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Vídeos de uma perigosa brincadeira em que adolescentes dão uma rasteira em colegas têm circulado nas redes sociais e preocupado pais, educadores e médicos. No desafio, dois jovens se posicionam ao lado de um colega, que é orientado a pular e, então, recebe o golpe. A pessoa acaba caindo e batendo a cabeça no chão. Especialistas afirmam que a queda pode causar danos no crânio, no cérebro e na coluna.

Em novembro do ano passado, uma jovem de 16 anos que participava da brincadeira morreu em Mossoró (RN). Com a circulação dos vídeos, o tema voltou à tona na cidade onde Emanuela Medeiros da Costa, aluna do 9º ano da Escola Municipal Antônio Fagundes, morreu. Segundo a prefeitura de Mossoró, o episódio seria abordado ontem durante a abertura da jornada pedagógica com professores e gestores, "até com vídeos alertando sobre os perigos" da brincadeira, chamada de "quebra crânio", roleta humana ou desafio da rasteira.

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A prefeitura informou que a jovem teve traumatismo craniano e chegou a ser socorrida, mas morreu. A família da adolescente e os colegas que participavam do desafio receberam assistência de psicólogos e assistentes sociais do município.

Em São Paulo, o Colégio Santa Maria informou que teve conhecimento da brincadeira por meio de uma funcionária da escola. Agora, o colégio divulgará uma nota de alerta nas redes, para conscientizar estudantes e pais.

No Colégio Mary Ward, no Tatuapé, na zona leste da capital, o tema já foi debatido em sala de aula na manhã de ontem com os alunos do 6° ano ao ensino médio. "Isso é uma agressão, não é uma brincadeira. Passamos os vídeos para os alunos e fizemos uma reflexão sobre esse tipo de violência e as consequências desses atos", explica César Marconi, diretor pedagógico da escola.

Riscos

Ortopedista especialista em cirurgia da coluna e coordenador da pós-graduação em cirurgia endoscópica de coluna na Universidade de São Paulo (USP), João Paulo Bergamaschi diz que os jovens não têm noção do risco de sofrer traumas graves e até morrer. "As pessoas que idealizaram não se atentaram à gravidade. É uma brincadeira que pode levar à morte, tanto que vitimou a adolescente no Rio Grande do Norte. O risco principal é para a cabeça. Quando se cai de costas, a cabeça fica muito exposta a ter um trauma direto, no crânio, ou uma lesão interna."

A coluna também pode ser afetada, embora o risco seja maior para pessoas mais velhas. "O movimento de 'chicote' (vai e vem) no pescoço pode causar um dano irreversível na coluna vertebral, deixar o indivíduo paraplégico", diz ele.

Coordenador do Departamento de Neurologia Pediátrica do Sabará Hospital Infantil, Carlos Takeuchi explica que a forma que a pessoa cai é diferente."Quando a gente tropeça, pode bater a cabeça, mas tem o reflexo de defesa, de colocar a mão (para se proteger). (Nessa brincadeira), a pessoa cai sem defesa. Ela vai ter a queda um pouco acima da própria altura. Um adolescente de 1,60 metro cairá de quase 1,80 metro sem se proteger."

O aplicativo TikTok informou que dá prioridade a segurança e ao bem-estar dos usuários e vai remover da plataforma "qualquer conteúdo perigoso que seja denunciado". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

O Papa Francisco denunciou nesta terça-feira (2) os interesses econômicos do mundo digital, capazes de manipular processos democráticos mediante a difusão de "fake news", incentivando preconceitos e ódios.

"No mundo digital, estão em jogo enormes interesses econômicos capazes de realizar formas de controle tão sutis quanto invasivas, criando mecanismos de manipulação das consciências e do processo democrático", analisa o pontífice em uma exortação apostólica divulgada pelo Vaticano.

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No extenso documento, composto por 299 pontos, Francisco discursa sobre vários temas debatidos no mês de outubro de 2018, durante o Sínodo dos Bispos dedicados à juventude e à vocação. O pontífice adverte que ele foi inspirado pelos debates e pelas conclusões do documento final.

"A proliferação de notícias falsas é uma expressão de uma cultura que perdeu o senso de verdade e submete os fatos a interesses particulares", observa o pontífice.

"A reputação do povo é colocada em risco pelos testes online, e o fenômeno também afeta a Igreja e seus pastores", observa Francisco, um dos papas que estão mais atentos à comunicação com o mundo moderno.

No texto, ele aponta os muitos riscos que se corre no mundo digital, muitas vezes um espaço de "solidão" e "violência", embora admita que pode ser uma fonte de criatividade.

"Problemas como a pornografia distorcem a percepção do jovem sobre a sexualidade humana, e a tecnologia usada dessa maneira cria uma realidade paralela ilusória que ignora a dignidade humana", lamenta.

O papa faz várias recomendações aos jovens em muitas áreas; diz, por exemplo, que a memória de Deus "não é um disco rígido" e que Jesus "online" com eles.

Também aproveita a oportunidade para alertar os jovens contra as ideologias que "desprezam a história" e que querem eliminar as "raízes" dos jovens, mas sem citar exemplos específicos.

O papa afirma ainda que "ideologias de cores diferentes, que destroem (ou desconstroem) tudo o que é diferente, pode, desse modo, reinar sem oposições", ressalta.

"Para isso, precisam de jovens que desprezam a história, que rejeitam a riqueza espiritual e humana que passa através das gerações, que ignoram tudo o que os precedeu", enfatiza, dirigindo-se a outro tema-chave de seu pontificado: história , a memória, a sabedoria dos mais idosos.

Nunca é demais alertar os foliões sobre os perigos do beijo na boca durante o Carnaval. Nesta época do ano, doenças como amigdalite, herpes labial, tuberculose e mononucleose tendem a se propagar mais rápido. A professora da Faculdade de Odontologia do Recife (FOR) Jerlucia Melo traz alertas para os beijoqueiros. “A boca é naturalmente uma cavidade contaminada. Nela habitam bactérias, fungos e ainda podem transitar alguns tipos de vírus”, explica a especialista.

Segundo a professora, não é só a boca que corre risco de contaminação. Todo o corpo está sujeito aos perigos. “Através de um beijo pode-se contrair viroses, além de hepatites e mononucleose. A contaminação dessas doenças se dá através do contato com os fluidos corporais, entre eles a saliva”, detalha Melo. 

A especialista também chama atenção sobre a herpes labial. “A infecção herpética é uma doença extremamente comum, que muitas vezes tem sua causa desconhecida pela população em geral, que considera que a lesão é causada por sol, pelo estresse ou febre. Na verdade, as lesões herpéticas bucais são causadas um vírus, o herpes vírus humano, contraído através de contato com a saliva, muitas vezes através do compartilhamento de copos, talheres, e, principalmente, do beijo”, explica a professora. 

Outro fator que potencializa os efeitos das doenças, segundo Jerlucia Melo, é a baixa imunidade, causada pela falta de sono, alimentação inadequada e exagero no consumo de bebidas alcoólicas. “É preciso se alimentar bem, dormir o necessário e se manter hidratado”, conclui a especialista. 

 

Benzina, clorofórmio, éter e essência perfumada. Esta fórmula é responsável por uma das drogas mais utilizadas na época do Carnaval, o "loló". Figura quase como um elemento característico das ladeiras de Olinda e das ruas históricas do Recife Antigo, nos dias de Momo. Usado indiscriminadamente, apesar de ser uma droga ilícita, o “sucesso” – como é conhecido popularmente – pode causar graves problemas à saúde e, até mesmo, parada cardíaca. 

De acordo com a Polícia, o consumo e a comercialização da substância inalante são considerados infrações penais que podem levar à prisão. "Se a polícia, durante uma abordagem, encontrar uma pessoa com loló, a substância será apreendida, assim como as demais drogas que encontrarmos durante a época", afirmou o delegado Renato Rocha, da Delegacia de Repreensão ao Narcotráfico (Denarc). De acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco, no Carnaval de 2013, das 8h do sábado às 8h da Quarta-Feira de Cinzas, foram apreendidos 1.178 tubos de loló.

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Comercializada a partir de baixos valores, se comparada a outras substâncias entorpecentes, a droga é habitualmente inalada em roupas ou em latinhas. Pelo efeito ser breve, o consumo em excesso se torna comum entre os usuários e é aí onde há o maior risco. “Já atendi pacientes em parada cardíaca, também um que já chegou morto e não conseguimos reanimar. O problema é que a inalação dessas substâncias causa arritmia, ou seja, um distúrbio no ritmo dos batimentos cardíacos”, afirmou o cardiologista Tomás Mesquita, do Hospital Jayme da Fonte. 

Segundo o médico, mesmo se não chega a causar um infarto, o "loló" tem uma ação predominante no sistema nervoso central, o que pode impulsionar alterações cognitivas como desequilíbrios emocionais, transtorno bipolar e até mesmo depressão. A coordenação motora também fica vulnerável, com a possibilidade de o usuário ter tremores musculares e falta de equilíbrio, danos que podem se tornar irreversíveis. 

“A sensação agradável sentida após a inalação é breve. Pelo prazer que promove, a droga estimula mais consumo, e nessa repetição você vai elevando os níveis das substâncias no sangue”, alertou Mesquita. Todos os componentes da droga são considerados cancerígenos e a orientação médica é evitar o uso em qualquer hipótese. O médico lembra que diferenças na composição da droga, como maior concentração de alguma substância, potencializam os perigos em relação à saúde. 

De acordo com o cardiologista, a maior incidência de consumo é mais no público jovem, porém não há distinção em relação à situação financeira. “Não estamos falando de pessoas de pouco poder aquisitivo, são pessoas economicamente privilegiadas, das classes média e alta”, afirma Mesquita. O valor médio de uma ampola de 5 ml de loló está em torno dos R$ 3,00. 

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O programa desta semana fala sobre os cuidados que são necessários para que um dia de diversão não se transforme em um dia de preocupação. Quando se leva crianças à praia alguns cuidados são imprescindíveis para a manutenção da segurança delas. Para falar sobre o assunto, o jornalista Alvaro Duarte recebe o Capitão Hélder Beserra, representante da Divisão do Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiro de Pernambuco, assim como Geise Belo, Gerente de Controle de Alimentos e Produtos da Vigilância Sanitária do Recife, e Cláudia Mota, Nutricionisa e Professora do Curso Técnico em Nutrição do Pronatec.

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O capitão do Corpo de Bombeiros alerta para o respeito que deve haver quanto ao limite de segurança estabelecido nas praias. “Qualquer pessoa que vai a um lugar que desconheça tem que procurar informações dos perigos do local. Deve procurar com pessoas que conheçam a localidade, como os guarda-vidas, comerciantes e pescadores”, aponta o capitão.

Frequentemente a vigilância sanitária faz vistorias nos restaurantes e barracas que vendem alimentos nas praias, por isso a representante do órgão alerta para os cuidados que é preciso se ter ao comprar esse tipo de comida. “Muitas vezes a gente não sabe a procedência das comidas de praia, por isso é preciso haver cuidado. A ostra, por exemplo, é um alimento cujo consumo não indicamos, uma vez que não é possível precisar a procedência delas”, alerta.

Cláudia Mota aponta para a atenção redobrada necessária quando o alimento é comprado para as crianças. “A questão da criança é fundamental. A gente como pai tem que ter essa atenção. As crianças são dispersas e só gostam de brincar. São os pais que têm que ter atenção redobrada”, enfatiza.

A produção do Opinião Brasil também foi à praia para saber dos pais quais são os cuidados que eles têm com os pequenos na praia.

A programa completo você confere no vídeo acima. O Opinião Brasil é apresentado por Alvaro Duarte e exibido toda segunda-feira aqui, no Portal LeiaJá.

 

No período dos recessos escolares, pais e mães não devem descansar um só minuto. O Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco (Ceatox) chama a atenção de quem cuida de crianças. O número de intoxicações no primeiro mês do ano tende a aumentar com a presença mais constante dos pequenos em casa. Medidas rápidas e acertadas podem evitar consequências mais graves. 

Materiais de limpeza, medicações e agrotóxicos podem se tornar vilões se não armazenados com responsabilidade. O uso dos famosos “chumbinhos”, irregularmente utilizado como veneno para ratos, é um dos principais causadores das intoxicações. “É um problema de saúde pública, ninguém deve adquirir produtos clandestinos, como o chumbinho. Precisa-se de cuidado com as crianças que, curiosas, sempre exploram o ambiente”, orienta a coordenadora do Ceatox, Lucineide Porto. 

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Prática comum para algumas pessoas é depositar produtos de limpeza em garrafas pet. Lucineide critica a prática e diz que todos devem “seguir as instruções do rótulo, pois há normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o uso mais seguro destes produtos”. 

Animais - Mesmo com a variedade de substância que podem causar intoxicações nas crianças, os maiores perigos na Região Metropolitana do Recife ainda são os animais peçonhentos, principalmente os escorpiões. “Com as chuvas, os escorpiões são desalojados de seus habitat naturais. Nas crianças (abaixo de 12 anos), a picada pode matar em poucos minutos”, explica a gestora do Ceatox. 

 Com urgência, os pais devem levar as crianças para o Hospital da Restauração. Após a picada, as crianças não devem tomar medicações sem o  atendimento preliminar. No caso dos adultos, as vítimas de picadas podem ser atendidas em postos de saúde ou nas Unidades de Pronto Atendimento  (UPAs). 

 Uma central de atendimento da Anvisa atende durante 24 horas por dia a pessoas vítimas de animais peçonhentos e outras intoxicações. “Só ligar,  gratuitamente, para 0800 722 6001, que você é orientado para qual hospital ir, de acordo com a ocorrência”, conta Lucineide Porto. 

Não é novidade que o universo on-line esconde perigos e armadilhas para os internautas. E quando o usuário é uma criança, os riscos são ainda maiores. Com o objetivo de identificar essas vulnerabilidades e mapear de que modo os jovens relacionam-se com elas, a SaferNet e a GVT realizam a Pesquisa Nacional sobre Hábitos de Navegação.

A parceria entre a associação e a empresa de tecnologia na produção dessa pequisa tem o objetivo de transcender os aspectos mais comuns quanto à segurança nas redes virtuais, como questões patrimoniais (roubo de contas) e técnicas (vírus). Nesse novo caso, o foco será no hábito. Respeito à liberdade de expressão e outras garantias do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) serão levadas em consideração.

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Para a pesquisa nacional, pais e filhos jovens são convidados a responder um questionário online disponível no website da Safernet. O prazo será encerrado ao fim deste mês. Os dados colhidos serão catalogados e servirão para a elaboração de materiais educativos para que os jovens saibam como se proteger e participar da internet de um modo mais cidadão.

O mundo se tornou "um lugar cada vez mais perigoso" para milhões de refugiados e migrantes, que têm seus direitos desrespeitados por governos preocupados, acima de tudo, em proteger suas fronteiras, denunciou nesta quinta-feira a Anistia Internacional. "Há muitos governos que cometem abusos contra os direitos humanos em nome dos controles migratórios, extrapolando as medidas legítimas de controle de fronteiras", afirmou o secretário-geral da Anistia Internacional, Salil Shetty, na apresentação do relatório anual da organização sobre o estado dos direitos humanos no mundo.

As medidas afetam tanto as pessoas que fogem dos conflitos em países como Síria, Sudão ou República Democrática do Congo, como os 214 milhões de emigrantes que estima-se que tenham deixado suas casas em busca de um trabalho ou de uma vida melhor em outro país. "Milhões de migrantes são condenados a situações abusivas, como o trabalho forçado ou os abusos sexuais, devido a políticas migratórias que permitem explorar estas pessoas impunemente", acrescentou Shetty, que responsabiliza "a retórica populista" de alimentar essas políticas.

A ONG critica, entre outros, a União Europeia e os Estados Unidos por aplicarem medidas de controle de fronteiras que "deixam em perigo" as vidas dessas pessoas. Quando conseguem chegar ao seu destino, muitos migrantes são submetidos a condições equiparáveis ao "trabalho forçado ou, em alguns casos, análogas à escravidão".

Os migrantes em situação irregular são os mais propensos a sofrer abusos, já que não recebem, ao mesmo tempo, a proteção de seus países de origem e dos de acolhida. "Aqueles que vivem fora de seu país, sem patrimônio nem status, são as pessoas mais vulneráveis do mundo, mas ainda são condenadas a viver nas sombras", afirmou o secretário-geral da Anistia.

Shetty ressaltou que os trabalhadores migrantes contribuem com a economia global com remessas equivalentes ao triplo da ajuda oficial ao desenvolvimento.

A organização ressalta nesse sentido o contraste existente entre as restrições impostas às pessoas e a facilidade com que circulam através das fronteiras os capitais e as armas convencionais que, com frequência, fomentam a violência e os abusos. "As pessoas refugiadas e deslocadas já não podem ser vítimas de 'o que os olhos não veem, o coração não sente', e sua proteção cabe a todos e a todas", frisou o secretário-geral da Anistia.

Em relação à Síria, a Anistia denuncia que "o mundo se limitou a observar" por mais um ano, enquanto continuam os abusos por parte do regime de Bashar al-Assad e, em menor medida, da oposição em um conflito que já deixou dezenas de milhares de mortos, quatro milhões de deslocados internos e um milhão e meio de refugiados.

Lamenta também as "penosas condições" que devem suportar nos campos de refugiados erguidos nas fronteiras dos vizinhos Jordânia, Líbano e Turquia para as pessoas que fogem da guerra civil. "A Síria é uma das grandes vergonhas de nossa época", declarou o secretário-geral da Anistia. "Transformou-se em uma partida de futebol política entre grandes potências".

"A comunidade internacional está paralisada, o que faz com que vejamos uma ausência de ação global", acrescentou, pedindo ao Conselho de Segurança da ONU que "enfrente os abusos que destroem vidas e obrigam as pessoas a abandonar suas casas".

O Brasil tem um longo caminho a percorrer para consolidar uma imprensa livre. A opinião é do jornalista francês Benoit Hervieu, chefe do escritório para a América da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que prepara relatório sobre os limites do exercício da profissão no País. De acordo com Hervieu, o País tem episódios de censura judicial a reportagens, assassinatos de jornalistas no exercício da profissão, e a Lei de Acesso à Informação ainda não está com funcionamento pleno. "No Brasil não há a polarização política entre imprensa e governos, como se vê em países como Venezuela e Argentina", disse Hervieu em São Paulo. "Porém, o RSF registra que em 2012 houve seis casos de jornalistas mortos, sendo que em pelo menos três deles há fortes indícios de que os crimes tenham ligação com o seu trabalho", lembrou.

Segundo Hervieu, a entidade se preocupa especialmente com os casos dos assassinatos dos jornalistas Mário Randolfo Marques Lopes, no Rio, no dia 9 de fevereiro, e de Paulo Roberto Cardoso Rodrigues, editor do Jornal da Praça, de Ponta Porã, morto a tiros três dias depois, em Mato Grosso do Sul, além da morte do blogueiro Décio Sá, no Maranhão, em abril.

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Para o diretor do RSF, que esteve no Rio e viaja a Brasília para preparar o relatório, casos de censura judicial, como o do Estado, impedido de publicar reportagens sobre a Operação Faktor (ex-Boi Barrica), que investigou o empresário Fernando Sarney, e a dificuldade de acesso a informações em órgãos públicos compõem ambiente negativo para o jornalismo. "O Brasil vive um longo silêncio sobre fatos ocorridos na ditadura militar", disse. "E falta transparência sobre a onda de violência em São Paulo", emendou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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