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A incerteza em relação ao futuro político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz com que os partidos de centro-esquerda, inclusive tradicionais aliados do PT como PC do B e PDT, já adotem estratégias para a eleição de 2018 com cenários sem a participação do petista. Se Lula for condenado em segunda instância e não puder concorrer, os antigos aliados do PT não parecem dispostos a se unir. A ideia, nesse caso, será investir na disputa "pulverizada", com muitos candidatos do mesmo espectro político.

Parceiro histórico do PT, o PC do B, por exemplo, já se prepara para fechar outras composições eleitorais. O receio do partido é esperar Lula indefinidamente - já que a estratégia do PT consiste em levar a candidatura do ex-presidente até o último recurso jurídico - e depois ficar "a ver navios".

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"Nós já começamos a fazer consultas sobre nomes", afirmou o deputado Orlando Silva (PC do B-SP), que foi ministro nos governos comandados por Lula e Dilma Rousseff. "Sem Lula na cédula não tem por que o PC do B apoiar o PT. Na esquerda, vai ser todo mundo igual", disse o deputado.

O PC do B abriu negociações com o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, que nesta semana também conversará com a direção do PSB. Nada, porém, está fechado. Nos bastidores, tanto integrantes da oposição como aliados do presidente Michel Temer dizem que muitos lances para 2018 estão congelados, à espera da definição sobre Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto.

"Mas nós começamos o degelo", disse Silva, que não exclui a possibilidade de o PC do B lançar candidato próprio à sucessão de Temer. "O desgaste com a política é tão grande que os partidos serão chamados a se posicionar. A tendência é de que a eleição de 2018 seja pulverizada, como a de 1989." Naquele ano, 22 candidatos disputaram o Planalto.

O PDT, outro aliado histórico do PT, faz os cálculos para 2018 contando que Lula será barrado pela Justiça. "É mais do que legítimo o PT manter a candidatura de Lula, mas penso que ele não será candidato", disse o presidente da sigla, Carlos Lupi. O partido aposta na candidatura de Ciro independentemente de Lula ser candidato.

No entanto, segundo Lupi, caso o petista fique fora da disputa, Ciro pode crescer nos redutos petistas. "É pouco provável que o PT venha a nos apoiar, por isso não muda muito para o PDT, mas, sem Lula, Ciro passa a ter um potencial de crescimento grande no Nordeste", disse.

Com base na avaliação de que o petista será impedido, o PDT tenta entabular conversas com PC do B, PSB e com o próprio PT a fim de ampliar o leque de alianças em torno de Ciro.

Aliado do PT no passado, o PSB se prepara para outros voos. "Precisamos pesar, porém, se a candidatura própria vai nos ajudar em relação aos palanques estaduais. A hora é de aguardar um cenário de menos incertezas. Não podemos excluir ninguém antes de falar com as forças políticas", disse Carlos Siqueira, presidente do PSB.

O socialista disse já ter conversado com o governador Geraldo Alckmin, que deseja concorrer ao Planalto pelo PSDB. O vice, Márcio França, é da legenda e, segundo Siqueira, será candidato ao Bandeirantes em 2018.

Ciro também está na mira do PSB, tanto que um encontro com ele foi marcado para esta semana. "Além disso, a direção do PT pediu reunião conosco e ainda vamos falar com a Marina Silva (Rede)", afirmou Siqueira, para quem o quadro de 2018 se aproxima ao de 1989.

Principal adversário do PT no campo mais à esquerda, o PSOL desde o primeiro momento trabalha para ter candidatura própria, sem perspectivas de alianças, mas avalia que, caso Lula não seja candidato, tem chances de ampliar as alianças atraindo partidos e grupos que hoje circulam na órbita petista. O nome do PSOL hoje para 2018 é o do deputado Chico Alencar (RJ), que ainda não definiu se aceita a empreitada.

Sem o petista na disputa, o partido espera filiar o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, e lançá-lo candidato ao Planalto. Boulos, que já admitiu em entrevistas a possibilidade de disputar eleições, faz mistério sobre o futuro. Aliados especulam que, com Lula, Boulos se candidataria a deputado federal.

Para a direção da legenda, a eventual ausência do petista pode acelerar uma reorganização da esquerda, com a deserção de setores do PT, ainda para 2018. "Mas é claro que quanto mais tarde acontecer esta definição mais difícil fica", disse o presidente da Fundação Lauro Campos, Juliano Medeiros.

Marina

A Rede da ex-ministra Marina Silva, que em 2014 ameaçou a reeleição de Dilma, diz que a possível ausência de Lula em 2018 não interfere nos planos do partido. No entanto, aliados de Marina admitem que ela pode herdar votos do petista. "Não estamos traçando duas estratégias", disse o coordenador nacional Bazileu Margarido. Para ele, porém, caso Lula seja barrado, o cenário muda. "Se Lula não for candidato, todo mundo vai se mexer", avaliou Bazileu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os três principais partidos de esquerda do Brasil - PT, PC do B e PDT - intensificaram o discurso em defesa do regime chavista de Nicolás Maduro na Venezuela no momento que o país vizinho vive uma escalada de violência política que já deixou mais de cem mortos desde abril, segundo o Ministério Público local.

Na quarta-feira passada, o PT e o PCdoB subscreveram em Manágua, capital de Nicarágua, a resolução final do 23.º Encontro do Foro de São Paulo, organização que reúne diversos partidos de esquerda da América Latina e do Caribe. O texto defende a elaboração de uma nova Constituição que amplia os poderes de Maduro, exalta o "triunfo das forças revolucionárias na Venezuela" e diz que a "revolução bolivariana é alvo de ataque do imperialismo e de seus lacaios".

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Presente ao encontro, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), fez um discurso no qual afirmou que o partido manifesta "apoio e solidariedade" ao governo do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), seus aliados e ao presidente Nicolás Maduro "frente à violenta ofensiva da direita contra o governo da Venezuela".

Os representantes brasileiros no Foro não fizeram menção ao ataque ao parlamento neste mês promovido por militantes chavistas ou às denúncias de violência por parte do aparato militar oficial do Estado.

O acirramento da violência tem como marco o mês de abril, com a morte de dois estudantes. No dia 6, Jairo Ortiz, de 19 anos, levou um tiro no tórax durante um protesto. Dias depois, Daniel Queliz, 20 anos, foi morto com um tiro no pescoço. Para a oposição, Maduro quer mudar a Constituição para ampliar seus poderes.

"Nosso apoio ao Maduro é total. O Foro foi bem unificado em relação à Venezuela. Não houve omissão, porque a virulência da oposição está grande e conta com muito apoio externo", afirmou Ana Prestes, da Fundação Maurício Grabois e uma das representantes do PC do B. Procurada, Gleisi Hoffmann não quis se manifestar.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que integra a direção nacional do partido, disse que a legenda "não corrobora com ações de violência estatal". Em Manágua, representantes do PT e do PC do B também condenaram o ataque feito por oposicionistas à Corte Suprema venezuelana. O PDT não enviou representantes ao evento, mas alinhou o discurso. "Nós apoiamos a autonomia do povo venezuelano de decidir seu destino. Condenamos atos de violência, mas pontuamos que, no caso da violência, ela vem dos dois lados", disse Carlos Lupi, presidente nacional do PDT.

O evento na Nicarágua, que homenageou o líder cubano Fidel Castro, produziu uma resolução de rechaço ao que foi chamado de "golpe de Estado" no Brasil e de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.Reduzido. Oficialmente, o Foro de São Paulo tem sete partidos brasileiros inscritos: PT, PDT, PC do B, PCB, PPL, PSB e PPS. A maioria deles, porém, deixou de enviar representantes ao evento nos últimos anos.

"Hoje apenas alguns membros antigos do diretório do PSB defendem o Foro. O regime de Maduro é uma loucura. A Constituinte que ele convocou é uma tentativa de Estado totalitário", O secretário-geral do PCB, Edmilson Costa, que o partido tem críticas ao Foro, mas apoia "incondicionalmente o governo bolivarianista de Maduro".

O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) afirmou que o partido nunca participou do encontro, mas preferiu não opinar sobre o regime de Maduro. O ex-ministro Roberto Freire, presidente do PPS, disse que estava no início do Foro de São Paulo, mas se afastou. "Era uma reunião na qual existiam partidos que tinham uma visão democrática bem acentuada, tal como nós. Imaginava-se que aquilo iria ser uma organização pluralista.

No momento em que passou a ser um instrumento de concepções antidemocráticas e totalitárias que resultaram nessa ditadura venezuelana, o partido se afastou. "O Foro foi fundado em 1990 por Lula e Fidel. O objetivo inicial era debater a nova conjuntura internacional pós-queda do Muro de Berlim. A primeira edição ocorreu na cidade de São Paulo, daí o nome dado ao encontro. Desde então, ocorre a cada um ou dois anos.

Professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Oliver Stunkel, o Foro de São Paulo teve maior importância no primeiro mandato de Lula, a partir da atuação do então assessor especial para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia. "Era uma plataforma importante para auxiliar os presidentes no momento em que a esquerda crescia na America Latina", disse Stunkel. Essa importância, segundo o professor, já não é a mesma porque os representantes dos países no Foro não têm mais ligação direta com os presidentes da República.

No início do governo Lula, lembrou, as esquerdas viviam um período de ascensão no continente. A influência do Foro era sentida nas negociações do Mercosul e até nas decisões econômicas do Brics (grupo de países emergentes). Além do próprio Lula, o período teve governantes como Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Rafael Correa (Equador), Cristina Kirchner (Argentina), Fernando Lugo (Paraguai) e Manuel Zelaya (Honduras). "Apoiamos a autonomia do povo venezuelano (...). Condenamos atos de violência, mas pontuamos que, no caso da violência, ela vem dos dois lados."

Enquanto o PT rejeita qualquer diálogo com o presidente Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), caso ele assuma a Presidência no lugar de Michel Temer, o PCdoB deixou o caminho aberto para uma aproximação.

Antagonistas no campo ideológico, os integrantes do PCdoB e Maia sempre mantiveram boas relações no Congresso Nacional. A proximidade pode se transformar em aliança se o deputado do DEM suavizar a defesa da reforma trabalhista.

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As duas partes têm conversado discretamente sobre isso. No PCdoB, o maior entusiasta da articulação é o ex-ministro Aldo Rebelo, amigo de Maia.

Com o acirramento da crise e a radicalização do discurso do PT após a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PCdoB passou a discutir com outras siglas da oposição, como PDT e parte do PSB, a formação de um bloco parlamentar partidário independente.

"Observo no movimento de dois partidos - PT e PSDB - um roteiro de isolamento. Acreditamos que deve haver um diálogo com o PDT e parte do PSB. Sobre Maia, só há espaço de diálogo se ele não tiver um discurso radical de direita", diz o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

Questionada sobre esse cenário, a deputada Luciana Santos (PE), presidente nacional do PCdoB, não descartou a aproximação. "O PCdoB se caracteriza por ser firme nos objetivos e flexível nas construções políticas que barrem o retrocesso no País", afirma Luciana.

Apoio

Em caráter reservado, integrantes do PCdoB lembram que Maia apoiou Rebelo quando o ex-ministro se elegeu presidente da Câmara, em 2005. No ano passado, foram eles que apoiaram a candidatura vitoriosa do deputado do DEM. Em meados de maio, lideranças do PCdoB, PDT, PSB e SD chegaram a articular a candidatura de Rebelo como vice de Maia em caso de eleição indireta.

O Estado apurou que Maia e Rebelo, que está sem cargo público, se encontraram diversas vezes nos últimos meses. Questionado, o presidente da Câmara reconhece uma única conversa durante a atual crise política, em jantar na embaixada da China. Rebelo não foi localizado pela reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Principal partido de oposição ao governo Michel Temer, o PT ficará isolado no Congresso Nacional caso adote a estratégia de obstruir e se opor a todas as proposições enviadas pelo governo do presidente em exercício Michel Temer. Até então seus aliados mais fiéis, PDT e PC do B - que seguiram ao lado dos petistas até o afastamento da presidente Dilma Rousseff - avisam que vão assumir postura diferente nas votações se o PT apostar na tática do "quanto pior melhor".

Os dois partidos tentam se livrar da imagem de linha auxiliar dos petistas e dizem estar elaborando uma estratégia própria de atuação. Na Câmara, a ideia do PDT é tentar se diferenciar de uma eventual oposição "a qualquer custo" do PT. À frente de uma bancada de 20 parlamentares, o líder do partido na Casa, deputado Weverton Rocha (MA), defende que a legenda deve construir uma linha oposicionista "construtiva, e não irresponsável igual ao PT". "Não é inteligente, por exemplo, o PT fazer obstrução a medidas provisórias que eles próprios editaram. Não acho coerente isso."

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Nas últimas votações na Casa, o PDT já deu sinais dessa nova estratégia. Na terça-feira passada, por exemplo, o PT obstruiu por seis horas a votação na Câmara de uma medida provisória editada por Dilma que autorizava a União a reincorporar trechos da malha rodoviária federal transferidos aos Estados e ao Distrito Federal. Na madrugada do dia seguinte, o partido da presidente afastada tentou obstruir a votação da alteração da meta fiscal. Nos dois casos, o PDT não acompanhou a sigla petista.

O PDT está preocupado com as eleições de 2018, quando pretende lançar o ex-ministro Ciro Gomes (CE) candidato à Presidência da República. "Como o PDT tem projeto próprio em 2018, vamos tentar protagonizar uma frente de oposição. Temos que ter uma postura diferenciada, para deixar claro que temos caminho próprio", disse o líder pedetista.

'A reboque'

Embora tenha tentado obstruir a votação da revisão da meta fiscal como o PT, o PC do B também passou a adotar o discurso de que é preciso fazer uma oposição "inteligente" no Congresso. "Não é oposição a qualquer custo. Não adianta fazer oposição igual ao PT", afirma o deputado Orlando Silva (PC do B-SP). Segundo ele, a legenda pretende se aproximar mais do PDT, para fazer uma "estratégia de oposição comum". "Não ficaremos a reboque do PT."

No caso do PC do B, esse distanciamento do PT teve um motivo adicional. Nas últimas semanas, as duas siglas disputaram a liderança da minoria na Câmara. O PC do B queria emplacar a deputada Jandira Feghali (RJ). O PT, contudo, não abriu mão da indicação, que cabia ao partido, por ter a maior bancada. "Como pode o (José) Guimarães (CE), ex-líder do governo, assumir a minoria? Foi uma sinalização negativa de que já aceitamos que seremos definitivamente minoria", afirmou Silva.

Para o líder do PDT, o PCdoB começou a perceber que é possível ter posturas diferenciadas na Casa, sem precisar ter a marca de que toda a oposição é vinculada ao PT. Na avaliação do pedetista, isso não significa que os partidos estão isolando o PT. "Eles que acabam se isolando em vários momentos", disse. "Talvez está na hora de o PT fazer uma autocrítica e ter humildade de reconhecer que no campo político deles tem outras opções e que eles podem apoiar."

Essa posição dos principais aliados do PT pode fragilizar a estratégia do partido diante do governo Temer. Segundo o líder da sigla na Câmara, Afonso Florence (BA), a ordem na legenda é fazer uma "obstrução global" à nova gestão no Congresso, por considerar o governo do peemedebista "ilegítimo". Segundo ele, apenas em votações de matérias consideradas urgentes para a sociedade, como a MP que previa ações para o combate ao mosquito Aedes aegypti, o PT poderá retirar a obstrução.

O isolamento do PT também tem potencial de diminuir a pressão da oposição sobre Temer. A oposição ao peemedebista na Câmara tem ao menos 80 deputados. O PT tem a maior bancada, com 58 parlamentares, seguido pelo PC do B (11). No grupo oposicionista, estão ainda PSOL (6) e Rede (4), cujo comportamento em votações sempre foi mais de independência, desde o governo Dilma. Há ainda o deputado Silvio Costa (PT do B-PE). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal encontrou por acaso indícios que podem ligar o ex-deputado estadual da Bahia Javier Alfaya (PCdoB), aliado e homem de confiança do ex-governador e novo ministro da Defesa, Jaques Wagner (PT), ao esquema de lavagem de dinheiro investigado na Operação Lava Jato.

Em um caderno de anotações apreendido nas buscas relacionadas ao doleiro Carlos Habib Chater, dono do Posto da Torre, em Brasília, agentes da polícia identificaram o nome do ex-parlamentar baiano e valores relacionados.

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"Na segunda parte do caderno constam várias páginas de anotações de valores para diversas pessoas", assinala relatório da PF. Entre essas pessoas estão cinco doleiros e agiotas ligados ao dono do Posto da Torre, que funcionava como "delivery da propina" a políticos que lá compareciam para saques em espécie.

"Consta também anotação em nome de 'Dep. Javier'", destaca a PF, referindo-se a um trecho manuscrito do caderno em que o nome do ex-parlamentar aparece grafado ao lado da expressão "2.250 ou 2.350".

Na mesma página, outras três referências a Javier, uma ao lado do registro "20 até 30 SEP", outra com o valor "2.200" e três pontos de interrogação e mais uma ao lado do apontamento "20 até 30".

"Trata-se de Javier Alfaya, deputado estadual da Bahia", informa o relatório que faz parte dos autos da Lava Jato. Arquiteto de profissão, nascido em Redondela (Espanha), Alfaya não é mais deputado. Em janeiro de 2013 ele foi nomeado para assumir um cargo de confiança no governo Wagner, na chefia do Escritório de Projetos da Secretaria para Assuntos da Copa (Secopa).

Suplente de deputado federal, de 1999 a 2003, efetivou-se na vaga de Jaques Wagner - em janeiro de 2003 - para logo depois assumir seu posto como deputado estadual, sempre pelo PC do B. Ele cumpriu dois mandatos na Assembleia Legislativa da Bahia, de 2003 a 2007 e de 2007 a 2010, sendo vice-líder do governo Wagner.

Caderno

O documento apreendido no dia 17 de março pela PF, em que aparece o nome do ex-parlamentar, é um caderno com anotações manuscritas de um dos réus da Lava Jato, Francisco Angelo da Silva.

O acusado é apontado como antigo "sócio" do doleiro dono do Posto da Torre e um dos supostos braços do esquema nos órgãos públicos. No ano passado, Silva ocupou cargo de assessor especial no governo do Distrito Federal, entre janeiro e outubro.

Conhecido como Chicote, e tratado por Chater como "Chico", Silva é réu acusado de integrar organização criminosa, comandada pelo dono do Posto da Torre, que movimentou R$ 124 milhões, segundo dados do Coaf, citados na denúncia do Ministério Público Federal.

O grupo comandado por Chater valeu-se de diversas empresas, "que tiveram suas contas bancárias utilzadas para operações do grupo e movimentação de valores provenientes dos mais vários crimes".

Segundo o MPF, além de ser um dos membros do grupo criminoso de Chater, Silva é acusado por operação não autorizada de instituição financeira (de janeiro de 2009 a março de 2014) e evasão de divisas.

Na ação penal, eles são acusados de promoverem transações de câmbio negro junto a outros doleiros réus da Lava Jato, entre eles o delator Alberto Youssef. Tanto Youssef como Chater confessaram ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato, que movimentavam dinheiro para políticos, entre eles o ex-deputado federal José Janene (PP-PR) - morto em 2010 - e para o ex-presidente do PP Pedro Corrêa.

Silva foi sócio de uma empresa de fachada criada por Chater em 1991, a Fly Turismo e Câmbio Ltda. Atualmente é "sócio oculto" ao lado da irmã do dono do Posto da Torre na Valotur Câmbio e Turismo.

A Valotur, que funciona no Posto da Torre, foi aberta em 2012 e segundo a Lava Jato era usada "no setor de câmbio turismo, expediente usualmente utilizado para ocultar a prática de operações no mercado de câmbio negro".

Em 2014, Silva exerceu a função de assessor especial da Subsecretaria de Planejamento e Gestão da Informação, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Região Metropolitana do DF. Silva foi exonerado do cargo de "natureza especial" no fim do ano.

"Francisco não seria mero laranja do esquema criminoso. Além de sócio da Valotur, demonstrou nos diálogos interceptados relacionamento bastante próximo a Habib, tendo ciência de sua participação no grupo", sustentam os procuradores da força-tarefa da Lava Jato, no processo.

O ex-deputado estadual do PC do B citado no caderno do posto foi procurado pelo Estado desde sexta-feira, mas não respondeu aos pedidos de entrevista. Silva, réu da Lava Jato, não foi localizado.

Pernambuco está servindo como referência para chefes do Executivo de outros estados. Segundo o governador do estado, um dos motivos seria o fechamento de 2014 com saldo positivo, enquanto o país passa por um período de recessão econômica. Esta segunda-feira (1), o governador eleito do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), esteve reunido com João Lyra Neto (PSB) para conhecer o modelo de gestão e alguns programas  implantados no estado.

De acordo com o governador, os gestores de outras localidades estão percorrendo o país para conhecer experiências administrativas que tiveram êxito nos últimos anos.  “Não só ele como outros gestores estão colhendo informações sobre experiências administrativas que deram certo no Brasil. Outros governadores eleitos, que assumirão seus mandatos em janeiro, já fizeram contato conosco e possivelmente também virão para Pernambuco para conhecer o modelo de gestão que implantamos desde 2007, à época pelo governador Eduardo Campos, e outras experiências exitosas que tivemos ao longo desses quase oito anos", Concluiu João Lyra Neto.

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A prefeitura de Olinda volta a ser ‘objeto de desejo’ entre os supostos postulantes ao pleito de 2016. Em entrevista concedida a uma rádio local, esta terça-feira (18), a deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB), que não descartou sua candidatura à prefeita do município citado, cravou uma analise sobre a atuação do PC do B à frente da cidade. De acordo com a parlamentar, o  tempo do Partido Comunista já passou. "Infelizmente o atual prefeito de Olinda, Renildo Calheiros (PCdoB), venceu as últimas eleições devido à alta rejeição aos dois nomes postos na época", declarou a tucana.

A deputada ainda ressaltou que o prefeito de Olinda só conseguiu se reeleger porque contou com a ajuda do ex-governador Eduardo Campos. "Infelizmente, Renildo ganhou tendo menos votos do que os brancos e nulos. A maior parte da população não participou da eleição. Houve uma conjugação de muitos partidos para apoiar Renildo capitaneados por Eduardo, mas agora não tem jeito. O município se encontra numa posição frágil e esse grupo não vence mais a eleição" cravou Terezinha Nunes.

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Em entrevista ao portal LeiaJá, na última segunda-feira (17), a deputada Terezinha Nunes declarou que a oficialização do seu nome na disputa pela  prefeitura de Olinda irá depender das condições de disputas e alianças que serão firmadas pelo partido.

O PCdoB de Pernambuco esteve dividido no pleito de 2014. No cenário federal, firmou aliança com o PT, apoiando a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Já a nível estadual, os socialistas receberam o apoio da legenda. Diante de tudo isso, os gestores do partido no município de Jaboatão dos Guararapes atuam na prefeitura, que é comanda pelo tucano Elias Gomes (PSDB).

Apesar de integrarem o quadro de funcionários públicos de Jaboatão, o presidente do PCdoB na cidade, Thiago Modenesi, e o dirigente, Marcus Sanchez, afirmam que não receberam nenhum tipo de pressão ou imposição da prefeitura, quanto ao apoio aos candidatos do PSDB. Tampouco alegaram sofrer algum tipo de retaliação. "No pleito deste ano parte considerável dos que participam da gestão apoiaram naturalmente a candidatura de Betinho Gomes (PSDB) a uma vaga na Câmara Federal, bem como a de Aécio Neves (PSDB) para presidente da República. Nós do PCdoB construímos a candidatura de Luciana Santos (PCdoB) para Câmara Federal e Marcelino Granja (PCdoB) para a Assembleia Legislativa, além da campanha de Dilma para presidenta da República. Aqui tivemos de convergência a perspectiva da construção de um Estado mais humano, simbolizada na candidatura de Paulo Câmara (PSB) ao Palácio do Campo das Princesas”, informou a nota assinada pelos líderes do PCdoB.

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No documento, eles ainda exprimem admiração e respeito ao prefeito Elias Gomes, que não criticou a decisão política dos funcionários. “...como de costume nas gestões que Elias Gomes exerceu à frente de executivos municipais, nós em nenhum momento fomos constrangidos ou tratados de forma diferenciada em função do não alinhamento eleitoral, diferente do que escutamos acontecer em diversos outros locais”.

Confira a nota na íntegra:

Aqui expressamos de público nosso respeito ao Prefeito Elias Gomes, pela forma que conduziu um governo plural como o de Jaboatão dos Guararapes durante o processo eleitoral deste ano. O PCdoB participa da gestão por entender ser esta de reconstrução municipal, fruto de uma sequência de administrações anteriores calamitosas. Nossa cidade avançou nos últimos anos e o PCdoB dá sua contribuição neste sentido à frente da Secretaria de Esporte e Lazer do município.

No pleito deste ano parte considerável dos que participam da gestão apoiaram naturalmente a candidatura de Betinho Gomes a uma vaga na Câmara Federal, bem como a de Aécio Neves para presidente da República.

Nós do PCdoB construímos a candidatura de Luciana Santos para Câmara Federal e Marcelino Granja para a Assembleia Legislativa, além da campanha de Dilma para presidenta da República. Aqui tivemos de convergência a perspectiva da construção de um Estado mais humano, simbolizada na candidatura de Paulo Câmara ao Palácio do Campo das Princesas.

Porém, como de costume nas gestões que Elias Gomes exerceu à frente de executivos municipais, nós em nenhum momento fomos constrangidos ou tratados de forma diferenciada em função do não alinhamento eleitoral, diferente do que escutamos acontecer em diversos outros locais.

Passado o processo eleitoral que, diga-se de passagem, teve um alto grau de polarização, principalmente em nosso estado em função de todos os desdobramentos, tanto da candidatura de Eduardo, quanto ao infeliz acidente que o acometeu, nossa luta por dias melhores continua, com respeito às diferenças e prioridades no que nos aproxima, como o bom funcionamento da gestão municipal e a construção de uma cidade cada vez mais humana, sustentável e com vida de qualidade.

*Marcus Sanchez – Secretário de Esporte e Lazer de Jaboatão dos Guararapes e Dirigente do PCdoB.

**Thiago Modenesi – Gerente de Articulação Política e Presidente do PCdoB de Jaboatão dos Guararapes.

O governador eleito do Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB, sinalizou nesta segunda-feira (5), que manterá, no 2.º turno da disputa presidencial, a parceria com o PSDB de Aécio Neves. Disse, no entanto, que o apoio está condicionado à aliança do seu partido com o PT. Ele foi presidente da Embratur no governo Dilma Rousseff.

Um dia depois de derrotar o grupo do senador José Sarney, Dino destacou que cobrará do futuro governo, seja petista ou tucano, a escolha de novos interlocutores do Maranhão, que não sejam aqueles ligados aos Sarney.

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Ele lembrou que seu vice é Carlos Brandão, do PSDB, e o candidato ao Senado da coligação é Roberto Rocha, do PSB, também eleito. "O PSDB e o PSB foram determinantes para a minha vitória. Não posso ignorar isso", afirmou. "O meu partido apoia a Dilma, é verdade, mas o leque de alianças montado aqui foi bastante heterogêneo. Não posso dar cavalo de pau em transatlântico e trem."

O governador eleito ressaltou que ainda não foi procurado. "Até agora ninguém me disputou, não (risos). Estou aqui quietinho", brincou. Com uma vitória no domingo por quase um milhão de votos de diferença sobre o adversário Lobão Filho (PMDB), do grupo de Sarney, Dino espera mudança de posição de Brasília em relação ao Estado.

Os aliados de Sarney têm amplo espaço na máquina federal, com o comando de ministérios e autarquias. "Qualquer que seja o presidente eleito, eu tenho essa expectativa (de mudança de interlocução), em razão do respeito à vontade popular", disse. "Não é um desejo pessoal meu. É um fato político. Foi uma decisão do povo do Maranhão que espero que seja respeitada."

Para o governador eleito, a influência da "oligarquia" Sarney em Brasília ocorre desde o governo JK (1956-1960) e passou a ser desproporcional após o resultado das urnas, no último domingo, no Maranhão.

A manutenção desse espaço seria, na sua avaliação, uma "violência" contra a vontade da sociedade maranhense. "Não é uma violência contra o Flávio Dino. A sociedade se pronunciou de forma eloquente, nítida, de modo tão destacado, enfático, incisivo e contundente que não permite uma dupla leitura", disse. "Eles usaram todo o arsenal deles contra nossa campanha, ainda assim, a sociedade deu uma resposta avassaladora."

Oligarquia

Dino ressaltou que seu grupo político não pode desprezar o poder dos Sarney e avalia que o ex-governador Jackson Lago (PDT), que venceu a disputa de 2006, enfrentou uma correlação de forças desigual e errou ao "subestimar" o grupo adversário.

Lago acabou afastado do governo pelo Judiciário do Maranhão. "Você não pode subestimar os representantes da oligarquia, porque a ânsia de poder deles é muito grande, o apego ao poder, à fortuna."

Em seu apartamento num bairro de classe média de São Luís, Dino afirmou que pretende, no governo, priorizar a melhoria das condições de vida no Maranhão. "Temos a contradição de um Estado muito rico, de potencialidade, boa logística e com base econômica importante que não consegue garantir condição de vida digna para a população", disse.

Quando recebeu a notícia da vitória, na noite de domingo, Dino afirmou que "o coronelismo acabou no Maranhão". Ontem, ele disse que não se precipitou. "O resultado eleitoral das urnas permitiu essa conclusão. Ganhamos com 30% de vantagem. Elegemos o senador (Roberto Rocha, do PSB). Não foi um ato de vontade minha, mas da sociedade", disse.

"A sociedade cansou, quer um regime oxigenado, republicano, democrático, que ouça e aplique bem o dinheiro público." Dos 42 deputados da nova Assembleia Legislativa, apenas 14 são ligados a Dino. Ele espera fazer maioria na Casa e garantir a governabilidade no Estado com forte presença do grupo de Sarney. "Espero uma transição sem sabotagens", finalizou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu que autoridades do Ministério do Esporte serviram de intermediárias entre o Instituto Contato, suspeito de desviar verbas da pasta para o PC do B, e uma empresa subcontratada na execução de convênio do Programa Segundo Tempo. De acordo com relatório de fiscalização obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo, a "aproximação" entre a entidade e a fornecedora foi feita antes mesmo da abertura de licitação para definir o processo de compra.

A CGU fiscalizou o contrato com a Guarani Comércio e Distribuição de Materiais Esportivos, que forneceu kits para aulas de tênis. Após ouvir representantes da empresa, os auditores concluíram que dirigentes do Esporte "se encarregavam de promover uma aproximação" da ONG com a fornecedora em convênio de R$ 4,4 milhões, celebrado em 2006.

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O contrato foi assinado a preços supostamente superfaturados, mediante concorrência que teria sido direcionada, em 2007, conforme o relatório da CGU. Uma das evidências da intermediação é o próprio termo do convênio, assinado no ano anterior pelo ex-secretário executivo do Esporte, Rafael de Aguiar Barbosa - na gestão, como ministro, do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), na época filiado ao PC do B.

O sócio-diretor da Guarani, Marcos Fernando Luiz, é um dos signatários do documento, como "testemunha". Além dele, assinam o presidente da ONG e militante do PC do B, Rui de Oliveira, o então secretário nacional de Esporte Educacional, João Ghizoni, e Simone Fraga, que viria a ser coordenadora do Segundo Tempo. "Resta evidenciado o envolvimento entre os diretores da empresa Guarani e do Instituto Contato antes mesmo da realização de licitação", afirma a CGU.

O Ministério do Esporte não se pronunciou nesta terça-feira (13). Marcos Fernando Luiz, da Guarani, negou que tenha havido intermediação. "Não tenho nenhuma relação (com as autoridades do Esporte). O empresário negou sobrepreço ou direcionamento na licitação. Segundo ele, os produtos da empresa são exclusivos e a ONG errou ao licitá-los.

Atualmente secretário de Saúde do DF, Rafael Barbosa informou, por meio de sua assessoria, que não foi questionado pela CGU a respeito e que, em momento algum, intermediou a contratação. Disse desconhecer o caso da Guarani, pois assinou centenas de contratos no Esporte, "todos com aval da área jurídica".

Em nota publicada em sua página na internet. o PC do B rechaçou o que chamou de "calúnias do Estadão". O texto assinado pelo presidente nacional do partido, Renato Rabelo, ressalta que a legenda não tem nenhuma ONG, que sempre se opôs ao fato de essas entidades substituírem entes públicos e que também não tem relação nenhuma com os empresários citados nas reportagens. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo


O senador Inácio Arruda, candidato do PC do B derrotado em 1.º turno para prefeito de Fortaleza, anunciou nesta segunda-feira (15) o apoio à candidatura do deputado estadual Roberto Cláudio (PSB) no 2.º turno. Arruda afirmou que incentivará a militância a se engajar na campanha. "Estamos apoiando Roberto Cláudio por coerência à campanha que fizemos no 1.º turno", disse Arruda, que obteve, na primeira etapa, apenas 1,82% dos votos válidos, ficando em sétimo lugar dentre dez concorrentes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Poucos participantes e poucas propostas apresentadas. Assim foi o debate entre os candidatos à prefeitura do Recife, Jair Pedro (PSTU), Edna Costa (PPL) e Roberto Numeriano (PC do B), ocorrido na noite desta terça-feira (18), na Faculdade de Ciências Humanas de Pernambuco, no bairro de Santo Amaro.

Composto por cinco blocos e acompanhando por um pouco mais de 50 pessoas, o debate começou com a apresentação do perfil e das principais propostas de campanha de cada postulante, que tiveram 10 minutos para exibir.

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O primeiro a falar foi Roberto Numeriano que só participou do primeiro bloco devido outros compromissos. No discurso, o candidato usou seu tempo para criticar a oposição. Farpas foram dirigidas a Humberto Costa (PT) e Geraldo Julio (PSB) sobre os gastos das campanhas. Outro criticado foi Daniel Coelho (PSDB), que segundo Numeriano esconde o partido. Por fim, ele disse que o socialista proclamou até a república, ironizando o candidato apoiado por Eduardo Campos.

Seguindo as apresentações, Edna Costa falou de sua trajetória política iniciada desde 1982 e também aproveitou o momento para criticar. “As casas do Programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, são do tamanho de uma casa de pombo”, alfinetou a candidata sobre a iniciativa de habitação do governo federal. Jair Pedro fez um breve histórico sobre a fundação do partido PSTU e assim como os outros postulantes condenou a atuação da oposição, como a recente greve das universidades públicas. “Os governantes pisam sobre a lei”, disse Jair sobre a cota exigida por lei de 25% destinada à educação e não cumprida, segundo ele.

No segundo bloco a sabatina foi aberta para os alunos. Perguntas sobre trânsito, cotas para negros nas universidades, entre outras, foram questionadas. Ambos os postulantes que continuaram no debate, apresentaram poucas soluções para os problemas expostos. Quando indagados sobre as condições do Recife para sediar a copa de 2014, os candidatos não mostraram ideias e deixaram claro que não concordam com a realização do evento. “Se eu fosse escolher entre a copa ou não, escolheria outras prioridades”, discursou Edna. Jair Pedro seguiu a mesma opinião e falou que pretende investir em educação, esporte e lazer em vez da Copa.

Em conversa com a imprensa antes do debate os candidatos desabafaram sobre o apadrinhamento de alguns candidatos e a não participação em alguns eventos. “A gente quer que a lei se dobre a democracia”, disse Numeriano ainda sobre a não participação no debate da Rádio Jornal. Questionados sobre o apoio de alguns postulantes, Edna Costa disse que queria muito ter ajuda também. “Eu gostaria muito ter padrinhos como Eduardo Campos e Lula, não vou fazer demagogia. Como não tenho, meu padrinho é meu partido”, disse em risos. Já Jair Pedro aproveitou para alfinetar o PT e o PSB. “O que pesa é a força que Eduardo e Lula têm, mas essa disputa entre os dois partidos na verdade é um grande faz de conta”, expressou o candidato do PSTU.

Nos últimos blocos os candidatos continuaram respondendo perguntas dos discentes e também questionamentos entre si. O candidato Esteves Jacinto (PRTB) também foi convidado a participar do evento, mas não compareceu.

O PCdoB escolheu como vice para a chapa de Manuela D'Ávila (RS) à prefeitura de Porto Alegre o vereador Nelcir Tessaro (PSD). Segunda maior aliança nas eleições da capital gaúcha, a chapa de deputada federal Manuela tenta conquistar a prefeitura hoje comandada pelo candidato à reeleição José Fortunati (PDT).

O anúncio foi feito na noite nesta quinta-feira, depois do PSB, que segue na chapa, desistir de indicar um nome para o cargo de vice. O posto também foi oferecido ao PP, mas o partido optou pelo apoio à chapa do prefeito Fortunati.

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Com a decisão, o cenário na eleição para Porto Alegre está praticamente desenhado. Nesta quinta, o PR decidiu pelo apoio ao PT que tenta recuperar a prefeitura depois de oito anos longe do cargo.

Resta apenas a decisão do PSDB, que vive uma disputa interna entre a candidatura de Nelson Marchezan Jr. e o candidato indicado pela ex-governadora Yeda Crucius, Wambert di Lorenzo.

Em busca de um vice para a chapa de Fernando Haddad, pré-candidato a prefeito de São Paulo, o PT buscou opções em siglas como PSB e PTB, mas tende a deixar a indicação com o PC do B. "Decidimos dar prioridade à construção da aliança. Após essa consolidação discutiremos a questão da vice", informou o coordenador da campanha, vereador Antônio Donato (PT), que reconheceu: "Temos uma conversa mais avançada com o PC do B".

Na terça-feira, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) desistiu de ocupar a vaga em protesto às deferências do PT ao PP, de Paulo Maluf. No mesmo dia, o advogado Pedro Dallari (PSB) foi procurado por colegas de partido, mas também não aceitou.

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Na própria terça-feira, deputados estaduais do PT se encontraram com o colega de Assembleia Campos Machado (PTB) e o sondaram sobre a indicação do advogado Luiz Flávio D'Urso (PTB), pré-candidato do partido, para a vice. Campos pediu dois dias para responder e deve dizer não.

"Eu continuo com minha candidatura posta, mas, se o partido vier a tomar decisão diferente, mudaremos o rumo", afirmou D'Urso. Campos se encontrara com petistas no sábado, quando disse que precisava ter candidatura para fortalecer seu partido. O PSDB também corteja o PTB.

O ex-presidente Lula pretende conversar hoje, durante a Rio+20, com o presidente do PC do B, Renato Rabelo. O petista poderá até oferecer a vice ao tradicional aliado, que tem três candidatos à vaga: a deputada Leci Brandão, o vereador Jamil Murad e a presidente da sigla em São Paulo, Nádia Campeão.

Entre os três, o PT manifesta preferência por Nádia. O partido avalia que o eleitor teria dificuldade para aceitar Leci, que nunca ocupou cargo no Executivo, como vice de um candidato novato. Nádia foi secretária na gestão Marta Suplicy (2001-2004).

Ontem, o ex-ministro do Esporte Orlando Silva, Nádia e dirigentes do PC do B acertaram, em um café da manhã com Haddad, que a aliança deve sair antes da decisão sobre a vice. Depois, reuniram-se entre si, e saíram reafirmando, em público, a candidatura de Netinho de Paula.

Apesar de tudo, vereadores do PSB ainda tentavam indicar o vice de Haddad. Faziam circular os nomes da deputada Keiko Ota e do ex-jogador Marcelinho Carioca. O PT rechaça ambos. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Quase um ano após o início do processo que ficou conhecido como "faxina", ministros que deixaram a Esplanada na esteira de denúncias de irregularidades procuram tratar o assunto como "página virada". A movimentação de alguns ex-titulares em seus redutos eleitorais e de seus partidos em São Paulo mostra, porém, que o ressentimento com o Planalto e o PT ainda é grande e o pleito de outubro virou a oportunidade para dar o troco.

As demissões nos Transportes, no começo de julho de 2011, deflagraram o efeito dominó que derrubaram seis ministros: além do titular dessa pasta, Alfredo Nascimento (PR), caíram os peemedebistas Wagner Rossi (Agricultura) e Pedro Novais (Turismo); Orlando Silva (PC do B), do Esporte; Carlos Lupi (PDT), do Trabalho, e Mário Negromonte (PP), das Cidades.

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No PR de Nascimento, a mágoa está escancarada. O presidente nacional da legenda deixou o governo indignado com o tratamento dispensado a ele e ao partido. Nascimento, que disse não ser "lixo" para ser varrido do ministério, fez questão de referendar a articulação que levou a sigla a apoiar o pré-candidato do PSDB em São Paulo, José Serra.

No seu quintal, o tema faxina não será esquecido. "O PR está desmoralizado, é tratado como uma escória e não podemos aceitar isso. Daremos a resposta nas urnas", afirmou o deputado Henrique Oliveira (AM), pré-candidato da sigla em Manaus.

A recente suspeita de que a denúncia de superfaturamento em obras e recebimento de propina por empreiteiras no ministério fora vazada para a imprensa por assessores do Planalto - tendo como interessado o grupo do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira -, fez crescer a amargura. A aliados, Alfredo se diz vítima de um conluio. "O senador está magoado com a Dilma, acha que foi abandonado, que ela o usou para ter popularidade e o colocou no meio de um rolo de que ele não tinha culpa", afirmou Oliveira.

No campo escolhido para brigar com o PT, o PR enfrentará o atual prefeito, Amazonino Mendes (PDT), que tentará a reeleição com o provável apoio do PMDB e dos petistas. O partido já tem até mote para a campanha. "Apostaremos na vitimização do Alfredo. A partir do momento em que as pessoas perceberem a sacanagem que foi feita com o cara, isso vai nos favorecer", destacou uma liderança da sigla, que tampouco engoliu a substituição de Nascimento por Paulo Passos, filiado ao PR, mas considerado desarticulado com os interesses da sigla. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A crise na base aliada que o governo federal enfrenta no Congresso passou a respingar na campanha do pré-candidato petista Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo. Depois do PDT e do PR, agora o PC do B, o mais tradicional aliado do PT nas disputas paulistanas, ameaça fechar uma aliança com o PMDB, do deputado Gabriel Chalita.

Líderes do PC do B foram procurados há cerca de 10 dias pelo vice-presidente Michel Temer, principal articulador da pré-candidatura de Chalita, para conversar sobre a sucessão. Temer se encontrou recentemente com o presidente nacional do PC do B, Renato Rabelo, e com o ex-ministro do Esporte Orlando Silva.

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"Até duas semanas atrás era um namorico, agora está virando namoro sério", diz um comunista, elevando a pressão sobre o PT, num momento em que a costura das alianças em favor de Haddad patina com a ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva das articulações - o petista postergou a volta ao cenário político após diagnóstico de pneumonia semana passada.

Assim como os demais partidos da base aliada de Dilma Rousseff, o PC do B reclama do tratamento dado pelo PT. Afirma não conseguir emplacar indicados em cargos na Esplanada e diz não ver contrapartida na relação com a sigla aliada, já que lançará candidatos em 10 capitais, mas não tem garantia de que terá o apoio do PT em nenhuma delas. Além disso, a sigla ainda guarda a mágoa da demissão de Orlando Silva do ministério por suspeitas de fraudes e desvios de recursos a ONGs conveniadas à pasta.

O flerte do PC do B com o PMDB agrava a situação na campanha de Haddad, que assiste a uma rebelião dos potenciais aliados que podem garantir ao petista tempo de TV na propaganda eleitoral gratuita. Oficialmente, o PC do B mantém a pré-candidatura do vereador Netinho de Paula à Prefeitura paulistana.

Cotado para indicar o vice do petista, o PR se recusa a fechar o apoio até que o governo troque o titular do Ministério dos Transportes. O PDT também quer emplacar novo nome na pasta do Trabalho e, assim como o PSB, ameaça ir para a órbita do PSDB.

Sinais

Enquanto os comunistas veem falta de "jogo de cintura" do PT em negociações eleitorais pelo País, Temer deu sinais de que o PMDB pode apoiar a candidatura do senador Inácio Arruda (PC do B-CE) em Fortaleza e, mais importante para o PC do B, desistir de se aliar à reeleição de José Fortunati (PDT) em Porto Alegre. Lançaria Ibsen Pinheiro como candidato, beneficiando, assim, a candidatura da deputada Manuela D’Ávila (PC do B-RS).

A direção comunista hoje avalia que, a se concretizar a sinalização feita pelo vice-presidente, o apoio à candidatura de Chalita seria mais provável do que à de Haddad. "Não é possível que o PT não possa apoiar uma candidatura nossa nem em Macapá", esbraveja um dirigente.

Apesar da aproximação do PC do B com o PMDB, os petistas dizem que haverá solução para o impasse com o aliado, que desde 1988 apoia o PT em São Paulo. O PT sinaliza ceder em pelo menos uma capital: Florianópolis.

Além de Netinho, Inácio Arruda e Manuela D’Ávila, o PC do B tem outras sete candidaturas colocadas em capitais. Por decisão da direção nacional, elas serão mantidas até o fim deste mês, quando o partido fará uma reavaliação do quadro eleitoral.

"O PC do B tem uma resolução que diz que até o fim de março mantém 10 candidaturas nas capitais. Não adianta fazer nada agora", diz o presidente do PT paulistano, vereador Antonio Donato. "Mas não tem canal obstruído." Procurado, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que não poderia atender. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A entrada do Partido Comunista do Brasil (PC do B) no século 21 foi marcada pela contradição, a palavra preferida de seus dirigentes quando se referem ao capitalismo, segundo eles "agonizante", ao jogo de poder e aos parceiros das alianças que o levaram para o governo e até lhe reservaram um ministério, o do Esporte. Ministério que na última semana foi alvo de denúncias de irregularidades na distribuição de verbas, aparelhamento por parte de entidades de seu círculo íntimo e supostas cobranças de propinas.

Nesse processo de contradição política e ideológica, ao mesmo tempo em que o PC do B mantinha em seu estatuto a doutrina marxista-leninista (artigo 1.º) como princípio de tudo, adaptava-se rápida e facilmente aos tempos da social-democracia do PT. A mesma social-democracia que usa o "welfare state" (Estado do bem-estar social), sistema criado nos países escandinavos justamente para brecar o avanço das revoluções comunistas.

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O estatuto do PC do B mostra que o partido dá importância vital à ocupação dos cargos públicos, o que pode servir de explicação para o aparelhamento dos órgãos que ocupa. Diz o artigo 59.º do documento que os cargos eletivos ou comissionados dos governos dos quais a legenda participe constituem "importante frente de trabalho e está a serviço do projeto político partidário, segundo norma própria do Comitê Central". Os mandatos eletivos alcançados pela legenda do PC do B pertencem ao coletivo partidário soberanamente.

Entre os deveres dos militantes do PC do B, está a obrigatoriedade de destinar, pelo menos, 1% do salário mensal ao partido. Os que detêm cargos eletivos ou em comissão pagam contribuições especiais a serem especificadas pelos órgãos partidários. Embora o PC do B não revele o montante, há a informação de que, nesses casos, pode chegar a 40% do salário.

Ainda na clandestinidade, no fim dos anos 70 e início dos 80, o PC do B atuou dentro do MDB e PMDB, na ala denominada "Movimento Popular".

Depois da redemocratização, tornou-se um parceiro avançado de Luiz Inácio Lula da Silva, tanto nas derrotas quanto nas vitórias do ex-presidente, sempre numa aliança de "apoio crítico". Na base da coligação nas eleições proporcionais - ora com o PMDB, ora com o PT e outras legendas de centro-esquerda -, triplicou sua bancada de deputados desde 1985, ano do registro definitivo do partido.

Hoje o PC do B diz ter 14 deputados federais, 18 estaduais, 2 senadores, 42 prefeitos, 66 vice-prefeitos e 608 vereadores. Números modestos para a força que o partido adquiriu no governo de Lula e, depois, no de Dilma Rousseff, se comparados aos de outras legendas aliadas.

No governo Lula, o PC do B lutou pelo Ministério da Defesa, mas ganhou o do Esporte e a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Na gestão Dilma, obteve a Embratur, entregue ao ex-deputado Flávio Dino (MA).

Juventude

Embora tenha 89 anos - fundado em 1922, passou por um racha com a ala de Luiz Carlos Prestes e tem a idade contestada pelo PPS, sucedâneo do PCB - e carregue uma história marcada por tragédias, mortes e massacres, o PC do B exerce forte atração na juventude, por causa da máquina partidária que conta com o aparelhamento da UNE, nas universidades, e células que atuam principalmente entre os operários.

Em 2001, o PC do B tinha 33.948 militantes filiados; em 2005, 69.638; e em 2009, data da última contagem e do último congresso, 102.330. O partido tem sede própria, um prédio de oito andares no centro de São Paulo. O imóvel custou R$ 3,3 milhões, comprado, segundo o partido, com verba do Fundo Partidário (em 2010, recebeu R$ 4,3 milhões; neste ano, até setembro, R$ 6,6 milhões) e com a contribuição de militantes.

Nenhum militante está dispensado de uma severa disciplina partidária. O partido é estruturado nas chamadas Organizações de Base (OBs) e todos têm tarefas, nem que seja ler e divulgar o jornal do partido, A Classe Operária, e se aprofundar no estudo do marxismo-leninismo.

As OBs devem formar-se nos locais de trabalho, moradia ou escolas. O partido adota o centralismo democrático leninista. De acordo com o estatuto, "o partido age como um todo uno, sob o primado de uma disciplina livre e conscientemente assumida. A unidade é a força do partido" (capítulo 5.º do estatuto). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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