O senador Humberto Costa (PT) afirmou, nesta sexta-feira (3), que a aprovação da Desvinculação de Receitas da União (DRU) na Câmara dos Deputados pode resultar em cortes de investimentos nas áreas de saúde e educação. Para o parlamentar, o presidente em exercício Michel Temer (PMDB), a quem chamou de “presidente sem voto”, conquistou “um cheque em branco” do Congresso Nacional.
“A saúde e a educação estão em risco porque esse é o primeiro passo para Temer dar fim às garantias de recursos mínimos para áreas sensíveis, onde não podemos ter retrocessos”, observou o senador. De acordo com ele, a DRU permite ao governo gastar livremente parte da arrecadação “tirando recursos de setores essenciais aos quais antes era obrigado a investir”.
##RECOMENDA##Sob a ótica do parlamentar, com a aprovação da DRU, Temer deve, agora, alterar a regra de recursos mínimos em áreas fundamentais para o desenvolvimento do País. “O ministro da Saúde já falou em diminuir o SUS e defendeu os planos de saúde. O ministro da Educação ameaça o Prouni, o Fies, o Ciência Sem Fronteiras. Está muito clara a lógica do governo golpista. É um governo de homens brancos e ricos feito para atender os interesses dessa mesma casta", acrescentou.
Para Humberto Costa é “um absurdo” o governo Temer falar em “cortes de gastos” e defender umaDesvinculação de Receitas da União (DRU) também aprovada na Câmara, que amplia gastos em R$ 58 bilhões até 2019. “Quando fala em cortar gastos, o presidente sem voto só fala em cortar no bolso do povo. Mas tende a privilegiar outras setores não estratégicos. Não que algumas das reivindicações, especialmente do funcionalismo público, não sejam legítimas. Elas são, mas é um contrassenso dizer que não tem dinheiro para garantir a saúde da população e cortar o mínimo de investimentos desta área, e defender um pacote que vai impactar imensamente as contas públicas”, afirmou o senador.
De acordo com um levantamento feito pelo petista, nesta semana foram aprovados 15 projetos de lei que estabelecem reajustes e benefícios a algumas categorias do funcionalismo. Entre as matérias apreciadas, está a do aumento do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O rendimento, que delimita o teto do funcionalismo federal, subiu de R$ 33.763 para R$ 39.293.