Ambulantes do entorno do Hospital Barão de Lucena, localizado na avenida Caxangá, atearam fogo em pneus e entulhos em frente a unidade médica. Eles querem a licença para atuar na área, bem como a instalação de quiosques por parte da Prefeitura do Recife. A manifestação, que começou por volta das 8h desta sexta-feira (23), seguia de forma pacífica até a chegada de uma viatura de polícia militar e uma guarnição do Corpo de Bombeiros (CB).
O carro da PM entrou no local e se posicionou no meio dos manifestantes, encontrando resistência. Em meio ao confronto, um policial permaneceu todo o tempo com a mão na arma. “Nós percebemos que o fogo estava atingindo o Hospital e havíamos decidido concluir o ato, mas os policiais se precipitaram e colocaram o carro por cima das pessoas”, afirmou o advogado dos ambulantes, Thiago Rocha.
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O advogado chegou a dizer, inclusive, que teria sido ameaçado por um dos agentes. “Os policiais estavam dizendo que se não abríssemos caminho eles iriam nos bater e nos prender”, afirmou. Questionados sobre as ameaças, os PM’s decidiram não se pronunciar, afirmando apenas que “as imagens mostrariam a verdade”.
Em meio à confusão, os manifestantes se reuniram e decidiram liberar a passagem para o carro dos bombeiros, que vinha logo atrás da PM. Por volta das 10h, o fogo foi apagado. O movimento foi encerrado, mas com promessa de se repetir caso a Diretoria de Controle Urbano do Recife (Dircon) não se posicione. “Temos um companheiro tentando esse contato com a Dircon. Caso eles não acatem nossos pedidos, iremos continuar com os protestos”, prometeu o advogado.
Manifestação – Os cerca de 25 ambulantes informais, que há mais de 30 anos trabalham no entorno do Hospital Barão de Lucena, reivindicam pela formalização do trabalho no local. Os manifestantes alegam que foram retirados do espaço sem proposta de indenização ou de outra área para instalarem seus pontos comerciais.
Segundo Elias de França, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Informais de Pernambuco, já houve várias reuniões junto a Secretaria de Planejamento e Obras do Recife e com a Dircon, mas nenhum acordo foi seleado.
Conforme Edenaldo Manoel da Silva, líder dos ambulantes, o grupo sugeriu como solução a padronização dos quiosques, tal como foi feito no Hospital da Restauração. No local uma praça de alimentação foi construída, com 39 quiosques, além de espaço para banquinhos, pias e banheiros. Mas segundo ele, até o momento, apenas promessas foram feitas. “Nós queremos algo concreto. Enquanto isso não acontecer continuaremos protestando”, finalizou o ambulante.
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