que “as pessoas vão reconhecer o esforço que ele fez para recuperar a economia”.

“Já começou a melhorar e vai continuar melhorando, tenho dúvida nenhuma. Não acredito que ele será candidato, mas vai ser uma pessoa essencial para apoiar quem vai representar a continuidade dessas melhorias. Hoje as pesquisas falam que não seria uma boa companhia no palanque, mas quando você ver que a imagem dele está em movimento ascendente. Nós temos que aguardar daqui a três, quatro meses”, observou.

“A aprovação é baixa porque a imagem dele durante aquela campanha desde a delação do Joesley até agora, foi associado a coisa ruim. Geddel, Henrique Eduardo Alves, Joesley. Então isso contaminou a imagem do presidente. De fato, dificultou a população a se aproximar dele e reconhecer o trabalho que ele está fazendo”, acrescentou.

Caso o MDB conclua que não tem fôlego, o senador pontuou os nomes do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD); do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM), como possibilidade de alianças para a legenda por, segundo ele, “inspirar confiança e merecer o apoio” do povo.

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Após dois anos seguidos de retrações significativas, o pior momento para o comércio varejista pode ter ficado para trás. A queda dos juros, a reação no crédito que ocorreu em junho, somadas ao recuo nos preços dos produtos, devem funcionar como uma alavanca nas vendas dos próximos meses. A queda no volume de vendas acumuladas até maio deve se estabilizar na virada do ano e a perspectiva é que os negócios voltem a crescer a partir do segundo semestre, concordam economistas.

Ainda que as projeções de avanço real no volume de vendas para este ano sejam modestas - em torno de 1% para o varejo restrito e de 2% para o ampliado, que inclui materiais de construção e carros - é uma boa notícia após o tombo de quase 11% nas vendas em dois anos.

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"O varejo vai virar o jogo a partir de julho, agosto", prevê o economista da Confederação Nacional do Comércio, Fabio Bentes. Ele leva em conta o volume de vendas acumulado no ano. Até maio, as vendas do comércio varejista restrito caíram 0,8% ante igual período de 2016. No ampliado, o recuo foi de 0,6%, nas mesmas bases.

Entre os fatores apontados por Bentes, que contribuem para o cenário favorável, em primeiro lugar está a queda dos preços, especialmente dos bens duráveis, além do recuo dos juros, agora em um dígito (9,25% ao ano). "A retomada leve do emprego também ajuda." Neste ano até julho, os preços de TVs, aparelhos de som e informática, por exemplo, ficaram 7,67% mais baratos, apontou a prévia da inflação oficial, o IPCA-15.

"Para o 2.º trimestre, a sinalização para o consumo e o crédito são favoráveis", afirma a economista-chefe da Rosenberg Associados, Thaís Zara. Ela observa que o total de crédito tomado pelo consumidor cresceu em junho pela primeira vez sobre o mesmo mês do ano anterior, depois de 20 meses seguidos de queda, segundo o BC.

Para o varejo restrito, a consultoria projeta crescimento de 1% no volume de vendas este ano. Em 2015 e 2016, as retrações foram de 4,3% e 6,3%, respectivamente, diz o IBGE. A economista observa que a base de comparação baixa ajuda, mas pondera que há espaço para ajustes. Na sua opinião, grande parte dos efeitos da queda de juros vai aparecer no 2.º semestre. "O consumo está voltando, o pior já passou. Estamos num ponto tão baixo que qualquer alívio será recebido com festa."

Fábio Silveira, diretor de consultoria MacroSector, diz que o comércio terá um pequeno alento no ano (0,8%) por causa do aumento do volume de crédito ao consumidor, crescimento na massa real de rendimentos dos trabalhadores e a perspectiva, no fim do ano, de maior endividamento das famílias.

Sufoco

O economista do Ibre/FGV, Julio Mereb, credita a perspectiva de melhora do varejo a um quadro mais favorável das condições financeiras das famílias. Para chegar a essa conclusão, ele calcula um índice que considera um conjunto de variáveis ligadas ao crédito, endividamento e juro real. Quanto menor o índice, melhor a condição do orçamento do consumidor para voltar às compras. Após bater o pico em fevereiro de 2016, o indicador teve recuo expressivo e, em maio, estava próximo de zero. Esse movimento, combinado com a queda dos juros, a queda dos preços e a liberação das contas inativas do FGTS, deve dar um impulso positivo para as vendas, prevê. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira que a reunião com empresários realizada na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista, teve como objetivo avaliar a situação econômica do País. "Na minha avaliação, continuamos recuperação econômica iniciada no ano passado. Mas ainda temos problemas oriundos da crise internacional", disse, ao deixar o encontro.

De acordo com Mantega, os empresários relataram que algumas companhias têm dificuldade de exportar por conta da crise, outras sofrem com a importação, mas que a principal queixa é a questão dos custos. "Nós reduzimos os custos financeiro e tributário, mas ainda temos problemas de infraestrutura", afirmou.

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Segundo ele, a prioridade no País hoje é recuperar os investimentos, que foram fracos em 2012. Mantega relatou ainda que os empresários reclamaram do custo da mão de obra e que o governo adotou medidas como a desoneração da folha de pagamento. "Estamos com quase pleno emprego e isso eleva custos. Combinamos ainda de analisar vários problemas para dar as soluções", disse, sem dar detalhes.

Juro real

Mantega evitou comentar o cenário de cautela com os juros, apontado na ata do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) da última reunião, quando a Selic foi elevada em 0,25 ponto porcentual, para 7,50%. "O juro real no Brasil é de 1,5%, um dos mais baixos dos últimos tempos. Portanto, não vamos falar das oscilações no curto prazo", disse.

O ministro da Fazenda declarou que o juro de longo prazo é favorável ao investimento, que já retornou ao País, conforme ele, desde o início deste ano. "Vamos ter um PIB (Produto Interno Bruto) maior no primeiro trimestre do que no anterior", afirmou. Ao ser indagado sobre o relatório do Banco Central, que projeta um crescimento do PIB de 1% no primeiro trimestre, Mantega desconversou. "A Fazenda não tem dados concretos. Vamos aguardar, mas o que interessa é a está havendo aceleração no crescimento", garantiu.

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