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A síndrome do impostor é quando alguém tem a sensação de não pertencimento a algum lugar, muito comum que seja na esfera profissional. Cerca de 70% dos brasileiros apresentam insegurança e sensação de insuficiência no trabalho, segundo levantamento da Febracis Escola de Negócios, de agosto de 2023. Desse percentual, a maioria é de mulheres. 

Pessoas que sofrem desse problema apresentam sentimentos de não merecimento, como acreditar que são uma farsa e podem ser descobertos a qualquer momento, ou que não têm habilidades para estarem naquela posição no trabalho. 

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O levantamento indica que do percentual de 70% pessoas com síndrome do impostor, 67,1% das pessoas acreditam ter o problema. Já 33,6% entendem ter indícios, por se sentirem inseguros e insuficientes no trabalho. 

O estudo ainda indicou que 19% dos entrevistados acham que a carreira não está alinhada com suas competências e 17,7% têm medo do julgamento dos outros em relação ao seu trabalho. Sobre liderança, 23% tendem a achar que não são bons gestores, pois não estariam qualificados para a tarefa. 

Comandar outras pessoas também é um problema para estas pessoas, de acordo com essa pesquisa. Dos entrevistados 13% não estão preparados para gerir as emoções de terceiros e 10% não sabem lidar com pessoas. Além disso,15,5% afirmam que as equipes que administram têm desempenho insatisfatório. 

Os dados foram coletados por uma enquete online feita na base nacional de alunos e ex-alunos da Febracis, com 519 respostas ao longo do mês de julho de 203.

Controvérsias 

O termo Síndrome do Impostor não é uma unanimidade dentro da psicologia, sendo denominado por vários psicólogos como o problema não sendo uma síndrome ou qualquer diagnóstico clínico, sendo assim, um estado. Segundo a psicóloga Anny Souza, "esse é não um fenômeno novo, mas que recebeu uma nova roupagem no atual contexto sociopolítico e que é caracterizado por sentimentos de incompetência, principalmente intelectual". 

"Ainda existe a dificuldade de internalizar e desfrutar dos próprios sucessos alcançados, enfatizando as próprias faltas e supervalorizando as habilidades dos demais em um permanente cenário de comparação com esses outros. Então, é marcado por uma forte sensação de não merecimento, de insuficiência, medo de ser avaliado, de falhar e isso traz fortes desdobramentos para a autoestima", complementa a psicóloga. 

Esse estado pode ser melhor observado em minorias sociais como mulheres, pessoas negras e LGBTQIAP+. Principalmente quando essas pessoas alcançam lugares de poder e sucesso, é algo que é tradicionalmente negado a esses grupos, sendo muito mais a exceção do que a regra. 

“A insegurança e o constante questionamento sobre o merecimento acaba produzindo uma internalização do lugar de inferioridade que lhes é historicamente atribuído e reforçado pelo sistema político econômico vigente, que é o capitalismo, fundamentado na máxima produtividade, na lógica do esforço, da competição e individualização do sofrimento”, analisa Anny Souza. 

Inseguranças, medos e desejos acabam sendo capturados e produzidos por essa lógica. Não é por acaso que boa parte das discussões sobre síndrome do impostor dizem respeito ao mundo do trabalho, corporativo e acadêmico.

"Os sentimentos que estão sendo recentemente nomeados e entendidos no conjunto do termo fenômeno do impostor, eles precisam ser entendidos dentro desse cenário mais amplo de uma sociedade desigual, evitando uma responsabilização direta dos sujeitos sobre seus próprios sofrimentos e dificuldades e implicando o nosso modelo de sociedade e as políticas públicas na promoção de equidade, de melhores condições de trabalho e de vida", reforça a psicóloga Anny Souza. 

 

Em busca de espaços de trabalho mais plurais, a Plataforma de Educação SOMA +, criada para ser uma área de impacto da AKQA, está com a oferta de mil vagas para cursos gratuitos direcionados para pessoas negras, indígenas e moradores de periferias que tenham interesse em trabalhar no mercado publicitário.

As capacitações são nas áreas de atendimento, estratégia, produção e criação, com aulas quinzenais oferecidas a distância. Durante a formação, que terá duração de três meses, os participantes serão preparados e mentorados por profissionais experientes da AKQA e também por convidados do mercado publicitário que compartilharão ferramentas, experiências e metodologias, em um ambiente aberto à troca de conhecimento.

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O processo de inscrições pode ser feito pelo site do SOMA + até o dia 28 de fevereiro e o início das aulas está previsto para o dia 16 de março.

A empresa 'Loja Integrada' oferta 40 vagas de emprego em estilo home office para interessados de todo o Brasil, com vagas exclusivas para mulheres, negros e grupos de minorias. A empresa atua na área de tecnologia auxiliando na criação de lojas virtuais no país, as chamadas e-commerce.

A seleção para contratação é realizada de forma virtual, garantindo a segurança de todos os envolvidos no processo. Neste primeiro momento as vagas são para estilo home office, mas com possibilidade de mudança para o estilo hibrido distribuídos nos escritórios da empresa espalhados pelo Brasil.

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As oportunidades são nas áreas de Engenheira, experiência do cliente e outros profissionais de tecnologia, como Designers de Produto e Cientistas de Dados, com início imediato.

Vantagens

Além dos benefícios tradicionais, a empresa também oferece participações nos lucros, para todos os cargos e subsídio em cursos de idiomas.

Os interessados devem acessar o site da empresa e se candidatar as vagas disponíveis. Não há um prazo final de inscrições. As oportunidades seguem até o quadro ser preenchido.

Nas cidades australianas afetadas pela covid, representantes das minorias do país lutam, em várias línguas, contra a desinformação e o isolamento de algumas comunidades e preenchem o vácuo deixado por um governo central que se dirige aos seus cidadãos essencialmente em inglês.

Sob os minaretes de uma mesquita no oeste de Sydney, 500 pessoas foram vacinadas em uma clínica temporária. Muitos não saíam de casa há muito tempo.

"Só quero voltar a trabalhar, voltar à vida", diz Omar Mussawel, vacinado na esperança de que o confinamento em Sydney, que já dura quase três meses, acabe em breve.

Quando a epidemia se espalhou nesta cidade no final de junho, a falta de doses tornou os esforços nacionais de imunização extremamente lentos.

Medos e desinformação, especialmente sobre a vacina AstraZeneca, se espalharam facilmente.

Khaled Kamalmaz, coordenador de saúde da associação muçulmana libanesa, lembra que os rumores rapidamente ganharam espaço em todas as línguas. O grupo recorreu a xeques e líderes religiosos, que foram vacinados para dar o exemplo e combater a desinformação.

As comunidades também se juntaram às autoridades locais, que estão cada vez mais conscientes do problema. "O boca a boca é muito poderoso aqui", diz Quinn On, farmacêutico que abastece as grandes comunidades chinesas e vietnamitas de Sydney.

"Temos uma população idosa, muito relutante em se vacinar, principalmente com AstraZeneca", afirma.

Andre Renzaho, pesquisador da Western University em Sydney, acredita que "o governo ainda não desempenhou um papel suficiente para dissipar esses mitos".

"Posso garantir que o impacto do WhatsApp, Messenger, TikTok nas comunidades (minoritárias) é muito mais importante do que o que o governo pode imaginar", afirma.

A pandemia continua a afetar os ricos e os pobres de maneira diferente, expondo lacunas étnicas e culturais que podem levar tempo para serem preenchidas.

Em Melbourne, cinco milhões de pessoas vivem atualmente seu sexto confinamento desde o início da epidemia. Nas áreas mais afetadas, muitos não conseguem trabalhar de casa. Grupos familiares muito unidos dependem uns dos outros para suas necessidades mais básicas.

Em julho de 2020, no auge dos contágios nesta cidade do sudeste, Mohamud Omar, de 31 anos, estava entre centenas de moradores dos prédios de moradia popular em "confinamento estrito".

Ele passou cinco dias em seu apartamento com sua esposa e filho de um ano, sem poder sair de casa por qualquer motivo. Incapaz de obter comida para sua família, procurou organizações comunitárias locais.

"Eles nos trataram de forma diferente. O governo deve assumir suas responsabilidades e pedir desculpas", reclama.

A epidemia em Sydney piorou, atingindo mais de mil casos por dia, mas os esforços da comunidade estão valendo a pena e a hesitação está sendo deixada para trás.

As regiões com grandes populações minoritárias estão entre as que suportam o fardo da vacinação. On e sua equipe realizaram mais de 3.000 injeções em menos de um mês.

Nova Gales do Sul é agora o estado do país com a maior taxa de vacinação e em poucas semanas 70% dos adultos estarão totalmente vacinados, encerrando o confinamento.

A pandemia de Covid-19 teve um efeito "sem precedentes e profundo" nos direitos, o que alimentou o racismo e provocou o "sofrimento de muitas crianças", afirma um relatório publicado nesta quinta-feira (10) pela Agência dos Direitos Fundamentais (FRA) da União Europeia (UE).

A situação "exacerbou os desafios e desigualdades existentes em todos os âmbitos, afetando em particular os grupos vulneráveis", afirma o capítulo que aborda a covid no relatório 2021 sobre os direitos fundamentais.

Muitos dos 27 Estados membros da UE decretaram estados de emergência e "concederam aos governos poderes extraordinários de tomada de decisões que limitaram os direitos humanos em seu conjunto", afirma o documento da FRA, que tem sede em Viena.

Entre as categorias da linha de frente estão idosos, crianças, ciganos, refugiados, migrantes e pessoas com deficiência.

As mulheres também foram "afetadas de forma desproporcional", seja no emprego, conciliação da vida profissional e familiar ou na saúde, devido a sua elevada representatividade nos setores considerados "essenciais".

"A pandemia aumentou a discriminação, os crimes de ódio e a incitação ao ódio contra as minorias, especialmente contra as pessoas de origem imigrante e a população cigana", destaca o relatório.

As crianças "sofreram durante a pandemia, especialmente as que vivem em ambientes social ou economicamente desfavoráveis. A educação à distância foi complicada sem acesso à internet ou computadores".

Na Romênia, por exemplo, onde as escolas permaneceram fechadas por grande parte do ano, 25% das crianças não tiveram acesso a aulas virtuais, segundo a ONG 'Save the Children', citada no relatório.

"O abuso infantil também aumentou durante o confinamento e a quarentena, assim como o número de casos de abuso sexual on-line", completa o documento, com base em dados da agência policial Europol.

Em termos gerais, a violência doméstica também aumentou no período.

Na República Tcheca e Alemanha, por exemplo, o número de ligações para os serviços de assistência aumentou 50% e 20%, respectivamente, entre março e junho de 2020.

"A covid-19 testou a força dos sistemas de proteção dos direitos fundamentais em toda a UE", destacou Michael O'Flaherty, diretor da FRA, em um comunicado.

"Os governos devem estabelecer estruturas sustentáveis para lutar contra as desigualdades, o racismo e a exclusão", completou.

A empresa de telefonia Tim abriu um processo seletivo para novo programa de estágio da companhia, que tem o objetivo de preencher 50% das vagas com pessoas negras. São 300 vagas distribuídas entre Pernambuco e demais estados brasileiros. Os interessados devem realizar as inscrições até 30 de novembro, por meio do site Estágio Tim.

“O novo programa de estágio está alinhado ao atual propósito da marca, pautado nos valores de liberdade, respeito e coragem. As mudanças que fizemos buscam refletir a realidade do Brasil”, enfatiza Maria Antonietta Russo, VP de Recursos Humanos da TIM Brasil, segundo informações da assessoria de imprensa.

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Segundo a Tim, além de pessoas negras, a empresa pretende selecionar estudantes com deficiência e pessoas do grupo LGBTQIA+. As vagas disponíveis são para a sede e escritório, localizados na cidade do Rio de Janeiro. Também há vavagas para os escritórios regionais em Recife, Belém, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Curitiba.

Em nota, a operadora afirma que houve mudanças nos pré-requisitos. Para se candidatar, é necessário que o estudante tenha matrícula regular na unidade de ensino superior, em qualquer curso, e com previsão de formatura a partir de junho de 2022. Também é preciso possuir conhecimento em língua estrangeira, exigência voltada para algumas vagas específicas. Nesse sentido, serão aceitos cursos básicos on-line de inglês.

Os contratados terão remuneração entre R$ 1.350 e R$ 1.500, além de benefícios como vale transporte, vale alimentação, seguro de vida, assistência médica e odontológica, smartphone com pacote de voz e dados, dentre outros. Conforme cronograma, o primeiro grupo começa a trabalhar em janeiro de 2021 e os demais chamamentos serão feitos ao longo do ano.

Por fim, além dos requisitos, a empresa Tim acrescenta que houve mudanças nas premissas de efetivação. Agora, é possível a contratação efetiva a partir de um ano de estágio. Já para aqueles que estão últimos seis meses do período de estágio, que dura no máximo dois anos, “serão mapeados prioritariamente para ocupar possíveis vagas de analista, assistente ou assistente sênior”, conforme explica nota enviado ao LeiaJá.

Durante o evento on-line Movimento Afro Presença, que inicia nesta quarta-feira (30), a empresa de telefonia brasileira Tim irá convidar  estudantes a participarem de um programa de estágio totalmente inclusivo, que será anunciado ainda este ano, com foco e metas de contratação de estudantes negros e negras, pessoas LGBTI+ e pessoas acima de 45 anos, usualmente preteridos em programas de seleção. Os interessados em participar da transmissão devem realizar as inscrições gratuitamente pela internet. O momento será realizado entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro. 

As ações da operadora para ampliar a participação de pessoas negras no mercado de trabalho e contribuir com indicadores sociais mais igualitários no país serão apresentadas também pela VP de Recursos Humanos da TIM, Maria Antonietta Russo, em um debate no dia 2 de outubro, às 16h. A apresentação será dentro do painel “Racismo Estrutural Empresarial”, no eixo intitulado “Sociedade em Debate” na programação da conferência.

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O encontro está sendo idealizado e coordenado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e realizado pelo Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU). Durante a transmissão também serão apresentadas as políticas inclusivas já em curso na companhia, onde pessoas negras representam 34% dos funcionários.

Durante os três dias, executivos da Tim estarão presentes em um stand virtual, onde apresentarão a operadora aos participantes, diariamente, das 10h às 20h, com conteúdos sobre negócio, tecnologia, evolução dos serviços e ofertas, ações de clima, engajamento, diversidade e inclusão, ações de responsabilidade social e seus principais programas de treinamento e desenvolvimento de carreira. Também promoverão uma roda de conversa sobre carreira e representatividade negra com profissionais da companhia. Os líderes ainda irão discutir com os participantes sobre os desafios do mercado de trabalho e apresentarão oportunidades de ingresso em diferentes áreas de atuação na empresa. 

De acordo com a VP de Recursos Humanos da TIM, Maria Antonietta Russo, “a força e as peculiaridades de cada país se refletem nas características do seu povo e na sua cultura. O Brasil é composto por várias etnias, histórias e uma imensa diversidade cultural. Não somente devemos valorizar essa riqueza, mas sobretudo buscarmos o equilíbrio social, que é a base da evolução de uma sociedade. Neste sentido, o mundo empresarial pode contribuir muito, não somente com políticas internas, mas também estimulando novas iniciativas e a reflexão na sociedade. Por isso, estamos muito orgulhosos de participar deste evento e gerar network, trocar experiências, estimular conhecimento e, sobretudo, dar a oportunidade a jovens estudantes negros e negras de expressar o próprio talento” comenta, de acordo com informações da assessoria.

Um médico que supervisiona os ensaios clínicos em Washington da vacina contra o coronavírus do laboratório Moderna alertou que será impossível provar sua eficácia se não for testada em um número suficiente de voluntários idosos e de minorias étnicas.

É fundamental incluir esses grupos no processo de teste - que pode durar dois anos - já que a Covid-19 tem o dobro de letalidade entre negros e latinos em relação aos brancos, segundo dados oficiais dos Estados Unidos. E oito em cada dez mortos tinham mais de 65 anos.

David Diemert, médico infectologista e professor de medicina na George Washington University, deve recrutar 500 pessoas em dois meses.

Washington é um dos 90 locais no país onde a vacina RNAm, desenvolvida pelo National Institutes of Health e pela empresa de biotecnologia Moderna, será testada.

Os testes envolverão 30.000 pessoas e levarão pelo menos dois anos para serem concluídos, embora seus desenvolvedores tenham dito que esperam obter resultados preliminares com os quais poderiam obter autorização para uso de emergência em alguns meses.

"Eu diria que nosso principal desafio será inscrever (para o teste) tantas pessoas em um período muito curto de tempo, muito mais rápido do que estamos acostumados", disse Diemert, que supervisionou ensaios de vacinas anti-HIV, entre outras doenças.

"Nosso alvo é indivíduos que correm maior risco de desenvolver uma infecção sintomática da COVID", isto é, idosos e minorias étnicas, observou Diemert.

No passado, a pesquisa médica nos Estados Unidos foi tendenciosa, concentrando-se em populações homogêneas, apesar das diretrizes federais de incluir diversos grupos, disse ele.

Um estudo constatou que entre 167 novos medicamentos aprovados pelos Estados Unidos entre 2008 e 2013, um quinto apresentou diferentes níveis de resposta em diferentes grupos étnicos.

Outro exemplo: por muitos anos, os médicos implementaram diagnósticos com base em uma ferramenta de avaliação de risco de câncer de mama que só foi validada entre mulheres brancas e subestimou drasticamente o risco para mulheres negras, que são mais suscetíveis em idades mais jovens.

Contra a desconfiança

Diemert lembrou que a cidade de Washington, que tem 45% da população negra, é um importante local para pesquisas.

Lá, as equipes da George Washington University estão conduzindo campanhas de recrutamento em centros de testes, igrejas e mercados.

Parte desse trabalho consiste em ganhar a confiança de uma comunidade que ainda desconfia da pesquisa de medicamentos após os experimentos de Tuskegee, em que os médicos evitaram intencionalmente tratar homens negros com sífilis para que pudessem estudar a evolução da doença num programa de 1932 a 1972.

Diemert explicou que, dependendo das etapas anteriores ao ensaio, a vacina causa efeitos colaterais menos graves em idosos do que em jovens, possivelmente como resultado de um sistema imunológico menos robusto entre os primeiros.

A vacina consiste em duas injeções no ombro "exatamente como você receberia sua vacina contra a gripe normal", com um mês entre cada dose.

Liderar o teste na capital dos EUA é "tão emocionante quanto desanimador", dada a expectativa no mundo de um rápido retorno à normalidade, disse ele.

"Esta é uma boa oportunidade para as pessoas contribuírem com a sua comunidade para tentar acabar com esta doença e participar de forma altruísta", disse o especialista.

A Escola de Escrita oferece bolsas de estudos para cursos de qualificação na forma on-line, devido a pandemia do coronavírus, destinado a pessoas negras, indígenas e LGBTQI+. O objetivo é tornar a parcela de autores mais diversa. É necessário realizar a inscrição através de formulário on-line.

Há vagas para pessoas dos níveis fundamental ao superior, além de pós-graduação, que sejam de baixa renda. Dentre as informações fornecidas, os candidatos deverão informar o e-mail e número para contato, por meio deles receberão mais informações sobre o curso que desejam participar. As inscrições são até quando houver vagas.

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São 15 cursos sobre literatura, escrita, narrativas, dentre outras abordagens, realizados entre os meses de julho e setembro. Devido a pandemia da Covid-19, todos os cursos serão ministrados pela internet. Com isso, serão disponibilizados cerca de três vagas por turma on-line.

A mítica série animada "Os Simpsons" anunciou nessa sexta-feira (26) que não usará mais atores brancos para interpretar personagens de minorias étnicas.

"A partir de agora 'Os Simpsons' não terão mais atores brancos representando personagens que não são brancos", informou uma nota da FOX enviada à AFP.

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O anúncio provavelmente não afetará as vozes dos personagens da família Simpson, embora sejam amarelas.

Mas sim a um personagem recorrente na série lançada em 1989 como Apu Nahasapeemapetilon, um comerciante indiano que devia sua voz em inglês ao ator Hank Azaria.

Em janeiro, o ator branco anunciou que, em acordo com a produção, deixaria o personagem, acusado por um longo tempo de transmitir estereótipos racistas.

A mudança também deve afetar o personagem do Dr. Hibbert, um negro interpretado pelo ator branco Harry Shearer que empresta sua voz a muitos outros personagens da série, como o Sr. Burns, o chefe de Homer Simpson, seu vizinho Ned Flanders e o diretor Skinner.

Antes disso, o ator Mike Henry, também branco, anunciou que deixaria de dar voz ao personagem negro Cleveland Brown de outra popular série animada, "Family Guy".

"Foi uma honra interpretar Cleveland para Family Guy por 20 anos. Eu amo esse personagem, mas pessoas de cor (não brancas) devem interpretar os personagens de cor. É por isso que estou deixando o papel", escreveu ele no Twitter.

Esses anúncios seguem decisões semelhantes da Netflix ("Big Mouth") e da Apple TV + ("Central Park") em meio a um exame de consciência da sociedade americana sobre seu passado racista e discriminação, motivada pela morte de George Floyd, um homem negro que foi sufocado por um policial branco.

Nenhuma cineasta, nenhum ator negro. O diretor de cinema inglês Steve McQueen criticou os principais prêmios britânicos de cinema, após a controvérsia sobre a falta de diversidade nas indicações deste ano.

McQueen, o primeiro cineasta negro a ganhar um Oscar de Hollywood, por "Doze anos de escravidão" em 2014, disse que o Bafta corre o risco de não "interessar a ninguém", se não se tornar mais inclusivo.

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Seu comentário vem depois que a lista de indicados nas principais categorias do Oscar da Academia Britânica de Cinema e Televisão não incluiu mulheres, ou membros de minorias.

Todos os atores nas quatro principais categorias de atuação são brancos, e não há cineastas como candidatas à melhor direção.

A polêmica sobre a lista de indicados levou a academia a anunciar que conduzirá uma "revisão cuidadosa e detalhada" de seu sistema de votação, insistindo em que o equilíbrio é um "problema de toda indústria".

McQueen, que já viu dois de seus filmes premiados anteriormente pelo BAFTA, chamou essa afirmação de "absurda" e apontou vários atores e atrizes negros que poderiam ter sido indicados este ano.

O diretor, que recebeu o título de cavaleiro na lista anual de homenagens do Ano Novo da rainha Elizabeth II, disse que, sem uma reforma, o BAFTA acabará por "não ter credibilidade".

Um relatório de 2018 da empresa de psicologia de negócios Pearn Kandola apontou que 94% de todos os indicados ao BAFTA eram brancos.

O Oscar enfrentou críticas semelhantes nos últimos anos, com listas de indicados para os melhores atores e atrizes exclusivamente brancos em 2015 e 2016.

Escolhido pela maioria dos brasileiros, em outubro de 2018, em uma das eleições que mais mexeu com o emocional do país, Jair Bolsonaro (PSL) tomou posse como presidente do Brasil no dia 1º de janeiro de 2019. Derrotando o seu arquirrival Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores - partido que governou durante 14 anos consecutivos, com os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff -, Bolsonaro parecia nadar em bons mares.

Durante uma campanha de grandes acontecimentos como, por exemplo, um atentado à faca sofrido por ele em Minas Gerais, Bolsonaro foi responsável por muitas frases e atitudes polêmicas.

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Conservador assumido, defensor da família e dos bons costumes, o presidente pautou seu discurso de campanha com ideias que, em tese, comprometiam diretamente os direitos de minorias - e, aqui, falamos ‘minorias’ em relação à representação política - como mulheres, homossexuais, negros, indígenas e pessoas que vivem à margem da sociedade.

Mas, dois meses após a posse de Bolsonaro, qual é a realidade vivida por essas minorias atualmente? Há quem acredite que o presidente só gosta de colocar medo, mas não é tão extremista quanto à imagem que vendeu. Entretanto, o outro lado da moeda também é factível. Nestes 60 dias de governo, há uma parcela da população convivendo com o medo e a incerteza de dias futuros.

No tocante à parte de questões estritamente políticas - que não miram diretamente em questões humanas -, a gestão do PSL está encalacrada até o pescoço. São polêmicas envolvendo diversas vertentes, por exemplo: exoneração do ex-secretário-geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno; estouro das candidaturas laranjas (uma delas, inclusive, vivenciada em Pernambuco) e a recomendação do Ministério da Educação (MEC) de que as escolas do Brasil toquem o hino nacional e filmem as crianças cantando em um ato de patriotismo. Patriotismo, sim. Doutrinação, nunca.

Porém, deixando de lado esses pontos meramente políticos, chegaremos às ações que tangem diretamente a vivência dos cidadãos, que têm direitos e deveres a serem cumpridos e respeitados. Após 60 dias de governo Bolsonaro, a doutoranda em Ciência Política pela Universidade Federal de Pernambuco, Natália Cordeiro, acredita que caiu por terra a ideia de que Bolsonaro não ia fazer o que dizia.

“Quem usou isso como justificativa já não pode mais usar. Eu acho que as minorias são os grandes alvos, mas precisamos pensar como um todo. No sentido de que quando falamos de minoria, falamos, na verdade, de grandes maiorias: negros são a maior parte dos brasileiros, as mulheres são metade da população”, pontuou Natália.

O reajuste do salário mínimo, que ficou abaixo do que estava previsto no orçamento da União, também foi ponderado pela cientista política. “Ele mantém esse tom muito demagógico, populista, de que vai acabar o ‘toma lá, dá cá’, redução de ministérios, enxugar a máquina pública. Quando vamos analisar do ponto de vista científico, isso é uma grande falácia”, analisou.

A causa indígena não deixou de estar na pauta do novo governo. O polêmico veto do recurso de R$ 44 milhões para a Fundação Nacional do Índio (Funai), que seriam utilizados para alimentar questões indígenas, também teria sido entendido como uma desatenção às necessidades básicas deste grupo social da população. “Isso fala-se muito sobre as prioridades desse governo. Além disso, há a demarcação das terras indígenas e quilombolas e todas essas questões estão sob responsabilidade do ministério da Agricultura, que está sob responsabilidade de uma ruralista [a ministra Tereza Cristina]”, disse Natália.

A união dos ministérios da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos em uma única pasta, comandada pela ministra Damares Alves, foi pivô de duras críticas ao atual governo nestes primeiros dois meses. Com posicionamentos que causaram um verdadeiro burburinho na imprensa nacional, a ministra parece não se conter em falar pouco.

Para a cientista política Natália Cordeiro, unificar essas três vertentes e deixar sob o comando de uma pessoa com o perfil de Damares Alves é bastante problemático. “Acho muito sério associar mulher à família. Entra num tom de moral, moralismo. A gente vinha caminhando numa onda de tornar a secretária da Mulher, que tinha status de ministério, em uma perspectiva feminista, que é uma luta grande dos movimentos sociais”, afirmou, explicando que juntar mulher e família dá a entender que o papel social destinado às mulheres é cuidar da casa, da família e das crianças.

“Esse governo tem um projeto ideológico de acabar com políticas públicas, de retomar um projeto conservador, com traços de fascismo. É um projeto de manutenção do extermínio da população negra, sobretudo da juventude negra. É um estado militarizado e cada vez mais essa lógica é reforçada. Mas a resistência das minorias continua sendo feita, porque para essas pessoas não tem outra opção. É uma forma de continuar existindo”, finalizou Natália.

As mulheres e as minorias abriram mais espaços em Hollywood, mas continuam sub-representadas na indústria do entretenimento, indicou um estudo divulgado nesta quinta-feira (21).

O "Informe [anual] de diversidade de Hollywood", o sexto publicado pela prestigiosa universidade UCLA de Los Angeles, examinou 200 filmes em 2017 e 1.360 programas transmitidos pela televisão ou plataformas digitais na temporada 2016-17.

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O estudo, publicado a três dias da entrega dos prêmios Oscar, abarcou também a contratação de mulheres e minorias tanto diante quanto por trás das câmeras em 12 trabalhos importantes, como protagonistas, diretores e roteiristas.

"Por trás das câmeras e diante delas, os avanços para as pessoas de cor [como são denominados nos Estados Unidos aqueles que não são brancos] e mulheres aumentaram modestamente", disseram os autores do estudo em um comunicado.

O informe destacou sucessos de bilheteria, como "Podres de Ricos" e "Pantera negra", com elencos compostos quase totalmente por atores asiáticos (no caso do primeiro) e negros (no segundo).

"A cada ano, os dados mostram que os conteúdos de cinema e televisão com elencos diversos ganham mais dinheiro e têm maior audiência", indicou Darnell Hunt, um dos pesquisadores que comandou este estudo.

As minorias representam 40% da população em geral, enquanto as mulheres são 50%. Mesmo assim, o percentual de atores de minorias como protagonistas em filmes aumentou para 19,8% em 2017 e o de mulheres para 32,9%.

"Vimos um avanço modesto em filmes, mas o sistema de poder já instaurado - dominado por executivos homens e brancos - é difícil de mudar", disse Ana-Christina Ramon, outra autora do informe.

"O tipo de mudança estrutural necessário para uma nova ordem de negócios na indústria cinematográfica ainda não ocorreu e seu impulso exigirá vigilância e consciência sustentáveis", acrescentou.

O estudo destacou que a TV tem sido protagonista em receber mulheres e minorias, em parte devido ao fenômeno de crescimento das plataformas em streaming como Netflix, Hulu e Amazon.

"Algo está acontecendo na televisão com relação à diversidade, que só pode apontar o caminho para um novo começo para a indústria", comemorou o informe.

Quando foi aprovado no vestibular da Fuvest, o estudante de História da Universidade de São Paulo (USP) Gilmar Luiz Brito, de 24 anos, se sentiu deslocado. Negro, de baixa renda e egresso de escola pública, logo percebeu que sua presença era exceção em meio aos outros. "Olhava para a universidade, para o meu curso, e via que os alunos vinham de escola particular. E eu, que estudei na rede pública, não estava habituado com a carga de leitura. Foi uma transição mais difícil", conta.

Um em cada três ingressantes da USP (36,9%) já vem da rede pública; e 19,3% são pretos, pardos ou indígenas (PPI). O avanço foi significativo. Há dez anos, as taxas eram de 22,8% e 12,9%, respectivamente. E uma nova geração de alunos que entrará nos próximos anos na universidade deverá mudar ainda mais esse quadro. Até 2021, a instituição deverá ter 50% de seus ingressantes vindos de escola pública, 37% deles PPI - número proporcional a essa parcela da população no Estado de São Paulo.

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"Trabalhei desde o ensino médio para juntar dinheiro para o cursinho. Demorei três anos para chegar aqui", afirma Brito, hoje no 4.º ano de seu curso. O universitário diz que teve sim de se esforçar mais do que os colegas para conseguir bom desempenho. "Foram necessárias horas a mais de estudo", lembra.

A reserva de vagas por meio das cotas, tema historicamente polêmico na instituição, ganhou espaço conforme faculdades como Direito e Medicina adotaram notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) como forma de ingresso. Uma das primeiras tentativas de aumentar a inclusão se deu há dez anos, com a criação de um bônus no vestibular para alunos da rede pública. Mas apenas no dia 4 de julho deste ano o Conselho Universitário da USP aprovou o uso de cotas em todas as suas unidades.

O modelo ainda enfrenta resistência, embora especialistas e pesquisas de diferentes instituições apontem que a prática não leva à redução de qualidade no ensino. "Cotistas e não cotistas entram na universidade de forma competitiva", diz o sociólogo e ex-presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Simon Schwartzman, um dos maiores especialistas em educação no País.

A diretora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP Leste (Each), Maria Cristina Motta de Toledo, conta que a experiência única de sua unidade - hoje a USP Leste tem mais de 50% de seus alunos saídos da rede pública - mostra que o ingresso de estudantes com esse perfil não afeta o desempenho acadêmico. E a Each ainda não utiliza cotas, apenas o bônus na nota dos candidatos. "Com o tempo, o aproveitamento deles é bastante semelhante. E, quando há uma dificuldade, ela pode ser superada. Temos muitos alunos que tiveram nota baixa no ingresso, mas conseguiram se superar. Muitos hoje são até professores universitários."

A reportagem solicitou entrevista com o reitor Marco Antonio Zago durante uma semana, mas não obteve retorno.

Resistência

Apesar dos avanços, estudantes relatam resistência de colegas. Brito lembra de um episódio logo na primeira festa da faculdade, quando um rapaz se recusou a dividir um copo de bebida. "Ele disse que, além de eu tirar vaga dos outros, queria tirar o copo dele. Para quem é negro, ouvir isso é extremamente humilhante." Cenas semelhantes acontecem dentro da sala, diz Lucas Mateus Lima, de 22 anos, no 1.º ano de História. Ele afirma que ouviu de um colega, durante um seminário sobre o livro Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre, comentários maldosos sobre cotas. "O sangue subiu e eu saí da sala batendo a porta."

A sensação, para muitos, é de estar em um lugar que não é seu. "Foi um choque total entrar aqui", diz a estudante Fernanda da Silva Sampaio, de 19 anos, que cursa o 1.º ano de Ciências Sociais. Moradora de São Mateus, na zona leste, ela estudou na rede pública e foi a primeira da família a entrar em uma universidade pública. Assim que chegou à Cidade Universitária, tudo o que conseguia fazer era olhar e se espantar. "Tive uma sensação de imensidão. Nós, pobres, somos acostumados com pouco. Mas agora eu vejo que esse espaço também é meu."

Para Ariane de Jesus Santos, de 23 anos, do 4.º ano de Engenharia Elétrica, o estranhamento estava por toda parte. "Os alunos chegavam de carro, com roupas diferentes, comiam em outros lugares. Até o jeito era diferente", lembra a estudante, filha de uma costureira que sempre estudou na rede pública.

O estudante Ivo Lopes Yonamine, de 38 anos, que hoje cursa Letras e estudou Direito em 1998, relata as diferenças. "Sentia antes uma homogeneidade das elites, um grande padrão de alunos vindos de colégios caros." Na primeira graduação, havia apenas uma aluna negra, "mas adotada por uma família branca de dois médicos de classe média alta", e outra de escola pública, "mas diferenciada por vir de uma escola modelo". "Hoje o movimento negro está muito mais forte, tanto em Letras quanto no Direito. Há vivências distintas, houve uma fissura."

Mas para a estudante do 5.º ano de Medicina Luiza Ribeiro, de 31 anos, que está na segunda graduação - estudou Relações Internacionais em 2004 -, ainda falta muito para a universidade se tornar mais diversa. "Penso nos poucos alunos e nos pouquíssimos professores negros. É preciso melhorar."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pela primeira vez desde que foi criada, há 380 anos, a Universidade Harvard, nos Estados Unidos, tem a maioria dos calouros composta por minorias ou grupos chamados "não brancos". Esse público, que totaliza 50,8% dos ingressantes, é formado por americanos de ascendência asiática (22,2%) e afro-americana (14,6%), além de latinos (11,6%), indígenas e habitantes das ilhas do Oceano Pacífico (2,5%).

Cerca de 39,5 mil estudantes tentaram uma vaga em Harvard, uma das instituições mais prestigiadas do mundo, que tem ações afirmativas em seu processo seletivo. Desses, 2.038 foram admitidos, com início das aulas neste mês e previsão de formatura em 2021. No processo seletivo anterior, a proporção de ingressantes não branca havia sido de 47,3%.

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No total, Harvard tem 22 mil alunos, na graduação e na pós, vindos de todos os Estados americanos e de 80 países. Segundo a reitoria, 60% dos estudantes de graduação recebem algum tipo de ajuda financeira, como bolsas ou empréstimos. Universitários de baixa renda são o foco desse programa de auxílio.

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A polícia de Bangladesh realizou nesta terça-feira (7) violentas operações contra islamitas radicais suspeitos de uma série de assassinatos contra membros de minorias religiosas e intelectuais. Ao mesmo tempo que o corpo de um sacerdote hindu era encontrado, praticamente decapitado, no oeste de Bangladesh, as forças de segurança realizaram um duplo ataque em Dacca e no noroeste do País, no qual três islamitas, supostos membros de um grupo jihadista local, morreram.

Os dois integrantes do grupo islamita Jamayetul Mujahideen Bangladesh (JMB), que morreram em Dacca, são suspeitos de ter desempenhado um papel na "maioria dos ataques recentes", entre eles a explosão de uma bomba em uma mesquita xiita e o assassinato de um professor, segundo um funcionário de alto escalão da polícia. Outro membro do JMB morreu em um tiroteio com a polícia em Godagaro (noroeste), segundo o chefe da polícia local.

A comunidade internacional pressiona de forma crescente as autoridades de Bangladesh para que coloquem fim a esta série de assassinatos que provocaram mais de 40 mortes - de intelectuais, defensores de um sistema laico e membros das minorias religiosas - em três anos. A última vítima foi o sacerdote hindu, de 70 anos, 11ª pessoa assassinada em pouco mais de dois meses. A maioria destes ataques foram reivindicados pela organização Estado Islâmico (EI). No entanto, o governo dirigido por Sheikh Hasina atribui estes assassinatos a islamitas bengaleses, e nega a presença no país do EI e de um braço da Al-Qaeda no sul da Ásia.

"Complô internacional"

O corpo de Gopa Ganguly, com a cabeça praticamente separada do pescoço, foi encontrado em um arrozal perto de sua casa em Noldanga, distrito de Jhenidah, informou à AFP o chefe adjunto da polícia local. "Saiu esta manhã de sua casa dizendo que ia a uma casa hindu para fazer suas orações. Camponeses encontraram seu corpo praticamente decapitado em um arrozal", explicou. "O modo operacional do assassinato é comparável ao utilizado recentemente por islamitas locais", acrescentou.

O ministro do Interior, Asaduzzaman Khan, voltou a acusar nesta terça-feira o principal partido de oposição, o Bangladesh Nationalist Party (BNP), de estar envolvido nestes ataques que formam parte, segundo ele, de um complô internacional no qual também participam os serviços de inteligência israelenses, o Mossad. "Estes assassinatos formam parte de um complô nacional e internacional. Os que participam deles estão vinculados ao Mossad", disse Khan à AFP.

Um funcionário de alto escalão do BNP foi acusado no mês passado de sedição por ter conspirado contra o Estado durante um encontro com um conselheiro do governo israelense. Aslam Chowdhury foi detido depois que seu encontro com Mendi Safadi, realizado na Índia em março, foi revelado pela imprensa de Bangladesh. Segundo os especialistas, a onda de repressão contra a oposição radicalizou boa parte dos opositores.

Apesar das polêmicas em torno da criação da secretaria executiva que deverá abrigar os segmentos sociais, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), garantiu, nesta quarta-feira (25), que a implantação da pasta está mantida. O socialista deixou claro que a iniciativa é um dos compromissos do programa de governo dele, deixando a entender que já era da ciência dos aliados evangélicos. 

“Temos que governar Pernambuco por inteiro, olhando para todos os segmentos, temos compromissos com a população indígenas, para os negros e os LGBTs”, argumentou após participar da assinatura do protocolo de intenções para a recuperação de três trechos da BR-101 Sul e um da PE-08, no Palácio do Campo das Princesas. 

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A nova estrutura foi alvo de inúmeras críticas por parte dos deputados estaduais que compõem a bancada evangélica da Assembleia Legislativa (Alepe). Mesmo aliados do governo, nomes como o do pastor Cleiton Collins (PP), presbítero Adalto Santos (PSB) e Joel da Harpa (PROS) protagonizaram as a discussão. Collins chegou a afirmar, inclusive, que o Governo do Estado “deveria se preocupar com temas como educação e saúde”.

“Isso já é um compromisso do meu programa de governo, de ter uma estrutura para olhar pelos segmentos e nós vamos atuar”, rebateu o governador. “Esta secretaria dá uma atuação ao que já é feito hoje de maneira separada, vai ter uma coordenação para o trabalho ser mais eficaz”, acrescentou.

Protocolo de intenções

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), assinou, nesta quarta-feira (25), um protocolo de intenções selando parcerias com empresas privadas para a recuperação de três trechos da BR-101 Sul e um da PE-08, considerados os gargalos da mobilidade para os empreendimentos instalados no Porto de Suape, em Ipojuca, e suas adjacências. Integram o grupo do convênio a Cone S/A, a M. Dias Branco, a Solar Coca-Cola e o R.E.D.E. Suape.

As companhias vão ficar à frente das obras de infraestrutura, que estão orçadas em R$ 12,4 milhões, e como contrapartida receberão descontos no Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de até 5% em cima da arrecadação mensal das empresas. 

A parceria entre o governo e a iniciativa privada atende requesitos do Programa de Desenvolvimento da Infraestrutura Industrial (Proinfra). O projeto agora segue para a reanálise de orçamentos e a aprovação do comitê das empresas, depois passará por licitação no governo para só a partir daí iniciar as obras. A expectativa, de acordo com o grupo é de que a intervenção fique pronta até fevereiro de 2016. 

O papa Francisco endossou uma intervenção no Iraque para impedir que militantes islâmicos continuem atacando minorias religiosas no país. No entanto, o pontífice afirmou que a comunidade internacional - e não apenas um país - deve decidir como intervir.

Francisco também disse que seus assessores estavam considerando a possibilidade de ele ir até o norte do Iraque em solidariedade aos cristãos perseguidos, mas que isso ainda não está definido.

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O papa negou, contudo, que esteja apoiando o uso da violência, após ter sido questionado sobre os ataques dos Estados Unidos no Iraque. "Não estou dizendo para fazer guerra, apenas pedindo para impedi-los de continuar com essas agressões injustas (dos islâmicos contra as minorias)", esclareceu. "Uma nação sozinha não pode decidir como parar com isso", disse, referindo-se aos norte-americanos.

Em carta divulgada pelo Vaticano no último dia 10, o papa disse que as notícias no Iraque "nos deixam em consternação e descrença". Ele citou "as milhares de pessoas, incluindo cristãos, que foram brutalmente forçadas a deixar suas casas e crianças que morreram de sede durante a fuga".

O papa encorajou a comunidade internacional a encontrar "uma solução pacífica eficiente" que possa parar esses crimes e restabelecer a regra da lei".

Seus comentários foram significativos porque o Vaticano vem se opondo veementemente a qualquer intervenção militar nos últimos anos, desde o pontificado do papa João Paulo II. Mas agora, com os cristãos sendo atingidos diretamente no Iraque, há um apoio cada vez maior para uma intervenção no país, já que outras comunidades cristãs foram esvaziadas como resultado de ataques de extremistas.

Em entrevista a jornalistas, o pontífice aproveitou para confirmar que vai aos Estados Unidos em setembro de 2015, passando p Filadélfia, Washington e Nova York. Ele disse que é possível fazer uma parada no México, porém ainda não está confirmado. Uma visita à Espanha também está sendo considerada para o ano que vem.

O Conselho de Segurança da ONU avisou nesta terça-feira, que o grupo extremista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) pode ser acusado de crime contra a humanidade por seu ataque a minorias iraquianas. O conselho repudiou o assassinato de etnias minoritárias no país, incluindo cristãos.

Um comunicado à imprensa aprovado pela ONU nota que a ofensiva do grupo islâmico ultrapassou a fronteira entre o Iraque e a Síria. Segundo o texto, os insurgentes são uma ameaça "não apenas aos países, mas à paz, à segurança e à estabilidade na região".

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O Conselho de Segurança destacou sua preocupação com os ataques do EIIL contra as cidades iraquianas de Sinjar e Tal Afar, próximas à fronteira com a Síria, e expressou inquietação em relação aos milhares de refugiados, sequestrados e executados. Fonte: Associated Press.

O programa de governo de Eduardo Campos e Marina Silva (PSB) só deve ficar pronto no fim deste mês ou até no começo de agosto. Os detalhes são guardados em sigilo pela equipe de campanha, mas o coordenador Maurício Rands revelou ao Broadcast Político que, além dos cinco eixos apresentados nas diretrizes para elaboração do programa, ele trará também um sexto eixo, chamado "Identidade e Cidadania Plena". "Será uma parte do programa toda dedicada à identidade das pessoas de movimentos e segmentos específicos, como mulheres, negros e LGBT", disse Rands.

A bandeira de direitos de gays, lésbicas, bissexuais e transexuais é defendida há tempos pelo PSB de Campos, mas há uma resistência dos movimentos da causa LGBT à figura da vice Marina Silva, por ela ser evangélica. Rands garante que isso é uma questão superada e que não será difícil de comunicar isso ao eleitor. "A Marina é uma pessoa muito aberta, que sabe que o Estado é laico. Ela não quer impor nenhuma concepção individual religiosa ou moral", disse o coordenador.

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Rands coordena a elaboração do programa, como representante do PSB, ao lado de Neca Setúbal, irmã do banqueiro Roberto Setúbal e amiga de Marina, que coordena o trabalho pelo lado da Rede Sustentabilidade. "A gente está trabalhando todo dia até de madrugada, mas é um trabalho muito legal. O programa vai trazer muitas novidades boas", disse Rands.

O pessebista ressalta que é uma elaboração de programa inovadora por ser feita a partir de contribuições diversas, de segmentos organizados, da academia e de representantes da sociedade civil. De acordo com pessoas ligadas à campanha, o documento já chega a aproximadamente 250 páginas, deve ter um resumo executivo, um sumário de cerca de 20 páginas e uma versão digital.

Os outros cinco eixos que constam das diretrizes do programa encabeçado por PSB e Rede são: "Estado e a democracia de alta intensidade", que trata sobre reforma política e novo pacto federativo; "Economia para o desenvolvimento sustentável", que trata das propostas para economia e considerações ambientais; "Educação, cultura e inovação", com propostas para educação, treinamento profissional e cultura; "Políticas sociais e qualidade de vida", sobre programas sociais e propostas para a saúde pública; e "Novo urbanismo e o pacto pela vida", que trata de mobilidade, saneamento, segurança pública. O documento completo está disponível no site da campanha.

Propostas populares

Nos últimos dias, Campos e Marina têm falado de propostas com apelo popular, como o Passe Livre estudantil. Além disso, como noticiou o Estadão, Campos estuda incluir no programa a proposta do fim do fator previdenciário, pauta que atende a uma reivindicação antiga de centrais sindicais e aposentados, mas que pode gerar um desequilíbrio nas contas da Previdência.

Rands preferiu não responder diretamente se o tema já está no programa de governo, mas afirmou que nenhuma proposta será colocada de forma leviana. "Temos uma responsabilidade muito grande com a sustentabilidade da Previdência, que é um patrimônio do povo brasileiro", afirmou. "Mas nós temos que ter sempre também uma preocupação com um princípio de justiça", completou.

Criado em 1998, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, o fator previdenciário é um mecanismo para desestimular aposentadorias precoces, mas que chega a reduzir o valor do benefício em até 30%. Também consultado pelo Broadcast Político, o coordenador-geral da equipe de campanha, Carlos Siqueira, também evitou confirmar que Campos vá defender o fim do fator previdenciário e se limitou a dizer que "todas as propostas estão sendo estudadas dentro do Orçamento (federal)".

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