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A empresa Queiroz Galvão, alvo da 33ª fase da Operação Lava Jato, repassou, de acordo com o núcleo responsável pela investigação, mais de R$ 20 milhões em propinas e teria cometido todas as “espécies de crimes” já identificados pela Polícia Federal (PF). Além das doações para campanhas regulares camufladas e irregularidades, de acordo com o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, a empreiteira também teria mantido funcionários no exterior e obstruído investigações, como a CPI da Petrobras em 2009.

“Ela representa todos os pecados e espécies de crimes que verificamos na Lava Jato”, cravou o procurador. “Pagamento de propina do ‘caixa 1’, sob o manto de uma suposta regularidade; do ‘caixa 2’ para campanha de reeleição do ex-presidente Lula em 2006; manutenção de funcionários no exterior, longe da justiça; e o impedimento de investigações no caso da CPI de 2009 com o senador Sérgio Guerra”, acrescentou, detalhando.

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O senador pernambucano, morto em 2014, era presidente do PSDB na época e negociou com operadores do esquema de corrupção para esvaziar a CPI sobre as suspeitas de superfaturamento nas obras da Refinaria Abreu e Lima (Renest), localizada em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR). A conversa entre o político e os empresários já havia sido relatada por diversos colaboradores, no entanto, segundo a delegada da Polícia Federal Renata da Silva Rodrigues a divulgação do vídeo do encontro corroborou os indícios. 

“Embora houvesse relatos da reunião, só recentemente o vídeo foi compartilhado pelo Supremo Tribunal Federal e passível de ser usado nas investigações. Ele mostra de forma muito clara a atuação das pessoas, num encontro de lobistas, com operadores financeiros, agentes públicos e parlamentares. No nosso entender, demonstra uma atuação direta dos investigados de obstruir as investigações”, salientou. 

Resta um

Entre os motivos que desencadearam na deflagração da Resta Um, como foi batizada a nova etapa da Lava Jato, estão indícios, segundo o Ministério Público Federal, de que foram pagos R$ 10 milhões para  evitar que "as apurações da CPI tivessem sucesso em descobrir os crimes que já haviam sido praticados até então".

A empreiteira é a última do “Club VIP” a ser alvo da Lava Jato. Segundo a delegada, os repasses de propinas teve o maior pico em 2012, com um contrato fictício entre a empresa e a KFC no valor de R$1,2 milhão destinados a pagamentos para o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. 

"Temos um novo contrato, num valor bastante alto, um contrato de R$ 1,2 milhão, que está sob análise pericial para demonstrar que foi usado para pagamento de propina. O rastreamento dos repasses ainda não foi concluído, mas já constatamos valores desde 2010. Entre eles, de doações eleitorais oficiais são R$ 7,5 milhões e um contrato simulado com o Consório Ipojuca de R$ 250 mil em 2011. No total, são R$ 20 milhões para pagamentos de propinas e R$ 24 bilhões de contratos com a Petrobras sob investigações”, listou. 

Os valores, sob a ótica da delegada, podem chegar a “números impressionantes”, isto porque, segundo ele, a apuração da PF identificou um dispositivo pessoal de Renato Duque com anotações que fazem um balanço das propinas da Queiroz Galvão. “A Queiroz devia cerca de 37 milhões. Para nós é muito claro que havia um controle de Renato Duque dos valores”, observou.

Consórcio Quip

Além das ações irregulares cometidas diretamente pelos executivos da Queiroz Galvão, a empreiteira também mantinha atos ilícitos a partir do consórcio Quip, do qual ela era a acionista líder. 

“É uma continuidade da Queiroz Galvão para a continuação da lavagem de dinheiro. Há uma série de doações identificadas, com parlamentares envolvidos, mas nosso objeto de investigação não são eles, pois têm foro privilegiado”, afirmou Renata. O consórcio agia mais diretamente com articulações no exterior e segundo a delegada envolve de três a quatro parlamentares.  

Mandados da 33ª fase

A PF prendeu de forma preventiva os ex- executivos da empresa Ildefonso Colares Filho e Othon Zanoide de Moraes Filho. Os dois, que já tinham sido detidos na 7ª fase da Lava Jato, ainda não tem prazo para serem liberados. Há ainda um mandato de prisão contra Marcos Pereira Reis, ligado ao consórcio Quip. Ele, no entanto, está no exterior. 

Além das prisões, foram cumpridas seis de condução coercitiva e 23 de busca e apreensão. As ordens judiciais são cumpridas em São Paulo, no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, em Goiás, Pernambuco e Minas Gerais.

Com narizes de palhaço, faixas e balões de cor preta, simbolizando luto, aprovados no concurso 2009 da Polícia Militar realizaram um protesto no fim da tarde desta terça-feira (1°) no Centro do Recife. O grupo saiu da Praça do Derby com destino ao Ministério Público. 

"A pretensão era ir para o Palácio do Governo, mas sofremos represálias dizendo que policiais iriam impedir nosso trajeto. Mudamos os planos e resolvemos seguir até o MP", relatou um dos líderes do movimento, Rodrigo Cardoso. 

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Os manifestantes reivindicam a convocação do concurso, que até agora não foi feita. De acordo com os aprovados, o ex-governador Eduardo Campos teria prometido ao grupo a convocação de 2 mil reservistas para o trabalho. Mas no fim do mês passado, saiu uma lista convocando o mesmo número para realização dos testes físicos, outra etapa do concurso. O que desagradou a maioria.

"O certo é serem chamados para a segunda etapa três vezes mais o valor das vagas. Então deveriam ser 6 mil profissionais convocados, para durante eliminação ficarem os 2 mil. Sendo que ele chamando 2 mil, no futuro serão convocados apenas uns 300", disse Cardoso. 

O grupo ainda denunciou o Governo do Estado. "O pior de tudo é que chegamos na Secretaria de Defesa Social (SDS) e eles não nos recebem mais, não querem mais negociar, dar uma explicação. Se o caso não for solucionado, vamos convocar todos os aprovados e acampar no Palácio até ter uma decisão", complementou. No Ministério Público, os manifestantes conversaram com promotores que já denunciaram o caso.

Sem causar muitos transtornos ao trânsito, cerca de 100 aprovados no concurso da Polícia Militar de 2009 realizaram um protesto no Centro do Recife, na tarde desta segunda-feira (12). Eles saíram do bairro do Derby, percorreram a Avenida Conde da Boa Vista com destino ao Ministério Público, na Avenida Ariano Suassuna. Os manifestantes reivindicam a contratação dos 12 mil selecionados que ainda aguardam a convocação. 

Durante o ato, foram usados faixas e alto-falantes. Segundo os aprovados, a última resposta sobre a reivindicação foi dada pelo ex-governador Eduardo Campos. “No nosso último protesto fomos até o Palácio das Princesas e o ex-governador Eduardo Campos alegou que  iria resolver nossa situação antes de deixar o governo, mas nada foi feito”, explicou Joselma Brania, 32 anos, estudante que estava à frente do manifesto de hoje. " A sensação é de que fomos esquecidos", completou.

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Outros manifestantes não esconderam a revolta. “Isso é falta de respeito conosco. Fizemos esse concurso há quatro anos e ele não passa de uma ilusão. Deixamos passar outras oportunidades de emprego. Somos pais de família e queremos uma resposta", expressou Márcio de Oliveira, administrador de segurança.  “Este ano tem Copa do Mundo, além de que mais de três mil policiais irão se aposentar, não vemos motivos para não nos convocarem”, completou Oliveira. 

Desde que a realização do certame, mais de 19 mil pessoas foram aprovadas, mas até agora apenas 3,4 mil foram nomeadas. "Enquanto não nos convocarem para as próximas fases do concurso, a nossa luta continua", afirmou Joselma. Até o fim dessa matéria, a comissão dos aprovadas ainda estava em reunião no Ministério Público.

A segunda Câmara do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) recomendou à Câmara dos vereadores, nesta quarta-feira (29), que rejeite as contas do ex-prefeito do Recife, João da Costa (PT), referente ao ano de 2009. De acordo com o parecer emitido pelo Ministério Público, as principais irregularidades estão relacionadas à ausência e o preenchimento de documentos de forma incorreta, além de infrações relativas à Lei Orçametária do Município.

No relatório do processo foi argumentado que houve uma desconformidade do Sistema de Controle Interno com o não detalhamento dos restos a pagar e a não consolidação das contas da administração indireta e da Câmara de Vereadores. A gestão passada também é acusada de utilizar republicações do Relatório Resumido de Execução Orçamentária de Gestão Fiscal e aplicar menos de 21% da receita resultante de impostos, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

O ex-prefeito também é acusado de relocar indevidamente recursos do Fundo Municipal de Saúde para a manutenção de vias, estradas e praças, aplicando apenas 14,33% da receita de impostos nas ações e serviços públicos de saúde. O relator do processo, Carlos Porto, destacou que apenas 10,83% dos recursos investidos em saúde foram realizados por meio do Fundo Municipal.

Ele também reforçou que o equilíbrio financeiro e atuarial do Regime Próprio de Previdência encontrar-se comprometido, com um déficit que supera os R$ 100 milhões, em 2015, e passa dos R$ 200 milhões, em 2035. “Por conta do déficit do RPPS, a alíquota efetiva que a PCR vem pagando é superior a 27,5% e com forte viés de alta, apesar de legalmente ser de 15,94%”, diz o voto do relator.

Ele considerou também como irregularidade a não cobrança de pelo menos R$ 5.306.956,91 da Câmara Municipal do Recife referente ao desconto feito no repasse do FPM, por conta de dívidas previdenciárias, e o não repasse ao INSS de pelo menos R$ 589.625,31 referentes à contribuição dos empregados.



A cópia desta decisão será enviada ao Ministério Público de Contas para fins de representação ao Ministério Público Estadual.

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Manifestantes, aprovados no concurso de 2009 para soldado da Polícia Militar de Pernambuco (PM), fizeram protesto, nesta manhã de quarta-feira (21), em frente à Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), onde o secretário de Defesa Social participava de evento.

Na ocasião, reivindicaram a contratação imediata, mas o secretário respondeu que no momento o Governo não tem recursos.

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O LeiaJá acompanhou o protesto e fez, alem das fotos que você confere nesta galeria, a matéria completa aqui.

Brasília – Os ganhos salariais reais, ou seja, acima da reposição da inflação, têm ficado abaixo de 2% nos últimos anos, conforme mostra o Banco Central em um estudo com dados dos acordos coletivos no estado de São Paulo. O levantamento foi divulgado no Relatório Trimestral de Inflação, nesta semana.

O estudo mostra ainda que, em geral, os ganhos salariais este ano foram inferiores aos de 2010, porém maiores que os de 2009. De acordo com o BC, os ganhos salariais acompanharam as condições econômicas desses períodos. Em 2010, houve crescimento expressivo da atividade econômica e das contratações de mão de obra. Já em 2009, consta no relatório, “o mercado de trabalho repercutia os efeitos da crise financeira e mostrou recuperação mais nítida apenas no segundo semestre”. Neste ano, “o mercado de trabalho caracterizou-se pela moderação no crescimento do emprego”.

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Na análise por setores, o setor da construção foi o único que, neste ano, registrou ganhos salariais reais – já computado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) – maiores (3,1%) que os de 2010 (2,7%). Em 2009, o ramo da construção civil registrou ganho real de 1,8%.

Já o comércio registrou ganhos reais de 1,6% este ano, de 1,7% em 2010 e de 1,1% em 2009. A indústria ficou com 1,5%, 1,8% e 1,3%, nesses mesmos períodos, enquanto o setor de serviços registrou 1,3%, 1,6% e 1% de ganhos reais. No setor rural, os ganhos ficaram em 1% este ano, 1,9% em 2010 e 0,8% em 2009. No total, os ganhos reais ficaram em 1,5% em 2011, 1,8% no ano passado e em 1,1% em 2009.

A evolução do mercado de trabalho é um dos aspectos da economia que o BC costuma observar na hora de tomar as decisões de ajustes na taxa básica de juros, a Selic, usada como instrumento para controlar a inflação no país. Uma das preocupações do BC é que os reajustes salariais fiquem acima dos ganhos de produtividade. Quando isso acontece, há maior pressão sobre os preços.

Outro risco considerado pelo BC é que a inflação passada, usada para reajustar os salários, tenha “peso excessivo”, em detrimento da futura que está em processo de redução.

Nesse contexto, para o BC, “a moderação salarial constitui elemento-chave para a obtenção de um ambiente macroeconômico com estabilidade de preços”. Apesar dessa análise, o BC considera, no Relatório Trimestral de Inflação, que o risco de aumento da inflação vindo do mercado de trabalho é “importante”, porém decrescente.

A revisão da variação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2009 para um quadro de recessão ligeiramente mais amena tem alguma influência sobre a revisão do resultado de 2010, mas não significa necessariamente que ele será revisado para cima.

A explicação foi dada hoje pelo coordenador de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Roberto Olinto, que divulgou a revisão definitiva da variação do PIB de 2009. O resultado ficou em -0,3%, ante -0,6% da última estimativa preliminar.

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"Esse efeito de carregamento é maior na comparação trimestral. Na anual, quase não há esse efeito", disse Olinto, dando como exemplo o efeito estatístico da variação do PIB num último trimestre de um ano sobre o resultado do primeiro do ano seguinte.

Olinto reconheceu que a revisão para um desempenho mais favorável do PIB em 2009 muda a "estrutura de pesos" na série usada para a revisão do PIB de 2010, mas ressaltou que o impacto é pequeno e que o resultado da reavaliação depende de uma série de outros fatores, como a atualização dos dados de várias atividades econômicas.

"Não temos ideia de como isso vai influenciar, mas o que sabemos é que normalmente o peso disso é pequeno", afirmou Olinto. "Não trabalhamos só com os dados agregados, mas com uma gama muito maior de informação."

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje a revisão definitiva do Produto Interno Bruto (PIB) registrado em 2009. Naquele ano, sob o impacto da crise mundial desencadeada em 2008, a economia brasileira retraiu 0,3%, informou o IBGE. O resultado é um pouco melhor que o da última preliminar do IBGE para o PIB de 2009, que apontava recuo de 0,6%.

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