O papa Francisco iniciou nesta quinta-feira (3) uma viagem ao Bahrein para uma visita de quatro dias que tem o objetivo de reforçar o diálogo com o islã e defender a paz, em meio a apelos de ONGs para que os direitos humanos sejam respeitados no país do Golfo.
O pontífice, de 85 anos, cujo avião decolou do aeroporto romano de Fiumicino às 9H45 locais (5H45 de Brasília), desembarcará às 16H45 (10H45 de Brasília) em Awali, onde será recebido pelo rei sunita Hamad bin Isa Al Khalifa. Em seguida, Francisco pronunciará um discurso diante das autoridades e do corpo diplomático no palácio real de Al-Sakhir.
A 39º viagem ao exterior do papa argentino é a segunda para esta região, depois de sua visita história aos Emirados Árabes Unidos em 2019, quando divulgou uma mensagem de convivência entre as religiões.
"Que cada encontro seja uma oportunidade frutífera para apoiar, em nome de Deus, a causa da fraternidade e da paz, que hoje precisamos urgentemente", afirmou Francisco na terça-feira, em referência à viagem, durante o Angelus na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Durante sua estadia, Francisco se reunirá com o grande imã de Al Azhar, a principal autoridade para os sunitas, e terá um diálogo com o "Conselho de Sábios Muçulmanos" na mesquita do Palácio Real.
"Que estas duas personalidades do mundo muçulmano e cristão se reúnam no Bahrein é um honra", afirmou à AFP o xeque Abdul Latif Al Mahmud, membro do Conselho Supremo de Assuntos Islâmicos do país.
O papa fará sete discursos no Bahrein, um dos países mais ricos do mundo graças ao petróleo e que tem como forma de governo a monarquia constitucional.
E embora o Vaticano insista em querer enviar uma "mensagem de paz e diálogo", a visita também gerou críticas de várias organizações de defesa dos direitos humanos, que acusam o rei do Bahrein de discriminar e marginalizar os xiitas do país, que representam 46% da população.
Estado insular de 1,4 milhão de habitantes, o Bahrein tem quase 80.000 católicos, em sua maioria trabalhadores procedentes da Ásia, em particular imigrantes da Índia e Filipinas.
Analistas acreditam que Francisco vai pedir respeito à liberdade de religião e expressão no país, um dos temas mais sensíveis, também denunciado por organizações de defesa dos direitos humanos.