Tópicos | João Goulart Filho

Candidato à Presidência que ficou em último lugar no primeiro turno das eleições, o filho do ex-presidente João Goulart, João Goulart Filho (PPL), declarou hoje (9) apoio à candidatura do presidenciável Fernando Haddad (PT) durante o segundo turno. Segundo ele, apesar de diferir em "muitos pontos" do programa do PT, o "risco de uma nova ditatura" de um eventual governo de Jair Bolsonaro (PSL) é maior. 

O apoio ao candidato petista foi divulgado pela assessoria de imprensa de Goulart Filho, mas o partido ainda não divulgou um posicionamento oficial. João Goulart Filho disse que cresceu no exílio durante a ditadura militar e que, por esse motivo, tem a obrigação de repudiar regimes ditatoriais. 

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"Sabemos como as ditaduras começam, nunca sabemos quando terminam. Estamos prontos para caminhar juntos. Por isso, apesar de nossas diferenças, eu voto em Haddad para derrotar Bolsonaro", escreveu o candidato. Ele propõe o voto em Haddad afirmando se posicionar "contra a ditatura, a opressão e o ódio às minorias". 

História

Presidente do Brasil entre 1961 e 1964, João Goulart foi deposto por tropas militares no dia 31 de março de 1964. Os comandantes das Forças Armadas assumiram o poder em seguida, com a cassação de congressistas e a eleição indireta do Marechal Castelo Branco. No último domingo (7) filho de Jango ficou teve pouco mais de 30 mil votos, ficando com 0,03% dos votos válidos. 

“O meu partido difere em muitos pontos do programa do PT, que disputará com o filhote da ditadura o segundo turno, mas nossas diferenças jamais serão maiores que o risco de uma nova ditadura, nem maiores que a liberdade de nosso povo”, afirmou Goulart Filho.  Nesta tarde, a direção nacional do PPL está reunida para discutir o cenário das eleições presidenciais. 

Filosofia, história, engenharia e advocacia. Essas são as principais áreas profissionais que figuram entre os 13 candidatos à Presidência da República. Como previsto em lei, os postulantes não são obrigados a apresentar formação superior completa, porém, a maioria dos presidenciáveis mostra uma ficha acadêmica consistente. Com a proximidade das eleições, eleitores buscam conhecer um pouco mais sobre a qualificação dos candidatos. Pensando nisso, o LeiaJá preparou uma lista com a formação universitária de cada candidato.

Alvaro Dias

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Candidato à Presidência da República pelo Podemos, Alvaro Dias é graduado em história pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Londrina (FAFILO). Em 2007, recebeu o diploma de Doutor Honoris em Administração Governamental pela South State University, em San Diego (EUA). O título é concedido a personalidades que se destacam em determinada área, mesmo sem formação acadêmica para tal.

Marina Silva

Alfabetizada apenas aos 16 anos, a presidenciável da Rede Sustentabilidade, é formada em história pela Universidade Federal do Acre (UFAC), pós-graduada em teoria psicanalista pela Universidade de Brasília (UNB) e psicopedagogia pela Universidade Católica de Brasília (UCB).

Guilherme Boulos

Formado em filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), o candidato à Presidência da República pelo PSOL especializou-se em psicologia clínica na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), tem mestrado em psiquiatria na Universidade de São Paulo (USP) e leciona psicanálise na Escola de Educação Permanente, em São Paulo.

Geraldo Alckmin

Médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Taubaté (UNITAU), Geraldo Alckmin, candidato à Presidência da República pelo PSDB, fez especialização em anestesiologia no Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) e cursou políticas públicas na Universidade de Havard por seis meses em 2007.

Henrique Meirelles

Presidenciável do MDB, Henrique Meirelles é graduado em engenharia civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e Mestre em Administração de Negócios (MBA) pelo Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPEAD).

Ciro Gomes

Candidato do PDT ao Palácio do Planalto, Ciro Gomes é graduado em direito pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e também na Havard Law School, atuando como participante no curso direito como Visiting Schoar, professor ou pesquisador visitante.

Fernando Haddad

Formado em direito pela Universidade de São Paulo (USP), o petista especializou-se em direito civil. Possui mestrado em economia e doutorado em filosofia. Haddad também atuou como professor de teoria política contemporânea na USP.

João Amoêdo

Fundador e candidato à Presidência da República do partido NOVO, Amoêdo é formado em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em administração de empresas na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).

Jair Bolsonaro

Com carreira militar, o candidato do PSL é formado na Escola de Educação Física do Exército, tendo passado pela Escola Preparatória de Cadetes do Exército quando jovem. Também estudou na Escola de Ensino Superior do Exército, a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAM), em Resende (RJ), fazendo parte da Brigada de Infantaria Paraquedista. Bolsonaro é habilitado a comandar e integrar o Estado-Maior de Organizações Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais.

José Maria Eymael

Formado em filosofia e direito na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), o candidato do partido Democracia Cristã (DC) ganhou um prêmio por ter sido o primeiro colocado em sua turma de direito. Além disso, Eymael também se especializou em direito tributário.

Cabo Daciolo

Pastor evangélico e bombeiro, Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos, candidato à Presidência da República pelo partido Patriotas, é formado em turismo, mas nunca atuou na área.  

João Goulart Filho

Formado em filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), o candidato do Partido Pátria Livre (PPL) atua como poeta e escritor.

Vera Lúcia

Candidata à Presidência da República pelo PSTU, Vera Lúcia é formada em ciências sociais pela Universidade Federal de Sergipe (UFS).  

O candidato do PPL à Presidência da República, João Goulart Filho, defendeu a interferência no Banco Central e no sistema financeiro nacional para reduzir a taxa de juros real a 0,5% ao ano.

"Não podemos colocar os banqueiros conduzindo nossa taxa de câmbio, a nossa taxa de juros. É colocar a raposa cuidando do galinheiro", afirmou o candidato, que se apresenta como Jango Filho, em referência ao ex-presidente João Goulart, deposto em 1964. 

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Segundo Goulart Filho, há 20 anos, o país tinha 25 bancos privados, mas atualmente quatro instituições detêm 75% dos ativos do sistema financeiro.

Goulart Filho disse ainda que vai suspender o processo de privatização das estatais e analisar a reestatização da Vale - empresa criada em 1942 e vendida em maio de 1997. "Nossas estatais são fundamentais e estratégicas para o país", disse o candidato, citando a Eletrobras, criada no governo de seu pai (1961-1964). 

O candidato do PPL foi o quinto entrevistado pelos veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). As entrevistas, sempre ao vivo, ocorrem a partir das 17h30, com transmissão pela TV Brasil, Rádio Nacional, Portal EBC e Agência Brasil. 

O programa tem duração de 45 minutos, dividido em três blocos, e é realizado na sede da EBC, em Brasília, com a participação de profissionais da Agência Brasil, TV Brasil e Rádio Nacional. Participaram da entrevista com Jango Filho, a âncora Roseann Kennedy e os jornalistas Carolina Pimentel (Agência Brasil), Priscilla Mazenotti (Rádio Nacional) e Paulo Leite (TV Brasil).

O objetivo é mostrar à população as propostas e ideias de todos os candidatos, enriquecendo o debate dos grandes temas nacionais. A ordem das entrevistas foi definida por sorteio, em reunião na sede da EBC, com a participação de assessores dos candidatos à Presidência da República. O próximo entrevistado é o candidato Alvaro Dias (Pode), nesta quarta-feira (5).

Confira os principais trechos da entrevista de Goulart Filho:

Comunicação pública

O candidato defendeu um sistema público de comunicação. “Somente dessa maneira a gente pode se informar”.

Reestatização

Sobre uma possível reestatização, o candidato afirmou que as empresas estatais são fundamentais e estratégicas para o país. Disse que vai suspender as privatizações em curso, como a da Eletrobras, e reestatizar a Vale do Rio Doce.

Sistema bancário e juros

Goulart Filho disse que, se eleito, interferirá no Banco Central e no mercado de bancos privados. O candidato defendeu taxa de juros de 0,5% ao ano. “Não podemos deixar o banqueiro conduzindo a nossa taxa de juros e a nossa taxa de câmbio”.

Ele fez críticas à concentração das instituições financeiras no país. “Há 20 anos, nosso país tinha 25 bancos privados. Hoje, quatro instituições financeiras detêm 70% dos ativos financeiros”.

Emprego e salário mínimo

Goulart Filho defendeu a expansão do mercado interno, além de propor a duplicação do salário mínimo. Mas não explicou como geraria 20 milhões de empregos em 4 anos, como prevê seu programa de governo.

Bolsa Família

O candidato do PPL defendeu o programa Bolsa Família. “Ninguém pode ser contra. Mais de seis milhões de brasileiros estão abaixo da linha da pobreza. Não podemos prescindir [do programa] por uma questão humanitária”.

Saúde

O candidato afirmou que os repasses de recursos para as Organizações Sociais devem ser suspensos.

 Ele disse que saúde pública está às traças, mas não é problema do SUS e se mostrou contrário à Emenda 95, que limita o teto de gastos do país por 20 anos.

Ainda sobre saúde, o candidato criticou a DRU (Desvinculação de Receitas da União) e defendeu o funcionamento da máquina pública: “No nosso governo, distribuição de recursos, somente para instituições públicas”.

Segurança e porte de armas

Goulart Filho criticou uma política que facilite o acesso da população a armas. “Dar uma arma para cada pessoa é uma irresponsabilidade”.

Sobre a população carcerária, hoje de cerca de 750 mil,  ele disse que pretende fazer convênios com faculdades de direito para rever os processos dos presos provisórios, que não deveriam estar na cadeia.

Defendeu a descriminalização das drogas, cujos usuários, segundo ele, devem ser tratados como caso de saúde pública. Ele defendeu a descriminalização, mas não especificou de que forma isso ocorreria: “Temos de avaliar caso a caso”.

O candidato do PPL afirmou que é completamente contra o uso de militares na segurança pública em centros urbanos. “Não tenho nada contra militares, mas passamos por situação muito grave”, ressaltou. Goulart Filho citou a necessidade de capacitação da polícia de fronteira e união de informações de diferentes tipos de polícias.

Educação

Sobre recursos para educação, o candidato Goulart Filho disse que o Brasil paga R$ 380 bilhões pelo serviço da dívida e que, “na medida em que baixam os níveis de juros a preços internacionais, é possível ter recursos para saúde e educação”. Ele defendeu a federalização do ensino básico e as escolas de tempo integral.

Segundo Goulart Filho, as universidades privadas estão sendo compradas por empresas estrangeiras. Se eleito, o candidato afirmou que, no primeiro ano de governo, pretende criar novos cursos noturnos nas universidades públicas e gerar mais um milhão de vagas.

Sobre o ensino superior, o candidato disse ainda que o país vive uma situação atípica com 1,9 milhão de alunos nas universidades públicas e mais de 6 milhões nas universidades privadas. “Nossa proposta é que os recursos do MEC sejam só usados para as universidades públicas”.

Cultura

Goulart Filho disse que a Lei Rouanet é um bom instrumento, desde que os recursos sejam bem redistribuídos. “Devemos rever a Lei Rouanet para eventos apenas de caráter público”.

O candidato lamentou as perdas do acervo do Museu Nacional, no Rio de Janeiro. "O que se perdeu não vamos recuperar nunca mais. Temos que reagir no Ministério da Cultura para uso público e não com coisas privadas".

Em convenção nacional, o Partido Pátria Livre (PPL) lançou neste domingo (5) João Goulart Filho como candidato à Presidência da República. Ele é filho do ex-presidente João Goulart, o Jango, que teve mandato presidencial, de 1961 a 1964, interrompido pela ditadura militar. É a primeira vez que João Goulart Filho concorre ao cargo. 

Compõe a chapa como candidato a vice o professor da Universidade Católica de Brasília, Léo Alves. 

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Segundo Goulart Filho, sua principal proposta é a retomada do nacionalismo e do desenvolvimentismo. “Nós tivemos um processo interrompido em 1964 em que as propostas tanto do trabalhismo como do nacionalismo brasileiro vinham sendo desenvolvidas. Nós estamos resgatando esse processo e temos a obrigação de resgatar a proposta daquele momento”, disse.

Entre as propostas citadas pelo candidato está a redução drástica dos juros da dívida pública para dar condições ao Estado de investir no desenvolvimento social. “Assim, evidentemente, nós vamos ter recursos para saúde pública, educação e segurança que são áreas extremamente sensíveis”. 

Goulart destacou ainda o resgate da soberania, o controle das remessas de lucros das empresas estrangeiras e a revisão do conceito de segurança nacional. “Não podemos mais estar entregando nosso patrimônio, nosso subsolo, nossas faculdades, nossa educação, petróleo e geração elétrica para empresas multinacionais”. 

Ele propõe ainda abrir um diálogo com a sociedade para debater a reforma agrária, urbana, tributária e educacional.

Perfil

João Goulart Filho é poeta, filósofo, escritor e fundador do Instituto João Goulart, dedicado à pesquisa histórica e à reflexão sobre o processo político brasileiro. Foi deputado estadual no Rio Grande do Sul pelo PDT e é autor de Jango e Eu: Memórias de um exílio sem volta, indicado ao Prêmio Jabuti. 

O candidado a vice Léo Alves foi procurador federal e, atualmente, é professor da Universidade Católica de Brasília, professor-visitante de escolas de Governo, escolas de magistratura, de contas e academias de polícia em 21 estados. 

 

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