O novo secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse hoje que os Estados Unidos estão tentando fornecer meios mais tangíveis de apoio aos rebeldes que lutam contra o governo do presidente Bashar Assad na Síria e dar impulso a um movimento político com dificuldades de se manter depois de quase dois anos de guerra civil no país.
Fontes nos EUA e na Europa têm afirmado que o governo do presidente Barack Obama está próximo de uma decisão sobre o fornecimento de assistência "não letal" a rebeldes que lutam contra as forças regulares sírias, o que incluiria a liberação de dezenas de milhões de dólares.
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Os comentários feitos hoje por Kerry em Paris parecem indicar que Washington estaria tentando assegurar que a ajuda não cairá nas mãos de milicianos islâmicos. "Estamos analisando e desenvolvendo meios de acelerar a transição política que o povo sírio quer e merece", disse Kerry. "Nós precisamos ajudá-los a ter serviços básicos e preservar as instituições legítimas do Estado."
O chanceler norte-americano fez os comentários durante sua primeira reunião oficial com líderes da França em meio à adoção de medidas crescentes de ambos os países para ajudar a oposição síria. Kerry se encontrou com o presidente da França, François Hollande, em Paris, onde ambos trocaram algumas palavras em francês em frente ao Palácio do Eliseu.
A guerra na Síria e o programa nuclear do Irã são as prioridades da agenda de Kerry em sua visita à Europa e ao Oriente Médio.
A expectativa é de que uma decisão sobre o tipo de apoio a ser dado pelos EUA aos rebeldes sírios seja anunciada amanhã em Roma, onde será realizada uma conferência internacional sobre o assunto.
A França, que no passado exerceu poder colonial sobre a Síria, também tem apoiado os rebeldes. O presidente Hollande foi o primeiro líder ocidental a reconhecer os rebeldes.
"Todos concordamos com o fato de que o senhor Bashar Assad precisa renunciar", alegou o chanceler francês, Laurent Fabius.
Em Washington, o secretário de Imprensa da Casa Branca, Jay Carney, reiterou que os EUA aumentarão a ajuda que prestam à população da Síria e aos rebeldes que tentam depor Assad.
"Estamos revisando constantemente a natureza da assistência que provemos tanto para o povo sírio, em forma da assistência humanitária, como para a oposição síria, na forma de assistência não letal", declarou.
Segundo o jornal norte-americano Washington Post, a Casa Branca avalia a possibilidade de enviar coletes de proteção e veículos armados, assim como dar treinamento militar aos rebeldes, mas altos funcionários resistem à ideia de envio de armas por temer que elas caiam nas mãos de milicianos islâmicos envolvidos no conflito sírio. As informações são da Associated Press.