O secretário de Estado norte-americano John Kerry tenta reavivar o processo de paz no Oriente Médio em reuniões realizadas nesta segunda-feira com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e outras importantes autoridades de Israel, além de representantes dos palestinos, em meio a conversações sobre alterações no plano para a região, que já tem dez anos e é visto com ceticismo pelo governo de Israel.
Um dia depois de uma reunião com o primeiro-ministro palestino Mahmoud Abbas, Kerry passou a manhã desde dia de memória ao Holocausto em Yad Vashem, o memorial oficial pelas vítimas, onde colocou uma coroa de flores pelos 6 milhões de judeus mortos durante a Segunda Guerra Mundial. Ainda nesta segunda-feira, ele deve se reunir com o primeiro-ministro palestinos Salam Fayyad e com o presidente israelense Shimon Peres, antes de participar de um jantar com Netanyahu e outras autoridades.
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Kerry tenta encerrar o impasse de quatro anos entre israelenses e palestinos, durante os quais os dois lados praticamente não negociaram um projeto de paz. Em sua terceira viagem ao local no período de duas semanas, ele ainda não anunciou nenhum novo plano, mas autoridades norte-americanas disseram que ele explora várias ideias para tentar levar os dois lados de volta a conversações diretas.
Autoridades árabes e palestinas têm indicado uma ideia em particular: uma tentativa de retomar, com modificações, a Iniciativa de Paz de 2002 que sugeria uma paz ampla com Israel em troca de territórios tomados durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Autoridades dizem que Kerry busca, como parte do plano, um maior compromisso árabe-israelense sobre segurança, além da flexibilização das fronteiras. Mas ainda existem importantes obstáculos: Israel não reduziu suas objeções e os palestinos dizem que rejeitaram um pedido de Kerry para as mudanças propostas.
Kerry e Abbas se reuniram por uma hora, a portas fechadas, em Ramallah na noite de domingo, segundo um funcionário do Departamento de Estado. Antes disso, representantes norte-americanos e palestinos se encontraram durante uma discussão de estratégias para o crescimento econômico dos territórios palestinos e a melhor forma de criar uma "clima positivo de negociações". A fonte falou em condição de anonimato.
Autoridades norte-americanas se recusaram a fazer comentários especificamente sobre a iniciativa, que foi revolucionária ao ser apresentada pelo então príncipe herdeiro e atual rei da Arábia Saudita, Abdullah, e posteriormente endossada pelos 22 membros da Liga Árabe numa reunião em Beirute. Porém, a iniciativa foi ofuscada pelos intensos confrontos entre Israel e palestinos na época e nunca contou com o apoio de Israel. A Liga Árabe reendossou a oferta em 2007 e, tecnicamente, ela ainda está em vigor. As informações são da Associated Press.