Tópicos | meta fiscal

O Ministério da Fazenda distribuiu nesta quarta-feira, 25, nota à imprensa na qual comenta a aprovação da meta fiscal de 2016 pelos parlamentares na madrugada do mesmo dia. Segundo a nota, a aprovação da revisão da meta pelo Congresso Nacional "indica que a instituição está comprometida com a superação da crise e de recuperação da economia brasileira".

Em votação simbólica, senadores e deputados aprovaram por volta das 4 horas desta quarta-feira a alteração da meta fiscal que permite um déficit de R$ 170,5 bilhões nas contas do governo central ao fim de 2016.

##RECOMENDA##

Na nota, a Fazenda destacou que "a decisão do Congresso é um passo importante na redução de grandes incertezas que cercavam, e ainda cercam, a trajetória das contas públicas". Com isso, segundo o Ministério, a decisão do Legislativo contribui para dar sustentação a sinais ainda incipientes de recuperação dos indicadores de confiança.

Ainda de acordo com a Fazenda, "a ação persistente e conjunta dos poderes constituídos determinará a superação definitiva das citadas incertezas e o fortalecimento da confiança de empresários e trabalhadores". Como consequência natural desse ambiente, continua o Ministério, o Brasil terá o retorno dos investimentos e da geração de empregos.

Mais cedo, o presidente em exercício, Michel Temer, classificou o resultado da votação no Congresso como "uma bela vitória". "Eu falo com vocês depois porque ficamos assistindo até às 4h30. Foi uma bela vitória", disse Temer, após participar de cerimônia de entrega de cartas credenciais de embaixadores no período da manhã.

A meta fiscal aprovada nesta madrugada agora segue para a sanção presidencial. A sessão foi marcada por tentativas da oposição de obstruir a votação.

Na terça-feira, em fala aos líderes da base aliada no Planalto, o presidente em exercício disse que a aprovação da meta seria o primeiro teste para o governo e para o Legislativo.

Em uma sessão que durou mais de 16 horas, o Congresso Nacional aprovou nesta quarta-feira (25), em votação simbólica, o projeto com a revisão da meta fiscal para 2016. O texto autoriza o governo federal a fechar o ano com um déficit primário de até R$ 170,5 bilhões nas contas públicas.

“A aprovação da meta resulta em ajuste de receitas de forma real porque a receita que previa superávit de R$ 30 bilhões, que era o texto do governo anterior, era algo extremamente irreal. Estamos ajustando as receitas, ajustando as despesas e estamos retomando investimentos estratégicos para o país”, disse o senador Romero Jucá (PMDB-RR).

##RECOMENDA##

Os parlamentares aprovaram o relatório do deputado Dagoberto (PDT-MS), que invocou o “momento excepcional” ao pedir a aprovação do texto. “Não podemos ignorar as dificuldades financeiras que o país vem enfrentando. O momento politico requer grande esforço de todos em prol da retomada do crescimento”, disse.

A meta fiscal, economia que o governo promete fazer para pagar a dívida pública, gira em torno da expectativa da receita arrecadada e também dos gastos. A nova meta com o déficit foi anunciada na sexta-feira (20) pelo então ministro do Planejamento, Romero Jucá, e pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Dificuldades

Apesar de o texto não detalhar os cortes, do total de R$ 170,5 bilhões, R$ 163,9 bilhões dizem respeito ao déficit para o setor público não financeiro para o Governo Central, dos quais R$ 114 bilhões referem-se ao déficit fiscal, acompanhado de R$ 21,2 bilhões de descontigenciamento de receitas; R$ 9 bilhões para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC); R$ 3,5 bilhões para o Ministério da Defesa; R$ 3 bilhões para a Saúde; R$ 13,3 bilhões para renegociação de dívidas dos estados e outras despesas. Também entram no cálculo RS 6,554 bilhões para os estados e municípios.

O governo interino justificou o resultado alegando dificuldades diante da crise econômica e queda nas receitas com um recuo do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,8%. Também contribuiu o fato de que, caso a meta não fosse revista até o dia 30 de maio, o governo ficaria “paralisado”, uma vez que, na prática, teria que cortar mais despesas para cumprir a meta enviada por Dilma, com previsão de superávit de R$ 24 bilhões.

O valor, fixado na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2016, passava para R$ 30,5 bilhões, considerado todo o setor público (estados e municípios também). Contudo, já em março, o governo da presidenta afastada Dilma Rousseff disse que teria como cumpri-la e apresentou proposta de revisão com déficit de R$ 96,6 bilhões nas contas públicas.

Embate e reclamações

A sessão do Congresso destinada a apreciar os 24 vetos presidenciais antes da votação da meta fiscal começou às 11h de ontem (24) e seguiu com governistas e oposcionistas travando uma batalha política em torno do tema. Liderados pelo PT, partidos contrários ao processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, como o PCdoB, PDT, PSOL e Rede, esforçaram-se ao máximo para obstruir os trabalhos e prolongar a votação dos vetos. O objetivo era fazer com que a sessão acabasse sendo encerrada por falta de quórum e sem votar a meta fiscal.

Os parlamentares se revezavam criticando a proposta de revisão da meta de R$ 170,5 bilhões. “Não é possível ampliar o déficit para R$ 170 bilhões prevendo frustração de receita futura. Isso é o paradigma da irresponsabilidade fiscal. É outro golpe! Foi golpe contra a democracia, foi golpe contra a aposentadoria, a política de salário mínimo, o Minha Casa, Minha Vida e, agora, é um golpe contra a estabilidade fiscal do país, no mesmo dia em que o ministro da Fazenda apresenta uma previsão de pedalada fiscal”, disse o líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA).

A meta proposta também foi criticada pelo deputado Silvio Costa (PTdoB-PE). Segundo ele, a aprovação do valor proposto seria passar um cheque em branco para o novo governo.

Outra crítica dos parlamentares de oposição foi a condução dos trabalhos para a votação da meta fiscal. Segundo eles, Renan Calheiros “atropelou” o regimento para conseguir a aprovação do texto. “O presidente do Congresso [Renan] adotou algumas posturas diferentes das que adotava quando a oposição não era governista”, reclamou o senador Humberto Costa (PT-PE), referindo-se ao fato de Calheiros ter feito a votação sem deixar que os partidos orientassem suas bancadas.

O senador Humberto Costa (PT) afirmou, nesta quarta-feira (25), que a alteração da meta fiscal proposta pelo presidente em exercício Michel Temer (PMDB) e aprovada pelo Congresso Nacional durante a madrugada “traz números fictícios e diversas maquiagens para dizer que o Brasil caminhava para um rombo absolutamente falso de R$ 170 milhões”. Sob a ótica do parlamentar, a elevação do déficit é um “cheque em branco” para a gestão do peemedebista escoar recursos.

“O fato concreto é que a proposta analisada aqui representa um cheque em branco para o governo golpista remanejar recurso de uma rubrica para outra como bem entender e mudar a destinação dos recursos com o objetivo de, ao fim do ano, falar que a meta foi cumprida. Isso é fictício”, acusou. “Antes, [os opositores a Dilma] diziam que a meta era rígida e não poderia ser objeto de mudança, quando a equipe econômica sugeria a sua redução. Agora, estão aí, favoráveis a essa mudança”, acrescentou.  

##RECOMENDA##

A nova meta fiscal votada pelo Congresso altera o déficit anual de R$ 96,7 bilhões para R$ 170,5 bilhões. Para Humberto, o projeto começa equivocado ao fazer a estimativa de receita incorreta e não propor, por falta de coragem, a volta da CPMF. “Quem disse que o processo de repatriação de recursos do exterior vai resultar em apenas R$ 4 bilhões de volta ao Brasil? E a CPMF, que o governo não tem coragem de sugerir? Trata-se de um governo vai-e-vem, ioiô, que diz uma coisa e recua no mesmo dia”, criticou. 

Ironizando o parlamentar lembrou que os “grandes gênios” da economia alertavam, no período Dilma, que era fácil fazer a receita da União crescer sem aumentar a carga tributária. “Então, façam isso. Dilma saiu em maio. Agora, vocês têm esse período de interinidade para realizá-lo”, cobrou. 

Além disso, após a sessão que foi concluída por volta das 4h da manhã, Humberto Costa questionou a tentativa de cerceamento da fala dos parlamentares do PT, PCdoB e PSOL durante a sessão. 

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) rebateu às 3h desta quarta-feira (25) as críticas que recebeu do deputado Silvio Costa (PtdoB-PE) e reforçou o discurso da "herança maldita" recebida da presidente afastada, Dilma Rousseff, pelo governo em exercício de Michel Temer. O ex-ministro do Planejamento chegou afirmar que a maior "herança maldita" recebida por Temer é a oposição.

"Me pediram uma prova: a maior delas pode ser vista no espelho por vocês mesmo, a maior herança maldita que o governo do Temer recebe é essa oposição, é ter que aguentar vocês", disse em seu discurso na tribuna. Em sua fala, o deputado oposicionista afirmou que, caso Jucá voltasse atrás em seu discurso sobre as dificuldades que o governo da presidente Dilma Rousseff deixou, ele votaria a favor da alteração da meta fiscal.

##RECOMENDA##

Reforçando a defesa feita pelo presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), de que o governo de Dilma também teve um ministro com áudios revelados, Jucá afirmou que, diferente de Aloísio Mercadante, que foi mantido no cargo após os áudios em que, supostamente, tenta comprar o senador Delcídio do Amaral (sem partido - MS) para que o parlamentar não fizesse acordo de delação premiada.

"Assim como eu, no governo passado, um ministro foi grampeado, o Mercadante, e a Dilma o manteve. O que é que eu fiz? Eu cheguei no presidente (Temer) e disse que defendi minhas posições, mas disse que estava comunicando ao Ministério Público que não cometi crime e me afastei do governo enquanto o MP não responde", destacou o ex-ministro.

O senador pediu para fazer um esclarecimento e reforçou que, em março, teve um diálogo com o ex-senador Sério Machado onde mostrou suas posições pessoais. Mais uma vez, Jucá rebateu as críticas e reforçou que se afastou do cargo, enquanto Mercadante "se escondeu atrás da Dilma".

Durante seu discurso, o ex-vice-líder do governo Dilma Rousseff na Câmara, deputado Silvio Costa (PtdoB-PE), disse que a nova meta era "chutômetro" do governo Michel Temer. "Vocês inventaram um conjunto de mentiras e agora dizem que é verdade", afirmou. Para Costa, o Congresso votou pauta-bomba, trabalhou os dois últimos anos contra o governo e agora não pode "cobrar responsabilidade dessa oposição provisória". Costa desafiou Temer a encaminhar ao Parlamento a proposta de recriação da CPMF e as reformas trabalhistas e previdenciária.

Coube deputado Paulo Pimenta (PT-RS) sair em defesa de Mercadante e rebater o discurso de Jucá. "A situação do Jucá deve ser comparada com a situação de Delcídio", disse o petista. Para Pimenta, o peemedebista foi flagrado falando em trânsito com ministros do Supremo Tribunal Federal e expectativas de livrar políticos das investigações da Operação Lava Jato.

Pimenta culpou os partidos que hoje apoiam Temer por engessar a capacidade do governo e impedir que medidas econômicas fossem aprovadas. "Os senhores trabalharam de maneira consciente para que a economia do País fosse se deteriorando", acusou.

Jucá permaneceu na Mesa durante todo o período em que o presidente do Senado, conduziu os trabalhos da sessão do Congresso. Ao lado de Renan, Eunício de Oliveira e Edison Lobão, Jucá ouviu questionamentos de parlamentares sobre se ele podia ou não estar ali.

A deputada Maria do Rosário afirmou que Jucá não tinha direito de estar na Mesa porque ele se licenciou do mandato para assumir o ministério do Planejamento. "Ele está ali não é para orientar os deputados. Ele está ali para dizer a Janot que pode tudo", disse ela, referindo-se ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Mais cedo, a deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ) fez o mesmo questionamento. Segundo ela, a presença do senador peemedebista incomodava os parlamentares. "Incomoda muitos de nós que, mesmo o senador Romero Jucá tendo mantido o mandato até aqui, entre no Senado e sente-se à mesa, como se mantivesse autoridade, e ainda fique fazendo gozação com a intervenção de parlamentares na tribuna e sorrindo", disse a deputada.

"Devia ter, pelo menos, a capacidade de se recolher, ou alguém o recolher, para que a gente possa ter o respeito da sociedade e não seja tão acintosa a presença dele no plenário dessa forma", completou.

O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), quer votar ainda hoje a alteração da meta fiscal que permitirá um déficit de R$ 170,5 bilhões em 2016. Ele acabou de encerrar a votação dos 24 vetos presidenciais que trancam a pauta do Plenário e já deu início à votação dos 13 destaques que também estão travando a pauta.

Mais cedo, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) tentou votar a meta fiscal, mas não teve quórum suficiente. Na sessão de ontem da comissão, os senadores também não compareceram e não marcaram o quórum mínimo necessário para votar o tema. Mesmo assim, Renan já afirmou que levará a meta fiscal para votação no plenário do Congresso independentemente da apreciação da CMO.

##RECOMENDA##

Ex-ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR) retomou, nesta terça-feira (24), o mandato de senador. Ao participar da abertura da sessão do Congresso Nacional, que pretende votar a nova meta fiscal proposta pelo presidente em exercício Michel Temer (PMDB), o parlamentar reforçou que não fez “nenhuma ação” para impedir o andamento da Lava Jato. 

Jucá foi exonerado do comando do ministério após a divulgação de um diálogo seu com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Na conversa, o peemedebista diz que a ida de Temer para a titularidade da presidência ajudaria a “estancar a sangria” causada pelas investigações da operação. 

##RECOMENDA##

O senador disse que pediu ao Ministério Público Federal que analise se há algum “crime ou imputação de conduta irregular” no diálogo. E pontuou que voltará a falar do assunto na sessão plenária do Senado desta quarta-feira (25).

Meta fiscal

Apesar de não compor mais o primeiro escalão do governo, Jucá continua na linha auxiliar a Michel Temer. Na abertura da sessão ele disse que a nova previsão de déficit nas contas públicas – de R$ 170,5 bilhões – é uma mudança de paradigma em relação a um “governo atrasado”. Segundo o senador, o cálculo tira da conta anterior recursos oriundos de uma eventual criação da CPMF; R$ 35 bilhões em repatriação de recursos no exterior que não entraram; e outras receitas em que houve queda.

“Essa meta fiscal é um número realista, responsável, que tira da conta um superávit fantasma que o governo anterior propôs”, disse. O senador acrescentou que a proposta do governo Temer permite retomar investimentos importantes no Brasil, como a transposição do São Francisco, as adutoras de água no Nordeste, obras em estradas, além de possibilitar mais recursos para a saúde. “Também contempla a renegociação das dívidas dos estados e dos municípios”, explicou Jucá.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que vai trabalhar para votar a revisão da meta fiscal - que prevê um déficit de R$ 170,5 bilhões - nesta terça-feira, 24, no Congresso Nacional. De acordo com Renan, ele dará ao presidente em exercício, Michel Temer, o mesmo suporte que deu à Dilma.

"Eu vou ajudar o governo Temer da mesma forma que ajudei o governo Dilma. Não é o Michel, é o Brasil, é o interesse nacional. Acho que, mais do que nunca, precisamos que o governo diga quais são as mudanças que vai fazer. E no que for possível o Congresso Nacional vai ajudar. Hoje o Temer é o Brasil", disse Renan.

##RECOMENDA##

Ele confirmou que a sessão do Congresso foi adiantada para 11h, com o intuito de facilitar que a revisão da meta seja apreciada ainda no mesmo dia.

Regimentalmente, a sessão do Congresso deve analisar primeiramente os vetos presidenciais. Dessa vez, constam 24 vetos na lista.

Além disso, a oposição, agora liderada pelo PT, prometeu fazer obstrução da sessão. Renan afirmou que a obstrução é regimental e que ele não irá atropelar o regimento, mas vai colaborar com o que puder para votar a meta.

O ministro do Planejamento, Romero Jucá, que confirmou na tarde desta segunda-feira, 23, que se licenciará do cargo, afirmou que a meta fiscal será votada amanhã, às 11 horas. Segundo ele, a meta do governo do presidente em exercício Michel Temer é "factível, realista, não tem maquiagem". "E é a primeira diferença que tem entre o governo Michel Temer e o que saiu", disse Jucá, em meio a gritos de golpista e confusão no Plenário.

Jucá participou nesta tarde de reunião com Temer e com o presidente do Senado, Renan Calheiros, quando Temer trouxe o proposta da meta fiscal.

##RECOMENDA##

O presidente em exercício, Michel Temer, chegou na tarde desta segunda-feira, 23, ao Congresso Nacional, onde entrega a proposta de alteração da meta fiscal de 2016 ao presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Temer não quis dar declarações à imprensa na chegada e estava acompanhado do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima.

Ao chegar, Temer foi recebido com gritos de "golpista" por funcionários do Congresso. Já próximo ao gabinete de Renan, os protestos continuaram com os deputados petistas Paulo Pimenta (RS), Moema Gramacho (BA) e Helder Salomão (ES) que acompanharam Temer até a entrada na sala da presidência do Senado. Em seguida, o ministro do Planejamento, Romero Jucá, chegou ao Senado e também entrou para a reunião com Renan.

##RECOMENDA##

Os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e da Casa Civil, Eliseu Padilha, também participam do encontro.

O presidente em exercício Michel Temer fará nesta segunda-feira (23) visita ao Senado para pedir apoio à votação da nova meta fiscal - fixada com um rombo de R$ 170,5 bilhões. Será a primeira vez que Temer vai ao Congresso após a aprovação da abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Até este domingo (22) não estava definido exatamente como se dará a visita de Temer: se ele será recebido no plenário ou apenas no gabinete do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

##RECOMENDA##

O PT promete constranger o presidente em exercício durante a visita. "Não reconhecemos a legitimidade do Temer. Para nós, ele chegou ao comando do País por meio de um golpe", disse o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA). "Por tudo isso, dependendo como for essa visita dele, não descartamos recebê-lo com vaia."

A ida de Temer ao Senado foi divulgada pelo ministro do Planejamento, o senador licenciado Romero Jucá (PMDB-RR). A expectativa é de que haja poucos senadores circulando pela Casa, portanto a visita de Temer será mais simbólica e terá como objetivo dar um recado: de que a aprovação da meta fiscal é urgente. "A preocupação primeira é essa", afirmou Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM no Senado.

Agora na base governista, o DEM promete sair em defesa de Temer e ressalta a importância do gesto do peemedebista. "É um gesto que cativa e estende a mão", disse Caiado.

A senadora Vanessa Graziottin (PC do B-AM) rebateu a tese de que, ao se aproximar do Congresso, Temer é diferente de Dilma. "Eles (aliados de Temer) têm razão em dizer que ele não é igual à Dilma. Ele é golpista e ela não. A máscara dele está caindo", afirmou. A senadora lembrou que Dilma também previu um déficit e veio ao Parlamento em fevereiro na abertura do ano legislativo, mas ainda assim o Congresso não aceitou a proposta do governo petista.

Vanessa chamou de "conversa fiada" o discurso de que Temer terá uma nova relação com os parlamentares. Ela não prevê nenhum ato em protesto contra a presença de Temer na Casa, mas sim um discurso enfático em plenário da ala pró-Dilma contra o governo em exercício. "A posição será expressa no debate da matéria". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A votação da meta fiscal, primeiro grande teste da gestão Michel Temer no Congresso, pode não ocorrer na semana que vem. O entrave ameaça de paralisia total o novo governo já em seu primeiro mês. Sem a aprovação da meta até o dia 30, todas as despesas da administração, mesmo as mais triviais, ficam imediatamente suspensas.

A tarefa do presidente em exercício de conseguir a aprovação, dentro do prazo, do projeto de revisão da meta é considerada muito difícil por líderes parlamentares. Segundo apurou a reportagem, o governo vai pedir autorização para um rombo que deve superar R$ 150 bilhões nas contas deste ano. Antes de apreciar o projeto, o Congresso terá de votar 24 vetos remanescentes da presidente afastada Dilma Rousseff - alguns ainda do fim de 2015.

##RECOMENDA##

A decisão da Comissão Mista de Orçamento (CMO), anunciada nesta semana, de entrar na discussão sobre a meta fiscal dará também um protagonismo maior aos deputados na votação.

Se o projeto fosse direto para o plenário, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), poderia indicar o relator. Contudo, com a decisão da CMO o relator escolhido é o deputado Dagoberto (PDT-MS), indicado pelo presidente da comissão, deputado Arthur Lira (PP-AL), aliado do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Dessa forma, a negociação, programada para ser feita diretamente entre Renan e o ministro do Planejamento, Romero Jucá, terá de passar pela intermediação de um deputado. O governo Dilma enviou no fim de março o projeto fixando em R$ 96,65 bilhões o déficit para 2016. Com o processo de impeachment em curso, o pedido ficou parado no Congresso.

O líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE), participou nesta quinta-feira, 19, de uma reunião com Temer no Planalto. O presidente em exercício pediu que se acelere ao máximo a pauta de votação prevista para a próxima semana. "Para desobstruir a pauta, votaremos pedidas provisórias na segunda-feira e tentaremos a DRU (Desvinculação de Receitas da União) e a (mudança) na meta fiscal na terça-feira", disse.

Moura avaliou, porém, que o feriado de Corpus Christi, na quinta-feira, e a possibilidade de os parlamentares voltarem para suas bases na véspera talvez invalide a votação da meta na próxima semana.

'Shutdown'

Prevista para esta sexta, 20, a entrevista coletiva marcada para que a equipe econômica expusesse o relatório de receitas e despesas - que servirá de base para a nova meta fiscal - foi suspensa. Jucá disse que o governo apresentará a nova meta na segunda-feira, 23.

Ignorando o feriado, Jucá reforçou que os ministérios trabalham para que a aprovação ocorra até sexta-feira, o que evitaria a paralisação da máquina pública - o chamado "shutdown".

"Não vai ter coletiva porque, na realidade, a nova meta será divulgada na segunda-feira. Não adianta fazer coletiva agora", disse Jucá após encontro com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Na semana passada, as primeiras informações do novo governo indicavam uma revisão do déficit para R$ 120 bilhões, montante que aumentou para R$ 130 bilhões e, agora, supera R$ 150 bilhões. O ministro confirmou que o rombo da Eletrobrás será incluído na proposta de nova meta fiscal com uma ressalva, uma vez que o governo não tem o número preciso para capitalização da empresa.

O impacto do impasse em torno da dívida bilionária dos Estados nas contas públicas da União é mais um fator que está sendo avaliado pelo governo. Isso deverá estar refletido já no relatório de receitas e despesas que a Fazenda prepara para este sábado.

O secretário executivo do Planejamento, Dyogo Oliveira, revelou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que o rombo de até R$ 6 bilhões resultante dos 60 dias de suspensão do pagamento das dívidas - determinado pelo Supremo Tribunal Federal para que as partes negociem um acordo - poderá ser incorporado ao déficit ou ficar como um possível risco fiscal para ser abatido da meta.

"São duas alternativas: ou a gente coloca uma estimativa, fecha um valor, ou a gente coloca isso como um risco fiscal que deveria ser considerado além da meta", disse.

O relatório desta sexta não contará com um novo contingenciamento, segundo o ministro. Jucá avalia que um novo corte só é necessário após 30 de maio e está confiante de que o Congresso aprove a alteração da meta fiscal antes dessa data. "Contingenciamento só dia 30 e com a meta aprovada." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu a redução da meta fiscal para acomodar um déficit que já pode passar de R$ 160 bilhões. "É fundamental que o governo tenha rapidamente este diagnóstico, para que tenhamos um número verdadeiro para reduzir a meta fiscal, temos que reduzir com a certeza de que a redução é real, verdadeira", afirmou Renan.

Foi o próprio Renan quem informou ontem que o déficit já passava de R$ 160 bilhões. Hoje ele preferiu não falar sobre números, mas disse ter informações de que o "rombo fiscal está crescendo". Ele defendeu que o governo interino precisa avaliar com cautela todo o orçamento e incluir tudo na revisão da meta fiscal.

##RECOMENDA##

Renan também se comprometeu em fazer o possível para votar a revisão da meta fiscal já na próxima terça-feira, 24, em sessão do Congresso Nacional. Apesar de a sessão estar agendada e a meta ser a prioridade para o governo, regimentalmente o Congresso precisa analisar os vetos presidenciais primeiro. Na lista, constam 24 vetos trancando a pauta. Caso não haja acordo, a sessão pode se alongar e não chegar à análise da meta fiscal.

Em tom de alinhamento com o governo interino, Renan afirmou ainda que o Brasil "não pode dar errado novamente" e que é papel do Senado colaborar com saídas. "A emoção já passou, agora é concretude", disse. Na noite de ontem, ele já havia dito que a emoção do processo de impeachment havia acabado e que era o momento de o presidente interino "trabalhar".

Ministério da Cultura

O presidente do Senado voltou a defender que o Congresso poderá recriar o Ministério da Cultura (MinC). A pasta foi extinta pelo presidente em exercício Michel Temer e realocada como uma secretaria do Ministério da Educação.

Na tarde de ontem, Renan defendeu a importância do MinC e que seu peso no orçamento era muito pequeno para ser extinguido por uma questão "meramente contábil". O presidente do Senado se comprometeu em recriar o ministério por meio de uma emenda à Medida Provisória da reforma ministerial, enviada por Temer ao Congresso.

Ontem, após diversas negativas, Temer conseguiu enfim nomear o secretário da Cultura. Renan disse que isso não muda sua sugestão e que, se todos concordarem, o Ministério será recriado no Congresso.

A nova equipe econômica fez as contas e calculou como pior cenário para a meta fiscal deste ano um déficit de R$ 150 bilhões nas contas públicas. A tendência é fixar a meta com o cenário que leva em consideração o maior risco para evitar uma nova mudança até o final do ano. A estratégia inverte a lógica da política fiscal adotada até agora de seguidas alterações da meta. Também permite depois ao governo apresentar um resultado melhor.

"Estamos discutindo uma convergência para a meta no pior cenário para apresentarmos um resultado fiscal melhor", informou na terça-feira, 17, um integrante da nova equipe econômica do presidente em exercício Michel Temer. A definição da meta fiscal será feita até sexta-feira, informou também na terça, no Rio de Janeiro, o ministro do Planejamento, Romero Jucá. Junto com a nova meta será apresentada uma programação para se chegar novamente a um resultado superavitário das contas do governo.

##RECOMENDA##

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o prazo de até sexta-feira para publicação do relatório de receitas e despesas será cumprido, mas não antecipou um contingenciamento ou uma nova proposta de meta fiscal. O ministro disse que, até lá, terá mais informação sobre as contas. "Os prazos serão respeitados e obviamente, a partir daí, faremos a melhor avaliação possível dentro dos prazos necessários", disse.

Em meio à avaliação dos cenários, a área econômica já enfrenta pressões de ministros por liberação de recursos. Os titulares das pastas assumiram os cargos e encontraram recursos escassos por conta do último contingenciamento temporário feito pelo governo em março, de R$ 21,2 bilhões, até que a mudança da meta fosse aprovada pelo Congresso. A previsão é que a medida seja desfeita, dando alívio aos novos ministros.

Simplificação

Segundo fontes ligadas à equipe econômica, os cenários avaliados levam em conta um déficit entre R$ 120 bilhões e R$ 150 bilhões ao final deste ano. O governo vai propor também uma simplificação da meta. Será eliminada a possibilidade que existe hoje de deduções de um grupo de despesas e de receitas que forem frustradas até o final do ano.

O impacto da negociação da dívida dos Estados e do risco de o Tesouro Nacional ter de bancar o prejuízo da Eletrobras - que está em vias de ser punida na Bolsa de Nova York por descumprir exigências da SEC, órgão regulador do mercado de capitais americano - será considerado "por fora" da meta, segundo um integrante da área econômica, porque não é possível fazer estimativas desses valores.

Com isso, o modelo que está em estudo poderá manter uma forma de abatimento de meta. Não haverá valores definidos para esses abatimentos. A expectativa do governo, no entanto, é que o risco da estatal seja baixo, porque não há nenhuma cláusula específica de default nos bônus na companhia.

O ministro Jucá quer levar a votação direto da meta para o plenário do Congresso, sem passar pela Comissão Mista de Orçamento (CMO). No entanto, o deputado Arthur Lira (PP-AL), eleito ontem, por aclamação, presidente da CMO, marcou para hoje à tarde uma sessão do colegiado para apreciar a revisão da meta fiscal.

O texto tinha sido encaminhado ao Congresso no final de março, ainda na gestão Dilma Rousseff, mesmo período em que a composição antiga da comissão encerrou os trabalhos. Colaborou Igor Gadelha As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Caso assuma o Palácio do Planalto a partir do dia 12 de maio com o afastamento de Dilma Rousseff, o presidente interino Michel Temer terá menos de 20 dias para promover uma importante mudança no Orçamento deste ano e evitar a paralisação da máquina pública federal. Ele vai precisar baixar até o fim do próximo mês um decreto para contingenciar os recursos orçamentários se o Congresso não aprovar até lá a alteração da meta fiscal de 2016.

Para desarmar a "armadilha" fiscal, se não contingenciar os recursos, Temer terá de negociar com os parlamentares ou com o presidente do Congresso, o desafeto senador Renan Calheiros (PMDB-AL), para garantir a inclusão e consequente votação relâmpago do projeto que revisa a meta. Se não fizer, o hoje vice corre o risco de ser condenado pelo Tribunal de Contas da União - esse foi um dos motivos que levou a Corte a rejeitar as contas do governo Dilma de 2014 em outubro.

##RECOMENDA##

A saída para o impasse tem sido deixada em segundo plano pelos parlamentares desde o fim de março, quando Dilma enviou ao Congresso o projeto de revisão da meta. A proposta não tem nem sequer relator na Comissão Mista de Orçamento (CMO) - pior, o próprio colegiado ainda não elegeu a nova composição de deputados e senadores. Tampouco na gestão da petista houve empenho dos parlamentares para fazer a mudança.

Até o momento, conforme o Estadão apurou, as articulações de interlocutores do vice para resolver a "armadilha" ainda não foram deflagradas - ele se reúne hoje com o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, cotado para assumir a Fazenda. No máximo, tem havido conversas esparsas sobre a questão - o atual ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, conversou com o senador Romero Jucá (PMDB-RR), aliado de Temer sobre o assunto.

O relator-geral do Orçamento de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), disse que caberá à nova equipe econômica decidir a melhor estratégia para resolver o impasse. "A alteração da meta é fundamental para que o governo continue executando o Orçamento." Barros disse já ter encaminhado a Temer e aliados o esboço de um projeto que apresentará na próxima semana para desvincular todas as verbas do Orçamento - hoje, 92% da peça orçamentária tem destino carimbado.

Sem a CMO funcionando, o governo terá duas saídas regimentais para aprovar a revisão da meta. A primeira é conseguir o apoio de mais da metade dos líderes partidários da Câmara e do Senado para aprovar um requerimento de urgência para levar a matéria ao plenário do Congresso. Nesse caso, Renan tem de convocar uma sessão conjunta das duas Casas para votar o projeto. Outra alternativa seria o próprio presidente do Congresso convocar uma sessão conjunta para apreciar especificamente a matéria.

Renan preferiu se esquivar da responsabilidade na única declaração que deu sobre o assunto na quarta-feira. Ele disse que, para levar o projeto de revisão da meta para discussão no Congresso, precisava da aprovação do requerimento pela maioria das duas Casas. Mas destacou que os deputados não querem passar um pedido desses enquanto Dilma estiver na Presidência.

Renan não mencionou que ele teria poderes regimentais para levar o assunto ao plenário. Temer pretende conversar nos próximos dias com o presidente do Congresso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, está buscando apoio para aprovação da alteração da meta fiscal de 2016. Para acelerar a tramitação do projeto de lei no Congresso Nacional, o dirigente da Fazenda se reuniu nesta quarta-feira, 20, com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Após o encontro, o ministro afirmou que o governo precisará fazer um novo contingenciamento se a alteração não for aprovada. "Tudo indica que será necessário um novo contingenciamento e um novo contingenciamento, no atual estágio da economia brasileira, não é a melhor medida", disse.

Na avaliação de Barbosa, o Brasil sofrerá efeitos negativos caso o governo faça um novo corte no Orçamento. O ministro afirmou ainda que a mudança será necessária para manter, inclusive, serviços essenciais à população, para manter os programas em andamento. "E, principalmente, recuperar e aumentar alguns investimentos, principalmente infraestrutura e transporte, que vão auxiliar a economia brasileira nesse momento que ela precisa mais de auxílio", argumentou.

##RECOMENDA##

O ministro lembrou ainda que o projeto precisa passar pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) para que seja apreciado pelo Congresso. Como a Câmara estava empenhada em aprovar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, a Comissão ainda não foi criada desde o retorno dos trabalhos no legislativo. "O tema da meta fiscal é importante e diz respeito ao funcionamento do governo e eu tenho certeza que o Congresso pode analisar as duas coisas ao mesmo tempo", disse.

O outro tema tratado como prioritário pelo ministro foi o Projeto de Lei que está tramitando na Câmara sobre o auxílio fiscal aos Estados, que permitirá um alongamento das dívidas estaduais.

Estados

O ministro, mais uma fez, reforçou sua tese sobre os Estados e afirmou que seus argumentos são firmes. Ele avaliou ainda que os Estados não têm razão nos argumentos que serão apreciados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no próximo dia 27. "Está ficando cada vez mais claro que, em contratos de operação de crédito, se aplica o regime de juros compostos", disse, antes de ressaltar que espera uma decisão favorável às contas da União.

Mais cedo, a Fazenda divulgou três notas técnicas com os argumentos e números apresentados ontem pelo ministro durante reunião no STF com a presença do ministro Edson Fachin e de governadores.

Para economistas, o rombo nas contas do governo central (Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central) em fevereiro, de R$ 25 bilhões, indica que mesmo a previsão do próprio governo de déficit de até R$ 96 bilhões para o ano pode estar subestimada. "Preocupação fiscal praticamente não existe. As receitas estão caindo - uma queda de 2% da receita em termos nominais é muito significativo - e os gastos continuam subindo", disse o economista Thiago Biscuola, da RC Consultores.

Para ele, o resultado nominal precisa ganhar mais importância, já que o peso dos encargos da dívida estão alarmantes. "O Brasil se escondeu em superávit primário por anos e deixou o custo da dívida subir demais. Agora, o problema está bem grave: o déficit pode ser muito pior do que o esperado e podemos ver uma explosão da dívida pública", declarou.

##RECOMENDA##

Biscuola ainda disse que a recessão econômica foi "contratada" há anos, com decisões erradas, principalmente a partir de 2014. "A crise então não é tanto pelo viés político, mas o agravamento dela pode ter a influência do político, especialmente pela queda de confiança e postergação de tomada de decisões", afirmou.

Rafael Bistafa, economista da Rosenberg Associados, lembra que as despesas primárias do governo central subiram 8% em termos reais em fevereiro ante o mesmo mês de 2015, e que esse aumento indica que o Poder Executivo liberou os gastos com a nova meta fiscal, que permite um déficit primário de até R$ 96 bilhões neste ano. "O avanço dos gastos foi generalizado", disse. Segundo ele, foi registrado aumento de despesas, por exemplo, em benefícios previdenciários, pagamento de seguro desemprego e o Programa de Aceleração do Crescimento, uma indicação de tentativa de aumento de investimentos públicos.

"Por outro lado, a receita líquida do governo central caiu 13% em fevereiro de 2016 em relação ao mesmo mês do ano passado, um resultado coerente com a profunda recessão da economia", disse o economista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, anunciou nesta quarta-feira, 23, que o governo pedirá ao Congresso Nacional a autorização para apresentar o terceiro déficit consecutivo nas contas públicas. Segundo ele, para o governo central, a meta passará de R$ 24 bilhões para R$ 2,8 bilhões. Descontando a possibilidade de abatimento, as contas do governo poderão ter um rombo de R$ 117,85 bilhões. A nova possibilidade máxima de abatimento passou para R$ 120,65 bilhões.

Entre as propostas para abatimento, Barbosa anunciou que o governo quer aumentar a possibilidade de frustração de receitas administradas de R$ 30,5 bilhões para R$ 40,3 bilhões. O projeto de lei, que será enviado ao Congresso hoje ou na próxima segunda-feira, mantém a possibilidade de abatimento no caso das frustrações de receitas não administradas em R$ 41,7 bilhões e mantém o pedido para os gastos com saúde em R$ 3 bilhões e em R$ 9 bilhões os para investimentos em andamento.

##RECOMENDA##

Barbosa incluiu no projeto R$ 3,5 bilhões de gastos com defesa e o pagamento do Auxílio Financeiro para Fomento das Exportações (FEX) para a regularização do fundo. Para esse pagamento, o ministro está pedindo R$ 1,95 bilhão ao Congresso.

O déficit que o governo passa a considerar é o pior resultado da história, já que as contas do ano passado, que também fecharam no vermelho, foram diretamente influenciadas pelo pagamento das chamadas "pedaladas fiscais", passivo devido pelo governo a bancos públicos, quitado a mando do Tribunal de Contas da União (TCU). Os pagamentos custaram, ao longo de 2015, R$ 72,4 bilhões, sendo que R$ 55,8 bilhões foram desembolsados só em dezembro.

Com a queda da atividade econômica e fraco desempenho da arrecadação, o governo anunciou, em fevereiro, que enviaria uma proposta ao Congresso que possibilitaria um déficit fiscal de R$ 60,2 bilhões para 2016. Na ocasião, Barbosa manteve a meta de R$ 24 bilhões para a União, mas propôs que o governo pudesse abater frustrações de receita e com operações com ativos, dividendos e concessões e ainda abrisse um espaço fiscal maior para despesas com saúde e restos a pagar de investimentos. Com todos esses abatimentos, Barbosa solicitou uma abertura de R$ 84,2 bilhões.

A primeira meta desenhada pelo governo, na gestão do ex-ministro Joaquim Levy, ainda está valendo, já que, mesmo apresentando um pedido de abatimento da meta, Barbosa e o ministro do Planejamento, Valdir Simão, não chegaram a enviar a proposta ao Congresso.

No ano passado, o rombo foi de R$ 116,6 no governo central, o equivalente a 1,97% do PIB. Já no setor público consolidado, o resultado negativo foi o equivalente a 1,88% - R$ 111,2 bilhões. O resultado do governo central no ano passado foi diretamente influenciado pelo pagamento das chamadas pedaladas fiscais.

Para compensar a forte queda na arrecadação e evitar que a dívida pública chegue ao nível de 80% do PIB em 2018, o contingenciamento no Orçamento de 2016 teria de ser 50% maior que os R$ 23,4 bilhões anunciados pelo governo na tarde desta sexta-feira, 19. A avaliação é do economista Gesner Oliveira, sócio da consultoria GO Associados. "O valor é insuficiente para atingir a meta fiscal", afirmou.

Um dos cortes anunciados pelo governo envolve o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no valor de R$ 4,2 bilhões. Segundo Oliveira, esse tipo de medida é ruim para a economia porque afeta diretamente os investimentos. "É mais fácil não completar uma obra do que cortar gastos de custeio", lamentou. "Além disso, afeta diretamente um setor (construção civil) que já está muito mal", acrescentou.

##RECOMENDA##

Apesar disso, o economista diz que a apresentação de novas propostas pode ser interpretada como um abandono da tentativa de recriar a CPMF. "Quando o governo dizia que não trabalhava com a não aprovação da CPMF, isto não era uma boa mensagem. É melhor o governo pensar que vai fazer o ajuste fiscal mesmo se não houver CPMF", afirmou.

Sob o impacto do novo rebaixamento da nota do Brasil pela agência Standard & Poor’s, a equipe econômica prepara para esta sexta (19) o anúncio de um corte em torno de R$ 24 bilhões no Orçamento da União deste ano.

Mesmo com o aperto nos gastos, o corte contará com a previsão de receitas extraordinárias e incertas e acabará deixando claro que a meta de superávit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida) prevista para todo o setor público, incluindo Estados e municípios, de 0,5% do PIB (R$ 30,5 bilhões), não será cumprida.

##RECOMENDA##

Para resolver essa questão legal, Dilma pedirá ao Congresso uma flexibilização da meta do governo, que poderá chegar a um déficit de até cerca de 1% do PIB. Dessa forma, poderão ser abatidas parte de receitas incertas que não se concretizarem, incluindo a CPMF. Os cenários de flutuação da meta ainda estavam sob análise nessa quinta, 18, à noite pelo Ministério da Fazenda.

Para cumprir a meta de superávit primário fixada para este ano, os cálculos são de que seria necessário um contingenciamento entre R$ 50 bilhões e R$ 60 bilhões. Mas, nas contas do governo, a margem máxima para cortes no orçamento seria de R$ 47 bilhões, incluindo gastos com programas sociais, que o governo quer preservar.

Na semana passada, o número que estava pronto para ser anunciado previa um corte bem menor, entre R$ 16 bilhões e R$ 18 bilhões. Mas a avaliação foi de que esse contingenciamento não seria crível para mostrar uma trajetória de crescimento da meta fiscal.

Agora, para tentar passar a mensagem de que continua perseguindo o ajuste fiscal e a retomada do crescimento econômico, além do corte de R$ 24 bilhões, o governo deve anunciar um pacote de medidas fiscais. Com viagem marcada para a China no domingo, 21, o ministro Nelson Barbosa pretende indicar um conjunto de medidas para sinalizar a reversão do desequilíbrio fiscal das contas públicas no médio prazo. A estratégia tem como base a fixação de um limite de teto para o gasto, além da criação da meta fiscal flexível para acomodar a flutuação de receitas que estavam na conta e que podem não ocorrer por razões fora do controle do governo.

Os ministros da Junta Orçamentária - que reúne Jaques Wagner (Casa Civil) e Valdir Simão (Planejamento), além de Barbosa - estiveram com a presidente Dilma Rousseff nessa quinta, 18, pela manhã. À noite, ela os convocou novamente para que finalmente conseguissem "bater o martelo". No dia anterior, eles já haviam se reunido para organizar a apresentação da proposta para a presidente.

Programas sociais

Segundo interlocutores da presidente, as críticas de que o corte é menor que o esperado têm de ser combatidas com o discurso de que "o número é pequeno perto de outros anos, mas é expressivo e forte por conta do orçamento enxuto". A restrição em fazer cortes mais expressivos, de acordo com fontes do Palácio do Planalto, é para preservar o orçamento destinado aos programas sociais, bandeira considerada fundamental por Dilma. O governo tenta não mexer no programa Bolsa Família, mas já tem claro que precisará cortar programas como o Ciência Sem Fronteiras e o Pronatec.

Uma fonte da equipe econômica informou ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que as despesas discricionárias (que não são obrigatórias) serão menores que as de 2015 - o que apontará uma restrição maior este ano, já que o espaço para o corte ficou mais reduzido em função do corte de R$ 80 bilhões de 2015. Além da meta flexível, ou banda fiscal, a proposta de reforma da Previdência também é parte da estratégia do governo para convencer o mercado de que conseguirá reverter o déficit das contas públicas no futuro.

"Tem de combinar a meta de resultado primário com a meta de gastos", disse um integrante da equipe econômica. Caso o teto de despesas seja furado, o modelo preparado pelo governo prevê o acionamento de cláusulas automáticas de redução do gasto com reajustes de servidores públicos. Colaboraram Tânia Monteiro e Lorenna Rodrigues

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A equipe econômica estuda flexibilizar a meta para as contas do governo federal deste ano para permitir um déficit primário (sem levar em conta os gastos com juros) de até 1% do PIB, o equivalente a cerca de R$ 61 bilhões. Isso pode ocorrer caso o governo não consiga arrecadar tudo o que espera com receitas extraordinárias, como a volta da CPMF.

A meta atual de economia é de um superávit de 0,38% do PIB para o governo federal e 0,5% para todo o setor público, incluindo Estados e municípios. Mas, como está cada vez mais difícil alcançar o resultado, o governo quer criar um sistema de bandas, como existe na inflação, que permita reduzir o objetivo a ser alcançado.

##RECOMENDA##

A Junta Orçamentária - composta pelos ministros da Fazenda (Nelson Barbosa), da Casa Civil (Jaques Wagner) e do Planejamento (Valdir Simão) - ainda não definiu os valores das bandas. A expectativa é de que o governo necessitará de uma margem para acomodar um déficit superior a 0,5% do PIB, podendo chegar a 1% do PIB.

A proposta de mudança da meta de 2016 com uma banda de flutuação é o primeiro passo para a reforma fiscal que o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, está preparando.

O Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, apurou que a banda de flutuação será feita em função de receitas extraordinárias e ainda incertas previstas para este ano, como a repatriação de receitas não declaradas no exterior (R$ 21 bilhões), venda de ativos do governo (R$ 30 bilhões) e a volta da CPMF (R$ 10 bilhões).

Caso essas receitas não se concretizem, parte poderá ser abatida da meta fiscal. Também está sendo avaliada a possibilidade de abater parte de receitas de impostos e contribuições federais que o governo não conseguir arrecadar.

Uma fonte da área econômica informou que a proposta indicará uma perda potencial de receita. "O espaço não quer dizer que iríamos para o piso. Essas receitas são possíveis e vamos atrás delas", afirmou a fonte.

A discussão ainda está no início. Os números serão levados para avaliação da presidente Dilma Rousseff. O governo quer introduzir a banda de flutuação já em 2016 para evitar o desgaste de ter que, ao final do ano, enviar um projeto de lei alterando a meta vigente, como ocorreu nos anos anteriores.

Limite para gastos

Paralelamente, o governo também está preparando regras que evitem o aumento do gasto (com um teto para a expansão das despesas). Além de medidas corretivas que possam ser acionadas para evitar que o teto seja estourado, como, por exemplo, o cancelamento de reajuste de pessoal.

Isso tudo para indicar que a meta flexível não é um "cheque em branco" e o governo está disposto a conter as despesas para diminuir o rombo estrutural das contas públicas. Essas regras têm de estar prontas até abril, quando o governo precisa enviar ao Congresso Nacional o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017.

Por causa das resistências internas, não está certo se o ministro Barbosa conseguirá anunciar as medidas na sexta-feira, junto com o corte Orçamentário, como é a sua intenção. Como informou o Estado, o corte ficará em torno de R$ 24 bilhões e ainda deverá manter a previsão de cumprimento da meta de R$ 24 bilhões para 2016 das contas do Governo Central.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando