Tópicos | MSF

Nesta semana, comemora-se o Dia Mundial Humanitário. A data foi instituída em dezembro de 2008 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em uma homenagem a todas as pessoas e instituições que se dedicam a ações humanitárias. Dentre as organizações que mais se destacam em território brasileiro, está a MSF-Brasil (Médicos Sem Fronteiras), que tem por objetivo atuar em regiões que se encontram em estado de emergência, com pessoas sem assistência básica.

De acordo com Paulo Braga, coordenador de relacionamento com a imprensa do MSF-Brasil, os profissionais que trabalham na organização compartilham os mesmos objetivos e valores entre si. “Essas pessoas vão a esses locais empenhadas em oferecer atendimento médico de qualidade para quem mais precisa. Sem dúvida é um espírito de compromisso com comunidades inteiras onde podemos fazer a diferença”, admite Braga.

##RECOMENDA##

Diante de experiências voluntárias, existem frutos que um profissional pode colher ao participar, seja na vida profissional, como também no aspecto pessoal. “As experiências nos projetos são únicas e são uma oportunidade de contato com diferentes culturas, realidades e pessoas. Sem dúvida essas vivências acabam sendo muito intensas e ricas”. Braga completa dizendo que vários profissionais relatam que há um grande aprendizado a partir da troca de conhecimento entre os médicos, enfermeiros e outros profissionais locais.

A realidade de um voluntariado

Diego Dalcamini Cabral, 37 anos, médico anestesista, é uma das pessoas que já tiveram experiências em projetos voluntários. Ele conta que participar desta ação lhe trouxe novos ensinamentos. “Eu aprendi a ver pessoas como pessoas. Independente de ser brasileiro ou de outra nacionalidade. Independente de religião ou crença. Foi muito legal mesmo, porque eu realizei um sonho pessoal. Eu pude ser útil a várias pessoas, e vi um mundo diferente do meu”, relembra Cabral.

O especialista na área da saúde admite que a experiência de voluntário o fez crescer pessoalmente, já que aprendeu a valorizar privilégios que ele não sabia ser tão importante. “Ter uma geladeira, tomar banho quente, beber água potável e ter acesso à saúde. Existem bilhões de pessoas que não têm esses recursos em casa, que não têm o básico para viver, e não têm água com sabão para cuidar de uma ferida, por exemplo”, explica o médico.

A escassez dos recursos básicos foi nítida a partir do momento que Cabral viu pessoas perdendo o braço ouo a perna porque não havia água com sabão para lavar a ferida. “São seres humanos, iguais a nós, que têm vontades, sonhos e desejos. Hoje eu sou grato por ter essas pequenas coisas na vida”. Já no aspecto profissional, Cabral explica que pôde adquirir conhecimentos que até então não conhecia. “Eu aprendi a realizar anestesia de uma maneira muito mais simples, mas que também fosse eficiente e segura, com muito menos recursos do que eu estava acostumado”, assegura o profissional da saúde.

A importância de uma data

Para o profissional da MSF-Brasil, o Dia Mundial Humanitário é uma data importante para relembrar a relevância do trabalho de todos aqueles que atuam para ajudar as pessoas que mais precisam e serve como forma de agradecimento pelo engajamento dos profissionais e doadores que ajudam nos projetos ao redor do mundo. Vale lembrar que aqueles que desejam participar da organização, podem conferir mais informações por meio do link: https://www.msf.org.br/trabalhe-conosco-exterior

Já para o médico anestesista, a data é importante porque serve como fonte de inspiração para outras pessoas. “Eu fui inspirado para ir até a África e eu inspirei outras pessoas a irem também”. Braga completa dizendo que é necessário que essas informações cheguem até o grande público, porque faz as pessoas acreditarem que ainda existe esperança no mundo. “Celebrar esse dia é bom porque inspira outras pessoas, que às vezes querem fazer alguma coisa, mas não sabem como trilhar o caminho”, finaliza Cabral.

 

 

A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) lamentou nesta segunda-feira (6) que muitos idosos com COVID-19 morrem sem seus parentes por perto, para evitar possíveis contágios.

Luis Encinas, coordenador médico das operações da MSF na Espanha, considerou que a situação em seu país, onde o coronavírus matou mais de 13.000 pessoas, é particularmente preocupante para os idosos que "morrem sozinhos em hospitais e residências".

"Os procedimentos devem permitir que os doentes sejam confortados no final de suas vidas", acrescentou ele em uma entrevista coletiva virtual.

Encinas pediu aos países que considerem a lição deixada pela epidemia de ebola na África Ocidental, que matou mais de 11.000 pessoas entre 2013 e 2016.

No início da crise no continente africano, as ações de combate à doença encontraram resistência da comunidade, entre outros motivos, devido à chegada de estrangeiros vestidos com roupas de proteção, similares a uniformes espaciais, que visitavam doentes em hospitais ou centros médicos, de onde poucos retornavam.

Isso causou uma forte impressão nos habitantes locais e rapidamente ficou evidente que as comunidades deveriam se envolvidas em decisões sobre cuidados no fim de suas vidas e que os familiares deveriam estar presentes, em segurança, nos funerais com dignidade para o falecido.

Encinas explicou que o mesmo deveria ser feito com a pandemia de coronavírus e insistiu na importância de encontrar um "equilíbrio" entre os dois princípios: segurança e dignidade.

Ele explicou que em Barcelona (nordeste da Espanha), autoridades lançaram um chamado para criar "hotéis de conforto" para pacientes no fim de suas vidas, para que suas famílias possam compartilhar seus últimos momentos, em um ambiente com apoio médico e psicológico para todos.

Também enfatizou que a implantação desse sistema é uma necessidade urgente e destacou que o número de contágios na Espanha - mais de 135.000 - estaria subestimado.

Chiara Lepora, que coordena as operações da MSF na província italiana de Lodi (norte), relatou a mesma situação a jornalistas na Itália, onde a COVID-19 causou mais de 16.000 mortes.

"Nas casas de idosos [na província de Lodi], encontramos uma taxa de mortalidade de 10 a 30% entre os doentes", afirmou ao considerar "trágico" viver esta situação "em isolamento".

Dez anos após o terremoto que devastou o Haiti, o sistema de sapude do país, mergulhado em uma eterna crise econômica e política, está "à beira do abismo", denuncia a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF).

"As estruturas médicas - incluindo aquelas gerenciadas por MSF - mal conseguem fornecer serviços básicos (...), enquanto as necessidades médicas continuam significativas", segundo um comunicado da organização divulgado nesta quinta-feira (9).

Em 12 de janeiro de 2010, um terremoto de magnitude 7 devastou a capital Porto Príncipe e sua região, deixando mais de 200.000 mortos, 300.000 feridos e 1,5 milhão de desabrigados.

"O apoio internacional que o país recebeu ou foi prometido após o terremoto nunca se materializou ou cessou desde então", lamenta Hassan Issa, chefe de missão da MSF.

Segundo Issa, a atenção da mídia se desviou do Haiti, embora o país continue afundado em precariedade e violência. Desde 2018, manifestações violentas exigem a saída do presidente Jovenel Moïse, acusado de corrupção.

Esses protestos paralisaram a atividade do país e sua economia, já muito fraca, entrou em recessão em 2019, com uma redução do PIB nacional de 1,2%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). Essa crise teve um impacto profundo no sistema de saúde haitiano, observa a MSF.

Em Porto Príncipe, o departamento de emergência da ONG recebeu 2.450 pacientes por mês em 2019, 10% dos quais com ferimentos a bala, lacerações e outros ferimentos causados pela violência, segundo a ONG.

O mundo caminha para uma era "pós-antibiótica", em que infecções comuns podem matar. O alerta é do médico britânico Manica Balasegaram, diretor da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), recém-nomeado para coordenar o programa Pesquisa e Desenvolvimento de Antibióticos Globais (Gard, na sigla em inglês), lançado no último dia 27 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi, na sigla em inglês). O objetivo do programa é financiar pesquisas para encontrar novos antibióticos.

O lançamento do Gard coincidiu com o anúncio do primeiro caso nos Estados Unidos de superbactéria resistente à colistina, o mais potente dos antibióticos, último recurso de infecções difíceis. A paciente é uma mulher de 49 anos, da Pensilvânia, internada em abril com infecção urinária pela bactéria E. coli. Ela não havia saído do país nos cinco meses anteriores ao surgimento da doença. A vítima não reagiu ao tratamento com colistina, considerado o último recurso em infecções difíceis de combater. Ela foi tratada com antibiótico menos potente e se recuperou.

##RECOMENDA##

Em novembro de 2015, uma cepa da superbactéria já havia sido identificada na China. Desde então, foi localizada em mais de 20 países. O temor dos pesquisadores é que o gene que confere resistência à cepa se espalhe por outros agentes infecciosos.

O Gard já recebeu 2 milhões de euros doados por Alemanha, Reino Unido, Países Baixos, Conselho Sul-Africano de Pesquisa Médica e MSF para financiar três linhas simultâneas de pesquisa.

Balasegaram, que trabalhou como médico de campo do MSF na África Subsaariana e no sul da Ásia, estará no Rio nesta semana para participar da Reunião de Parceiros do DNDi, que discutirá o desenvolvimento de novos antibióticos para as doenças negligenciadas - aquelas pelas quais a indústria farmacêutica não se interessa e não investe, como tuberculose e malária.

Recentemente foi anunciada a descoberta de um paciente nas Américas com resistência bacteriana a todos os tipos de antibióticos. Que risco essa descoberta representa?

As bactérias resistentes aos medicamentos não só viajam geograficamente, mas também os genes resistentes podem viajar entre patógenos. Este é um grande problema. Bactérias resistentes aos medicamentos não estão presentes apenas em ambientes hospitalares, mas também na comunidade. Em outras palavras, ao nosso redor, incluindo na nossa alimentação. Portanto, a recente descoberta nos Estados Unidos é uma confirmação de que temos que agir imediatamente, antes de nos vermos diante de um colapso completo da medicina moderna como a conhecemos.

As bactérias multirresistentes emergiram a partir da automedicação, mas existem evidências de que o uso de antibióticos em animais, para aumentar a produção, está relacionado à resistência em humanos. Estas práticas precisam ser revistas?

A multirresistência a medicamentos resulta de vários fatores que vão muito além da automedicação. Faltam diagnósticos adequados, rápidos e de baixo custo para determinar a questão mais fundamental: se a infecção é decorrente de vírus ou bactéria. Até hoje, muitas vezes, isso leva à prescrição excessiva de antibióticos. Acontece em países ricos e pobres. O uso exagerado de antibióticos na agricultura e criação de animais é uma das principais causas da resistência, o que levou à necessidade urgente de diminuir ao mínimo essa aplicação. Desenvolver resistência aos antibióticos é basicamente o que as bactérias fazem, é sua natureza. Ainda assim, temos que tentar retardar ou combater a resistência com todas as armas de que dispomos, garantir acesso a antibióticos para quem precisa, assegurar os antibióticos certos nas doses certas, administrar formulações e combinações para as infecções. Também controlar o excesso de comercialização de remédios, implementando diretrizes a níveis local, nacional e global. Os setores da saúde humana e animal têm de trabalhar lado a lado. Simplesmente não temos novos tratamentos com antibióticos, com medicamentos novos ou existentes, e é isso que o Gard pretende resolver.

Mas em poucos anos haverá bactérias resistentes a estas novas drogas também.

É absolutamente necessário desenvolver novos antibióticos, mas, se não fizermos nada sobre como os antibióticos, já existentes e novos, são usados, controlados e acessíveis para as pessoas que necessitam, qualquer antibiótico novo vai encontrar resistência rapidamente. A luta contra a resistência antimicrobiana tem que ser um esforço imediato e global. As economias emergentes, como o Brasil, terão papel crucial a desempenhar, possuindo sistemas de saúde cada vez mais robustos, capacidade para desenvolver antibióticos e também muitos dos problemas globais que são causas da resistência.

Como os países devem agir para evitar a proliferação de bactérias multirresistentes? A adoção de regras restritivas para o uso dos antibióticos é suficiente?

Devemos ser claros sobre como restringir o uso. Isso só é apropriado onde há excesso de uso. Mais pessoas estão morrendo por falta de antibióticos do que pela resistência. Mesmo que possamos ver essa tendência se inverter, temos que nos preocupar tanto em garantir o acesso aos pacientes que necessitam de antibióticos quanto sobre como proteger a "vida" dos antibióticos pelo maior tempo possível.

O restaurante Outback Steakhouse realiza, nesta quarta (7), mais uma edição do Bloomin' Day. A ação, que completa 10 anos em 2015, reserva toda a renda da tradicional cebola da casa, Bloomin' Onion, para causas relevantes para a comunidade. Este ano, pela terceira vez consecutiva, será beneficiada a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF), que leva cuidados de saúde a pessoas afetadas por conflitos armados, desastres naturais, epidemias, desnutrição ou sem nenhum acesso à assistência médica.

Em 2014, foram arrecadados R$ 148.645,25 com 61 restaurantes participantes. Este valor correspondia, na época, a 194.449 sachês de alimento terapêutico para tratar desnutrição severa ou 75.251 testes rápidos para dagnosticar pessoas infectadas pelo vírus HIV ou ainda 196.143 vacinas para proteger contra o sarampo. 

##RECOMENDA##

A MSF foi criada em 1971 por médicos e jornalistas. A organização oferece ajuda exclusivamente com base nas necessidades das populações atendidas, sem discriminação de raça, religião ou convicção política e de forma independente de poderes políticos e econômicos. Em 1999, a MSF recebeu o prêmio Nobel da Paz.

Um total de 373 migrantes foram auxiliados nesta segunda-feira (28) frente à costa líbia por uma embarcação da da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), informou à AFP um porta-voz desta organização humanitária.

"O barco 'Dignity One' realizou várias operações de salvamento" em águas internacionais em frente à costa da Líbia, declarou o porta-voz que não quis revelar seu nome. Os sobreviventes, entre eles inúmeras mulheres e crianças, são levado até a Itália a bordo do navio, anunciou a MSF.

A costa líbia fica a cerca de 3.000 km da ilha italiana de Lampedusa, onde tentam chegar continuamente refugiados de África, Síria e outras zonas de conflito. Minada pela violência, a Líbia tem dois governos opostos, uma situação que facilita a tarefa dos traficantes de seres humanos.

A primeira vacina contra o Ebola, a VSV-EBOV, em fase de testes na Guiné, foi administrada a cerca de 50 pessoas - informaram nesta terça-feira (10) fontes oficiais e a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Cerca de 20 voluntários foram vacinados nesta terça durante uma apresentação dos testes num centro médico na periferia de Conacri, segundo constatou a reportagem da AFP.

Ao todo, desde o início dos testes em 7 de março, cerca de 50 pessoas foram vacinadas na Guiné, entre elas o ministro da Saúde, Rémy Lamah, e o coordenador nacional de combate ao Ebola, Sakoba Keita, informou a Organização Mundial de Saúde (OMS).

"Os testes têm por objetivo verificar a eficácia e a inocuidade da vacina contra o Ebola", no grupo de voluntários, declarou à AFP o médico Aboubacar Soumah, da MSF. "Qualquer pessoa vacinada é submetida a uma observação de 30 minutos para ver se não há reações", acompanhada em intervalos predeterminados, informou.

Sakoba Keita, vacinado no último dia 7, relatou se "sentir bem" e não ter verificado efeitos colaterais, comemorando o fato de que os primeiros voluntários foram dar seus depoimentos.

A VSV-EBOV, uma das duas vacinas mais avançadas contra o vírus, foi disponibilizada pela Agência de Saúde Pública do Canadá.

A outra vacina, desenvolvida pela farmacêutica britânica GSK (GlaxoSmithKline) com o Instituto Americano de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID) está sendo testada desde fevereiro na Libéria.

A epidemia de Ebola na África Ocidental, a mais grave desde a identificação do vírus na áfrica Central, em 1976, começou em dezembro de 2013 no sul da Guiné antes de se propagar para a Libéria e Serra Leoa.

A onda de Ebola matou cerca de 10.000 pessoas, um número subestimado - segundo a própria OMS. Na Guiné, foram mais de 2.100 vítimas fatais do vírus para quase 24.000 casos registrados.

Um homem infectado pelo ebola viajou para o Senegal, tornando-se o primeiro caso registrado da doença no país. O atual surto da doença já matou mais de 1.500 pessoas.

A pessoa infectada é um estudante universitário da Guiné que procurou tratamento nesta semana num hospital da capital senegalesa, Dacar, informou aos jornalistas a ministra da Saúde do Senegal, Awa Marie Coll Seck. O jovem disse ter tido contado com pacientes infectados pelo ebola na Guiné e foi imediatamente colocado em quarentena, afirmou ela.

##RECOMENDA##

Exames realizados pelo Instituto Pasteur confirmaram que o paciente realmente tem ebola e as autoridades notificaram a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A chegada da doença no Senegal, que é um destino turístico e cuja capital é um importante centro de operação de voos comerciais na região, mostra que o surto não está sob controle, apesar dos esforços da OMS, do Médicos Sem Fronteiras (MSF) e de outras organizações.

Nesta sexta-feira, a OMS disse que a última semana foi o período em que foi registrado o maior número de casos - mais de 500 - desde o início do surto. Há sérios problemas com a gestão de casos e prevenção e controle de infecção", diz relatório da organizçaão. "A situação está piorando na Libéria e em Serra Leoa", países que não tem espaço suficiente nos centros de tratamento para acolher o enorme número de casos da doença, afirma o relatório.

Não estava claro como o jovem chegou ao Senegal, que fechou sua fronteira com a Guiné. Mas Sek disse que nesta semana uma equipe de vigilância epidemiológica da Guiné alertou as autoridades senegalesas de que haviam perdido a localização de uma pessoa que tivera contato com pessoas doentes. O grupo disse que esta pessoa poderia ter ido para o Senegal.

O presidente MFS na França, Mego Terzian, disse que a OMS não está fazendo o suficiente para conter o surto. O MSF dirige muitos dos centros de tratamento de ebola nos países africanos. "A OMS não tem como lidar" com o surto, declarou Terzian à rádio France Inter. "Não vejo como, com as medidas tomadas atualmente, podemos controlar e interromper o surto."

Ele pediu uma reação mais forte da comunidade internacional, dizendo que o Conselho de Segurança deveria tratar da questão. Ele também lembrou que há países com unidades médicas militares que poderiam ser muito úteis. Fonte: Associated Press.

O surto de ebola que já matou mais de 1.000 pessoas transformou partes da África ocidental numa zona de batalha, situação que pode durar até mais seis meses, advertiu o Médicos Sem Fronteiras (MSF) nesta sexta-feira (15), mesmo dia em que um outro trabalhador humanitário, que está na Libéria, reconheceu que o número exato de mortos pela doença é desconhecido.

Tarnue Karbbar, que trabalha para o grupo Plan International no norte da Libéria, disse que as equipes de emergência simplesmente não são capazes de documentar todos os casos que surgem. Muitos dos doentes ainda são escondidos dentro de casa por parentes por terem muito medo de ir até os centros de tratamento da doença. Outros são enterrados antes que as equipes possam chegar para identificar a doença, disse ele. No últimos dias, cerca de 75 casos surgiram em apenas um distrito.

##RECOMENDA##

"Nosso desafio agora é colocar em quarentena a região para interromper a transmissão com sucesso", afirmou ele, referindo-se à área de Voinjama. Os centros de tratamento para o ebola estão sendo totalmente ocupados numa velocidade maior do que são montados, prova de que o surto no oeste africano é mais grave do que mostram os números, afirmou um funcionário da Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta sexta-feira.

Nesta sexta-feira, o Médicos Sem Fronteiras comparou a situação a um estado de guerra e disse que o surto pode durar mais seis meses. "Estamos correndo atrás de um trem que segue adiante", disse Joanne Liu, presidente internacional do MSF, em Genebra na sexta-feira. "E é literalmente mais rápido do que estamos fazendo em termos de resposta."

Na quinta-feira, a OMS advertiu que a contagem oficial de 1.069 mortos e 1.975 infectados pode "estar enormemente subestimando a magnitude do surto". A agência da ONU diz que medidas extraordinárias são necessárias "numa escala enorme para conter o surto em ambientes caracterizados pela extrema pobreza, sistemas de saúde disfuncionais, uma grave escassez de médicos e medo desenfreado".

O fluxo de pacientes para cada centro de tratamento recém-aberto é a prova de que as ferramentas oficiais não estão se sustentando, disse Gregory Hartl, porta-voz da OMS, em Genebra. Hartl disse que um centro de tratamento com 80 leitos aberto na capital da Libéria nos últimos dias ficou sem vagas assim que começou a funcionar. No dia seguinte, dezenas de pessoas foram até o local em busca de tratamento.

O ebola causa febre alta, hemorragia e vômito. A doença não tem cura nem um tratamento comprovado e é fatal em pelo menos 50% dos casos, dizem especialistas em saúde. A doença costuma surgir nas regiões leste e central da África, geralmente em comunidades isoladas, onde surtos tendem a ser "autolimitantes", disse Hartl.

Mas o atual surto se espalhou rapidamente para cidades e capitais da Guiné, Libéria e Serra Leoa, o que o torna mais difícil de ser controlado. Fonte: Associated Press.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando