O Ministério da Educação (MEC) divulgou, nesta quinta-feira (22), o “perfil” dos recém-formados em medicina e anunciou que os estudantes tiveram um bom desempenho no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2019. Segundo o órgão, a avaliação desses estudantes no Enade 2019 tem relevância particular por se tratar dos novos médicos que chegam ao mercado de trabalho durante um período pandêmico.
Segundo o MEC, esses profissionais, juntamente com outros da área de saúde, possuem papel central na redução dos impactos causados pela crise sanitária da Covid-19. O levantamento feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostra que a média nacional dos estudantes de medicina, em formação geral, é de 53,08, a maior entre as 29 áreas avaliadas no Enade 2019. Já em relação à parte específica, há uma média de 61,64.
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A média da nota geral dos estudantes foi de 59,50. Os resultados do exame foram divulgados na terça-feira (20), pelo Inep, responsável pela aplicação. Conforme o MEC, 58% dos recém-formados declararam estudar por mais de oito horas semanais, desempenhando atividades extraclasse. Outros 28% declararam que estudam entre quatro e sete horas por semana, além do que a grade da instituição educacional estabelece.
Em contrapartida, 14% estudam por até três horas semanais a mais além da carga horária obrigatória. Em 2019, a área de medicina do Enade avaliou 232 cursos no Brasil. De acordo com essa avaliação, as universidades privadas do País concentram 57% dos cursos (132).
A região Sudeste teve a maior representação, com 41,8% (97) do total nacional de cursos da área. Em contraponto, a região Norte teve a menor representação, com 7,3% do total, o que corresponde a 17 cursos. Ao todo, 77% dos estudantes de medicina concluíram o curso em instituições privadas. Por outro lado, 23% formaram-se em instituições públicas.
Entre as características predominantes dos estudantes concluintes dos cursos da área, a maioria é composta por mulheres, 59%, enquanto os homens correspondem a 41%. Os números gerais do Enade 2019, incluindo os demais cursos participantes, revelam que as mulheres correspondem a 55% dos participantes, enquanto os homens equivalem a 45%.
A maior parte dos avaliados em medicina (79%) formou-se entre os 25 a 33 anos. Em contraponto, 13% concluíram a graduação com, no máximo, 24 anos. Outros 8% terminaram a educação superior com mais de 34 anos.
Os solteiros (92%) predominam entre os estudantes formados. Apenas 6% dos concluintes do curso são casados. Outros 2% declararam outros estados civis.
Ainda sobre dados de perfil socioeconômico revelados pelo exame, 47% dos estudantes de medicina avaliados neste ciclo do Enade moram com os pais, enquanto 46% declararam ter outras relações de moradia. O levantamento ainda mostra que a maior parte dos estudantes (47%) também indicou ser filho de pais já graduados. Por outro lado, 23% declararam que tanto pai quanto mãe não possuem ensino superior completo. Em contraponto, 19% dos participantes afirmaram que pelo menos a mãe possui graduação. Outros 11% indicaram que apenas o pai formou-se na educação superior.
O Enade 2019 revela também que pessoas declaradas pretas ainda são minoria no que diz respeito a se formar como médico, representando apenas 4% do total, enquanto 67% dos concluintes são brancos, 24%, pardos e 5%, de outras cores ou raças.