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A Polícia Civil de Pernambuco investiga se fotos de crianças com microcefalia estão sendo usadas em um golpe. A queixa foi realizada pelas ongs União de Mães de Anjos (UMA) e Aliança das Mães e Famílias Raras (AMAR) após denúncia de uma mãe que descobriu que as fotos de sua filha estavam sendo usadas para uma campanha de arrecadação de dinheiro que ela desconhecia.

O golpe estaria ocorrendo em Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste de Pernambuco. A abordagem estava sendo realizada no polo de confecções do local.

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"Infelizmente as ONGs perdem com isso. Até para ajudar as pessoas ficam com medo", disse ao Jornal O Globo a vítima Carolina Calábria, mãe de Lis, de quase dois anos. Carolina e a filha moram no Recife. 

Segundo as ongs, as doações eram pedidas por telefonema e WhatsApp a comerciantes. Em seguida, motoqueiros recolhiam os valores. Imagens de crianças com microcefalia em atividades da UMA eram compartilhadas para passar uma ideia de credibilidade.

Na próxima quinta-feira (29), a polícia de Santa Cruz do Capibaribe deve ouvir envolvidos no caso. Dois homens que recolhiam as doações na cidade prestaram depoimento nesta semana, segundo o jornal O Globo. Com eles foram apreendidos R$ 800 e recibos.

Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificaram que há um ativismo entre as mulheres, mães de crianças com microcefalia em decorrência do Zika vírus, em busca do fortalecimento e solidariedade mútuos. Também pretendem assim reivindicar o comprometimento do Poder Público e compartilhar informações entre elas.

A antropóloga Soraya Fleischer, da Universidade de Brasília, destacou que um dos principais resultados da pesquisa desenvolvida com as mães no Recife é a identificação de um intenso processo de “empoderamento” dessas mulheres como cidadãs, diante da burocracia de diferentes esferas do Estado e de instituições do mundo privado.

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“Acompanhamos essas mulheres interpelando o Estado, a Justiça, as secretarias de Saúde, assistência social, de deficiência, de transporte. Vemos essas mulheres também percorrendo muitas instituições de saúde e aprendendo como percorrê-las, como marcar uma consulta, como manter uma relação de acompanhamento, todo mês tem uma consulta, tem todo um aprendizado, uma alfabetização no jargão médico, para entender termos, diagnósticos, números, interpretar exames.”

Só no Recife e na região metropolitana existem pelos menos quatro grandes grupos de mães de bebês com microcefalia e outras mulheres, geralmente de classe mais alta, que se associam a elas por voluntarismo, filantropia e empatia com a causa.

“O que começa com um desabafo depois passa para trocas cada vez mais especializadas sobre o que os seus filhos estão vivendo. Essas mulheres vão se reunindo, se identificando e criando coletivos políticos. É muito interessante esse processo de politização, associativismo que elas têm amadurecido e, claro, advocacy, a pressão política em cima dos órgãos responsáveis. E elas tem muito mais força quando fazem esse acionamento da pressão por grupo”, afirmou Soraya Fleisher.

Prevenção

Com a proximidade do verão, os pesquisadores se preocupam com a indefinição de como o vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, deve se comportar. No caso da dengue, também transmitida pelo mosquito, os especialistas já sabem que há um ciclo epidêmico a cada dois anos.

Segundo o Ministério da Saúde, em 2015 foram registrados pouco mais de 37 mil casos prováveis de doença aguda pelo Zika. Em 2016, o número de casos ultrapassou 215,3 mil e em 2017 caiu para 17,5 mil.

Em 2018, até o fim de outubro foram registrados 7.544 casos, com taxa de incidência de 3,6 casos por 100 mil habitantes. Desse total, mais de 3,3 mil (43,8 %) casos foram confirmados.

De 2015 a 2017, o ministério recebeu a notificação de 12 óbitos por febre provocada pelo Zika e confirmou que pelo menos 345 bebês diagnosticados com microcefalia ou outras sequelas do Zika morreram desde 2015. Pelos menos 158 casos de óbitos estavam em investigação até o mês passado.

Nordeste

Inicialmente, a epidemia do Zika atingiu com mais força a Região Nordeste do país. Dados mais recentes do Ministério da Saúde mostram que a doença agora tem sido registrada com mais frequência nas regiões Centro-Oeste e Sudeste.

Especialistas ressaltam que a indefinição de quando e onde poderá ocorrer novo surto não é acompanhada por ações estruturais de prevenção por parte do Estado, nem das pessoas.

“Esse é o grande desafio das arboviroses, fora do período epidêmico sai da mídia, ninguém fala mais no assunto, o recurso para a gente captar para pesquisa também reflui, porque já não está tendo tanta visibilidade. As mulheres grávidas já não percebem o risco da doença, então, são desafios grandes e há muita pergunta para ser respondida”, comenta Tereza Lyra, da Fiocruz.

A pesquisadora destaca que muitas vezes as políticas de prevenção são focadas no discurso do cuidado individual, como a recomendação para que as mulheres usem repelentes e roupas que protejam o corpo, ou deixem de morar nas áreas mais vulneráveis, onde as pessoas acumulam água para sobreviver e existem muitos focos para o mosquito.

 “Uma fala de uma mulher para mim é bem marcante: um determinado profissional de saúde disse a ela ‘mas, quem mandou você morar onde tem mosquito?’", contou a pesquisadora. “Veja a carga de violência simbólica que essa frase carrega, ‘você é culpada por seu filho ter Zika’."

Transmissão

Considerando que o vírus também é transmitido por relações sexuais, outro ponto de prevenção destacado pelos estudiosos é o investimento em planejamento familiar. Os dados revelam que a maioria das entrevistadas engravidou sem planejamento e continua não se prevenindo.

De acordo com a pesquisa da Fiocruz, muitas mães relatam que são acompanhadas pelas unidades de Saúde da Família, no entanto, não são devidamente aconselhadas sobre como devem usar os contraceptivos disponíveis na rede pública, como pílulas, camisinha e o dispositivo intrauterino (DIU).

“Teve uma mulher que relatou pra gente que criança com Zika era o quarto filho dela. Disse que em todas as gestações ela engravidou usando contraceptivo. Quando a gente foi vendo, ela usava totalmente errado. Em nenhum momento, foi explicado o uso correto do anticoncepcional, aí, para ela, esse produto não serve para nada.”

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--> Mães de bebês com microcefalia vivem novos desafios

Uma sucessão de abandonos e  incertezas. Assim é descrita por pesquisadores a realidade de milhares de mães de bebês que nasceram com microcefalia e outras sequelas devido à infecção pelo Zika vírus. Depois de três anos de o Ministério da Saúde declarar estado de emergência nacional para a epidemia de zika, essas mulheres ainda enfrentam uma rotina desgastante e solitária para cuidar dos filhos e buscar soluções para a doença.

Os dados mostram que a maioria das mães é pobre e negra, com pouca ou nenhuma escolaridade. De acordo com os pesquisadores, as mulheres afetadas pelo primeiro surto se sentem esquecidas pela mídia, academia e pelo Poder Público. Segundo os especialistas, elas acompanham o crescimento dos filhos sob expectativa e dúvidas.

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A pergunta que permanece para essas mães é se as sequelas físicas e emocionais, nos filhos que elas geraram e acompanham, serão curadas.

Relatos

Moradora de São Lourenço da Mata, área metropolitana do Recife (PE), Ana Carla Bernardo, 26 anos, teve sua rotina alterada pela epidemia há três anos. O nascimento de sua filha, Elizabeth, marcou o início de uma nova fase, cheia de percalços e descobertas.

Diagnosticada com a síndrome, a criança nasceu com baixa visão e passou por algumas crises convulsivas. Dedicada integralmente aos cuidados da filha, Ana Carla disse que a única melhora que percebeu no atendimento foi o acesso à fisioterapia, antes restrita a poucas crianças.

“Ela era muito molinha, ela está bem melhor agora, mais esperta. Mas, ainda tem muitas coisas pela frente. Ela ainda não anda, não fica muito tempo sentadinha só. Já está no terceiro óculos, está melhorando, evoluindo”, relatou Ana Carla Bernardo à Agência Brasil.

Apesar da melhora, as convulsões afetaram o sistema locomotor de Elizabeth, que acabou desenvolvendo uma luxação no quadril. A menina será submetida a uma cirurgia para resolver o problema.

Desde 2015, o Ministério da Saúde confirmou mais de 2,8 mil casos de crianças infectadas pelo vírus. Desse total, 70% receberam algum tipo de cuidado e apenas três em cada 10 crianças recebem três tipos de serviço (puericultura, estimulação precoce e atenção especializada).

 Micro-histórias

Parte das histórias de medos e expectativas de outras mulheres que estão passando por essa mesma realidade está em um estudo de antropólogas da Universidade de Brasília (UnB).

O objetivo do projeto, intitulado “Zika e microcefalia: Um estudo antropológico sobre os impactos dos diagnósticos e prognósticos das malformações fetais no cotidiano de mulheres e suas famílias no estado de Pernambuco”, é dar visibilidade às trajetórias vividas pelas mães e apresentar a epidemia e seus impactos a partir de uma abordagem antropológica.

O grupo é formado por nove pesquisadoras que desenvolvem um trabalho de acompanhamento de algumas mães no Recife (PE), cidade onde foi registrado o maior número de casos de microcefalia no país.

O projeto teve início logo após o impacto das primeiras notícias da epidemia, em 2016, e ainda está na fase de campo. A cada seis meses, a equipe de antropólogas viaja para Pernambuco e passa alguns dias acompanhando mães em várias atividades do cotidiano.

Os relatos sobre as observações feitas nos últimos anos são apresentados em textos narrativos publicados no blog “Microhistórias”.

Análises

A professora Soraya Fleischer, do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB) , que coordena a pesquisa, disse que a metodologia utilizada para acompanhar as mesmas mulheres ao longo de um tempo permite observar a experiência vivida pelas mães e seus bebês e como elas reagem às novas demandas que surgem ao longo do crescimento da criança.

Também é observada a relação criada entre mães e profissionais que cuidam de seus filhos, como fisioterapeutas, fonoaudiólogas, oftalmologistas, entre outros.

“A cada seis meses que essas crianças vão galgando na vida, elas apresentam dificuldades diferentes. No início, tinham muita irritabilidade, dificuldade de dormir, aí elas foram muito medicadas com tranquilizantes. Depois, começaram a apresentar crises neurológicas e espasmódicas, convulsões muito fortes, aí foram medicadas com remédios anticonvulsivantes”, observou Soraya Fleisher.

Segundo a pesquisadora, algumas  crianças foram alimentadas por sondas nasais e gástricas, outras apresentam dificuldades locomotoras e sofrem com alterações nos tendões e nos ossos do quadril, além de problemas na visão.

“Nessa última viagem, várias [crianças] estavam fazendo operações de estrabismo, outras tem colocado botox para ajudar a soltar a musculatura e poder ter um desempenho maior na fisioterapia”, avaliou acrescentou Fleisher.

Novos desafios

De acordo com o levantamento, as mães relatam dificuldades em incluir os filhos com deficiência na rede pública de ensino. Ana Carla procura uma escolinha para Elizabeth, mas ainda não encontrou nenhuma que tivesse condições de receber sua filha.

“Quando a gente vai procurar, o pessoal [das escolas] não sabe nem o que falar  porque não tem uma professora e um ajudante de classe para ficar com nossos filhos”, afirmou Ana Carla Bernardo, mãe da Elizabeth.

Há ainda o desafio da locomoção das mães e das crianças pela cidade até os locais das terapias de reabilitação. Algumas prefeituras disponibilizam transporte, mas há situações em que as mães enfrentam preconceito e despreparo de motoristas e dos passageiros.

Um dos episódios, que deverão ser incluídos no estudo, mostra a situação em que um motorista de aplicativo questiona as pesquisadoras se havia crianças com elas, caso contrário não aceitaria a corrida devido à necessidade de montar uma cadeirinha e ter mais espaço no carro.

Outro motorista abandonou a pesquisadora que estava acompanhada de uma mãe e uma criança com deficiência. “Ih, menina, isso aí eu já passei foi muito, visse”, reagiu a mãe, segundo relato da pesquisadora.

Saúde mental

“Dizem que Jade é uma mulher nervosa. Ela nem sempre foi vista assim, na verdade. Com as durezas da vida, aprendeu a engrossar sua voz: percebeu que se fosse muito calma e não se fizesse presente, ninguém cederia o lugar para ela e sua filha mais nova, Maitê - nascida com a Síndrome Congênita do Zika Vírus”.

Assim começa outra micro-história inédita, que destaca mais um problema: a vulnerabilidade da saúde mental dessas mulheres diante de situações estressantes do cotidiano, como serem maltratadas no transporte público ou não darem conta das inúmeras obrigações domésticas e familiares.

Aos poucos, a sobrecarga de trabalho e de tantas dúvidas imposta às mulheres resultou em sinais de cansaço, estresse, ansiedade e depressão. As pesquisas mostram que a saúde mental dessas mulheres foi diretamente afetada e os cuidados ainda são focados somente nas crianças.

“Quando perguntamos sobre como estava sua vida, ela [a mãe] respondeu com uma frase muito forte e ao mesmo sintética do que venho aqui discutindo: “O psicológico é que fica pior”, diz outro trecho escrito pela pesquisadora.

Candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB) esteve no início da tarde desta sexta-feira (21) em um encontro para tratar de políticas públicas para pessoas com deficiência no Recife. O ato aconteceu no auditório Capiba do bloco C da UNINASSAU. Com um auditório cheio de representantes de instituições voltadas para o segmento, Alckmin ouviu críticas pela falta de propostas para a pessoa com deficiência no plano de governo já apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e prometeu investimento na criação de uma vacina para previnir o zika vírus, causador da microcefalia. 

O encontro foi iniciado com a fala da representante União de Mães de Anjos (UMA), Germana Soares, que explicou sobre a luta de ser mãe de crianças com microcefalia. No discurso ela disse ter lido os programas de governo de todos os presidenciaveis e não encontrou nada do do tucano direcionado para área de crianças com microcefalia. 

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"Vivemos um dia de cada vez. Lutamos por qualidade de vida para crianças e para as famílias. O Brasil não foi feito para pessoas com deficiência. Aqui não temos voz, ou melhor, não tínhamos até essa UMA", salientou.

Segundo Germana, em Pernambuco, apenas em 2017, 134 crianças com microcefalia vieram a óbito. A reivindicação da UMA também incluiu a articulação para a aprovação no Congresso Nacional de uma pensão indenizatória para as famílias que tiveram crianças com essa mau formação congênita após a epidemia do zika vírus em todo o país.

Amenizando a crítica, logo em seguida, a deputada federal Mara Gabrili (PSDB) listou ações de Geraldo para o setor em São Paulo e pontuou que ajudou na construção do projeto tucano para o país. Ela disse que quando quebrou o pescoço precisou ir para fora do país para se reabilitar, mas hoje não necessitaria mais porque em São Paulo tem uma rede de reabilitação para pessoas com deficiência. "Quem investe em saúde cuida do povo. O que aconteceu aqui foi falta de saneamento básico e São Paulo evoluiu muito nessa área", argumentou Gabrili, que e tetraplégica. "Sei o quanto você pode cuidar e você não precisa ficar falando no seu programa de governo não", completou. 

Em resposta à postura de Germana, Alckmin prometeu investir prevenção para doenças causadas pelo aedes aegypti. "Não temos ainda no Brasil a vacina contra o zika vírus. A da dengue estamos terminando no Instituto Butantam. Vai ser a primeira vacina do mundo tetravalente com apenas uma dose contra a dengue. Isto sendo aprovado já está em estudo para que ela torne-se pentavalente. Acoplando o zika vírus", argumentou.

Já sobre o plano de governo ter a ausência de propostas para pessoa com deficiência, ele justificou que o documento tem apenas diretrizes e as propostas para caso seja eleito foram preparadas com a coordenação de Mara Gabrili.

"O que encaminhamos ao TSE foi um conjunto de diretrizes bem resumidas, vamos encaminhar o nosso programa para vocês, foi a Mara Gabrili que coordenou e queremos levar para o Brasil o que fizemos em São Paulo. Lá fizemos uma rede que vai desde diagnóstico precoce, atendimento e cirurgia especializados para pessoa com deficiência. O outro ponto é empregabilidade. Também lá temos no programa habitacional casas que já são adaptadas para pessoas com deficiência", explicou o presidenciável.

Alckmin ainda disse no discurso que pretendia apoiar as famílias porque sabe da dor que e perder um filho.

A Fiocruz Pernambuco iniciou nesta semana o "inquérito de Arboviroses do Recife", que irá identificar os números de casos, novos e antigos, de zika, chikungunya e dengue em diferentes níveis socioeconômicos e faixas etárias da cidade. Uma das finalidades do trabalho é tentar esclarecer se fatores ambientais podem ter interagido com o vírus zika e aumentado os casos de microcefalia.

Nas visitas aos domicílios escolhidos por sorteio, uma equipe de dez pessoas identificadas será responsável por aplicar um questionário para reunir dados sociodemográficos e de história anterior de adoecimento por arboviroses. Amostras de sangue serão coletadas para a realização de exames sorológicos e moleculares.

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No caso das pessoas que estiverem com sintomas das arboviroses na ocasião da visita da equipe ou nos últimos 30 dias, serão coletadas também amostras de urina, saliva e fio de cabelo para serem submetidos a testes mais específicos. Todo o material coletado será encaminhado ao Departamento de Virologia e Terapia Experimental da Fiocruz Pernambuco.

As visitas aos domicílios ocorrerão das 17h às 21h, de segunda a quinta-feira, e das 9h às 12h, nos sábados. Todos os participantes receberão os resultados dos testes e orientações sobre eles. Aqueles sintomáticos serão encaminhados para atendimento na rede de saúde municipal. Segundo a Fiocruz, deverão ser visitadas 990 residências e coletadas amostras de, aproximadamente, 3.105 pessoas, com idade entre 5 e 65 anos, residentes nos domicílios selecionados.

“Com esse estudo será possível conhecer a dimensão das epidemias de zika e chikungunya e avaliar a situação atual da dengue, no Recife. Zika e chikungunya são confundidas com dengue por terem sintomas semelhantes e há muitos casos assintomáticos, o que leva à subnotificação”, explica a coordenadora do inquérito, a pesquisadora Cynthia Braga. De acordo com ela, a pesquisa ajudará a identificar a população mais vulnerável a zika (homem, mulher, criança, pessoa em menor condição socioeconômica, etc) e a quantidade de mulheres em idade fértil que ainda não têm imunidade contra essa arbovirose. “Serão conhecidos, ainda, os fatores de risco associados a essas arboviroses e as áreas mais afetadas. De posse desses dados os governantes podem planejar ações para evitar epidemias futuras”, completou a coordenadora.

O estudo será desenvolvido com aporte financeiro do Ministério da Saúde, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e do Consórcio Internacional Zikalliance. O trabalho conta com apoio da Secretaria de Saúde do Recife.

As crianças nascidas com microcefalia causada pelo vírus Zika poderão receber uma pensão mensal pelo resto da vida. Esta medida está prevista em dois projetos de lei em tramitação no Senado.

A concessão do benefício para pessoas de famílias com renda inferior a quatro salários mínimos consta no projeto (PLS 452/2017), de autoria do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que está em análise na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Na última sessão deliberativa do Senado antes do recesso parlamentar, Lindbergh pediu urgência para a votação do projeto no Plenário.

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"As mães de crianças com Zika têm uma verdadeira luta diária para fazerem fisioterapias, para fazerem trabalhos de reabilitação. As pessoas geralmente têm que abandonar os empregos. Eu queria pedir urgência, porque é um projeto em que o Estado brasileiro é obrigado a pagar um salário mínimo a essas mães a título de reparação, porque a Zika, na verdade, tem muito disto: de ausência do Estado, de falta de saneamento básico. E eu sei que é importante a gente votar esse projeto no próximo semestre", disse.

A microcefalia é identificada pelo tamanho da cabeça da criança, bem menor que o de outras da mesma idade e sexo. Com menos espaço para o cérebro crescer, pode haver consequências no desenvolvimento, como dificuldades na coordenação motora e equilíbrio, atraso no crescimento, na linguagem e no aprendizado, epilepsia e paralisia cerebral. A microcefalia não tem cura.

Saúde Pública

Lindbergh lembra na justificativa do projeto que entre as causas da microcefalia está a infecção da gestante pelo vírus Zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. O senador argumenta que a erradicação do mosquito era tarefa do governo por conta das consequências danosas à saúde pública, principalmente em razão da dengue.

O senador classificou a proposta como uma “indenização parcial”, pois “é evidente que o ônus material e espiritual que recai sobre as pessoas e as famílias não é passível de ser devidamente indenizado por qualquer dinheiro no mundo”, observa.

Pensão

Pelo texto, o valor da pensão será estipulado de acordo com indicadores da natureza e do grau da dependência resultante da doença microcefálica e não será inferior a um salário mínimo. Os critérios para classificação dos níveis da enfermidade serão baseados em avaliações de incapacidade para o trabalho, para caminhar, para a higiene pessoal e para a própria alimentação.

Para ter acesso ao benefício a pessoa diagnosticada com microcefalia ou seu responsável deverá apresentar um requerimento de pensão ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) acompanhado de um atestado médico comprobatório das condições do paciente, emitido pelo próprio INSS. O Instituto se responsabilizará pelo processamento, a manutenção e o pagamento da pensão.

O recebimento da indenização, de acordo com a proposta, não prejudicará outros benefícios de natureza previdenciária ou assistencial. Além disso, é vedada qualquer redução por conta de acúmulos de outros benefícios.

A matéria tem voto favorável da relatora na CAE, senadora Lídice da Mata (PSB-BA), que destacou o baixo impacto financeiro-orçamentário do projeto para as contas públicas; levando-se em conta que são em torno de 3 mil crianças com microcefalia em decorrência da infecção da mães, o gasto anual seria de R$ 54 milhões.

Alterações

Lídice apresentou duas emendas, uma delas para garantir que a pensão especial seja recebida pela pessoa responsável pela guarda do menor para facilitar a operacionalização do pagamento e também para aumentar o limite de renda familiar de quatro para cinco salários mínimos mensais sem que isso venha a incorrer em aumento dos custos do programa.

“Ao mesmo tempo, seriam incorporadas famílias que estão acometidas pelo mesmo flagelo da dor de ter um ente querido com microcefalia e cujo padrão de renda pouco difere daquele das famílias ora contempladas, sobretudo aquelas com renda próxima do teto”, justifica Lídice.

A outra mudança é para esclarecer os critérios de diferenciação dos valores para a pensão especial que levem em conta as variadas condições de dependência e de incapacidade do beneficiário. Os valores seriam estipulados de acordo com cada caso, tendo como limite inferior o salário mínimo e como limite superior o valor do teto do benefício previdenciário.

A senadora ainda sugere que em caso de morte da pessoa com microcefalia, seja garantida ao responsável uma pensão mínima vitalícia equivalente a 50% do valor da pensão especial, não podendo, entretanto, ser inferior ao salário mínimo.

Após ser avaliada pela CAE, a matéria também será analisada na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), que terá a decisão final.

Outro projeto

Também garante pensão vitalícia para pessoas diagnosticadas com microcefalia causada pelo vírus Zika o projeto (PLS 255/2016) do senador Eduardo Amorim (PSDB-SE). A matéria já foi aprovada na CAS e aguarda na CAE o relatório da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

Para o autor, como a doença tem consequências graves e permanentes, a iniciativa busca minimizar o sofrimento e reforçar o orçamento das famílias.

"Diante da gravidade da situação e dos enormes prejuízos físicos e emocionais causados nas crianças microcéfalas e em seus familiares, julgamos que o poder público deve assumir sua parte da responsabilidade e, além de lhes prestar assistência à saúde e educação integral, garantir-lhes o pagamento de benefício mensal e vitalício, com o intuito de custear parte dos enormes gastos necessários para propiciar vida digna a esses indivíduos", explica Amorim.

Zika

De novembro de 2015 a maio de 2018 o Ministério da Saúde notificou 16.028 casos de malformações resultantes do Zika vírus, com confirmação de 3.124 casos. No mesmo período, também foram confirmadas 327 mortes de bebês relacionadas com o vírus.

Os dados, no entanto, apontam para uma redução significativa dos casos de microcefalia registrados no Brasil. A situação mais alarmante foi em 2015, com a confirmação de 1.161 casos. Já em 2016, esse número caiu para 857 casos. Atualmente, o número de casos de microcefalia voltou aos patamares residuais de ocorrência.

Laboratórios do Brasil e de outros países das três Américas estão cada vez mais perto da vacina contra a infecção provocada pelo vírus Zika. Testes já foram realizados com sucesso em animais e agora a vacina está sendo testada em humanos que começaram a produzir os primeiros anticorpos. A eficiência da imunização deve ser confirmada nos próximos dois anos.

*Da Agência Senado

A falta de abastecimento de combustível tem afetado serviços da Prefeitura de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Houve impacto em serviços de pastas como Educação, Políticas Sociais e Esportes, Executiva de Serviços Públicos, Mobilidade e Administração das Regionais, Desenvolvimento Urbano e Habitação, e Saúde. Pacientes com microcefalia que precisam de locomoção têm garantia de transporte até esta quinta-feira (24).

Educação

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As escolas da rede municipal estão funcionando conforme as possibilidades individuais. Algumas unidades abriram normalmente, outras estão com déficit de estudantes e professores. Os transportes escolares estão garantidos para todos os estudantes até esta quinta-feira (24). As cantinas estão abastecidas.

Políticas Sociais e Esportes

Estão sendo afetados os serviços desempenhados pelos centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e de Referência Especializado da Assistência Social, além dos Conselhos Tutelares. Não está sendo possível fazer visitas domiciliares do CadÚnico nem elaborar relatórios psicossociais exigidos pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Os veículos que servem as Casas de Acolhimento estão com o combustível na reserva e só podem ser usados em caso de urgência. A secretaria possui 13 viaturas, das quais 90% estão sem rodar.

Serviços públicos

A coleta de lixo de Paulista já está irregular em algumas localidades. O órgão terá de suspender o recolhimento dos resíduos domiciliares a partir do meio-dia de hoje. Ao todo, 14 caminhões compactadores e outros seis do tipo caçamba devem deixar de realizar o serviço. A situação compromete também o trabalho de limpeza de canais e retirada de entulhos com a retroescavadeira; terraplenagem de vias com a máquina motoniveladora; poda de árvores com motosserra; e capinação com roçadeira. Todos esses estão sem combustível. Cinco viaturas das equipes de fiscalização estão sem poder rodar.

Mobilidade e Administração das Regionais

O trabalho de fiscalização de trânsito nas vias da cidade já está comprometido. A frota é composta por 12 motos e quatro viaturas. Desse total, cinco estão sem poder circular pela cidade, sendo quatro motocicletas e um carro do tipo Gol. A tendência é que ao longo do dia mais veículos fiquem desabastecidos. 

Desenvolvimento urbano e habitação

Os serviços de fiscalização de obras estão temporariamente suspenso, além do trabalho de cartografia. A única viatura que ainda possui combustível não está podendo realizar as atividades de rotina.

Saúde

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) só tem combustível par atendimento até está quinta-feira. A Prontoclínica Torres Galvão (PTG) está mantendo os serviços através de uma equipe mínima. Alguns profissionais não conseguiram chegar à unidade. A ambulância que realiza a remoção de pacientes está sem combustível.

Os pacientes com microcefalia, além dos que precisam de locomoção para realizar quimioterapia, radioterapia, ou de ordem judicial que são encaminhados para o Recife, dentro do programa Segue Cuidando, terão garantia de transporte apenas até esta quinta.

Em relação aos prestadores de serviço e coletas de exames, por enquanto ainda estão sendo executados os serviços, no entanto, a partir de amanhã é possível que haja déficit de atendimento.

Nas unidades de Saúde da Família, o esquema especial é de cooperação solidária entre as equipes, para que se mantenha a unidade aberta para acolher aos usuários, no entanto, não há garantia de equipes completas nos postos.

 Nos postos que dispõem de vacinas no estoque, a população está sendo atendida, mas não há como fazer a reposição das doses onde for desabastecido, bem como não há como fazer reposição de insumos, em unidades com baixo estoque de material médico-hospitalar e de medicamentos.

 Algumas unidades de saúde estão sem atendimento. Os faltosos sem justificativa deverão ser notificados e levarão faltas, já que a proposta é de que os que morem perto das unidades, abram normalmente para acolher a população.

Após o dramático ano de 2016, com o aumento drástico de casos de microcefalia, Pernambuco comemora a redução de cerca de 90% de pessoas notificadas com dengue, chikungunya e zika em 2017. A maior redução das notificações foi de zika (93,2%), com 782 ocorrências suspeitas, contra 11.482 do ano anterior. Em seguida vem chikungunya (92,1%) e dengue (85,3%).

Para Daniela Bandeira, técnica do Programa de Controle das Arboviroses da Secretaria Estadual de Saúde (SES), a diminuição de casos de arboviroses envolve vários fatores. "Entre eles destacamos o empenho dos órgãos públicos e de toda a sociedade na eliminação dos possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti", ela afirma.

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O verão é o clima ideal para o mosquito se proliferar. O Governo de Pernambuco diz que permanece em alerta e mantém um comitê permanente com diversos entes da sociedade. Também é responsabilidade do Estado reforçar as ações dos municípios através do bloqueio de transmissão, que se dá por meio da aplicação de inseticidas com nebulização espacial a frio. O procedimento é indicado apenas em locais com alta incidência de registro.

Em 2018, estão previstos: Protocolo de Vigilância dos Óbitos Suspeitos por Arboviroses, para padronizar as informações e agilizar o fechamento dos casos suspeitos; campanha educativa focada nos alunos da rede estadual de ensino; e parceria com a secretaria de Saúde do Mato Grosso do Sul, para aquisição de um aplicativo que auxilie o trabalho dos agentes de endemias.

Dados de 2017

Dengue

Notificados: 16.826

Confirmados: 5.106

Descartados: 7.768

Municípios notificadores: 181

Dados de 2016: No mesmo período, foram 114.375 casos suspeitos (redução de 85,3% em relação aos dados de 2017).

Chikungunya

Notificados: 4.829

Confirmados: 988

Descartados: 2.893

Municípios notificadores: 144

Dados de 2016: No mesmo período, foram notificados 61.138 casos (redução de 92,1% em relação aos dados de 2017).

Zika

Notificados: 782

Confirmados: --

Descartados: 380

Municípios notificadores: 102

Dados de 2016: No mesmo período, foram notificados 11.482 casos (redução de 93,2% em relação aos dados de 2017).

Óbitos pelas arboviroses

Notificados: 120

Confirmados: 3 (sendo 2 dengue e 1 chikungunya)

Descartado: 57

Dados de 2016: No mesmo período, foram notificados 414 óbitos suspeitos.

Nos dias 16 e 17 desse mês, uma equipe do Instituto Mara Gabrilli, de São Paulo, estará no Recife para levar um atendimento multidisciplinar às famílias de bebês que nasceram com microcefalia, a síndrome congênita causada pelo zika vírus. O mutirão será realizado no Auditório Capunga, no Centro Universitário Maurício de Nassau (UNINASSAU).

Ainda no mesmo final de semana, ocorrerá a 'Caravana Cultural Mais Fortes que a Zika', que conta também com a presença de algumas organizações pernambucanas finanFundo PositHiVo – Fundo de Sustentabilidade às Organizações da Sociedade Civil que trabalha no campo do HIV/Aids e das Hepatites Virais. Estarão presentes na ação a Casa da Mulher do Nordeste, Cores do Amanhã e a ONG AMAR (Aliança de Mães e Famílias Raras) que atuarão no evento com foco na prevenção, saúde da mulher, educação sexual e zika vírus.

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Além dos atendimentos multidisciplinares, serão ofertadas atividades como espetáculos de circo, palestras e passeios educativos. O objetivo é de que no sábado (16), cerca de 60 crianças com microcefalia sejam atendidas e passem por testes com profissionais das mais diversas áreas. 

Já no domingo (17), as mães que já foram atendidas voltarão para participar de oficinas de dança, confecção de brinquedos inclusivos e estimulação precoce. O evento será aberto ao público em geral.

Um mutirão para diagnosticar crianças com suspeitas de microcefalia está sendo realizado nesta sexta-feira (10), das 8h às 16h, na Policlínica Lessa de Andrade, na Madalena, Zona Oeste do Recife. A expectativa é receber aproximadamente 50 crianças, que serão consultados por neurologistas.

Segundo a Prefeitura do Recife, foi realizada uma busca de crianças notificadas com suspeitas da síndrome congênita do zika. Nos oito Distritos Sanitários do Recife, houve visitas a essas famílias, com foco nas crianças cujo diagnóstico ainda estava indefinido. 

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Além de três neurologistas, o mutirão contará com uma equipe multidisciplinar, formada por assistentes sociais, psicólogos e enfermeiro. As crianças, caso necessário, passarão por exames, como tomografia computadorizada do crânio e sorologias. 

Caso o diagnóstico seja positivo, o paciente será encaminhado para as unidades de referência. Sendo descartada a síndrome, a criança continua sendo acompanhada pela unidade básica de saúde mais próxima de sua residência durante os cinco primeiros anos de vida. 

Este é o décimo mutirão de diagnóstico no Estado, sendo o sétimo no Recife. Os demais foram em Petrolina e Caruaru.  Desde o início das notificações de microcefalia, em julho de 2015 até 21 de outubro deste ano, foram contabilizados 2403 casos em Pernambuco. Desses, 483 confirmados, 1630 descartados e 335 em investigação. 

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, receberá um evento de doação de fraldas e atividades lúdicas para crianças com microcefalia no sábado (28). A iniciativa é do Projeto Anjos, com apoio da Prefeitura de Olinda.

O projeto teve início este ano, já tendo entregado mais de dois caminhões de fraldas. Para a idealizadora, Jacyra Salsa, o momento é importante para ajudar essas pessoas. “Com a comoção inicial as doações eram feitas, mas com o tempo as pessoas vão esquecendo que o desafio dessas famílias é diário e permanente”, afirma. 

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O evento contará com piscina de bola, tocadores de flauta, entre outras atrações. Para receber as fraldas, a mãe precisa se cadastrar no projeto. O cadastro pode ser feito por mães da Região Metropolitana ou interior na Câmara de Dirigentes Lojistas ou na Faculdade Focca.

As atividades ocorrerão das 14h às 17h30, na Praça 12 de Março, em Bairro Novo. O telefone de contato do projeto é o 3366-3672.

Foi aprovado nesta terça-feira (3) pela Câmara Municipal de Campina Grande o projeto que prevê a concessão de uma bolsa para famílias de crianças com microcefalia no município, enviado pelo prefeito Romero Rodrigues. De acordo com o projeto, os pais terão direito ao Benefício de Prestação Continuada no valor de R$ 500,00 por mês para ajudar no orçamento familiar.

“Esta é só mais uma das muitas ações que realizamos desde o início de apoio a essas famílias. Essas mães na maioria das vezes não podem se ausentar um só momento dos cuidados com os seus filhos e, por isso, motivado pelo espírito solidário resolvi instituir este benefício, além da concessão das casas que já tínhamos conseguido, para melhora a vida dessas crianças especiais e dessas essas guerreiras do bem que são as mães”, ressaltou o prefeito Romero Rodrigues.

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Para receber o benefício, as famílias devem comprovar que a renda per capta mensal não ultrapassa um salário mínimo, R$ 937,00, e que moram em Campina Grande. A expectativa é ajudar 27 crianças com a Síndrome Congênita do Zika Vírus que moram na cidade. E mesmo que as famílias acumulem outro benefício da seguridade social, não perderão o direito a esse novo benefício. Outro projeto já aprovado, autoriza que 30 casas do Complexo Habitacional Aluízio Campos sejam doadas as famílias.

A médica e pesquisadora Adriana Melo, responsável pelas primeiras pesquisas que associaram o aumento dos casos de microcefalia ao Zika Vírus, recusou o título de cidadã campinense. Na última quarta-feira (27), ela divulgou um vídeo em uma rede social fazendo um desabafo após saber que os vereadores vetaram o repasse de recursos para o Instituto Professor Joaquim Amorim Neto (Ipesq), que realiza pesquisas relacionadas à Microcefalia em Campina Grande. Confira o vídeo.

O projeto encaminhado pelo Executivo à Câmara de Campina Grande prevê a regulamentação dos repasses a instituições filantrópicas, porém algumas foram excluídas. Entre elas, o Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Amorim Neto (Ipesq), onde ela trabalha, não irá receber o benefício mensal de R$ 5 mil. Durante a votação foram apresentadas quatro emendas incluindo o instituto, porém elas foram vetadas pelos vereadores.

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"Dizer aos vereadores de Campina Grande que a gente já esperava isso. Dizer também que eu não entrei nisso por prêmio, nem por reconhecimento. Entrei nisso por ação, então considere aqueles convites que me fizeram como o Dia Municipal da Microcefalia ser no meu aniversário e Título de Cidadã Campinense, considere como rejeitados. Eu não preciso de títulos dados por vereadores para poder me considerar campinense, eu já me considero campinense. E não preciso do dia do meu aniversário ser lembrado para isso ou para aquilo. O dia de combate, para mim, para ajudar a criança com microcefalia é diário, de manhã, de tarde e de noite”, declarou a médica.

Adriana ainda enfatiza que o auxílio ao Instituto, que foi vetado pelos vereadores, seria muito mais importante que qualquer homenagem que a Câmara se propôs a fazer a ela.

A médica também veiculou nas redes sociais os nomes dos vereadores que vetaram a emenda. Entre eles estão: Alexandre do Sindicato, Saulo Germano, Ivan Batista, Sargento Neto, Marinaldo Cardoso, Saulo Noronha, Lucas Ribeiro, Pimentel Filho, Lula Cabral, Aldo Cabral, Renan Maracajá, João Dantas e Álvaro Farias.

Segundo informações do Jornal da Paraíba, o  vereador oposicionista Anderson Maia (PSB) declarou a ausência de critérios estabelecidos no projeto para seleção das entendidas que irão receber os repasses, além da falta de diálogo com as entidades que foram excluídas e quebra de acordo que previa que a votação iria acontecer após uma visita às instituições.

O vice-líder do governo na Câmara, vereador Alexandre do Sindicato (PHS) disse que havia um acordo para que esse projeto fosse votado para não prejudicar as entidades que estão sem receber os recursos e uma nova proposta complementar seria apresentada posteriormente contemplando outras instituições."A Câmara não votou contra entidade alguma, pelo contrário votamos um projeto do Executivo, que beneficia entidades", afirmou.

Com relação a emenda rejeitada o vereador João Dantas (PSD), líder do Governo, alegou que a proposta não foi aprovada porque era inconstitucional, pois gerava despesas ao Executivo, o que é vetado por lei.

O Instituto Evandro Chagas (IEC) realizou testes pré-clínicos da vacina contra zika que demonstraram que uma única dose da imunização previne a transmissão da doença em animais durante a gestação e o contágio dos filhotes. A pesquisa foi realizada em camundongos e macacos. Já os testes em humanos devem ser realizados, a partir de 2019.

O teste foi realizado em camundongos machos e fêmeas. Uma das descobertas científicas inéditas é que o zika vírus pode ser capaz de causar esterilidade. A infecção nos animais reduziu consideravelmente a quantidade de espermatozoides, a mobilidade deles (ficaram imóveis) e o tamanho dos testículos (atrofia). Esses testes não foram realizados nos macacos.

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No entanto, não é possível afirmar que esse efeito também se aplique aos seres humanos. “Há uma preocupação de que esse achado evidencie que possa ocorrer um impacto similar entre os seres humanos, contudo ainda não há nenhum estudo que demonstre isso”, pontuou o diretor do Instituto Evandro Chagas (IEC), Pedro Vasconcelos.

O estudo foi realizado no Instituto Nacional de Saúde (NIH), Universidade do Texas e Universidade Washington, dos Estados Unidos, todos parceiros da pesquisa. Os testes obtiveram sucesso em seu objetivo, que é impedir que o zika vírus cause microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central tanto nos camundongos quanto nos macacos.

Segundo o IEC, os testes foram um dos mais avançados para a formulação de uma futura vacina contra a doença para proteger mulheres e crianças da microcefalia e outras alterações causadas pelos vírus.

O Ministério da Saúde irá destinar R$ 7 milhões nos próximos cinco anos para o desenvolvimento e produção da vacina.

O Sistema Único de Saúde (SUS) incluiu o medicamento Levetiracetam para o tratamento de convulsões em pacientes com microcefalia. O governo publicou na edição desta segunda-feira (4) no Diário Oficial da União (DOU).

O prazo máximo para que o medicamento esteja disponível no SUS é de 180 dias, a partir da publicação no DOU. 

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O governo brasileiro decretou Emergência Nacional em Saúde Pública em novembro de 2015 devido ao vírus Zika e sua associação com microcefalia e outras alterações neurológicas.

O Leveriracetam também será incluído ao SUS no tratamento de pacientes com epilepsia mioclônica juvenil resistentes à monoterapia. 

O vírus Zika provoca sintomas semelhantes aos da dengue e da febre Chikungunya. Em novembro de 2015, o Ministério da Saúde confirmou que, quando gestantes são infectadas pelo vírus, podem gerar crianças com microcefalia, uma maliformação irreversível do cérebro, que pode vir associada a danos mentais, visuais e auditivos.

Serão distribuídos nesta quarta-feira (9) 40 kits com objetos destinados ao tratamento de bebês portadores de microcefalia e outras deficiências pelo Departamento de Fisioterapia da Universidade Estadual da Paraíba. A entrega será às 10h, no auditório do curso de fisioterapia em Campina Grande.

O grupo já acompanha os bebês há nove meses em uma ação que faz parte do projeto de extensão ‘Microcefalia em bebês de risco’ e de um projeto de pesquisa em microcefalia. Cada kit oferece 25 objetos voltados ao tratamento de estimulação multissensorial, próprios para o estímulo motor, visual, auditivo, de linguagem e inteligência do bebê.

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Um estudo publicado pela revista The Lancet faz um retrato sobre as duas ondas de nascimentos de bebês com síndrome congênita de zika no Brasil, ocorridas em 2015 e 2016 e constata: há ainda muito a ser descoberto sobre as diferentes formas de comportamento e manifestações clínicas da doença.

"As dúvidas são inúmeras. Será que, a exemplo da febre amarela, o aumento de casos de zika e consequentemente da síndrome congênita provocada pelo vírus ocorrerá em ciclos sazonais? Se sim, qual seria o intervalo, de três, quatro, cinco anos?", questiona o coordenador do trabalho, o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz Wanderson de Oliveira, em entrevista.

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A partir da análise dos dados reunidos no Sistema de Notificação de Doenças do Ministério da Saúde, Oliveira fez uma estimativa sobre quantos casos prováveis de zika ocorreram entre 2015 e 2016 no País: 1.673.272, dos quais 41.473 entre gestantes. Nesse período, 1.950 nascimentos de bebês com microcefalia relacionada à infecção foram confirmados.

"Do total, 70% ocorreram no Nordeste, logo depois da primeira onda de zika", observa o pesquisador. Na ocasião, foram identificados na região 49,9 casos a cada 10 mil nascidos vivos - uma taxa 24 vezes maior do que a média histórica brasileira.

O estudo indica que uma segunda onda de casos de zika entre gestantes foi identificada entre novembro de 2015 e agosto de 2016. Tal fenômeno, no entanto, não se refletiu em um aumento de bebês nascidos com a síndrome provocada pelo vírus. "Mesmo considerando os casos ainda sem confirmação, a região Nordeste apresentava um aumento pouco acima da média histórica de casos."

A tendência se repetiu no restante do País. Na segunda onda de nascimento de bebês com a síndrome, ocorrida no período entre setembro de 2015 e setembro de 2016, a ocorrência de registros foi significativamente menor. No entanto, observa-se que a região Centro-Oeste apresentou a taxa mais elevada, de 14,5 casos a cada 10 mil nascidos vivos. Esse resultado demonstra a ocorrência de uma segunda onda de casos de Síndrome Congênita em 2016, mas com magnitude muito inferior ao observado no final de 2015.

O pesquisador relata uma série de hipóteses que justificariam uma redução tão significativa da intensidade da segunda onda. Na primeira epidemia de zika no País, não havia ainda suspeita das consequências do vírus para o feto e, por isso, não havia prevenção adequada. "Diante da comoção provocada pelos primeiros casos, que vieram numa intensidade muito relevante, gestantes seguiram os cuidados que passaram então a ser recomendados", avalia. Diante do medo da época, muitas mulheres preferiram adiar a gestação. Além disso, os cuidados de combate ao vetor da doença, o mosquito Aedes aegypti, foram intensificados por autoridades públicas.

"Ainda é cedo para sabermos ao certo o que ocorreu, qual foi o peso de cada fator", reconhece Oliveira. Ele acrescenta, no entanto que, embora os números hoje sejam muito menores, casos novos de nascimento de bebês com a síndrome congênita continuam a ser registrados. O temor do cientista é o de que esses casos, ocorrendo de forma mais esparsa, acabem passando despercebidos também por autoridades sanitárias. "Sistemas de vigilância precisam estar muito atentos para não baixar a guarda e, sobretudo, para identificar o menor sinal de recrudescimento da doença", completa.

Estudo inédito coordenado pelo Instituto de Bioética Anis revela o desamparo enfrentado por mães e crianças vítimas da síndrome congênita da zika e chama a atenção para a necessidade de se reavaliar os casos até agora descartados. O trabalho teve como ponto de partida os registros da doença em Alagoas, Estado que de acordo com estatísticas oficiais apresentava um número bem menor de casos da síndrome que os vizinhos Pernambuco e Paraíba.

Durante um mês, pesquisadores percorreram 21 municípios, em uma expedição de 800 quilômetros, e encontraram 54 famílias de crianças com registros suspeitos, confirmados e descartados de má-formação causada pelo zika. Relatos e números reunidos são de abandono. Uma em cada 4 crianças não tinha assistência farmacêutica. Quase metade (45%) não tinha acesso a transporte da prefeitura para ir a consultas especializadas e boa parte, mesmo reunindo requisitos, não recebia o Benefício de Prestação Continuada, concedido para crianças com a síndrome que vivem em famílias cuja renda per capita não ultrapassa um quarto de salário mínimo.

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Extensão

"Até que se prove o contrário, os dados encontrados em Alagoas mostram que a mesma coisa pode estar acontecendo na Paraíba, em Pernambuco, na Bahia, na região do Sertão", afirma a coordenador do trabalho, a antropóloga Débora Diniz. Ela adverte que, se nada for feito, a situação de abandono pode piorar com a decretação do fim da situação de emergência para zika. "A fábula do fim da epidemia não é realidade para essas mulheres e crianças. Para esse grupo, o zika ainda está presente. O mosquito não desapareceu do sertão", avalia.

A expedição liderada por Débora trouxe à tona uma face da epidemia que não se reflete nas estatísticas. Dos 54 casos analisados pelo grupo, 5 foram descartados por serem nitidamente falhas de registro. No grupo restante, de 49 crianças, 10 haviam sido descartados para síndrome congênita de zika por autoridades sanitárias. Na avaliação do grupo, de forma incorreta. "Todas reuniam características que apontavam síndrome."

Ao contrário do que ocorre em outras partes do País, para o caso ser considerado confirmado em Alagoas, é necessário que a criança faça um exame de tomografia. O Estado, no entanto, conta apenas com dois aparelhos. A exigência, para o grupo, é considerada desnecessária e, sobretudo, um empecilho para que casos possam ser identificados. "Radiologista não foi o profissional escolhido pela política nacional para fazer essa avaliação. A criança cujo exame deu inconclusivo não é encaminhada para outras especialidades", observa Débora.

Talvez não seja à toa o fato de que o Estado tenha apresentado uma taxa de casos descartados duas vezes maior do que o da Bahia. Em Alagoas, são 22 crianças com diagnóstico descartado a cada 10 mil nascidos vivos. Na Bahia, são 11.

"Não tenho a menor dúvida de que o Estado brasileiro deve retornar a todos os casos descartados da epidemia. O que sabemos da epidemia agora não é o que sabíamos no início." Ela pondera ainda que ao longo da epidemia os critérios para classificação dos casos mudou. "Com isso, não temos dados para fazer uma comparação da epidemia ao longo do tempo."

Vidas por trás de números

Aos 26 anos, Juliana da Silva Lima não esconde a falta de esperança. Moradora de Maceió, três vezes por semana ela faz uma jornada de três horas de ônibus para levar a filha Maria Beatriz, com síndrome congênita por zika, para fazer estimulação precoce. "São três horas para ir, três para voltar. Como não tenho com quem deixar, levo minha filha Yasmim, de 3 anos junto. Tenho pena, porque se ando 5 quarteirões, Yasmim também tem de andar. Não tenho como dar colo."

O filho mais velho, Antonio Felipe, de 9 anos, há quase um ano teve de ir morar com a avó, no interior alagoano. "Não tinha como cuidar dele. A rotina mudou muito. Minha vida é cuidar de Maria Beatriz." A rotina fez com que a renda da família, já minguada, caísse ainda mais. "Fazia artesanato para vender na feira. Hoje, mal consigo cuidar da comida." Com isso, a família conta apenas com salário de motorista do marido. A família entrou com pedido de BPC, mas não conseguiu.

"Nossa renda caiu. Sem falar no fato de que não encontro remédios no posto de graça para Maria Beatriz." A menina faz uso contínuo de dois medicamentos. Um para conter as convulsões, outro para deixá-la mais calma. "Não consigo deixar de comprar na farmácia o da convulsão. O outro reduzo, de acordo com o que dá."

A família prepara-se agora para entrar na Justiça, para garantir o direito do BPC. "Se tivesse os medicamentos gratuitos, o transporte, talvez conseguisse dar um jeito. Mas sem nada, precisamos do benefício."

O secretário executivo do Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário, Alberto Beltrame, afirma que os benefícios estão sendo concedidos de acordo com os pedidos. "Dos 86 casos de microcefalia no Estado confirmados, foram autorizados 64 benefícios", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dois estudos brasileiros indicam que a infecção pelo zika pode causar mais danos do que os conhecidos ou provocar sequelas meses após o nascimento.

Em uma das pesquisas, cujos resultados foram publicados no periódico Acta Neuropathologica, um grupo de patologistas analisou amostras de tecido cerebral de dez bebês que morreram após o parto e cujas mães haviam sido infectadas pelo zika na gestação. Os cientistas verificaram que cinco crianças haviam desenvolvido hidrocefalia (acúmulo de líquido no cérebro).

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"Nesses casos, a lesão provocada pelo zika era muito mais grave, estava no tronco cerebral. Ali, a calcificação e a destruição eram muito intensas", explica a líder do estudo, Leila Chimelli, neuropatologista do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, membro da Sociedade Brasileira de Patologia e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Outro achado nesse estudo foi o caso de um bebê com indícios de insuficiência renal possivelmente associada à infecção pelo zika. O vírus foi encontrado nos rins da criança.

Um segundo estudo, ainda em andamento e coordenado pelo médico Saulo Duarte Passos, professor da Faculdade de Medicina de Jundiaí, descobriu o caso de um bebê nascido sem microcefalia, mas cuja cabeça parou de crescer aos dois meses de vida. "Hoje o bebê tem seis meses e o perímetro cefálico está estagnado desde então. Esse caso mostra a importância do acompanhamento também dos bebês que nascem sem nenhuma anormalidade", conta.

O estudo foi iniciado há um ano para acompanhar 700 gestantes da região de Jundiaí e seus respectivos bebês, independentemente da ocorrência de zika na gravidez. Do total, 526 já deram à luz e 46 crianças nasceram com microcefalia. "A incidência da má-formação na região surpreendeu, até porque inicialmente o grande número de casos estava concent

Mães que tiveram manchas avermelhadas pelo corpo durante a gestação e seus filhos, inclusive os que nasceram saudáveis, estão sendo recrutados para pesquisa sobre zika em Pernambuco. As mães estão sendo procuradas desde fevereiro de 2016, mas o processo continua para identificar se as crianças desenvolveram tardiamente ou virão a desenvolver agravos relacionados à síndrome congênita.

Após aceitarem participar, as mulheres são entrevistadas em seus domicílios, dando informações sobre histórico da gravidez, uso de medicação, de bebidas alcoólicas e condições socioeconômicas. Em seguinda, têm o sangue coletado para confirmar se contraíram ou não zika. Já as crianças são encaminhadas para consulta com pediatra para fazer ultrassom e coleta de sangue. Segundo a Fiocruz, também são agendadas consultas com neurologistas, otorrino e oftalmologista. As crianças serão acompanhadas por quatro anos.

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Desde o ano passado, 600 mães/gestantes foram procuradas, mas apenas metade dos bebês nascidos dessas mulheres foram examinados pelas equipes multidisciplinares. A microcefalia é o agravo mais sério entre os bebês, mas não é o único que pode ser apresentado, como explica o coordenador da pesquisa, professor Ricardo Ximenes. 

“Há crianças que nascem aparentemente normais mas não se sabe se elas vão apresentar algum problema no futuro. Trazer as crianças para serem vistas por especialistas que estão na pesquisa permitirá uma intervenção mais precoce, caso seja detectado algum sintoma antes não percebido. Além disso, gera conhecimento que será importante para orientação das futuras grávidas”, comenta Ximenes. Há regitros nas crianças de casos de epilepsia, deficiências auditivas e visuais e atraso no desenvolvimento psicomotor. 

As mães notificadas pela Secretaria Estadual de Saúde são o alvo da pesquisa. Mulheres que apresentaram manchas vermelhas na gestação e não procuraram ajuda médica, entretanto, podem participar do estudo, entrando em contato com a equipe médica pelos números (91) 2123-7846 e 9 9750-0158.

Com informações de assessoria

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