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O Governo Federal, através do Ministério do Planejamento, tem impedido que fiscais ambientais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) façam horas extras. A medida, no entender do Ministério Público Federal (MPF), inviabiliza o trabalho de enfrentamento ao desmatamento ilegal, motivo pelo qual o órgão acionou a Justiça para tentar impedir o controle de ponto dos fiscais.

“O atendimento de ocorrências de ilícitos ambientais não necessariamente ocorre durante o horário regular de trabalho e, em casos complexos, o cumprimento de diligências demanda horas contínuas muito superiores aos limites estabelecidos pela nova norma”, disse o MPF na ação que iniciou na Justiça Federal de Belém. O órgão solicita a suspensão do Sistema de Registro de Frequência ( Sisref), criado em 2018 e adotado pelo Ministério do Planejamento em 2019, além do retorno ao antigo sistema de registro de ponto dos fiscais, que respeitava particularidades da atividade de fiscalização.

No texto, são narrados casos concretos de atividades de fiscalização prejudicadas pela adoção do novo sistema, como um que ocorreu em maio de 2019, quando fiscais do Ibama faziam operação de combate ao desmatamento em conjunto com as Forças Armadas entre as cidades de Brasil Novo e Uruará, mas foram proibidos de acompanhar a formação de uma barreira rodoviária que funcionaria durante a madrugada. Sem fiscais civis, a atuação dos militares, segundo o MPF, perde eficácia pois eles não têm atribuição legal para autuar e multar criminosos ambientais.

Em janeiro deste ano, o presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, enviou ofício ao secretário de gestão e desempenho de pessoal do Ministério da Economia apresentando um estudo que mostrava as dificuldades causadas pelo sistema de controle de ponto mas, segundo o MPF, não se tem notícia de recebimento de resposta sobre o tema. Com a ação movida pelo órgão, a Justiça pode obrigar o restabelecimento da sistemática anterior.

A polícia italiana descobriu um esquema de fraude envolvendo bombeiros da cidade de Ragusa, na Sicília, os quais provocavam incêndios apenas para receberem o pagamento de horas extras.

De acordo com a investigação conduzida pela Polícia de Estado, um grupo de 15 bombeiros causava incêndios propositais e simulava chamados de emergência. Eles faziam isso para serem acionados pela corporação e receberem o pagamento de 10 euros pora hora extra trabalhada.

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Os crimes foram cometidos durante 2013 e 2015. Os bombeiros admitiram às autoridades que saíam de seus postos, com a cumplicidade dos colegas de trabalho, para atearem fogo em vários lugares. O escândalo veio à tona em um momento em que a Itália sofre recordes de calor, com maior incidência de incêndios florestais.

O Lateral Léo Moura está cobrando o Flamengo na Justiça. Jogador do clube carioca por 10 anos, o atleta pede ressarcimento por horas extras e adicional noturno que não teriam sido pagos, no valor mínimo de R$ 300 mil.

A cobrança inclui ainda os direitos de arena (que são direitos de exibição na TV). Segundo o site UOL, o pedido cita ao todo 60 horas extras não recebidas pelo jogador pela presença em concentração antes de jogos. A audiência de instrução e julgamento está prevista para o dia 22 de julho de 2017.

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Léo Moura é um dos jogadores que mais partidas fizeram na história do Flamengo, tendo marcado presença em 519 jogos pelo clube. Hoje, o lateral joga pelo Santa Cruz, que enfrenta o Flamengo neste domingo (9), no estádio do Pacaembu, em São Paulo.

Na tarde desta quinta-feira (1), foi realizada na sede da Associação de Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe) uma coletiva de imprensa para anunciar mudanças na Polícia Civil de Pernambuco. Delegados informaram que não farão mais escala extra, deixando algumas delegacias do estado sem profissional. Isso significa que ocorrências serão destinadas à Central de Plantões.

Dos 392 delegados de Pernambuco, mais de 200 anunciaram que não farão mais parte do Programa de Jornada Extra da Segurança (PJES), pelo baixo valor pago pelo serviço realizado em suas folgas. De acordo com a Associação, o valor pago por hora de plantão exercida no programa é de R$ 22 reais, chegando a R$ 270 por um plantão de 12h. Além disso, o profissional que exerce essa função na madrugada terá que estar de volta ao seu posto no dia seguinte pela manhã, sem dormir. Segundo a Adeppe, sem a continuidade de investigações, a polícia está vivendo de resolver flagrantes. 

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De acordo com a lei, o profissional só pode executar dez plantões de 12 horas por mês. No entanto, a prática tem sido extrapolada pela baixa remuneração recebida.  “Isso tem ocasionado danos físicos e psicológicos aos nossos policiais. Além de fazer com que não se contrate mais pessoal, porque o trabalho está sendo realizado com mão de obra barata. Isso precisa ser visto urgentemente. É preciso retirar os delegados de atividades-meio, pois temos um terço deles atuando sem fazer inquérito policial, então isso também prejudica o trabalho”, argumentou o presidente da associação, Francisco Rodrigues.

As principais reivindicações da categoria à Secretaria de Defesa Social consistem no reconhecimento da valorização dos delegados de polícia e a estrutura adequada para que seja possível efetuar as investigações. “Talvez por conta disso que os crimes estejam aumentando e os criminosos não estejam indo pra cadeia, porque não temos condições de investigar”, explica o presidente.

Os delegados também apontam que os profissionais estão trabalhando sem coletes e munições, já que muitos desses objetos estão fora da validade, além das viaturas que não têm cinto de segurança e os pneus estão "carecas". 

Operações de repressão qualificada

Como consequência da entrega dos PJES, também serão suspensas as operações de repressão qualificada. Essas são ações que demandam mais esforço e tempo, pois consistem em investigações contínuas, muitas vezes fora da cidade e que, de acordo com os delegados, não valem a pena diante do cenário atual da polícia. Com isso, todas as operações serão remetidas para o judiciário, com indiciamento dos envolvidos, mas sem o pedido de prisão. 

Várias delegacias do interior ficarão sem delegado titular. No sertão, em torno de 50 unidades ficarão sem esse profissional, implicando na dificuldade de investigações. “As delegacias que ficarem sem delegados vão ficar com inquéritos acumulados e sem investigação”. 

Alguns plantões da Região Metropolitana do Recife serão fechados pela entrega de PJES, pois não terá mão de obra suficiente para realizar os trabalhos. São os casos de Camaragibe, Olinda e Cabo de Santo Agostinho.

Em meio à crise econômica, a Câmara Municipal de São Paulo voltou a pagar horas extras. A Casa autorizou no mês passado o pagamento de adicionais, com correção monetária, a 17 funcionários, todos do departamento de zeladoria. Os holerites, publicados no site oficial, mostram que o gasto com os acréscimos foi de R$ 356,6 mil - um terço desse valor foi depositado na conta de um servidor, que recebeu R$ 118,7 mil.

A compensação financeira de horas trabalhadas a mais não é prática no Legislativo. A norma é compensar os extras por meio de folgas, via banco de horas. A exceção aberta pela Mesa Diretora teve por objetivo, segundo a Presidência da Casa, pagar pelo trabalho adicional realizado pelos servidores durante 22 meses, entre agosto de 2013 e julho de 2015, pois eles já haviam descontado parte do serviço em folgas. Ao todo, teriam feito 3.840 horas extras. A ordem foi publicada no Diário Oficial do dia 24 do mês passado.

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Segundo a Câmara, o serviço executado por pedreiros, eletricistas, encanadores, serralheiros, engenheiros e até barbeiros foi realizado em dias de semana e também aos sábados, domingos e feriados. A assessoria do presidente Antonio Donato (PT) afirmou que o grupo trabalhou na manutenção geral do Palácio Anchieta, muitas vezes fora do expediente para não interferir na atividade legislativa. Eles executaram reformas em gabinetes e em salas anexas ao plenário, entre outros serviços.

Segundo levantamento feito pela reportagem, os extras superaram o valor dos salários de nove dos 17 funcionários contemplados. A diferença, em alguns casos, chega quase a quadruplicar os rendimentos. É o caso de um assistente parlamentar que, além do salário de R$ 14,2 mil, recebeu R$ 41,7 mil em extras.

Já o supervisor da equipe somou R$ 53,5 mil ao seu subsídio, de R$ 21 mil.

A reportagem mostrou na segunda-feira que a Câmara já gasta R$ 1 milhão por mês com o pagamento acima do teto do funcionalismo municipal, de R$ 24,1 mil, a 129 servidores. Os pagamentos estão agora em reavaliação na Casa e a expectativa é de que sejam cortados.

Equilíbrio

Para o cientista político Marco Antonio Teixeira, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), é obrigação da presidência suprir a demanda por funcionários, a fim de evitar mais gasto público. "A Câmara Municipal tem mais de 2 mil funcionários. É preciso pensar em fazer um rearranjo interno, a fim de equilibrar melhor os servidores pelos departamentos."

Segundo ele, a Casa precisa explicar por que os funcionários fizeram horas extras. "E também como mantém o controle disso. O momento econômico que vivemos não permite isso", afirmou.

Para o vereador Ricardo Young (Rede), o pagamento é "absurdo". Segundo ele, nada justifica o fato de um funcionário receber R$ 118 mil a mais no mês.

"Desconheço qualquer tipo de serviço realizado na Câmara que possa explicar esse valor", disse. Ricardo Nunes (PMDB) também criticou a decisão da Mesa Diretora. "A compensação deve ser pelo banco de horas. Não tem lógica gastar mais agora, em meio à crise que vivemos."

Em nota, a Presidência da Casa afirmou que há leis municipais e atos internos que legitimam o pagamento. As normas estabelecem que cada funcionário pode fazer, no máximo, duas horas adicionais por dia.

"O controle das horas extras é feito diretamente pelo setor no qual estão lotados os servidores. O setor encaminha solicitação de pagamento à Secretaria de Infraestrutura. Na Secretaria-Geral Administrativa, a solicitação é analisada pela equipe de folha de pagamento. Cumprida esta etapa, o processo chega à Mesa Diretora para autorizar ou não o pagamento", afirmou, em nota.

Também em março foi autorizado outro pagamento extra, no valor de R$ 7,3 mil, a funcionários do Centro de Tecnologia da Informação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Não pagamento de verbas rescisórias e horas extras, revista dos pertences dos funcionários e não concessão de intervalos. Essas são algumas das acusações do Ministério Público do Trabalho (MPT), em Pernambuco, contra o grupo empresarial que administra os restaurantes Gio, Spettus Grill e Skillus, por meio de uma ação civil pública. No dia 12 de maio, a ação foi ajuizada e tem a autoria do procurador do Trabalho, Leonardo Osório Mendonça.

A denúncia foi feita ao MPT em março de 2011 e apontava que a Gio não pagava as horas extras trabalhadas. De acordo com o MPT, a empresa ainda realizava o pagamento dos salários por fora dos contracheques. Ainda segundo o órgão, foram constatadas também irregularidades como alteração unilateral dos salários, não concessão de intervalos durante a jornada, retenção das gorjetas recebidas pelos funcionários, realização de revista íntima nos funcionários – irregularidade ocorrida também no Spettus -, e não pagamento da rescisão contratual dos empregados – igualmente observado nos outros dois restaurantes do grupo econômico.

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Em agosto do ano passado, por meio de uma audiência judicial, o MPT alega que o grupo empresarial se recusou a firmar o Termo de Ajuste de Conduta, usando como argumentação que a Convenção Coletiva permitia a revista íntima dos trabalhadores. Na época, instaurou-se representação contra o Núcleo Intersindical de Conciliação Trabalhista dos Trabalhadores e Empregados do Ramo de Hotéis, Motéis, Bares, Restaurantes e Similares, Boates, Casas de Jogos e Diversões do Estado de Pernambuco, devido a verbas rescisórias que deveriam ser pagas aos sindicatos.

De acordo com o MPT, ex-funcionários das empresas alegaram que eram obrigados a mostrar a bolsa antes de sair do local de trabalho, bem como os aventais, antes de irem ao banheiro. A intenção era que fosse constatado se os empregados haviam recebido ou não gorjeta da clientela. O que agrava ainda mais as denúncias, era o fato de que as revistas, mesmo nas mulheres, eram feitas por seguranças do sexo masculino, conforme informações do MPT. “O MPT considera a revista íntima prática abusiva do empregador porque expõe o funcionário a constrangimento desnecessário, o intimida e humilha no próprio ambiente de trabalho. Além disso, a revista decorre da presunção de que todos os empregados são suspeitos de ato ilícito quando o correto é a presunção de inocência”, opina Mendonça, conforme informações do Ministério.

Alteração salarial

Ainda de acordo com MPT, também houve alteração dos salários. No mês de abril de 2010, os gerentes do Gio informaram em reunião com os empregados que, por problemas financeiros, a empresa reduziria as remunerações. Segundo as denúncias, um dos funcionários que recebia R$ 1.300, passou a receber R$ 760.

“Sempre que entende que é benéfico aos interesses empresariais, o Gio altera unilateralmente os contratos de trabalho, impondo condições laborais mais desvantajosas aos empregados, inclusive adotando a diminuição dos salários.”, diz o procurador, de acordo com o MPT.

O Ministério exigiu que o Gio Spettus Grill e o Skillus arcasse com um valor de R$ 500 mil, cada um, em forma de indenização por dano moral. O grupo empresarial também deverá pagar as verbas rescisórias cabíveis ao fim dos contratos de trabalho, devendo submeter os recibos de quitação dos empregados com mais de um ano de serviço à homologação dos do sindicato profissional.  Outra exigência foi que a Gio e o Spettus Grill acabassem com as revistas íntimas, entre outras solicitações.

Se os pedidos forem acolhidos, o MPT ainda pediu que as empresas sejam obrigadas a pagar multa mensal na quantia R$ 2 mil por trabalhador encontrado em situação irregular.

Posicionamento do grupo

De acordo com a proprietária do grupo empresarial, Tânia Konrrad, essas denúncias não procedem. “Nada disso procede. Vamos aguardar um comunicado oficial da justiça para nos defender. Isso é um absurdo”, afirmou.

Segundo a empresária, ela apenas ficou sabendo do caso ao conversar com nossa reportagem e agora vai procurar a fonte das denúncias para esclarecer o caso.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou nessa segunda-feira (14), por meio de sua assessoria de imprensa, que já obrigou funcionários a devolver parte do dinheiro recebido de hora extra durante o período eleitoral do ano passado. O tribunal não detalhou, porém, quantos funcionários precisaram devolver o dinheiro.

O jornal O Estado de S. Paulo revelou nesta segunda que em três meses o TSE gastou R$ 9,5 milhões em extras na eleição. Desse total, somente em novembro foram pagos R$ 3,8 milhões a 567 funcionários do órgão. Os rendimentos desses servidores no período variavam de R$ 26.778,81 a R$ 64.036,74.

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Após a publicação da reportagem, o TSE informou que vai voltar a analisar as despesas com pagamento de pessoal durante as eleições. Se houver indícios de irregularidades, outros servidores podem ser cobrados a devolver as horas extras indevidas. Não está descartada a abertura de uma sindicância para investigar os abusos.

De acordo com informações do tribunal, a despeito dos eventuais abusos no recebimento de horas extras, houve situações excepcionais durante as eleições do ano passado. Além do aumento natural da demanda por se tratar de uma eleição, o TSE lembrou ter havido uma greve dos servidores do Judiciário que atingiu também o tribunal e obrigou funcionários que não aderiram ao movimento a ampliar sua carga de trabalho.

O TSE citou ainda a greve dos Correios como fator preponderante para aumentar o trabalho de seus servidores. Com o atraso na remessa de recursos dos tribunais regionais eleitorais para o TSE, a carga de serviço se intensificou nos meses de eleição, acarretando maiores despesas com horas extras, segundo a assessoria de imprensa do tribunal.

Pelos dados repassados ontem pelo TSE, a despeito do pagamento de horas extras, as eleições do ano passado foram as mais baratas desde 1996. Em 2012, o custo da eleição ficou em R$ 2,81 por eleitor. Em 2008, o valor chegou a R$ 3,75. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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