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As taxas futuras de juros mantêm a queda acentuada nesta sexta-feira. No embalo de declarações feitas na quinta-feira (04) pelo diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva, e após um IPCA de setembro sem surpresa, é praticamente total a migração das posições para um cenário que contempla queda da Selic em 0,25 ponto porcentual, para 7,25% ao ano, na reunião do Comitê de Política Monetária da próxima semana. E os níveis de juros futuros atribuíam ainda a expectativa de que um novo corte na taxa básica poderá ser reprisado em novembro, o que estava descartado até a quinta-feira (04), além de praticamente zerar a expectativa de alta da Selic em 2013. A queda das taxas ocorre em meio a um volume expressivo de negócios.

Às 14h17, o contrato para janeiro de 2013 indicava taxa de 7,10%, de 7,19% no ajuste. O giro de negócios com esse vencimento totalizava 770.655 contratos, mais que o dobro do volume de 383.290 contratos do pregão completo do dia anterior. A taxa projetada no contrato para vencimento em janeiro de 2014 recuava a 7,41%, no horário acima, após ter tocado a mínima de 7,39% mais cedo, de 7,59% no ajuste. O giro com esse contrato era de 709.980 contratos até as 14 horas, 138% acima do volume de todo o pregão anterior.

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O mercado futuro de juros abre a sessão com uma surpresa positiva no âmbito da inflação no atacado. A primeira prévia do IGP-M de setembro subiu 0,59%, o que indica uma desaceleração do 1,21% registrado em igual prévia de agosto. A taxa ficou perto do piso das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções (0,54%). O dado imputa pressão de baixa para os contratos futuros de juros em um dia em que os operadores acompanharão os detalhes do pacote de energia que a presidente Dilma Rousseff anuncia na manhã desta terça-feira. O exterior travado determina oscilações marginais nas commodities e não oferece um direcional claro para o dia.

Com apenas 1.095 contratos negociados, o contrato futuro para janeiro de 2013 indicava 7,30%, patamar idêntico ao ajuste de ontem. O contrato para janeiro de 2014 também estava estacionado no nível de ajuste e apontava 7,81%.

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Nos componentes do IGP-M, o IPA-M teve alta de 0,75% na primeira prévia deste mês, em comparação com o avanço de 1,73% na primeira prévia de agosto, com forte arrefecimento do grupo agropecuário (de 4,39% para 2,01%) e ajuda também dos produtos industriais, especialmente da queda do minério de ferro. Por sua vez, o IPC-M apresentou alta de 0,29%, ante 0,08% e o INCC-M subiu 0,16%, após registrar aumento de 0,39%.

Mas analistas mostram comedimento ao avaliar se esse arrefecimento nos preços das commodities coletado pelos IGPs pode trazer um alívio mais duradouro para a inflação no âmbito doméstico. "Prever o comportamento de commodities é complexo. É difícil tirar conclusões muito fortes. Temos dados de economia global que indicam taxas de crescimento muito menores do que o esperado, o que traz impacto de queda", comentou o economista-chefe da CM Capital Markets, Darwin Dib. "Por outro lado, o Federal Reserve (Fed) e o Banco Central Europeu (BCE) têm o dedo no gatilho", lembrou o economista, destacando que o rumo das commodities externamente deve refletir a magnitude de monetização que os Bancos Centrais dos EUA e da Europa concederem ao mercado.

"Mas, nos preços (IGP), estamos enxergando que essa pressão está caindo", destacou Dib. "(Porém) quem conduz política monetária, não faz grandes apostas com base nos preços das commodities", frisou. Para Dib, o que deve prevalecer é a influência negativa aos preços trazida pela desaceleração global, mas no curto prazo podemos ver um impacto de alta dos preços das commodities se o Fed e o BCE agirem. No entanto, a política cambial brasileira de defesa de uma cotação para o real é o fator que dificulta ainda mais a previsibilidade de como será o efeito do comportamento dos preços das commodities no exterior para a economia local.

No dia, o mercado futuro de juros ficará atento aos detalhes do plano de energia que será anunciado hoje. A presidente já antecipou que as tarifas devem diminuir 16,2% para os consumidores residenciais e de até 28% para as grandes empresas, a partir de 2013. Mas os detalhes podem render reações.

O vetor externo segue travado pelas expectativas em torno da decisão da Corte Alemã sobre a legalidade do Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM), marcada para a quarta-feira 912), e a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), na quinta-feira. Entre as commodities industriais, os metais não têm direção clara, mas vários consolidam após ganhos recentes. O petróleo tem movimentos laterais. No complexo agrícola, o café subia 1,99%; açúcar, 0,72%, mas algodão e o suco de laranja recuavam marginalmente na ICE, em Nova York. A soja, farelo de soja, óleo de soja e o milho recuaram na plataforma de negócios da China nesta terça-feira.

 

Os contratos futuros de juros operam com rumos divergentes nesta quinta-feira em que reagem ao resultado do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), que sinalizou ter acabado com a possibilidade de promover nova queda de 0,50 ponto porcentual da Selic em outubro. Mas, após cortar a Selic de 8% para 7,50% na quarta-feira, o Copom usou um comunicado que deixa a porta aberta para nova flexibilização monetária. Disse que, se houver necessidade, o ajuste seria realizado com "máxima parcimônia".

Diante do recado do comunicado, os analistas estão divididos. Um grupo considera que não haverá necessidade de novo corte de juros e prevê manutenção da Selic em outubro. Outros acreditam que a máxima moderação significa apenas mais uma queda de 0,25 ponto porcentual em outubro. Outros, porém, não descartam duas reduções de 0,25 ponto porcentual.

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Às 11h14, a taxa do contrato janeiro de 2013 subia para 7,26%, de 7,21% no ajuste. No vencimento outubro de 2012, a taxa, porém, estava em queda para 7,33%, de 7,38% no ajuste. Nos longos, a taxa projetada para janeiro de 2017 estava em 9,12%, de 9,14%. No janeiro de 2021, a taxa apontava 9,69%, de 9,75% no ajuste.

Enquanto a postura mais conservadora do BC traz razões para o mercado esvaziar a expectativa de aperto monetário em 2013, faz pressão no sentido contrário o fato de o governo prorrogar vários benefícios fiscais para estimular investimentos e demanda. O efeito potencial dessas medidas é incerto, mas o pacote envolve renúncia fiscal, o que pode comprometer o superávit primário. O compromisso fiscal é um dos pilares importantes para controle da inflação.

O dado do varejo rechaçou a ideia de esgotamento da capacidade de consumo do Brasil, que ainda tem um quadro do mercado de trabalho robusto. As vendas do varejo subiram 1,5% em junho, ante maio, superando por uma margem ampla o teto das previsões dos analistas consultados pelo AE Projeções (0,75%). Considerando o dado ampliado, que contempla também vendas de automóveis e material de construção, a alta foi de 6,1% em junho, ante maio, também suplantando o teto previsto. Os dados já trouxeram prêmios à curva de juros, na medida em que esvaziam a expectativa de novo corte da Selic em outubro e dão credibilidade ao discurso do Banco Central de reativação da economia. A produção industrial, porém, ainda segue sem acompanhar esse desempenho do varejo, mas o governo mostrou ontem e hoje que está em pleno empenho para revitalizar também os investimentos e criar condições mais propícias ao parque fabril brasileiro.

"O melhor ainda é que esse aumento foi inesperado. O dado evidencia que o corte de IPI surtiu efeito, o que está evidente no item automóveis. Móveis e eletrodomésticos também ganharam forte. O número, de certa forma, rechaça a visão pessimista sobre esgotamento do consumo", comentou o estrategista-chefe do Banco WestLB no Brasil, Luciano Rostagno. "Há uma moderação, mas ela é bem gradual. Não vemos uma parada do consumo doméstico, mesmo porque o mercado de trabalho ainda está forte, o que ajuda a economia a ter um desempenho melhor. O PIB do segundo trimestre deve ter um desempenho melhor mesmo com o enfraquecimento da indústria", disse.

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O varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, subiu 6,1% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal. O resultado veio acima do teto do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que era 5,90%. As vendas de automóveis e motos, partes e peças subiram 16,4%, apontando aceleração frente aos 3,5% registrados em maio, para a mesma base de comparação.

Quanto ao enfraquecimento da indústria, o governo acionou nova medida para estimular os investimentos. O governo reduziu o IOF cobrado sobre o seguro garantia de 7,38% para 0% com o objetivo de baratear os projetos de infraestrutura. O secretário-adjunto de política econômica do Ministério da Fazenda, Pablo Fonseca, explicou à Agência Estado que a cobrança do IOF indiretamente onerava os projetos de infraestrutura, pois as seguradoras acabavam cobrando um prêmio maior em função da tributação.

Para a curva de juros, o dado do varejo abala a possibilidade de novo corte da Selic em outubro, mesmo após os comentários da presidente Dilma Rousseff de que segue buscando a convergência dos juros brasileiros com patamares mais condizentes com os praticados no mercado internacional. E os patamares internacionais continuam apontando para baixo. Desta vez foi o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, que sinalizou novas ações de alívio. Ele disse que vê "espaço crescente para operações de política monetária" com a desaceleração dos preços. O comentário foi publicado no site do governo central e sugere que o governo poderá adotar medidas de flexibilização adicionais para impulsionar o crescimento econômico.

Mas os mercados calibram os comentários favoráveis de Wen com o fato de a realidade dos dados mostrarem a redução de força do país asiático. O investimento estrangeiro direto (IED) na China diminuiu 8,7%, para US$ 7,58 bilhões no mês passado. O resultado também foi menor do que o de US$ 12,0 bilhões registrado em junho.

Se a inflação segue em curso mais moderado na China, as pressões das commodities agrícolas continuam impulsionando os preços do atacado no Brasil e podem chegar ao bolso do consumidor final com mais intensidade se os dados de atividade e emprego continuarem mostrando um quadro inesperadamente robusto. Dentro da alta de 1,59% do IGP-10, os preços dos produtos agrícolas atacadistas subiram 6,23%, em comparação com a alta de 1,94% apurada em julho. Os preços dos produtos industriais no atacado desaceleraram, passando de 0,99% para 0,72%, de julho para agosto.

O componente de preços do varejo (IPC-10) subiu 0,29%, o que ainda indica obstáculos para repasse do choque agrícola. Já o IPC-S, também divulgado hoje, ficou em 0,39% ma 2ª quadrissemana de agosto.

"Por enquanto, o IGP-10 está pressionado por um problema de oferta doméstica de hortifrutigranjeiros. Os preços ao consumidor ainda não incorporaram a forte alta dos grãos no mercado internacional", comentou Rostagno.

No dia ainda, o mercado receberá o dado do Caged e o ministro do Trabalho já sinalizou que a criação de empregos com carteira assinada em julho deste ano foi maior do que em 2011. Dados robustos devem esvaziar ainda mais a possibilidade de nova queda da Selic em outubro, mas discursos recentes de autoridades do Banco Central mostram que está dada a queda da Selic de 0,50 ponto porcentual no encontro do Copom de agosto.

Outro vetor de alta para os juros pode vir de dados norte-americanos. O número de trabalhadores norte-americanos que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego subiu 2 mil, para 366 mil, na semana até 11 de agosto. Os economistas ouvidos pela Dow Jones esperavam alta maior, de 4 mil, mas para um total de 365 mil solicitações, já que tinham como base um dado de pedidos de emprego de 361 mil na semana passada. Mas esse indicador da semana anterior foi revisado em alta, para 364 mil.

Os contratos futuros de juros cedem em toda a estrutura da curva, já que os desdobramentos externos e os prognósticos para o ritmo da economia brasileira ofuscam o IGP-M, divulgado na segunda-feira, quando não houve negócios na BM&FBovespa. Segundo duas fontes consultadas, o mercado continua prevendo queda de 0,50 ponto porcentual da Selic no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), que começa nesta terça-feira e termina na quarta-feira e reedição do corte de 0,50pp na reunião decisória de agosto.

Mas cresce a adesão à expectativa de recuo da Selic a 7% até o final do ano. A curva de juros comporta precificação para corte adicional de 0,10 ponto porcentual da Selic na reunião do Copom em outubro. Na pesquisa Focus, divulgada na segunda-feira, a previsão mediana dos agentes financeiros para a taxa básica ainda foi mantida em 7,5% para o final deste ano. Mas as projeções para a Selic no fim do próximo ano passaram de 9% para 8,5%, o que pressupõe aumento de 1 ponto na taxa básica no decorrer de 2013 e não mais 1,5 ponto.

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Às 11h02, o contrato para janeiro de 2013 cedia a 7,49%, de 7,55% no ajuste, enquanto o janeiro de 2014 recuava a 7,76%, de 7,82%. No contrato para janeiro de 2021, a taxa cedia a 9,85%, de 9,94% no ajuste de sexta-feira.

Na pesquisa Focus, as previsões para PIB, produção e IPCA em 2012 foram revisados em baixa. O prognóstico do PIB 2012 foi reduzido de 2,05% para 2,01% e para o IPCA, passou de 4,93% para 4,85%.

Para a produção industrial, os analistas revisaram a previsão de expansão para 0,10% em 2012, ante previsão de 0,39% na semana passada. Para 2013, o mercado prevê expansão de 4,25% na produção, abaixo do 4,30% esperado na semana passada. A pesquisa Focus, divulgada na segunda-feira, reflete as coletas de informações inseridas pelos agentes no BC nos sete dias até as 17 horas da sexta-feira anterior. Às 17h01, os bancos e corretoras podem ainda imputar dados junto ao Banco Central, que só serão compilados para o levantamento que será anunciado na semana seguinte.

Esses vetores e o exterior ofuscaram a aceleração da primeira prévia do IGP-M de julho a 0,95%, acima do teto esperado (0,88%). O item automóveis, que registrou deflação de 2,59% na primeira prévia do mês passado, ficou zerado. "Acabou esse efeito que ajudava a jogar para baixo a inflação", comentou o coordenador de Análise Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, referindo-se ao alívio tributário. No IPCA de junho, a redução dos preços dos automóveis, sob efeito da queda do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), foi decisiva para o comportamento benigno.

Mas foi a soja a principal responsável pela aceleração da inflação registrada na primeira prévia do IGP-M. O chamado complexo soja - que inclui a soja em grão, farelo de soja e óleo bruto e refinado - respondeu por 56% da alta de 1,25% registrada pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) no período. O aumento refletiu, sobretudo, o impacto nos preços internacionais do produto em razão da seca nos EUA. Ontem, o preço internacional da soja atingiu nível recorde na Bolsa de Chicago (CBOT).

Maior importadora do grão, a China divulgou hoje que importou 5,62 milhões de toneladas de soja em junho, uma alta de 31% ante o mesmo período do ano passado e de 6% ante maio. Mas outras importações chinesas desaceleraram. Com o dado amplo comercial da China e apreensão com a Europa, os Treasuries sobem, provocando recuo no juro projetado da T-Note de 10 anos a 1,52200%, de 1,551% na sexta-feira.

Os contratos futuros de juros respondem em alta à melhora externa. A reunião de cúpula da União Europeia (UE) ainda está em andamento e só deve ser concluída no fim desta sexta-feira, mas líderes europeus disseram que fecharam um acordo sobre medidas que tendem a reduzir os custos dos empréstimos da Espanha e da Itália. Os planos envolvem a criação de um supervisor financeiro único para fiscalizar bancos na zona do euro e recursos para estimular o crescimento. E o rali pró-risco traz recompras de ações e commodities e vendas de Treasuries, o que provoca correlata alta nos juros projetados nos papéis.

De acordo com os analistas do Scotiabank, as determinações do encontro podem ser resumidas em alguns pontos, entre eles o de que será criado um único supervisor do setor bancário, que incluiria o Banco Central Europeu. Assim que o supervisor bancário entrar em atividade o Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM, na sigla em inglês) pode ter a possibilidade de capitalização direta dos bancos. De acordo com o Scotiabank, casos semelhantes ao da Irlanda serão tratados em igualdade de condições. A Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês) será usada até que o ESM entre em funcionamento. Os empréstimos do EFSF serão transferidos para o ESM. Mas, em eventual caso de default dos títulos transferidos, o ESM não se tornará credor preferencial ou o primeiro da fila a receber dos países em default, cortando a fila em relação aos outros credores.

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Houve, ainda, um acordo para liberar 120 bilhões de euros em recursos a fim de estimular projetos de infraestrutura e gerar emprego, combatendo a recessão. Na reação inicial às informações, o S&P 500 indicava alta de 1,72% e o Nasdaq 100 futuro, 1,76%. O juro da T-Note de 10 anos estava em 1,6318%, de 1,5888% no final da tarde de quinta-feira, já que os investidores se desfazem de títulos, pressionando os preços dos papéis. Os juros projetados nos títulos da Espanha e Itália cediam no mercado secundário.

Às 9h46, o contrato para janeiro de 2011 estava em 7,65%, de 7,62% na quinta-feira. O contrato para janeiro de 2014 apontava 7,94%, de 7,87%. Não houve negócio ainda com o contrato para janeiro de 2021 na plataforma da BM&FBovespa.

"O clima externo deve dar uma segurada nas taxas hoje", comentou o gerente de renda fixa da Lerosa Investimentos, Carlos Fernando Vieira. No dia, Vieira destaca a divulgação do resultado consolidado do setor público (Governo Central, Estados, municípios e estatais), sobretudo os dados da relação dívida/PIB. O resultado do mês deve ficar muito abaixo do registrado em abril, de R$ 14,240 bilhões, e também aquém do apurado em maio de 2011, de R$ 7,506 bilhões, em termos nominais.

Pesquisa do AE Projeções feita com 16 instituições do mercado financeiro aponta

intervalo das previsões para o indicador entre R$ 3,700 bilhões e R$ 5,500 bilhões, com mediana de R$ 5,000 bilhões. "Mas só alguma coisa diferente do esperado pode alterar o mercado", complementou.

Nesta sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice de Preços ao Produtor (IPP) subiu 1,65% em maio. O instituto revisou ainda para cima a taxa de abril, que tinha ficado em 1,38% e agora passou a 1,46%. O IPP não tem influenciado a precificação na curva, já que o baixo dinamismo da economia tem entupido o canal de repasse dessas pressões de preços no atacado para o consumidor final.

Após a alta de segunda-feira, as taxas dos contratos futuros de DIs devolvem parte dos ganhos nesta terça-feira, em meio a um ambiente pessimista no exterior. Mas o mercado também vai acompanhar com atenção a agenda brasileira, em especial a entrevista coletiva do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, prevista para as horas. Em um cenário de investimento em queda, existe a expectativa de que possam ser anunciadas novas medidas de incentivo à produção. Por enquanto, a curva a termo segue precificando de forma majoritária uma queda de 0,50 ponto porcentual da Selic na próxima reunião do Copom, em julho. Para o encontro de agosto, as apostas estão divididas entre estabilidade e um corte adicional de 0,25 ponto.

Às 9h52 (horário de Brasília), as taxas dos contratos futuros de juros com vencimento em janeiro de 2013 marcavam 7,91%, ante 7,94% do ajuste de segunda-feira. Já os contratos para janeiro de 2014 tinham taxa de 8,32%, ante 8,39% do ajuste.

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O avanço consistente das taxas na segunda-feira, que não encontrou uma explicação única entre os operadores, abre espaço nesta terça-feira para um movimento de queda. "Não saindo nenhuma notícia nova, a tendência é de devolução de parte dos ganhos", resume o gerente de renda fixa da Leme Investimentos, Paulo Petrassi, para quem o movimento das taxas na segunda-feira foi atípico.

Nesta terça-feira, o exterior contribui para a devolução de prêmios. Na Alemanha, as encomendas à indústria recuaram 1,9% em abril ante março, acima do recuo de 1% esperado por economistas. Na zona do euro como um todo, as vendas no varejo caíram 1% em abril ante março e recuaram 2,5% na comparação com abril de 2011. Economistas esperavam recuo mensal de 0,2% e anual de 1,1%. "Os números da Europa vieram ruins e continuam ainda as preocupações com os bancos espanhóis e com a Grécia. Então as taxas dos DIs tendem a recuar um pouco no Brasil", afirma o estrategista-chefe da CM Capital Markets, Luciano Rostagno.

Apesar do clima negativo no exterior, que influencia a redução de prêmios na curva a termo, o mercado vai observar a ação do governo sobre a economia. Na segunda-feira à noite, a presidente Dilma Rousseff voltou a se reunir com ministros para discutir os investimentos no País. Coutinho, do BNDES, participou do encontro, que pode ter desdobramentos palpáveis nesta terça-feira.

Profissionais ouvidos pela Agência Estado lembram que, caso sejam anunciadas mais medidas para impulsionar os investimentos e a economia como um todo, isso pode reduzir o espaço para a baixa da Selic, considerando a impacto que as ações do governo podem trazer para a inflação em 2013. "O pano de fundo é até ruim, porque o governo está buscando um crescimento a qualquer preço em um ambiente externo em que ninguém está crescendo", alerta Petrassi.

Mais cedo, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou sua estimativa da produção de grãos no nono levantamento da safra 2011/2012 para 161,23 milhões de toneladas, um volume 0,7% superior ao estimado na pesquisa divulgada no mês passado. Porém, a projeção é 1% inferior aos 162,8 milhões de toneladas colhidas no ano passado. Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projetou uma safra agrícola de 160,3 milhões de toneladas em 2012, 0,6% acima do projetado no levantamento de abril. Se confirmada, a safra será apenas 0,1% superior à do ano passado, quando foi de 160,1 milhões de toneladas.

Os contratos futuros de juros aparam parte da alta dos prêmios registrada na terça-feira, repercutindo o clima pesado no exterior que traz queda das commodities, venda de ações e busca pela segurança dos Treasuries e Bunds, com achatamento de prêmios desses papéis.

Na curva doméstica, a taxa projetada pelo contrato de juros para janeiro de 2013 projetava 7,84%, de 7,87% na terça-feira e retornando para perto do 7,81% da segunda-feira. O contrato para janeiro de 2014 estava em 8,37%, de 8,44% no ajuste.

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Nas pontas longas, o contrato para janeiro de 2021 indicava 10,33%, de 10,44% no ajuste de terça-feira. Mas os investidores ainda defendem um prêmio acima do nível de 10,11% na segunda-feira, diante da apreensão sobre as consequências para a inflação do rumo do câmbio e das medidas de estímulo anunciadas pelo governo.

No exterior, a esperança sobre o anúncio de medidas concretas no encontro dos chefes de governo dos países da União Europeia em Bruxelas se exauriu e as vendas retornam aos ativos de risco e às commodities. No âmbito doméstico, a atenção aos movimentos do câmbio continua. Mas a Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, reafirmou nesta quarta-feira que está disposta a manter sua ajuda à Grécia, contanto que o país mantenha os compromissos assumidos.

A preservação do capital levou os investidores aos títulos alemães e o país conseguiu vender 4,555 bilhões de euros em papéis com vencimento em junho de 2014. O yield (retorno ao investidor) ficou em 0,07%, representando o menor custo de financiamento para a Alemanha em bônus de dois anos, conhecidos como schatz. O papel com cupom (juro nominal) zero atraiu um montante de 7,744 bilhões de euros dos investidores. Com o quadro intricado externo, os Treasuries também guardam capital e o juro projetado no papel de 10 anos cedia a 1,7364% há pouco, de 1,78% na terça-feira.

No mercado de juros, os investidores também seguem atentos ao galope atual do dólar ante o real. A alta da moeda ante o real já anulou a expectativa de que o Banco Central teria habilidade para reduzir a Selic além do parcimonioso 0,50 ponto porcentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da próxima semana. Mas um recrudescimento maior do clima externo pode afiar a disposição do governo de injetar estímulo adicional para a economia, o que tende a trazer a curva de volta para uma aposta mais forte no corte de 0,75pp da Selic nos próximos dias.

Enquanto o dólar amplia a apreensão sobre as implicações para a inflação futura, os índices de inflação corrente não geram sustos. O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) ficou em 0,50% na terceira quadrissemana de maio, ante 0,55% no período anterior. Das oito classes de despesas componentes do IPC-S, sete apresentaram desaceleração.

Os mercados internacionais mostram pouca parcimônia e sim um agressivo desinteresse para o risco, uma vez que o impasse político na Grécia prosseguia e ampliava a expectativa de saída do país da zona do euro. Nem mesmo a decisão da China de reduzir o compulsório bancário minimizou a forte debandada das ações e commodities. E a curva doméstica de juros reage a essa conjuntura externa com queda das taxas futuras.

Às 11h52 (horário de Brasília), o contrato futuro para janeiro de 2013 cedia a 7,91%, de 7,95% no ajuste de sexta-feira. O contrato para janeiro de 2014 recuava a 8,37%, de 8,47% no ajuste.

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A pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira apontou um quadro defasado em relação ao embutido na curva em termos de expectativas para o patamar da Selic, mas endossa que o juro de um dígito pode continuar em vigor no País até o final de 2013. Os analistas revisaram a previsão de Selic de 10% para 9,5% no final de 2013, enquanto ajustaram a previsão para o corte da taxa nesse ano de 8,5% para 8%.

No exterior, o impasse político na Grécia prosseguia e ampliava a expectativa de saída do país da zona do euro. E mais um guardião do bloco do euro foi igualmente penalizado pela insatisfação da população com as medidas de austeridade. Após os franceses trocarem Nicolas Sarkozy por François Hollande, a chanceler alemã, Angela Merkel, sofreu, segundo ela própria, uma "derrota amarga" nas eleições regionais de domingo no Estado mais populoso da Alemanha.

Esse frangalho político europeu gera perdas ao redor de 2% nas três principais bolsas da Europa (Londres, Paris e Frankfurt). Com essa queda da confiança, o petróleo WTI era negociado a US$ 94,48 o barril, com baixa de 1,73%, na Nymex eletrônica, às 11h56. Entre as commodities agrícolas, os contratos futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) voltam a cair. Após o contrato julho da soja fechar em baixa de 3,38% na sexta-feira, esse futuro da commodity perdia 1,92% há pouco.

A soja tem sido uma das principais fiadoras da alta dos IGPs e a Focus apontou uma forte revisão em alta da previsão para as versões desse dado de inflação. A previsão para o IGP-DI subiu de 5,14% para 5,57% em 2012 e de 5,24% para 5,42% no IGP-M deste ano. Para 2013, a perspectiva de alta de 4,90% (IGP-DI) e 5% (IGP-M), respectivamente, foram mantidas.

A pesquisa não indica, porém, que o IPCA será fortemente influenciado por esses aumentos que estão na base da cadeia da produção. No levantamento, a mediana das expectativas para o IPCA neste ano passou de 5,12% para 5,22%. Para 2013, as estimativas caíram de 5,56% para 5,53%. A pesquisa constatou ainda que os analistas trabalham com expansão mais magra da economia. A expansão do PIB em 2012 caiu de 3,23% para 3,20%. Em relação ao câmbio, houve poucas alterações.

Em entrevista no fim de semana ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que o juro real vem caindo fortemente no Brasil devido à conjuntura interna e externa. "A Selic vem caindo, levando à significativa redução do juro real, por causa de uma combinação muito específica de fatores internos e externos, e não para agradar à presidenta Dilma", disse.

Depois da divulgação de dois indicadores de preços elevados, na terça e quarta-feira, e da reação em alta das taxas futuras de juros, o mercado entrou em rota de correção nesta quinta-feira, a despeito de a primeira prévia do IGP-M, em 0,89%, também ter superado a mediana das expectativas. O movimento de baixa foi disparado por dados antecedentes de produção industrial ruins. E, tendo em consideração a insistência do governo em sustentar e melhorar o desempenho da economia, os agentes viram espaço para retirar prêmios de toda a curva a termo de juros.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (584.820 contratos) estava em 8,00%, de 8,03% no ajuste anterior. O DI janeiro de 2014 (722.525 contratos) indicava 8,46%, de 8,56% na véspera. Entre os longos, a queda foi ainda mais expressiva. O DI janeiro de 2017 (113.235 contratos) cedia para 9,68%, de 9,89% ontem, enquanto o DI janeiro de 2021 (3.965 contratos) caía para 10,17%, de 10,40% no ajuste.

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A busca do governo por sustentar o crescimento pode ser vista, nas palavras do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que voltou a falar sobre estímulos à economia nesta quinta-feira. Segundo ele, o governo tem "lastro" para anunciar novas medidas, mas sem citar ações específicas.

Ainda pela manhã, os agentes tomaram conhecimento da queda de 7,25% nas vendas de papelão ondulado em abril ante março. Segundo dados preliminares da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO), o total comercializado somou 260.989 toneladas no mês passado, representando avanço de 1,28% sobre março de 2011. Também nesta quinta-feira, saiu a informação de que o fluxo veículos pelas estradas pedagiadas em abril recuou 0,8% na comparação com março, descontados os efeitos sazonais. Chamou a atenção nos dados da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), calculados em parceria com a Tendências Consultoria Integrada, o fato de que boa parte do resultado se deveu à queda de 2,6% na circulação dos veículos pesados em abril.

No âmbito inflacionário, a decomposição do IGP-M não trouxe apenas notícias ruins. O IPC-M apresentou alta de 0,29% na prévia de maio, após subir 0,47% na primeira prévia de abril. Já o INCC-M teve alta de 0,61%, após subir 0,76% na primeira prévia de abril. O IPA-M, porém, avançou 1,15%, ante alta de 0,47%, na mesma comparação.

Também sobre inflação, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que a taxa medida pelo IPCA de 0,64% em abril veio acima das expectativas do BC, mas que o acumulado em 12 meses ainda não preocupa. Durante o XIV Seminário Anual de Metas para a Inflação, no Rio de Janeiro, Tombini projetou que, "nos próximos três meses, a inflação mensal será inferior à registrada em abril". "Estamos em um processo de convergência da inflação".

Os negócios com juros futuros nesta segunda-feira, espremida entre o fim de semana e o feriado pelo Dia do Trabalho, foram muito escassos, sem que os investidores tomassem alguma posição diferente da que já predominava no mercado - de continuidade do afrouxamento monetário. Nem mesmo o fato de a Espanha ter entrado em recessão ou de haver uma revisão para cima, no boletim Focus, de alguns indicadores de inflação tiveram força para tirar as taxas curtas de perto do ajuste, apesar do leve sinal de alta no fim da sessão. Esse movimento final foi atribuído à expectativa pelos dados da produção industrial de março, a serem conhecidos na quinta-feira, e que podem alterar as apostas estampadas na curva de juros, principalmente se confirmarem a melhora esperada por boa parte dos analistas.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (47.720 contratos) estava em 8,29%, de 8,26% no ajuste de sexta-feira. Por enquanto, a possibilidade de redução de 0,5 ponto porcentual da Selic em maio continua majoritária. O DI janeiro de 2014 (51.670 contratos) marcava máxima 8,76%, de 8,72%. Entre os vencimentos mais longos, sobretudo devido aos negócios escassos, houve um pouco mais de volatilidade. O DI janeiro de 2017 (14.920 contratos) subia a 10,06%, de 10,00% no ajuste e após bater na mínima de 9,97%. O DI janeiro de 2021 (apenas 1.660 contratos) avançava para 10,64%, de 10,54% na sexta-feira.

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Entre as notícias do dia, a pesquisa Focus mostrou que a mediana para o IPCA de 2012 subiu para 5,12%, ante previsão anterior de +5,08%, acelerando-se em 2013, quando deve terminar com elevação de 5,53%, de 5,50% antes. Para a Selic, as instituições ainda projetam que o ciclo de queda da taxa básica encerrou-se neste mês, uma vez que, pela sétima semana consecutiva, a mediana das estimativas seguiu em 9,00%, tanto para maio como para o restante do ano. Vale lembrar, porém, que os agentes não tiveram tempo de alterar suas projeções após conhecerem a ata da última reunião do Copom, na quinta-feira passada.

No exterior, o clima seguiu pesado. A Espanha confirmou oficialmente estar em recessão técnica. No primeiro trimestre deste ano, o PIB do país registrou queda de 0,3%, na comparação com o quarto trimestre de 2011. Nos três meses finais do ano passado, o PIB espanhol já havia caído 0,3%, na mesma base de comparação.

Nos EUA, os indicadores econômicos do dia mostraram que a recuperação econômica do país continua titubeante. Os gastos dos consumidores norte-americanos subiram menos que o previsto, em +0,3% em março, ante estimativa de +0,4%. Já a renda pessoal cresceu mais que o esperado, em +0,4% no mês passado, de +0,2% previstos. O índice ISM do setor de manufatura em Chicago, por sua vez, caiu para 56,2 em abril, de 62,2 em março.

O mercado de juros futuros encerrou o último dia da semana com pequena devolução de prêmios, em um movimento que foi alimentado por notícias e especulações em torno de possíveis alterações nas regras da poupança. Após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central fazer o que todos esperavam e cortar a Selic para 9%, na quarta-feira, mas não dar sinais sobre o fim do afrouxamento, os investidores passaram a acreditar em mais um corte da taxa básica de juros. Tais apostas, porém, encontravam limite no rendimento da poupança. Por isso, após o Correio Braziliense estampar em sua manchete que a presidente Dilma Rousseff decidiu assumir o ônus de mexer nas regras da caderneta de poupança, o mercado se sentiu mais confiante para ampliar as fichas em uma redução mais incisiva da Selic.

A negativa sobre tal informação vinda do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e da presidente Dilma, porém, reduziu a devolução de prêmios. Além disso, segundo apurou a Agência Estado, não há, dentro do governo, um momento definido para a alteração das regras da poupança.

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Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (582.320 contratos) marcava 8,39%, de 8,42% e após bater na mínima de 8,32% pela manhã. Por enquanto, segundo um economista, a curva embute um corte adicional próximo a 0,40 ponto porcentual para a Selic, mais perto do 0,5 pp. Ontem, as apostas estavam no meio do caminho entre o 0,25 pp e o 0,5 pp. O DI janeiro 2014 (345.895 contratos), por sua vez, apontava 8,89%, de um ajuste a 8,90%. Nas taxas longas, o DI janeiro de 2017 (60.050 contratos) indicava 10,18%, de 10,15% na véspera, enquanto o DI janeiro de 2021 (4.125 contratos) estava em 10,72%, de 10,70% no ajuste.

Como a popularidade da presidente da República está elevada, os agentes de mercado acreditam que ela teria condições de assumir o ônus de alterar o rendimento da poupança. A caderneta oferece remuneração de 6,17% acrescida de Taxa Referencial (TR). Com a Selic cada vez menor, essa modalidade ganha competitividade em relação aos seus concorrentes, principalmente aos fundos de investimentos, uma vez que é isenta de Imposto de Renda. A preocupação do governo é devida ao fato de os fundos de investimento serem os principais compradores da dívida federal. Uma possibilidade de mudança na poupança seria atrelar seu rendimento a um porcentual da Selic, de forma a manter os fundos atrativos.

Em virtude dessas discussões, a agenda de indicadores, que já era fraca, acabou relegada de vez ao segundo plano. Na próxima semana, o mercado deve acompanhar de perto a divulgação do IPCA-15 de abril, o resultado primário do governo, a evolução da taxa de desemprego, bem como a pesquisa Focus, que pode trazer novas projeções para a Selic.

As taxas dos contratos futuros de juros recuaram de forma consistente nesta quinta-feira em meio à percepção de que o comunicado divulgado na quarta-feira pelo Copom, após a redução da Selic de 9,75% para 9,00% ao ano, sugere que o ciclo de baixa do juro ainda não terminou. A interpretação sobre alguns trechos do comunicado feita por operadores levou à redução de prêmios ao longo de toda a curva a termo, em especial nos vencimentos de curto e médio prazos. Porém, vários economistas seguem fazendo uma análise mais comedida do comunicado, mantendo a previsão de que o ciclo de baixa da Selic foi encerrado na quarta-feira, em 9% ao ano.

Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa do contrato futuro de DI com vencimento em janeiro de 2013 (1.045.140 contratos) marcava 8,42%, ante 8,67% do ajuste de ontem. O DI de janeiro de 2014 (745.630 contratos) apontava taxa de 8,90%, ante 9,10%. Entre os vencimentos longos, o DI de janeiro de 2017 (110.730 contratos) estava em 10,15%, de 10,20% no ajuste, enquanto o DI de janeiro de 2021 (10.315 contratos) estava em 10,70%, de 10,71% na véspera.

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Na quarta-feira, após anunciar a queda de 0,75 ponto porcentual da Selic, o BC divulgou o comunicado da reunião do Copom, no qual citou que "permanecem limitados os riscos para a trajetória da inflação". Além disso, apontou que "até agora, dada a fragilidade da economia global, a contribuição do setor externo tem sido desinflacionária".

Os comentários do BC geraram toda sorte de interpretações ao longo desta quinta-feira. Para muitos operadores, o texto possui um viés próximo da ideia de que o Copom, na reunião de 29 e 30 de maio, poderá reduzir em mais 0,25 ponto porcentual a Selic. Alguns bancos, como Itaú Unibanco e Bradesco, abriram a possibilidade de um corte ainda maior, de 0,50 ponto porcentual. Com isso, as taxas dos DIs caem nesta quinta-feira.

"Algumas apostas em uma continuidade de redução da Selic para 8,75% já estavam presentes no mercado de juros. Mas o fato de o BC ter usado o termo 'dando prosseguimento' não passou a sensação de parada", ponderou um operador. "Mas apenas a ata conseguirá dar uma dimensão mais precisa do que virá pela frente. Esse movimento de queda desta quinta-feira pode ser completamente revertido na próxima quinta-feira", continuou.

Na contramão, profissionais como Darwin Dib, economista-chefe do CM Capital Markets, questionam as interpretações "baixistas" e o próprio comportamento do mercado nesta quinta-feira. "O comunicado foi indolor, insípido e inodoro, que é o que se espera do BC. O comunicado foi redigido de forma a não sinalizar nada - e isso faz todo o sentido. Qual é a lógica de o BC reduzir sua própria margem de manobra, eliminando a possibilidade de novas quedas?", questiona.

A expectativa é de que, na divulgação da ata da reunião do Copom, na próxima semana, novas pistas sejam dadas sobre o movimento da Selic em maio. De todo modo, profissionais do mercado alertam para a postura do BC, que dependerá do cenário externo. Se houver acirramento da crise, a Selic pode, de fato, voltar a cair.

No mercado futuro de juros, as taxas desaceleraram o ritmo do declínio registrado na primeira parte do dia em relação ao ajuste da véspera. Os vértices intermediários e longos passaram a oscilar entre estabilidade e leve alta. O movimento é atribuído à combinação formada pela melhora no ambiente externo e por ajustes de final de período, com alguns fundos puxando as taxas para o acerto mensal.

Ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (115.495 contratos) estava em 8,91%, ante 8,92% no ajuste, enquanto o DI janeiro de 2014 (204.380 contratos) marcava a máxima de 9,53%, de 9,53% na véspera. O DI janeiro de 2017, com giro de 43.380 contratos, apontava 10,67%, de 10,65% ontem, e o DI janeiro de 2021 (5.770 contratos) indicava de 11,07%, estável em relação ao ajuste.

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Na ausência de notícias relevantes, as taxas projetadas pelos DIs ficaram sem uma tendência definida em grande parte do dia. Perto do final da tarde, porém, houve relatos nas mesas sobre a atuação de dois agentes do mercado, fazendo com que as taxas empinassem próximo ao encerramento da chamada sessão normal.

No ambiente internacional, há melhora do humor dos investidores, mas também volatilidade, em face do término do mês e encerramento do trimestre. Predomina, porém, nesta sexta-feira, o efeito benéfico derivado do acordo dos ministros das Finanças da zona do euro para a elevação da capacidade de empréstimos, de 500 bilhões de euros para 700 bilhões de euros, contra crises na região. O acordo é visto como um passo central no processo de persuasão para que nações não europeias contribuam com aumentos adicionais de recursos ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

No mercado futuro de juros, as taxas curtas reduziram levemente a intensidade da elevação, ante os níveis registrados no início da tarde, diante da afirmação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que a taxa Selic vai convergir para o nível da TJLP. Os DIs longos mantêm o ritmo de acumulação de prêmios em face da melhora do ambiente externo, sinalizando o entendimento do mercado de que o Banco Central terá de voltar a subir o juro no futuro em resposta à deterioração das expectativas de inflação.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (232.985 contratos) estava em 8,70%, ante 8,68% no ajuste, enquanto o DI janeiro de 2014 (378.865 contratos) marcava 9,34%, de 9,27% na véspera. O DI janeiro de 2017, com giro de 47.380 contratos, apontava 10,67%, de 10,54% ontem, e o DI janeiro de 2021 (7.105 contratos) indicava a máxima de 11,23%, de 11,09%.

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Durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Mantega afirmou que "a inflação está controlada no País, o que dá possibilidade de mais ação do governo na política monetária e na política fiscal", citou que o Brasil caminha para taxas mais normais, como as vistas em países mais parecidos com o Brasil e mencionou que a taxa básica de juros, hoje em 9,75% ao ano, vai convergir para o nível da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que atualmente está em 6% ao ano.

No ambiente externo, dados positivos na Alemanha, com elevação das expectativas econômicas na pesquisa Zew em março, e números favoráveis nos Estados Unidos, com as vendas no varejo em fevereiro atingindo o maior nível em cinco meses, animaram os investidores, levando as bolsas europeias a fecharem no azul. Ainda nos EUA, o Federal Reserve manteve os Fed funds na faixa entre zero e 0,25%, relatou, no comunicado, melhora no mercado de trabalho local, citou que a economia vem se expandindo moderadamente e pontuou que o juro seguirá excepcionalmente baixo ao menos até 2014, com expectativas de inflação estáveis no longo prazo. O entendimento é de que a autoridade monetária norte-americana mostra uma visão melhor sobre a economia do país.

O pacto fiscal firmado entre os países da zona do euro e o compromisso de repassar 200 bilhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) é menos do que o mercado esperava, mas já é alguma coisa depois de tantos desmentidos. A avaliação de um profissional de renda fixa explica o avanço das taxas futuras de juros no dia em que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) anunciou que a primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de dezembro subiu apenas 0,04%, bem abaixo do esperado pelos agentes. Até mesmo porque o componente que mede a inflação ao consumidor dentro do IGP-M, o IPC-M, mostrou forte aceleração, contrabalançando o sinal negativo vindo do atacado.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (172.655 contratos) subia a 9,86%, de 9,81% no ajuste, enquanto o DI janeiro de 2014, com giro de 88.930 contratos, estava em 10,18%, de 10,14% ontem. Os longos, por sua vez, ficaram mais perto do fechamento de ontem. O DI janeiro de 2017 (25.760 contratos) marcava 10,77%, de 10,79%, e o DI janeiro de 2021 (2.365 contratos) indicava 10,96%, mesmo patamar da véspera.

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Ainda que de forma cautelosa, os investidores compraram a ideia de que uma solução para a crise pode estar no começo. Tudo isso depois que os 17 países da zona do euro chegaram a um consenso sobre regras fiscais mais rígidas para o bloco. Além disso, em um documento revisado que delineia as medidas destinadas a fortalecer a união econômica da zona do euro, os líderes europeus afirmaram que mais nove países de fora do bloco - com exceção do Reino Unido - podem se unir a eles para formar laços fiscais mais próximos. O pacto também prevê a antecipação da introdução do mecanismo permanente de resgate (ESM) para julho de 2012.

Por aqui, o IGP-M muito abaixo da primeira prévia em novembro (0,37%) e também aquém do piso das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que era 0,18%, motivou revisões em baixa das previsões para o dado fechado. Mas o indicador geral mostrando descompressão inflacionária foi contrabalançado por outros dois componentes do índice. O IPC-M apresentou taxa positiva de 0,33%, após avançar 0,09% na primeira prévia do mês passado. Já o INCC-M subiu 0,71%, após avançar 0,16%, na mesma base de comparação.

Por outro lado, o IPC-Fipe, que mede a inflação na capital paulista, desacelerou a alta para 0,48%, ante taxa de 0,60% verificada no fechamento do mês anterior. Diante disso, o coordenador-adjunto do IPC, Rafael Costa Lima, reduziu, de 0,57% para 0,53%, a expectativa para a inflação de dezembro na capital paulista.

O sobe-e-desce dos mercados persistiu hoje, com a diferença de que houve espaço para recuperação e perdas no mesmo dia. Nos juros futuros, a agenda doméstica cheia, com ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e o IPCA de novembro, fez preço, mas foi contrabalançada pelo noticiário externo tenso. A inflação oficial com alta de 0,52% no mês passado, um pouco acima do consenso do mercado, jogou as taxas para cima logo na abertura, com o documento do Banco Central apenas como coadjuvante, ao reforçar a ideia de que o afrouxamento monetário seguirá trajetória gradual.

No âmbito internacional, o Banco Central Europeu (BCE) trouxe esperança de dias melhores, ao reduzir o juro básico em 0,25 ponto porcentual, para 1% ao ano, e anunciar medidas para ampliar liquidez. Mas seu presidente, Mario Draghi, não se comprometeu em aumentar a compra de bônus governamentais, jogando por terra as perspectivas positivas em relação às ações do BCE e sobre a reunião de cúpula da União Europeia. Os vencimentos curtos reduziram a alta, enquanto os longos voltaram para perto dos ajustes.

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Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (398.950 contratos) marcava 9,81%, de 9,74% no ajuste, mas abaixo da máxima intradis de 9,84%. O DI janeiro de 2014, com giro de 183.360 contratos, subia a 10,14%, de 10,05%. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (26.585 contratos) estava em 10,79%, de 10,78% na véspera, enquanto o DI janeiro de 2021 (6.150 contratos) indicava 10,96%, de 10,95% ontem.

O IPCA do mês passado mostrou aceleração ante a taxa de 0,43% em outubro e fez o avanço acumulado em 12 meses atingir 6,64%. No ano, até novembro, o IPCA tem alta de 5,97%. Diante destes números, o IBGE estimou que, para não haver o rompimento do teto da meta de inflação (6,50%), o IPCA de dezembro não pode ser superior a 0,50%. Entre os analistas, há divergências sobre a possibilidade de rompimento da banda superior da meta.

O economista da Mauá Sekular, Rodrigo Melo, ainda vê pressões dos alimentos. Os esperados efeitos sazonais, principalmente sobre o grupo Alimentação, deverão sustentar os preços elevados e, segundo ele, devem manter a inflação pressionada, levando o IPCA a 6,58% em 2011. No IPCA de novembro, o grupo Alimentação e Bebidas acelerou a alta para 1,08%, após ter registrado variação de 0,56% em outubro.

O economista-sênior da Porto Seguro Investimentos, Rafael Santos, elegeu a mais recente redução determinada pelo governo do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para alguns itens da linha branca como o candidato principal para garantir que o indicador de inflação feche 2011 com 6,50%.

O mercado de juros futuros passou por um dia de recomposição de prêmios, após o Comitê de Política Monetária (Copom) dar claros sinais, ao repetir o comunicado da reunião anterior, de que manterá o ritmo "moderado" de ajuste na Selic. Além disso, as medidas de desoneração para alguns setores, anunciadas hoje pelo Ministério da Fazenda, fizeram os investidores concluir que o estímulo econômico não virá apenas pela política monetária, o que permite ao BC não acelerar o afrouxamento iniciado em agosto. Desta maneira, aqueles que apostavam na possibilidade de uma aceleração dos cortes tiveram de realizar o prejuízo e refazer suas posições, deixando a piora externa em segundo plano.

Assim, ao término da negociação na BM&F, o DI janeiro de 2013, com giro de 380.830 contratos, subia a 9,74%, de 9,63% no ajuste. O DI janeiro de 2014 (255.210 contratos) estava em 9,99%, de 9,85% ontem. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (53.790 contratos) avançava para 10,70%, de 10,63% na véspera, enquanto o DI janeiro de 2021 (8.370 contratos) marcava 10,88%, de 10,83% no ajuste.

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Entre as medidas anunciadas hoje constam reduções tributárias para os produtos eletrodomésticos da linha branca. No caso do fogão, a incidência do IPI passa de 4% para zero. No de geladeira, de 15% para 5%. No da máquina de lavar, de 20% para 10% e no caso das lavadoras semi automáticas, os tanquinhos, de 10% para zero. O pacote envolveu ainda as massas, que atualmente pagam PIS/Cofins de 9,25% e passarão a pagar alíquota zero até 31 de junho de 2012. Além disso, foi renovada a desoneração do trigo, da farinha e do pão francês.

O intuito é assegurar um crescimento de em torno de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2012, como indicou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Mas, por outro lado, a isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a linha branca e para massas deve contribuir para atenuar as pressões inflacionárias advindas desses produtos. "A redução de preços desses itens pode ter efeito já em dezembro, contribuindo para que o IPCA feche abaixo do teto da meta de 6,5%", avaliou um operador. "Porém, tais ações podem gerar pressões inflacionárias no futuro, decorrentes do aumento da demanda", ponderou. Na entrevista em que anunciou as medidas, Mantega, porém, disse que "a inflação está sob controle no Brasil e podemos dar uma acelerada na economia sem perigo de inflação".

O mercado de juros futuros usou as notícias que trouxeram nova valorização dos ativos para começar a "rolar" o ciclo de afrouxamento monetário. Com a perspectiva praticamente consolidada de que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduzirá a Selic em 0,5 ponto porcentual na última reunião do ano, os agentes, inicialmente, projetavam algo próximo a mais dois cortes de igual intensidade em 2012. Hoje, porém, as notícias de que a China decidiu reduzir o compulsório, que os bancos centrais de grandes economias adotaram medidas para ampliar a liquidez, que o Ministério da Fazenda deve anunciar novas ações para estimular o crédito e que o Conselho Monetário Nacional aliviou o custo dos bancos pequenos e médios nas operações de venda de carteiras de crédito fizeram os investidores ver a situação internacional como ainda mais grave, com o crescimento da economia global seriamente comprometido no próximo ano. Isso ampliou as chances estampadas na curva a termo de a taxa básica terminar 2012 em um dígito, com mais três cortes de 0,5 ponto porcentual.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2012, com giro de 959.425 contratos, cedia a 10,849%, de 10,88% no ajuste. O DI janeiro de 2013 (331.145 contratos) caía a 9,63%, de 9,68% ontem, enquanto o DI janeiro de 2014 (223.840 contratos) estava em 9,85%, de 9,93%. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (36.015 contratos) marcava 10,63%, de 10,75% na véspera, e o DI janeiro de 2021 (10.975 contratos) recuava a 10,83%, de 10,94% no ajuste.

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Na visão do analistas, a ação dos bancos centrais hoje foi positiva, mas não conseguirá alterar de forma significativa o fraco crescimento global em 2012. O Federal Reserve, dos EUA, o Banco do Canadá, Banco da Inglaterra (BOE), Banco do Japão (BOJ), Banco Central Europeu (BCE) e Banco Nacional da Suíça (SNB) concordaram em reduzir o preço dos acordos temporários de swap de liquidez em dólar existentes em 0,50 ponto porcentual. Mais cedo, a China anunciou o corte do depósito compulsório em 0,50 ponto porcentual, para 21% no caso dos grandes bancos, um indício claro de que a economia do gigante asiático precisa de estímulo.

No âmbito doméstico, o CMN editou uma regra para a transição "suave" dos bancos para a resolução 3.533 do Banco Central, que quer aproximar o Brasil do padrão contábil internacional. Pela nova medida do Conselho, os bancos estão liberados para contabilizar, temporariamente, "eventuais despesas geradas pelas operações de venda de carteiras ao longo do prazo da operação ou até 2015". Isso, na visão de analistas, facilitará especialmente a vida dos bancos pequenos e médios.

Por fim, ainda hoje, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, informou que o governo deve anunciar, "no máximo até a semana que vem", medidas para estimular o crédito no País.

O mercado futuro de juros futuros voltou a se render à piora externa e registrou devolução de prêmios nos vértices curtos e intermediários da curva a termo, enquanto a parte longa ficou de lado. As notícias ruins vieram de todos os lados. Logo cedo, os investidores se depararam com a desaceleração do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da China. Na Europa, ainda durante a manhã, o Banco Central da Grécia aventou a hipótese de o país sair da zona do euro, enquanto o leilão de títulos da Alemanha teve demanda fraca. Internamente, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, trouxe sinais contraditórios, ao dizer que o mundo se aproxima do cenário vivido em 2008 e que os emergentes já sentem seus efeitos, mas ponderar que a economia brasileira voltou a se acelerar. O IPCA-15 de novembro apontou avanço de 0,46%, ante 0,42% em outubro, mas ficou em linha com o esperado pelo mercado.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2012, com forte giro de 742.075 contratos, caía a 10,938%, de 10,97% no ajuste. Nesse patamar, a taxa indica um corte próximo de 0,60 ponto porcentual da Selic no próximo encontro do Copom, em 29 e 30 de novembro, mas com a maioria dos agentes ainda apostando no ajuste moderado de 0,50 ponto. O DI janeiro de 2013 (461.760 contratos) estava em 9,90%, de 10,01% na véspera, enquanto o DI janeiro de 2014 (185.610 contratos) cedia a 10,20%, de 10,29% ontem. Os longos, por sua vez, ficaram de lado, sustentados pela forte alta do dólar hoje. O DI janeiro de 2017 (35.980 contratos) apontava 10,86%, de 10,87%, e o DI janeiro de 2021 (6.090 contratos) indicava 10,97%, de 10,94% no ajuste.

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Para analistas, o principal drive veio realmente do exterior, onde bolsas e commodities tiveram novo dia de queda. A queda do PMI chinês preliminar para 48 em novembro - indicando contração da atividade industrial -, de 51 em outubro, passou a sensação de que a perda de força da economia da China pode ser maior do que a prevista inicialmente. Na Europa, a possibilidade de uma recessão fica cada vez maior e o leilão de títulos da Alemanha hoje é um exemplo de que o maior país da zona do euro não deve ficar imune à crise da região. Em leilão de bunds de 10 anos, os alemães venderam apenas 3,644 bilhões de euros, bem menos do que os 6 bilhões de euros pretendidos.

Na Grécia, o banco central alertou para o fato de o país enfrentar o risco de uma saída desordenada da zona do euro e pediu que o novo governo de coalizão grego acelere o ritmo das reformas econômicas. Em seu relatório prévio de política monetária para 2011, o banco central disse que o mais recente pacote de ajuda de 130 bilhões de euros liderado pela União Europeia representa a última chance para os gregos cumprirem o programa de reformas.

Por aqui, o IPCA-15 de novembro, divulgado pelo IBGE, jogou a favor da estratégia do Banco Central, mas veio em linha com a continuidade de ajustes moderados da Selic. No acumulado em 12 meses, o IPCA-15 ficou em 6,69%, ainda acima do teto da meta do ano, que é de 6,50%. O índice, porém, não piorou o risco de estouro do teto da meta do ano.

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