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O candidato à presidência do Senado Rogério Marinho (PL-RN), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou que, caso eleito, irá "desengavetar" algumas pautas paradas na Casa, tais como sobre a maioridade penal e defensivos agrícolas. Conforme pontua, contudo, seu objetivo não é fazer uma presidência como um "ponto de uma oposição cega ao governo federal".

Em entrevista ao site Poder 360 nesta terça-feira (17), Marinho teceu críticas ao atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com quem disputa a eleição para a presidência, que, em sua visão, engavetou pautas importantes no debate nacional. Apesar de classificar Pacheco como uma pessoa "educada, acordada e civilizada", Marinho disse que tal perfil, "por mais desejável que seja, precisa ter uma característica, uma pitada de proatividade no sentido de defesa de prerrogativas da Casa".

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Sem especificar posturas específicas do senador mineiro, Marinho disse que Pacheco devia ter tido uma reação incisiva aos excessos que foram cometidos nos demais Poderes, citando o Judiciário, que afetaram diretamente o Congresso Nacional. O apoiador de Bolsonaro comenta sobre parlamentares que foram "amordaçados pela censura prévia" e disse: "Essa passividade de Pacheco me incomoda".

Caso eleito, Marinho garantiu que fará um papel de árbitro e que cada senador terá o mesmo peso e tamanho. De acordo com ele, sua presidência fará com que "processos fluam e votações sejam feitas". Questionado sobre quais projetos iria desengavetar, ele cita a maioridade penal. "É um projeto que tem que ser discutido e que, ao longo do tempo, tem sido procrastinado", classificou. Outro projeto, segundo ele, será o de defensivos agrícolas. Em sua visão, o governo que entra "coloca o agronegócio como adversário", destacando que o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de alimentos e que uma legislação contra defensivos vai contra o País economicamente.

Em um bate-bola na entrevista, o candidato do PL à presidência do Senado disse que a reforma tributária é "extremamente necessária", já o imposto sobre fortunas é "muito mais demagogia do que efetividade". Sobre a flexibilização da lei que trata sobre o aborto, o parlamentar disse que "a lei do jeito que está já está de bom tamanho". Já sobre as cotas de minorias em universidades, Marinho defendeu cotas sociais: "cotas raciais mantêm um estado de dificuldade, mas as cotas cumprem o seu papel".

Em agenda com líderes evangélicos no Recife, na manhã desta quinta-feira (13), Jair Bolsonaro (PL) disse que o Congresso eleito pode garantir a redução da maioridade penal já no início de um eventual novo mandato. A 17 dias do segundo turno, o candidato realiza uma excursão para virar votos no Nordeste.

Após um pronunciamento para apoiadores em um trio elétrico em frente ao Hotel Transamérica, na Zona Sul da capital, no início da tarde, o atual presidente voltou para a parte interna do local para uma nova conversa com integrantes do Conselho Interdenominacional de Ministros Evangélicos Do Brasil (CIMEB).

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Perguntado sobre a possibilidade de reduzir a maioridade penal já no próximo ano, Bolsonaro se mostrou confiante em aprovar a matéria com apoio dos deputados e senadores aliados.

"O Congresso eleito atualmente foi muito mais para o centro-direito. Então, pautas como redução de maioridade penal, caso eu seja reeleito, nós implementaremos e podemos dizer que temos muita chance aprovar. A molecada que rouba celular para tomar cervejinha, vai acabar essa mamata. E grande maioria dos jovens que são responsáveis vão ganhar sua carteira nacional de habilitação", disse o candidato.

A proposta de redução da maioridade penal no Brasil de 18 para 16 anos nos casos de crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte gerou controvérsias em debate da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) nesta quinta-feira (27).

A mudança está prevista numa proposta de emenda constitucional (PEC 115/2015) que tramita no Congresso desde 1993.  Na CCJ, ela será relatada pelo autor do pedido para o debate, senador Marcelo Castro (MDB-PI). Ele justificou a audiência dizendo que é preciso atualizar os parlamentares em primeiro mandato sobre o tema.

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“Estamos tratando de um assunto da mais alta relevância e complexidade, para o qual não encontramos um norte firme e consensual no direito comparado. Alguns países entendem de um jeito, outros de outro. Por isso, precisamos de um diálogo transparente, com pessoas de visões diferentes, a fim de elaborarmos uma legislação adequada ao nosso país”, explicou o parlamentar.

O procurador regional da República Guilherme Zanina Schelb disse que o tema deve ser tratado do ponto de vista civilizatório, com a inclusão dos pais e das famílias na educação e nos cuidados com as crianças brasileiras. Para ele, é claro que a sensação de impunidade estimula os adolescentes às práticas violentas.

“A responsabilização isolada tem que ser colocada de um ponto de vista amplo. É fundamental a existência de pais responsáveis, que cuidem dessas crianças. E ter em mente que a falta de punição condizente leva a sociedade a, inclusive, querer fazer justiça com as próprias mãos”, alertou.

O procurador de Justiça Criminal e assessor especial da Presidência da Associação Paulista do Ministério Público, Thales Cezar de Oliveira, é favorável à redução da maioridade penal. Ele defendeu a modernização da legislação brasileira e explicou que a possibilidade de penalização para quem tem 16 anos se justifica pelas estatísticas que apontam o ingresso dos jovens no mundo do crime nessa idade.

“A lei precisa ter o dinamismo que a própria sociedade tem, sob risco de se tornar uma lei morta. A sociedade de 1960, com seus valores éticos, não é a mesma de 2019. A sociedade muda, evolui, exige novas demandas e até por isso se está discutindo uma nova forma de Previdência”.

Thales afirmou, no entanto, que a redução da maioridade deve vir acompanhada de um conjunto de normas que garanta direitos individuais, para que a eventual alteração da Carta Magna possa surtir efeitos.

“A mudança é necessária, viável, mas deve vir dentro de um pacote de medidas sociais que invista na família, na saúde, na educação, de forma a retirar essa criançada da rua e do mundo das drogas”.

Ponderações

Advogado e professor no Instituto de Direito Público Brasiliense (IDP), Fabrício Juliano Mendes Medeiros disse que é preciso escapar de uma "interpretação literal e pobre” da lei. Para ele, a mudança pretendida pela PEC não subverte o princípio da proteção da dignidade humana, porque a medida não viola direitos.

“Quero reafirmar que estamos diante de um caso difícil, que envolve um sem número de variantes a serem consideradas, mas, tratando de processo legislativo, não há óbices quanto à tramitação dessa matéria”, garantiu.

A advogada Marisa Rita Riello Deppman disse que a população clama pela redução da maioridade, inclusive, para 14 anos. Ela teve um filho, de 19 anos, assassinado por um menor na porta de casa, quando voltava do estágio, em São Paulo. Segundo Marisa, o estudante recebeu um tiro na cabeça mesmo depois de ter entregado o celular ao bandido, que tinha 17 anos quando praticou o homicídio.

Marisa disse que passou da hora de o Legislativo atender às demandas da sociedade.

“Direitos humanos é para humanos direitos. É para mim também. Tortura foi ter que ir ao IML liberar o corpo do meu filho para o enterro. Já estive no Congresso em 2013 e falei a mesma coisa: os legisladores vivem numa ilha da fantasia, mas precisam lembrar que menores matam, e matam com requintes de crueldade”, lamentou.

Coronel da Polícia Militar de São Paulo, advogado e mestre em Segurança e Ordem Pública, Elias Miler da Silva defendeu o fim de ideologias, a importância da autoridade dos pais e da família na criação dos jovens e a aplicação efetiva do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) para a diminuição da criminalidade. Elias afirmou que 84% dos brasileiros querem a redução da maioridade penal, frisando que povo é soberano nessa decisão.

“A minha visão é de policial que atua na ponta, de pedagogo, professor e nordestino. Negro, criado no meio da criminalidade, não vi nenhum dos meus irmãos se tornar criminoso. Ai de mim se eu chegasse com algo que não era meu em casa. Quando meu neto começa a fazer graça, basta eu olhar e fechar a cara, e ele já sabe que há reprimenda. O resto, pode filosofar como quiser”.

Posições contrárias

O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo considerou o sistema penitenciário nacional uma das principais causas da criminalidade no Brasil, embora o problema, segundo ele, tenha diversas outras motivações. Cardozo se mostrou contrário a todas as exposições favoráveis à PEC 115/2015, justificando que a prática de sanções restritivas da liberdade sem um critério apurado diminui as chances de reinserção social, inclusive, as inibitórias de condutas indevidas no futuro.

Para o ex-ministro, a voz das ruas não pode ter dimensão interpretativa a ponto de moldar a Constituição sempre que houver pedidos. Segundo Cardozo, a integralidade da Carta Magna deve ser respeitada enquanto estiver em vigor, sob o risco de levar a sociedade “a voltar aos tempos de barbárie da arena romana”.

“Eu preciso ter clareza de que a voz das ruas não pode transfigurar as molduras constitucionais, até que a Constituição caia. Juridicamente, essa é minha posição”.

Representante da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, Lucia Helena Barbosa de Oliveira disse que o assunto requer postura política. Ela comentou que o ECA não pode ser usado como instrumento para simples punição e, sim, como medida protetora para as crianças.

Helena ponderou que o Ministério Público deve sair da “condição de assessor do juiz” para se tornar um “agente de transformação social”. E ressaltou que as autoridades não podem apenas punir, mas auxiliar e proteger essas pessoas, com vistas à construção de uma sociedade solidária.

“Faço questão de tentar ajudar os agentes de polícia e de socioeducação a entender aquele garoto [infrator] como ser humano. E sobre esse menino que chega para mim, eu quero saber o que aconteceu no âmbito familiar. A gente não paga mal com mal, a gente paga mal com o bem”, defendeu.

Participação do Estado

Especialista em relações de gênero e raça, a advogada Deise Benedito disse que adolescente precisa de escola e educação, e não de prisão. Ao ponderar que o sistema de tratamento para jovens infratores é ineficiente no Brasil, a especialista falou que um governo que não cumpre suas obrigações "é ilegítimo para punir".

“A forma de reduzir criminalidade no Brasil é matando, e isso não resolve porque, quanto mais se mata, mais se nasce. Daqui a pouco, vai se ter outras medidas para impedir que se nasça neste país”, criticou.

Segundo o assessor jurídico da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Oswaldo Pinheiro Ribeiro Junior, o órgão concorda com a visão de que o Estado precisa cumprir suas atribuições e sua função social, especialmente no que toca a educação e o preparo de jovens e adolescentes para o mercado de trabalho. Ele ressaltou que a sociedade está em constante transformação e que muitos valores nascidos no âmbito familiar foram “diluídos com o passar do tempo” e em razão das diferenças sociais.

Para Ribeiro Junior, a reconstrução desses princípios morais não é possível se, antes, não houver melhoria nas condições de vida de quem mora nas regiões mais pobres e estigmatizadas do país. Ele reafirmou a posição da OAB contrária à PEC 115/2015.

“É preciso que o Estado tenha consciência de sua responsabilidade nesse resgate e no incentivo à educação, porque a dúvida que se coloca é se precisamos de mais construções de presídios ou escolas. A redução da maioridade desacompanhada de medidas de fomento à capacitação e treinamento não nos parece o ambiente mais adequado”, comentou.

e-Cidadania

O debate também suscitou posições diferentes de internautas de várias partes do Brasil, que comentaram a audiência pública por meio do portal e-Cidadania. Para Wilson Nogueira Filho, de Pernambuco, enquanto não forem resolvidos os problemas da educação no Brasil, a redução da maioridade penal prevista na PEC 115/2015 não faz sentido.

Lazaro Gomes Rodrigues, do Espírito Santo, sublinhou que um jovem de 16 anos, na década de 1980, tinha perfil e participação limitada na sociedade. Hoje, uma pessoa da mesma idade, segundo o internauta, tem atitudes de um adulto de 21 anos.

Para Matheus Souza, do Rio Grande do Norte, a redução da maioridade é “mero populismo penal”. Ele escreveu que o único efeito prático da medida seria superlotar ainda mais presídios e defendeu que as autoridades atentem para as causas e não apenas para as consequências dos crimes.

Marcelo De Freitas Erthal, do Rio Grande do Sul, acredita que a redução da maioridade penal ajudará a diminuir “crimes bárbaros contra a vida”. De Minas Gerais, Marcelo Almeida refletiu que a redução da maioridade de 18 para 16 anos “é algo tão lógico e notório, que independe de elucubrações”.

Para Acioli Albuquerque, do Rio de Janeiro, a PEC 115/2015 já deveria estar em vigor. Jose Gomes, de Pernambuco, disse que percebe uma disseminação de raiva e ódio, considerando que o endurecimento da pena não é a solução para o problema. “Caso contrário, não haveria mais crimes”, disse ele.

Para Catia de Moraes, do Rio de Janeiro, “ideal é que todos respondam conforme a gravidade do crime” cometido. Já Luan Carlos Pereira, de Santa Catarina, ponderou se não seria melhor criar medidas para prevenção dos crimes, ao invés de se pensar simplesmente em punição.

*Da Agência Senado

 

“O governo federal precisa dar prioridade a redução da maioridade penal”, afirmou categoricamente o  deputado estadual Joel da Harpa (PP) na manhã desta quinta-feira (25), em Canhotinho, durante audiência pública realizada pela Frente Parlamentar de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Uma multidão lotou o Clube intermunicipal de Canhotinho para falar e ouvir sobre segurança pública. Harpa destacou a importância da valorização da tropa e a sua preocupação com a falta de estrutura de trabalho a ser ofertada a esses profissionais, falta de atenção do executivo a detalhes operacionais práticos resultando em desmotivação, porte legal de armas e o investimento nos guardas municipais e combate ao feminicídio.   

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Porém, o parlamentar enfatizou a necessidade da redução da maioridade penal. “Quem tiver pena de menino de 16 anos, leve para dentro de casa. Agora leve com uma pistola na mão e com a cabeça cheia de crack. Eu quero ver esses elementos presos e eles pagarem com o rigor da Lei e serem processados pelo Código Penal”, disse.

Segundo Joel, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) tem pontos que chegam a ser aberrações para a sociedade brasileira. “Essas pessoas não são vítimas. Elas não merecem defesa. Merecem ir para a cadeia, pagar a pena e serem incluídos no Código Penal Brasileiro”, concluiu.

Uma parte do Senado Filipino se reuniu com ativistas e grupos de proteção infantil nesta terça-feira (22), para condenar uma ação movida pela Câmara dos Deputados. A proposta congressista pretende reduzir a maioridade penal de 15 para nove anos, o que os ativistas definem como uma ‘medida extrema e injusta’.

Com o apoio do presidente Rodrigo Duterte, a proposta foi apresentada no dia da posse, em 2016, junto com a campanha do retorno da pena de morte, que vem sendo levada adiante por seus aliados no Congresso. As medidas fazem parte da agenda de combate à criminalidade do país.

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Aprovada nessa segunda-feira (21) pela comissão judicial da Câmara dos Deputados, a proposta ainda deve passar por análises antes de ir ao pleito. A aprovação também demanda uma legislação equivalente e a aprovação do Senado, cujos membros, aparentemente, não são favoráveis à medida.  “É antifamília, antipobres e simplesmente injusta. Além disso, promoverá uma sociedade cruel e implacável, que não tem nenhuma consideração por seu próprio povo”, afirmou o senador Antonio Trillanes, um dos maiores críticos de Duterte.

Durante a campanha, o presidente foi ‘agressivo’ e prometeu eliminar a criminalidade, as drogas e a corrupção nas Filipinas. No entanto, ele revelou que os problemas são maiores do que havia imaginado.

Mesmo com a guerra às drogas declarada, que resultou em milhares de mortes, escândalos de corrupção e a renúncia de alguns de seus próprios indicados, o presidente filipino não perdeu a popularidade, já que, de acordo com pesquisas, a maioria da população apoia seu afinco pela moral da lei e da ordem.

Diversas organizações internacionais expressaram preocupação com a proposta de redução da maioridade penal, inclusive o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Save the Children. Enquanto isso, ativistas do país têm afirmado que crianças precisam ser protegidas de criminosos e não responsabilizadas por crimes que foram forçadas a fazer.

A presidente da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Margarette Macaulay, avaliou nesta segunda-feira (5) que seria um retrocesso se o Brasil reduzir a maioridade penal para abaixo dos 18 anos. 

Em visita ao Supremo Tribunal Federal (STF), Margarette Macauley ressaltou que pelas normas vigentes no direito internacional qualquer pessoa abaixo dos 18 anos não pode ser considerada um adulto. “Crianças não devem se encarceradas, a não ser em circunstâncias extremas”, afirmou.

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Questionada sobre se a redução da maioridade penal poderia ser considerada um retrocesso em termos de direitos humanos, ela respondeu que “definitivamente”. Margarette destacou ainda que o Brasil assinou a Convenção Internacional dos Direitos da Criança, que prevê que a infância vai até os 18 anos.   

Ela lembrou, porém, que o órgão apenas comenta assuntos que tenham potencial de afetar a boa aplicação dos Direitos Humanos nas Américas e não interfere diretamente em questões políticas internas dos países. 

A redução da maioridade penal consta no plano de governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, que confirmou nesta segunda-feira (5), em entrevista à TV Band, que pretende levar adiante a proposta. 

Prisões

Margarette Macauley lidera uma comitiva da CIDH que faz uma inspeção no Brasil até a próxima semana. Um relatório preliminar sobre a visita deve ser divulgado em 12 de novembro. Serão examinados diversos pontos relativos aos direitos humanos, entre eles a situação das prisões brasileiras. 

“A comissão, no geral, não está muito feliz com a situação carcerária do Brasil, está bastante insatisfeita”, afirmou a presidente da CIDH. Ela lembrou que o Brasil ficou mal avaliado no último relatório anual da CIDH e que que por esse motivo a comissão resolver realizar uma inspeção no terreno, para avaliar uma possível melhora nos indicadores avaliados pelo órgão. “Parece que pode melhorar”, avaliou ela. 

Audiências de custódia

Segundo o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, a presidente da CIDH fez perguntas específicas sobre três assuntos: o acesso à Justiça no Brasil, a implementação das audiências de custódia e a aplicação do habeas corpus coletivo concedido pela Corte às mulheres grávidas e mães de filhos até 12 anos. 

Ele disse que fornecerá à comitiva todos os dados disponíveis sobre esses assuntos que estão disponíveis no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “No que diz respeito às audiências de custódia, já foram dezenas de milhares de pessoas soltas imediatamente por não terem cometido crime ou por não serem delitos passíveis de encarceramento”, destacou Toffoli. 

Criada em 2015 pelo CNJ, a audiência de custódia prevê que qualquer preso em flagrante deva ser ouvido por um juiz em até 24 horas do encarceramento, ocasião na qual será examinada a necessidade real de detenção.

Uma pesquisa da Datafolha revela que a pena de morte é aprovada por uma parcela maior da população brasileira. Conforme o levantamento, 57% dos entrevistados se disseram favoráveis à adoção da pena capital. 

O número representa o maior índice da série histórica, iniciada em 1991. Em relação à pesquisa anterior, de março de 2008, o número subiu 10 pontos - era 47%. O atual índice supera os 55% de fevereiro de 1993 e março de 2007. Já a parcela de brasileiros que declararam que votariam contra a adoção da pena de morte representa 39% - era 46% em 2008.

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Posse de armas - A maioria dos brasileiros adultos, 84%, é favorável à redução da maioridade penal de 18 anos para 16. Uma parte dos 14% declarou ser contra a redução e 2% não opinaram. Em comparação com a pesquisa anterior, de abril de 2015, os índices se mantiveram estáveis: 87% eram favoráveis e 11% contrários.

Segundo a pesquisa, dos que são favoráveis à redução da maioridade penal, 64% declararam que a medida deve valer para qualquer tipo de crime, enquanto para 36%, apenas em determinados crimes. Comparando com a pesquisa anterior, a taxa de favoráveis para qualquer crime recuou 10 pontos, ao passo que cresceu em 26% para os favoráveis para alguns crimes.

Questionados sobre qual deveria ser a idade mínima para uma pessoa ir à cadeia, a média ficou em 15 anos, a mesma observada no estudo anterior. Sobre a posse de arma de fogo, as opiniões permaneceram divididas. Para 56%, a posse de armas deve ser proibida. Já para 42%, possuir legalmente uma arma deveria ser um direito do cidadão - no levantamento anterior era 43%.

A votação da Proposta de Emendas Constitucional (PEC) 33/2012, que reduz a maioridade penal em casos como homicídio doloso de 18 para 16 anos, foi adiada nesta quarta-feira (27), por 10 votos a 8, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado.

A senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) sugeriu adiar por 30 dias o debate para estudar o assunto, em função de sua complexidade, o que foi acatado pela maioria.

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O pedido foi feito após a fala do senador Magno Malta (PR-ES), que afirmou que o país não deve tratar "homens que portam escopetas como crianças com chupetas".

Em seguida, a petista criticou "discursos simplistas".  "A gente não analisa que, ao baixar a maioridade, não está fazendo essa responsabilização para a sociedade como um todo. A redução só vai recair sobre os menins pobres", acrescentou Gleisi.

O relator, senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), pediu ao presidente da CCJ, Edison Lobão (PMDB-MA), que retome a discussão sobre a PEC o quanto antes e que a suspensão não seja interpretada como a interrupção definitiva do debate.

Após praticamente dois anos, o Senado vai retomar a análise da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 21/2013), que prevê a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. Na próxima semana, o texto será incluído na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Presidente do colegiado, o senador Edison Lobão (PMDB-MA) afirmou que a intenção é votar o parecer do relator Ricardo Ferraço (PSDB-ES) já na próxima semana. Em análise de abril de 2016, sobre as diversas propostas que reduzem a maioridade, Ferraço questionou a atual limitação de 18 anos.

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Ele destacou em seu relatório que hoje "estamos diante de uma ficção jurídica, uma construção abstrata e apriorística da lei, sem ligação necessária com a realidade concreta e que desconsidera se o agente era ou não capaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com tal entendimento - que são os dois requisitos biopsicológicos adotados pela nossa lei e pela doutrina penal para as outras hipóteses de definição da inimputabilidade, como deficiência mental, embriaguez completa e dependência química".

O tema havia sido uma das principais bandeiras do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje preso pela Operação Lava Jato, mas estava esquecido no Congresso desde meados de 2015. De acordo com Ferraço, a recente onda de violência no País fez ele desengavetar a proposta. "Temos de enfrentar esse tema", afirma.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), já adiantou que, se o projeto for aprovado na CCJ, colocará em votação no plenário assim que haja pedido dos líderes da Casa.

Diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima vê uma série de problemas no projeto e considera que "não vai ajudar absolutamente nada no controle da criminalidade ou da violência". "A gente tem um sistema prisional completamente falido, que é um celeiro de recrutamento para facções criminosas, e, dessa forma, o projeto só responde ao anseio de uma parte da população, mas não resolve o problema de segurança.

"É muito mais um discurso político, de linha dura, mas que, de concreto, não modifica em nada a situação em que vivemos", diz o promotor da Vara do Júri Felipe Zilberman. "Eu defendo o cumprimento da lei, uma policia mais eficaz, investigação e políticas publicas."

Já o promotor criminal Rogério Zagallo considera o projeto "absolutamente salutar". "É uma questão de justiça. Hoje, nós temos injustiças: pessoas condenadas a penas socioeducativas absolutamente ínfimas diante dos fatos praticados, enquanto outras, porque fizeram 18 anos, sofrem uma pena mais expressiva", afirma.

Para Zagallo, "isso incentiva o cometimento do crime, porque causa uma sensação de impunidade". "O menor de idade tem a sensação de que nada vai acontecer com ele. Por outro lado, é absolutamente inconteste que uma pessoa com 16 anos tem consciência do que está fazendo, ao praticar atos ilícitos."

Alternativa

Já na Câmara, projeto alternativo à redução da maioridade penal também avança - mudando o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e estendendo o prazo máximo de internação dos atuais 3 anos para até 10 anos.

Relator da proposta, o deputado Aliel Machado (Rede-PR) disse ter parecer pronto. Em agosto, a comissão que discute o tema foi prorrogada. A expectativa é votar o texto até a segunda quinzena de outubro. Um dos principais defensores dessa proposta é o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O relator do projeto que reduz a maioridade penal, senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), pediu para que a proposta fosse retirada da pauta de votação da Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) para que seja discutida mais profundamente.

O relator já havia apresentado na última semana seu relatório e o parecer deveria ser votado nesta quarta-feira, 1. Entretanto, o próprio Ferraço sugeriu que a votação fosse adiada e que o Senado realizasse duas audiências públicas. A previsão é que o projeto volte à pauta em um mês.

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Parecer

O relatório apresentado por Ferraço flexibiliza a proposta aprovada na Câmara. No seu parecer, ele sugeriu que o promotor peça ao juiz que o adolescente entre 16 e 18 anos possa ou não ser julgado como adulto, de acordo com cada caso específico. A proposta original, aprovada pelos deputados, reduzia a maioridade penal de 18 para 16 anos em qualquer caso.

A proposta prevê que um juiz que atue nas áreas de infância e adolescência deveria assumir o caso para decidir como será o julgamento no caso específico. Em sua decisão, o juiz deve levar em conta a "capacidade do agente de compreender o caráter criminoso de sua conduta", usando como critérios o histórico familiar, social, cultural e econômico do adolescente, além de seus antecedentes de infrações.

A decisão do juiz deve ser atestada por um laudo técnico, enquanto o advogado de defesa do adolescente também teria o direito de apresentar outro laudo técnico em sua defesa.

O texto também é mais restritivo quanto à quantidade de crimes em que poderia ser aplicada a redução penal. Ferraço listou quais crimes poderiam ser considerados. Já na proposta que veio da Câmara, é usada apenas a expressão "crime hediondo". Desta forma, caso novos crimes fossem incluídos na lei de crimes hediondos, a possibilidade de condenação de menores também se alargaria.

De acordo com a proposta, caso o adolescente venha a ser condenado, ele deve ser alocado em um estabelecimento penal diferente dos presídios para maiores de 18 anos.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) no sábado (24), primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mostra que a maior parte dos candidatos é a favor da redução da maioridade penal. O resultado do questionário revelou que 64,6% dos entrevistados são favoráveis à redução e apenas 31,7% são contrários.

Para o cientista político do IPMN, Adriano Oliveira, os dados apontam estudantes com medo.  “Eles estão com uma percepção de insegurança gerada pela violência e pelo sentimento de impunidade”, explica.

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A pesquisa entrevistou 623 estudantes que fizeram as provas do Enem no Recife. Dos entrevistados, 56,3% recebem até um salário mínimo e 32,3% têm acima de 22 anos. 

A maioridade penal é de 18 anos. No dia 19 de agosto, a Câmara aprovou em segundo turno a redução da maioridade para 16 anos no caso de crimes hediondos, de homicídio doloso, e de lesão corporal seguida de morte. O projeto será votado no Senado. 


Depois da aprovação pelo plenário da Câmara dos Deputados, na última semana, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/93 que reduz, em alguns casos, a maioridade penal de 18 para 16 anos, a responsabilidade por levar a discussão adiante está com os senadores, que precisam submeter o texto a dois turnos de votação. A tarefa, no entanto, não será fácil. Após o resultado da Câmara, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a dizer que pessoalmente é contrário a proposta.

"Eu não sou a favor, mas não significa que a matéria não vá tramitar no Senado Federal, que já votou a atualização do ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente] que eu acho que, do ponto de vista da sociedade, é uma resposta mais consequente", disse.

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Renan se referia ao PLS 333/15, que altera o ECA, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), que teve o substitutivo do senador José Pimentel (PT-CE) aprovado pela Casa. O texto aumenta o tempo de internação de jovens infratores que tenham cometido crimes hediondos dos atuais três para até dez anos. Aprovada em julho pela Casa, a matéria seguiu para análise da Câmara.

O mesmo texto prevê uma alteração no Código Penal para agravar a pena do adulto que praticar crimes acompanhado de um menor de 18 anos ou que induzir o menor a praticá-lo. A pena do maior será de dois a cinco anos, mas poderá dobrar para os casos de crimes hediondos.

Outro ponto proposto por Pimentel prevê que os adolescentes passarão por avaliação, a cada seis meses, feita pelo juiz responsável pelo caso. Assim, o magistrado poderá analisar e optar por liberar antecipadamente, se for o caso, o jovem da reclusão. Nos centros de internação, os jovens também terão que estudar até concluir o ensino médio profissionalizante e não mais somente o ensino fundamental, como é previsto no ECA hoje.

Já a PEC aprovada pelos deputados, prevê redução da maioridade nos casos de crimes hediondos – como estupro e latrocínio – e também para homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte. Os jovens de 16 e 17 anos deverão cumprir a pena em estabelecimento separado dos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas e dos maiores de 18 anos.

José Pimentel criticou a proposta de mudar a Constituição e ressaltou que com a alteração no ECA, o Senado já antecipou sua posição sobre o assunto, sinalizando que a proposta dos deputados deve ficar estacionada no Senado. "O texto que a Câmara aprovou simplesmente pega esse menor e leva direto para dentro de um presídio, não tem a obrigação nem de educar e nem de dar uma profissão. Já com o adulto que utiliza a mão de obra desse menor na consumação de um crime, continua tudo como está. São visões diferentes para enfrentar o mesmo problema", defendeu.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), disse que acha difícil o texto de redução da maioridade aprovado na Câmara avançar no Senado. “Não acredito que essa PEC prospere no Senado. Meu sentimento é de que a ampla maioria dos senadores se opõe a ela. Então não creio que essa PEC que veio da Câmara, que é um retrocesso, com toda oposição da bancada do PT, vá andar no Senado. E, se andar, e vier a plenário, acredito que será derrotada. Não conseguirá 49 votos favoráveis", disse o líder.

A proposta aprovada pelos deputados também enfrenta resistência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). "A redução da maioridade penal é inconstitucional, viola princípios de Direito Internacional, portanto ela é inconvencional e além de tudo isso, não vai reduzir a criminalidade. Portanto, ela é materialmente ineficaz. Por esses motivos todos a OAB é contra a redução da maioridade penal", explicou o presidente da comissão de Direito Penal do Conselho Federal da OAB, Pedro Paulo de Medeiros.

Sobre o texto aprovado pelo Senado, o advogado disse que a entidade ainda não tem uma opinião formada porque ainda não foi provocada sobre o assunto, mas lembrou que nas discussões sobre o tema na entidade, foi dito que um aprimoramento do ECA sobre o assunto talvez fosse mais aconselhável do que a redução da maioridade penal.

Para a Secretaria de Direitos Humanos, não há necessidade de uma nova legislação para jovens infratores. “A gente é pioneiro no mundo em relação a ter uma legislação própria para crianças e adolescentes. Temos que reconhecer isso. Obviamente que ajustes são necessários em alguns aspectos, mas os mais importante é preservar o melhor interesse da criança e do adolescente. O que precisamos é dar condições aos entes federados para que eles apliquem a Lei”, ponderou o secretário substituto da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Rodrigo Torres.

De 1993 até hoje, o Congresso acumula mais de 60 propostas envolvendo jovens infratores. Algumas alteram o Estatuto da Criança e do Adolescente para endurecer as medidas socioeducativas nesses casos, outras sugerem a redução da maioridade penal.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), considera que a Casa não vai dar guarida à proposta de emenda à Constituição (PEC) aprovada pela Câmara que reduz a maioridade penal em casos de crimes hediondos, homicídio doloso (com intenção de matar) e lesão corporal seguida de morte. Para ele, o texto é um "retrocesso" na forma como lidar com crianças e adolescentes infratores.

O petista fez coro com a sugestão feita pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de defender o projeto de lei que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e aumenta o tempo de internação de menores infratores que cometem crimes hediondos e homicídio doloso é o melhor caminho para situação.

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"O próprio Senado já vem votando mudanças no ECA que podem não ser objeto da concordância de todos nós, mas representa uma posição bastante diferenciada do que colocarmos na Constituição a redução da maioridade penal e condenarmos adolescentes e crianças a cumprirem penas como os adultos", afirmou.

Para o líder do PT, se a PEC da Câmara vier a ser apreciada pelo Senado, será derrubada. "Agora, se ela vier a ser votada, tenho a convicção de que ela não será aprovada. Não creio que existam três quintos dos senadores dispostos a votarem por essa proposição", disse.

No retorno do recesso branco, a Câmara dos Deputados deve votar, em segundo turno, as propostas de emenda à Constituição (PEC) da maioridade penal e da reforma política. No entanto, como a pauta está trancada por dois projetos do Executivo, a deliberação das matérias pode ocorrer em sessões extraordinárias.

A PEC 171/93 reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos nos casos de crimes hediondos (estupro e latrocínio) e para homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte. A proposta foi aprovada em primeiro turno no início de julho, com 323 votos favoráveis e 155 contrários. No texto, ficou estabelecido que jovens de 16 e 17 anos deverão cumprir a pena em estabelecimento separado dos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas e dos maiores de 18 anos.

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A matéria é menos rígida que outra, rejeitada um dia antes, por não ter recebido votos favoráveis o suficiente. Como se trata de uma PEC, é necessário receber 308 votos a favor para passar na Casa. A matéria aprovada, de autoria dos deputados Rogério Rosso (PSD-DF) e Andre Moura (PSC-SE), excluiu da proposta inicialmente rejeitada os crimes de tráfico de drogas, tortura, terrorismo, lesão corporal grave e roubo qualificado.

A outra PEC é a 182/07, que trata da reforma política. A votação em segundo turno, na verdade, começou antes do recesso, em julho, e trouxe mudanças do que foi aprovado em primeiro turno.

Numa delas, os deputados mantiveram o mandato de quatro anos para presidente da República, governadores, prefeitos, vereadores e deputados, assim como o de oito anos para senadores. Anteriormente, a PEC previa o mandato de cinco anos para todos os cargos com transições nos primeiros pleitos. Os parlamentares também resolveram excluir do texto a mudança da data de posse de governadores e de presidente, que seria nos dias 4 e 5 de janeiro, respectivamente. A posse desses cargos continuará a ser em 1º de janeiro.

Agora em agosto, as discussões começarão com a questão regimental sobre a aceitação ou não de destaques do PT e do PPS que pretendem retirar a permissão para empresas doarem recursos a partidos. Inicialmente, a PEC permitia a doação tanto para partidos como para candidatos, mas o texto aprovado em primeiro turno restringiu a doação de empresas apenas para partidos.

Pauta trancada

Dois projetos do Executivo com urgência constitucional estão trancando a pauta do plenário da Câmara. Ambos disciplinam o combate ao terrorismo. O projeto de Lei 2016/15 tipifica o crime de terrorismo e prevê pena de 8 a 12 anos e multa em regime fechado, sem prejuízo das penas relativas a outras infrações decorrentes disso. Já o PL 2020/15 cria um tipo de ação, na Justiça brasileira, para bloqueio de bens, direitos e valores de pessoas ou empresas objeto de resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU).

Se a pauta for liberada com essas duas votações, o plenário poderá votar o projeto de lei que concede uma correção maior dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Ainda estão na pauta quatro projetos de decreto legislativo (PDCs) referentes a contas de ex-presidentes da República: Itamar Franco (1992), Fernando Henrique Cardoso (2002) e Luiz Inácio Lula da Silva (2006 e 2008). As quatro propostas são de autoria da Comissão Mista de Orçamento (CMO), a quem cabe analisar o relatório anual do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre os demonstrativos da execução orçamentária do governo federal.

Com informações da Agência Câmara.

 

Relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/93, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, o deputado federal Laerte Bessa (PR-DF) afirmou que o país vai poder, no futuro, identificar tendências à criminalidade ainda nas crianças em gestação. Em entrevista concedida ao jornal inglês The Guardian, ele disse que bebês deste tipo deverão ser abortados.

“Um dia, chegaremos a um estágio em que será possível determinar se um bebê, ainda no útero, tem tendências criminosas e se isso acontecer à mãe não terá permissão para dar à luz”, declarou o republicano. Ao periódico, o deputado defende também que a PEC 171 “é uma boa lei que vai eliminar o sentimento de impunidade em nosso país”.

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Na matéria, Laerte Bessa ainda diz acreditar que a maioridade penal no Brasil para crimes hediondos pode chegar a ser de 12 anos. “Em vinte anos, reduziremos para 14, depois para 12 anos”, projetou.

O texto sobre a redução da maioridade penal foi aprovado em primeiro turno na Câmara dos Deputados e a segunda votação deve acontecer em agosto. Para seguir em tramitação no Legislativo, a proposta que altera a Constituição Federal deve ser aprovada em dois turnos pelos deputados. A matéria é vista como inconstitucional por juristas e parlamentares.

Um dia depois de o Senado aumentar o tempo de internação para menores infratores, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou ser contra a proposta de reduzir a maioridade penal aprovada pela Câmara.

"Eu não defendo a redução da maioridade. O mundo caminha na direção contrária. No Brasil, o mais recomendável é mudar o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), para que, aumentado o período de internação, você possa garantir as estruturas necessárias para ressocializar o adolescente para que ele não venha a reincidir", disse.

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Na terça-feira, 14, o Senado aprovou a alteração do ECA para aumentar de três para dez anos o período máximo de internação para jovens que cometerem crimes hediondos e homicídio doloso. O texto segue agora para a análise dos deputados.

No início do mês, a Câmara aprovou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos em relação a crimes hediondos, homicídios simples e lesão corporal grave. O projeto, que tem sido bastante criticado pelo governo e por entidades da sociedade civil, ainda terá que passar por mais um turno de votação antes de chegar ao Senado.

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Nesta segunda-feira (13), o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 25 anos e, para marcar a data, manifestantes realizam uma passeata no Centro do Recife contra a redução da maioridade penal. Por volta das 17h, o movimento passava pela Avenida Conde da Boa Vista, e o trânsito no sentido Marco Zero ficou interditado.

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De acordo com a organização, cerca de cinco mil pessoas estão participando da caminhada. A Avenida Manoel Borda também está engarrafada. Os manifestantes saíram da Praça Oswaldo Cruz e devem seguir até a Praça Nossa Senhora do Carmo, no bairro de Santo Antônio.

O ato é organizado pela Frente de Luta Contra o Extermínio da Juventude Negra.

Com informações de Camilla de Assis

 

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) reúne magistrados, parlamentares e movimentos sociais para debater a redução da maioridade penal, na manhã desta segunda-feira (13). O tema está sendo abordado durante um júri simulado, onde o réu fictício é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171, que tramita no Congresso Nacional, e reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal para crimes hediondos. O debate acontece no Centro de Convenções, em Olinda.

Dois grupos, um a favor e outro contra, estão expondo seus argumentos. Compõem a bancada contrária o desembargador do TJPE Luiz Carlos Figueiredo, advogada e integrante do Gajop, Manuela Magalhães, e o deputado federal Tadeu Alencar (PSB). Já o desembargador do TJPE Bartolomeu Bueno, o advogado Moacir Veloso e o deputado federal Gonzaga Patriota (PSB) estão na defesa do texto.

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Destacando que este seria o primeiro “debate real” sobre o assunto, o presidente do TJPE, desembargador Frederico Neves, defendeu uma sessão equilibrada para que a população pudesse extrair dela uma opinião com base argumentativa. “Precisamos compreender e verticalizar o tema para podermos formar uma visão coerente. Este é o primeiro debate real após o impulso da PEC, pois até agora o que tem ocorrido são reuniões em separado dos grupos favoráveis ou contrários ao texto”, argumentou o magistrado. O desembargador ainda solicitou que os presentes levem o debate sem grandes manifestações. “Quem autoriza o aplauso autoriza a vaia”, resumiu.

A expectativa é de que o resultado do debate seja anunciado por volta do meio-dia.  Além da exposição dos argumentos das bancadas de defesa e acusação, o júri também contará com a um corpo de 15 jurados, integrantes de entidades da sociedade civil. O público em geral também pode se pronunciar sobre o assunto, no entanto sem a abertura do microfone. Uma urna foi disponibilizada pelo TJPE em frente ao auditório para que os votos do público sejam registrados.

Participam do grupo de jurados Conselhos Regionais de Serviço Social (Cress), Psicologia (CRP) e Medicina (Cremepe); Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco (OAB-PE); Associação de Empresas de Rádio e Televisão de Pernambuco (Asserpe); Sindicatos dos Professores do Estado (Sinpro), dos Bancários de Pernambuco, dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Comércio Informal do Recife (Sintraci) e dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (STTREPE); Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Pernambuco (Adeppe); Arquidiocese de Olinda e Recife; Associação das Igrejas Evangélicas Independentes; Câmara dos Dirigentes Lojistas; Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); e o Grande Recife Consórcio de Transporte.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello negou a liminar para suspender a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/93, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, na Câmara dos Deputados. A partir de agora, a decisão depende do plenário da Corte, que pode se reunir apenas depois do recesso do Judiciário, que termina no dia 1º de agosto.

O pedido foi feito por um grupo de mais de 100 deputados de 14 partidos – PMDB, PSB, PDT, PT, PC do B, PPS, PROS, PSOL, PSDB, PV, DEM, PR, PSC e PTC – que questionam a condução de votações polêmicas pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o resultado dessa votação.

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Há mais de uma semana, o plenário da Câmara rejeitou uma proposta de redução da idade mínima penal e, após acordo com líderes, no dia seguinte, outro texto semelhante foi colocado em votação com algumas alterações. Cunha defendeu que, com a rejeição do texto que foi apresentado como substitutivo, uma emenda aglutinativa – que funde textos de outras emendas ou do teor do texto de proposição principal – poderia ser apreciada.

Na sexta-feira (10), o presidente da Câmara reforçou sua posição em uma manifestação enviada ao STF destacando que os parlamentares tentam “minar” o andamento legislativo. Segundo Cunha, não houve ilegalidade na votação. Cunha ainda rebateu os argumentos do grupo de deputados afirmando, na defesa que o Artigo 60 da Constituição Federal – que proíbe que uma matéria seja votada mais de uma vez na mesma legislatura – não pode ser aplicado ao caso de emendas aglutinativas. A justificativa do peemedebista é que o projeto só deve ser arquivado se o texto original for rejeitado.

A PEC da Maioridade Penal ainda precisa passar por um segundo turno de votações na Câmara para então ser analisada pelo Senado, também em dois turnos. Maioridade penal é a idade mínima para que uma pessoa pode ser julgada criminalmente por seus atos como um adulto.

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) realiza, na próxima segunda (13), um júri simulado para debater a redução da maioridade penal no país. Organizado pela Coordenadoria da Infância e Juventude, o evento será realizado no Centro de Convenções de Pernambuco, a partir das 8h. 

Magistrados, servidores públicos, estudantes e demais interessados no tema podem se inscrever, gratuitamente, para assistir à atividade, através de formulário eletrônico no site do TJPE. Ao término do júri, o público poderá registrar seu posicionamento por meio de voto em urna eletrônica. Adeptos do “sim” e do “não” à redução da maioridade penal farão parte do júri.

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Diversas entidades serão representadas no evento, como a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Pernambuco, Ordem dos Advogados do Brasil, Conselho Regional de Medicina, Arquidiocese de Olinda e Recife e Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco, entre outros. 

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