Após um fortalecimento de mobilizações anti-científicas, como o movimento antivacina, notícias falsas envolvendo as eleições de diversos países e a chegada da pandemia de Covid-19, plataformas como Facebook, Instagram e YouTube tiveram que rever suas diretrizes para impedir a propagação de mensagens de ódio, entre outros conteúdos que levam a desinformação de seus usuários. Entre elas, o Twitter - uma das redes mais populares do mundo, solidificou sua posição com medidas simples e eficazes que se destacaram ao longo de 2020, por conseguirem alertar seus usuários de forma rápida e eficiente.
Com ajuda do Twitter Brasil, o LeiaJá reuniu todas as medidas adotadas pela ferramenta durante este ano. Elas tentam proteger os usuários, principalmente, a respeito da pandemia, além de fornecer o contexto do que está “trendando” na rede.
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As primeiras medidas
No dia 29 de janeiro de 2020, a rede anunciou um prompt de pesquisa em diversos países para que, ao procurar por termos relacionados ao novo coronavírus, os usuários da plataforma fossem levados a informações de fontes oficiais. Isso porque, de acordo com o próprio Twitter, durante as quatro primeiras semanas do ano, mais de 15 milhões de tuítes com o tema foram compartilhados na plataforma.
No mês seguinte, a Política de Mídia Sintética e Manipulada, desenvolvida após um processo de consulta pública, foi criada para fazer frente aos chamados deepfakes e a mídias distorcidas com o objetivo de enganar as pessoas. Ela permite que o Twitter inclua avisos em publicações contendo mídias com alterações significativas para ajudar as pessoas a entender a sua autenticidade, bem como fornecer contexto adicional.
Covid-19 e informações enganosas
Em março, considerado o início da pandemia no Brasil, a rede atualizou sua estratégia contínua sobre a doença e, dois meses depois, a abordagem a informações enganosas que poderiam piorar os casos do novo coronavírus. Foram estabelecidos três critérios para o controle de conteúdo: se ele traz a afirmação de um fato referente a Covid-19; se esta afirmação é comprovadamente falsa ou enganosa e se a crença nessas informações, conforme apresentadas, levaria a danos.
Essas publicações não podem ser compartilhadas no Twitter e estão sujeitas a remoção. Contas que violam essa regra repetidamente podem ser, inclusive, suspensas permanentemente. Na época, segundo a plataforma, foram removidos 14.900 tuítes e mais de 4,5 milhões de contas precisaram ser notificadas. Atualmente, houve uma ampliação dos critérios para abranger conteúdos que vão diretamente contra orientações para Covid-19 advindas de fontes oficiais em saúde pública de todo o mundo.
Avisos de conteúdo controverso
Outra coisa que também começou a funcionar esse ano foram os avisos de conteúdos duvidosos. Quando você ou alguém que você segue publica uma informação que não parece ser verdadeira o conteúdo pode receber uma marcação de informação controversa.
Dependendo da propensão a dano e do tipo de informação enganosa, alertas também podem ser aplicados ao tuíte. Esses avisos informarão às pessoas, antes que elas visualizem o conteúdo publicado, que a informação ali contida é conflitante com as orientações de especialistas em saúde pública.
Os avisos aparecem em três classificações, como informações enganosas, sendo declarações ou afirmações que tenham sido confirmadas como falsas ou errôneas por especialistas no tema em questão; afirmações questionáveis: declarações ou afirmações cuja precisão, veracidade ou credibilidade é genuinamente contestável ou desconhecida; e afirmações não confirmadas - informações (que podem ser verdadeiras ou falsas) que ainda não foram verificadas e confirmadas no momento em que são compartilhadas.
A adição do contexto
Mas nem tudo foi para coibir informações falsas. No segundo semestre, o Twitter adicionou algo importantíssimo em qualquer conversa: contexto. No dia 1º de setembro a plataforma procurou ajudar seus usuários a entender por qual motivo uma palavra estava nos assuntos mais comentados do mundo, ou seja, no Trending Topics.
Para isso, a rede introduziu avisos em tuítes e contas, ou em suas páginas de curadoria (conhecidas como Moments), além de destacar matérias relacionadas ao que está “trendando”. Também é possível ver tuítes fixados, além de descrições que passaram a explicar porque algo está sendo comentado.
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Leia antes de compartilhar
Por fim, duas grandes adições envolveram a reeducação do próprio usuário. Em outubro, o Twitter passou a incentivar o Retweet com Comentário ao invés de apenas RT, estimulando usuários a debater e refletir sobre o conteúdo que estavam passando para frente.
A segunda, foi a exibição de aviso em caso de tentativa de dar Retweet sem ler um artigo linkado. A proposta tinha, mais uma vez, a intenção de estimular o usuário a se informar corretamente antes de compartilhar, com intenção de diminuir e, quem sabe, até mesmo acabar com o compartilhamento de Fake News. Se isso será possível, não sabemos, mas as medidas têm tornado, cada vez mais, o Twitter um lugar mais seguro para buscar informações.
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