Teori era responsável por inquérito contra Paulo e Geraldo
Assim como os processos da Lava Jato, tais inquéritos relevados pela revista IstoÉ devem ser repassados para o substituto do ministro ou redistribuídos na Corte por sorteio
Além da relatoria dos inquéritos correspondentes à Operação Lava Jato, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, morto em um acidente aéreo nessa quinta-feira (19), também era responsável pela investigação de uma possível participação do governador de Pernambuco, Paulo Câmara; o prefeito do Recife, Geraldo Julio; o senador Fernando Bezerra Coelho e o deputado federal Tadeu Alencar, todos do PSB, em irregularidades na construção da Arena de Pernambuco.
A relatoria da ação, oriunda da Operação Flair Play deflagrada pela Polícia Federal em 2015, foi divulgada por uma reportagem da revista IstoÉ, em novembro. Na época, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou que Zavascki mantivesse um único inquérito para investigar os quatro políticos pernambucanos.
Há suspeitas de superfaturamento de ao menos R$ 42 milhões nas obras da Arena. Um documento que a revista teve acesso na ocasião apontava que Janot declarava ter encontrado “indícios de irregularidades na atuação de dois núcleos, um econômico, formado por Andrade Gutierrez e Odebrecht, além de outras empresas; e um político, composto pelos então integrantes do Comitê Gestor de Parcerias Público-Privadas do Estado de Pernambuco”. Todos os políticos citados pela investigação negaram o envolvimento em irregularidades.
Assim como os processos da Lava Jato, tais inquéritos devem ser repassados para o substituto do ministro ou redistribuído por sorteio. A decisão deve ser tomada pela presidente do STF, ministra Cármen Lúcia.
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