Tópicos | Operação Fair Play

O Ministério Público Federal em Pernambuco (MPF-PE) deve ingressar com uma ação civil contra a Odebrecht e agentes públicos, entre eles o governador Paulo Câmara (PSB), apontando superfaturamento na obra da Arena de Pernambuco, localizada em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR). 

A informação é do jornal Folha de São Paulo. Apesar da empreiteira ter admitido suas irregularidades em um acordo de delação premiada, os procuradores devem basear o eventual processo nas investigações da Operação Fair Play, da Polícia Federal, que não teria vinculação com o acordo de leniência firmado entre a Odebrecht e o MPF do Paraná. 

##RECOMENDA##

De acordo com a reportagem, as ações oriundas da Fair Play estão sob a tutela da procuradora Silvia Regina Pontes Acioli. Ela acredita que os fatos já confessados pela empresa não limita ações a respeito de outras irregularidades, como as encontradas na obras. "O superfaturamento não é objeto de acordo nenhum assinado por mim", disse Silvia, que também aderiu ao acordo de leniência.

Segundo o periódico, o MPF pernambucano está aguardando que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) avalie os indícios de irregularidades nas planilhas apresentadas pela Odebrecht na prestação de contas da construção do estádio. O conselheiro Dirceu Rodolfo é relator do processo e, para ele, a empreiteira disponibilizou valores genéricos, motivando a auditoria feita pelo tribunal que concluiu que a obra deveria ter custado R$ 398 milhões e não R$ 479 milhões. 

Para concluir o julgamento deste processo, Dirceu tenta ter acesso às provas apresentadas pela delação da Odebrecht ao Supremo Tribunal Federal, mas caso não tenha, pretende colocar as contas em julgamento ainda este ano.

Em sua defesa, a Odebrecht disse que "no momento oportuno, a Odebrecht Engenharia e Construção apresentará os argumentos relacionados ao processo". Já Paulo Câmara, por meio de nota, reafirmou que não houve superfaturamento. Na época, ele integrava o comitê gestor da parceria público-privada do Estado.

LeiaJá também 

--> PF investiga superfaturamento da Arena Pernambuco

--> Teori era responsável por inquérito contra Paulo e Geraldo

--> Seguimos todas as etapas da lei, diz Câmara sobre Arena PE

Além da relatoria dos inquéritos correspondentes à Operação Lava Jato, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, morto em um acidente aéreo nessa quinta-feira (19), também era responsável pela investigação de uma possível participação do governador de Pernambuco, Paulo Câmara; o prefeito do Recife, Geraldo Julio; o senador Fernando Bezerra Coelho e o deputado federal Tadeu Alencar, todos do PSB, em irregularidades na construção da Arena de Pernambuco

A relatoria da ação, oriunda da Operação Flair Play deflagrada pela Polícia Federal em 2015, foi divulgada por uma reportagem da revista IstoÉ, em novembro. Na época, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou que Zavascki mantivesse um único inquérito para investigar os quatro políticos pernambucanos. 

##RECOMENDA##

Há suspeitas de superfaturamento de ao menos R$ 42 milhões nas obras da Arena. Um documento que a revista teve acesso na ocasião apontava que Janot declarava ter encontrado “indícios de irregularidades na atuação de dois núcleos, um econômico, formado por Andrade Gutierrez e Odebrecht, além de outras empresas; e um político, composto pelos então integrantes do Comitê Gestor de Parcerias Público-Privadas do Estado de Pernambuco”. Todos os políticos citados pela investigação negaram o envolvimento em irregularidades.

Assim como os processos da Lava Jato, tais inquéritos devem ser repassados para o substituto do ministro ou redistribuído por sorteio. A decisão deve ser tomada pela presidente do STF, ministra Cármen Lúcia.  

LeiaJá também

--> Paulo Câmara diz que Zavascki era discreto e íntegro

--> Relembre atuação de Teori Zavascki na Lava Jato

--> Temer define morte de Teori como 'doloroso acontecimento'

--> Filho de Teori já relatou ameaças sofridas pela família

--> Após morte de Teori, Campos aparece nos TTs mundiais

A Arena Pernambuco passará a ser responsabilidade da Empresa de Turismo de Pernambuco Governador Eduardo Campos (Empetur). A decisão, decretada pela Lei 15.836, foi publicada nesta sexta (10) no Diário Oficial do Estado.

A Empetur ficará provisoriamente responsável pela administração, manutenção, conservação, operação e exploração ecônomica da Arena, localizada em São Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife. Para tanto, serão criados 26 cargos comissionados que deverão ser extintos com o término do convênio. Posteriormente, será realizada uma licitação para que haja a transferência da responsabilidade do convênio para a iniciativa privada.

##RECOMENDA##

A Arena Pernambuco, construída para receber os jogos da Copa do Mundo de 2014, foi administrada pela Arena Pernambuco Negócios e Participações, consórcio liderado pela Odebrecht, até março deste ano, quando o Governo de Pernambuco rescindiu o contrato de concessão. A obra, estimada em R$ 796 milhões, está sendo investigada pela Polícia Federal na Operação Fair Play, que apura suspeitas de superfaturamento de R$ 48,7 milhões no empreendimento.

Confira a publicação do Diário Oficial do Estado.

LeiaJá também

--> Moro autoriza provas da Lava Jato sobre Arena Pernambuco

--> Arena: Governo se coloca à disposição da Lava Jato

--> Arena Pernambuco sob gestão do Governo a partir do dia 1º 

O deputado estadual Edilson Silva (PSOL) vai à Polícia Federal no início da tarde desta terça-feira (18) para efetuar uma queixa-crime contra o Governo do Estado. A denúncia gira em torno das possíveis irregularidades nos contratos firmados com a Odebrecht para a construção da Arena Pernambuco. 

Desde que assumiu o único mandato do PSOL no Legislativo estadual, Silva fez três pedidos de informações a gestão sobre a Arena e, segundo ele, o conteúdo das respostas dá embasamento para ampliar as investigações da PF na Operação Fair Play. “O que a Polícia Federal está vendo é o de menos grave”, resumiu o parlamentar. 

##RECOMENDA##

Edilson Silva já ajuizou uma ação no Ministério Público de Pernambuco (MPPE) sugerindo que o contrato de Parceria Público-Privada entre o governo e a construtora fosse cancelado, mas o órgão alegou que esta seria uma instância federal e não poderia intervir. 

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), afirmou ter seguido “todas as etapas da lei” com relação aos contratos assinados pelo Comitê Gestor das Parcerias Público-Privadas (PPPs) para a construção da Arena Pernambuco em São Lourenço da Mata. Os contratos firmados com a Odebrecht estão sendo alvo de investigações da Operação Fair Play da Polícia Federal. Segundo o socialista, que era vice-presidente do Comitê na época, as averiguações da PF têm argumentos que “não são devidamente sustentados”.  

“A Arena é hoje questionada judicialmente porque a construtora solicitou um aditivo de R$ 264 milhões que o Governo do Estado negou. Isso está judicializado. Então, são questões que precisam ser melhor explicadas, ter conhecimento maior de que tipo de denúncia é essa e que se investigue. Estou muito sereno em relação a isso e estou pronto para dar qualquer tipo de resposta a qualquer tipo de indagação que venha a surgir”, disse Câmara, nessa segunda-feira (17), após participar do lançamento do prêmio Ayrton de Almeida Carvalho de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco.

##RECOMENDA##

“Seguimos todas as etapas da lei, fomos muito transparentes e eu tenho uma clareza de que tudo aquilo que está sendo dito aí não tem consistência, porque nós trabalhamos de maneira correta”, acrescentou. O governador defendeu ainda a continuidade das investigações. “Tenho defendido e vou continuar defendendo que qualquer tipo de investigação seja feita. O que claramente eu verifico dessa situação, por tudo que eu tenho conhecimento, que eu aprofundei muito após a divulgação é que ela parte de premissas que, no meu entendimento, não são devidamente sustentadas”, argumentou. 

Na última sexta-feira (14), a PF cumpriu mandados de busca e apreensão da sede da construtora e na Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão (Seplag). Segundo a Fair Play, o valor dos serviços no estádio estaria inflado em R$ 42,8 milhões.

A Polícia Federal faz nesta sexta-feira (14), operação contra um esquema de superfaturamento nas obras da Arena Pernambuco, na Grande Recife, a cargo da Odebrecht, empreiteira que também é alvo da Operação Lava Jato, que investiga cartel e corrupção na Petrobras.

Na ação, batizada de Fair Play, estão sendo cumpridos dez mandados de busca e apreensão em Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e Distrito Federal. A Polícia Federal vasculha endereços da Odebrecht e o escritório de parceria público-privada do Governo de Pernambuco.

##RECOMENDA##

Os agentes também estão em endereços de outras empresas e órgãos, em busca de contratos para compará-los com os da Arena Pernambuco. O nome da operação remete à abertura da Copa das Confederações no Brasil, em 2013. Na ocasião, o presidente da Fila, Joseph Blatter, pediu fair-play (conduta leal, respeito) à torcida que vaiava a presidente Dilma Rousseff no Mané Garrincha, em Brasília.

Maior construtora do País, a Odebrecht foi a responsável por quatro estádios da Copa. A obra da Arena Pernambuco foi pactuada com a empreiteira na gestão do ex-governador Eduardo Campos (PSB), morto num acidente aéreo em agosto do ano passado. Com custo inicial de R$ 530 milhões, saiu, no fim, por cerca de R$ 700 milhões. Segundo os investigadores, o valor dos serviços estaria inflado em R$ 42,8 milhões.

O presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, foi preso em junho, acusado de envolvimento no esquema de cartel e desvio de verbas da Petrobras. No mês seguinte, o juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato no Paraná, aceitou denúncia contra ele e outros executivos por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Marcelo e outros dirigentes da Odebrecht são acusados de crimes nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), da sede da Petrobras em Vitória (ES), nos contratos de compra de nafta pela petroquímica Braskem (controlada pela empreiteira em sociedade com a estatal) e nos contratos de navios-sonda para exploração de petróleo em alto mar com a empresa Sete Brasil (criada pela estatal). Também pesa contra eles o uso de doleiros e offshores em operações de dólar-cabo e movimentações em contas secretas.

Ao aceitar a denúncia, Moro escreveu em despacho que "os recursos obtidos através desses contratos, que têm sua origem em crimes de cartel e ajuste fraudulento de licitação, foram utilizados, após a sua submissão a condutas de ocultação e dissimulação, para pagamento das propinas".

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando