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O quadro econômico traçado pelos representantes do G-20 na reunião de ontem, na Cidade do México, é de que houve uma melhora do cenário global, mas ainda há riscos de curto prazo. Apesar de observar progressos na Europa, o G-20 avalia que ainda há risco com a implantação das medidas complexas já anunciadas para enfrentar a crise, informou à Agência Estado um fonte que participa das negociações.

No comunicado final da reunião de ministro de finanças e presidentes de bancos centrais do G-20, a ser divulgado nesta segunda-feira, serão feitos alertas também para o risco da situação fiscal nos Estados Unidos e na Japão. A avaliação do G-20 é de que o crescimento mundial permanece lento. E a Europa continua em recessão.

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" Nada fora do previsto, ou seja: reconhecimento das medidas tomadas pela Europa e o pedido para que avancem na sua implementação, além da preocupação com riscos da situação fiscal nos EUA e Japão", comentou a fonte. Segundo ela, a linguagem do comunicado trará pouca novidade sobre a ação dos países com espaço fiscal e o cambio. O comunicado também não mostrará avanços sobre fórmula a ser usada na reforma do sistema de cotas do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Segundo outra fonte ouvida pela Agência Estado, houve, porém, avanços para a implementação do Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM, na sigla em inglês) e na possibilidade de compra de bônus de dívida pelo Banco Central Europeu (BCE). O entendimento é de que é preciso continuar nas reformas estruturais para aumentar a competitividade e reduzir as desigualdades entre os países europeus.

O Grupo dos 20 (G-20) deverá dizer que o crescimento econômico mundial permanece "modesto" e que os riscos continuam "elevados", de acordo com uma fonte que participou das discussões neste domingo, na Cidade do México, e teve acesso ao rascunho da declaração final do encontro.

O rascunho diz que entre os riscos estão possíveis atrasos na implementação das políticas anunciadas recentemente na União Europeia (UE), um aperto fiscal nos Estados Unidos e no Japão, o crescimento fraco em alguns mercados emergentes e alguns choques adicionais de suprimentos em certos mercados de commodities, disse a fonte. As informações são da Dow Jones.

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O G-20 deve aprovar na reunião que acontece neste fim de semana no México a criação de uma espécie de "CNPJ" global para os bancos. A ideia é criar um sistema de identificação das transações financeiras no mundo que permita rapidamente a localização dos problemas em momentos de crise no mercado internacional. O tema foi discutido na reunião preparatória para o encontro deste domingo de ministros de finanças e presidentes de bancos centrais do G-20 e trata-se de mais uma medida em estudo no G-20 para melhor a arquitetura financeira mundial.

"A proposta é ter um sistema global com um número para cada entidade financeira de forma que se tiver uma crise se consiga identificar mais rapidamente quem deve para quem e onde estão os problemas", disse um fonte do G-20 que participa das negociações. Segundo a fonte, houve avanços nas discussões.

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O Conselho de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês), que coordena a resposta dos órgãos reguladores globais à crise financeira em nome do G-20, já havia preparado um relatório recomendando a criação desse sistema único de identificação. Na reunião de junho de cúpula de presidentes, o relatório foi aprovado e o G-20 pediu ao FSB para levar frente o trabalho para implementar o sistema.

Na reunião desse fim de semana, a última sob a presidência do México, se discute qual entidade será responsável em gerir o novo sistema. O Banco de Compensações Internacionais (BIS) poderá ficar temporariamente com essa missão.

Na reunião preparatória, os representantes dos ministros de finanças fizeram uma avaliação da situação da economia internacional, com ênfase no chamado "abismo fiscal" dos Estados Unidos, que trata dos debates sobre o orçamento de 2013 que prevê uma combinação de redução da despesa e impostos mais elevados e ameaça colocar a economia norte-americana em recessão. "Todo mundo está preocupado. Mas o problema está congelado enquanto não tiver a eleição para a presidência", comentou uma fonte, referindo-se ao pleito que acontece na próxima semana.

Cotas. Os representantes também discutiram a reforma no sistema de cotas (que dá direito a voto) do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas não se espera um acordo final, porque ainda não há consenso, principalmente por parte dos europeus. O governo mexicano ainda tenta, no entanto, negociar algum avanço nesse tema que possa ser incluído no documento final do encontro, que será divulgado nesta segunda-feira.

Também se discutiu na reunião o programa do Banco Mundial de desenvolvimento dos mercados locais de dívidas (bonds) e o financiamento de longo prazo para infraestrutura.

Às vésperas das eleições presidenciais no Estados Unidos, líderes do G-20 estão preocupados com o risco do chamado "abismo fiscal" atrapalhar a recuperação econômica norte-americana e contaminar a economia global. O "abismo fiscal" é a entrada em vigor nos Estados Unidos em janeiro do ano que vem de cerca de US$ 600 bilhões em cortes automáticos de gastos públicos e o fim de isenções de impostos.

Na reunião de ministro de finanças e presidentes de G-20, que acontece na cidade do México e se estende até amanhã, a preocupação com o "abismo fiscal" tem dominado as discussões internas. Os Estados Unidos, no entanto, insistem que a crise da dívida na Europa é o maior entrave para a recuperação da economia global.

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Segundo uma fonte do G-20, a delegação americana manifestou preocupação com os riscos do "abismo fiscal", mas o assunto está "congelado" por conta da eleição presidencial americana, marcada para a próxima terça-feira. "Todo mundo está consciente de que tem uma um problema. A própria administração americana fala que está consciente, mas por enquanto não pode dizer como vai lidar com o problema enquanto não tiver a eleição e o embate no legislativo começar", disse uma fonte do G-20 que participa das negociações.

A crise financeira na Europa também está no centro das discussões, mas não se espera avanços na reunião. Segundo a fonte, está na agenda do encontro uma avaliação sobre a eficácia dos planos de redução de dívida dos países - traçados na cúpula do G-20 de 2010 em Toronto, e se ajustes precisarão ser feitos. "Algumas coisas aconteceram. Mas a economia global não está crescendo. É preciso saber se é um problema de desenho desses compromissos ou de implementação", disse a fonte.

O impasse na Grécia, que negocia um novo alívio para o pagamento da dívida, não está sendo tratado na agenda oficial na reunião do G-20. "A questão da Grécia especificamente tem mecanismos decisórios próprios, que são do Banco Central europeu e do FMI para saber se autoriza uma tranche adicional, mas não é algo que passa pela decisão do G-20", disse a fonte.

As reuniões do G-20 começam oficialmente neste domingo, em evento fechado à imprensa. À tarde, o presidente do Banco Mundial, Jim Young Kim, o ministro das Finanças do México, José Antônio Meade, e o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), José Ángel Gurria, falam sobre o aumento da resiliência financeira por meio da gestão do risco de desastres.

No sábado, os representantes das delegações passaram o dia em reuniões preparatórias para traçar o rascunho do documento final do encontro, que será divulgado na segunda-feira. O Banco de Compensações Internacionais (BIS), o banco central dos bancos centrais, também realizou uma reunião na capital mexicana. Esperam-se avanços em temas relativos à regulação bancária. Nos bastidores da reunião, há rumores, no entanto, sobre o risco de atraso na implementação das regras bancárias mais rígidas de Basileia 3.

Representantes dos países que integram o Brics (Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul) estão reunidos na cidade do México, definindo questões centrais para a criação do banco dos Brics e de um fundo de reserva para países em dificuldades. A reunião é paralela à reunião dos ministros de finanças e presidentes de bancos centrais do G-20, que acontece neste fim de semana na capital mexicana.

O governo brasileiro é um dos defensores de que a implementação do fundo seja acelerada. Segundo uma fonte do governo, as discussões deste sábado serão apresentadas aos presidentes do Brics, em reunião marcada para março do ano que vem. A proposta dos Brics, já lançada durante a reunião de cúpula do G-20 de junho passado, é a implementação de um fundo de reservas que possa ser usado pelos países em dificuldades e que seja complementar ao de organismos multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI). Já a proposta do banco dos Brics tem como objetivo financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento em seus países.

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O Conselho de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês) revelou pela primeira vez o montante de capital extra que espera que os maiores bancos do mundo mantenham diante do potencial risco que eles impõem ao sistema financeiro global em consequência do tamanho e escala que têm.

O FSB, que coordena a resposta dos órgãos reguladores globais à crise financeira atual em nome do G-20, identificou Citigroup, HSBC Holdings, Deutsche Bank e JPMorgan Chase & Co. como os quatro bancos mais centrais para o sistema, com base em dados de 2011 fornecidos pelas empresas.

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Segundo o FSB, os bancos devem estar sujeitos a uma sobretaxa de capital de 2,5 pontos porcentuais acima do mínimo estatutário delineado pelos acordos de Basileia 3 para capital bancário. Outros 24 bancos da lista do FSB devem estar sujeitos a sobretaxas menores, entre 1 e 2 pontos porcentuais. Basileia 3 exige que os bancos tenham capital equivalente a pelo menos 7% de seus ativos ponderados pelo risco para operarem livremente.

A estimativa do FSB não é final ainda. A lista definitiva de "instituições financeiras importantes para o sistema global", conhecidas como G-SIFIs, só será divulgada em 2014, e as proporções de capital serão implementadas gradualmente entre 2016 e o começo de 2019, em paralelo com as regras de Basileia 3.

Os órgãos reguladores atribuem importância particular à lista de "instituições financeiras importantes para o sistema", ou SIFIs, também chamadas de "grandes demais para falir" (too big to fail). As exigências de capital extra são destinadas a reduzir o risco de um desses bancos falir e provocar uma fratura mundial em massa no sistema, assim como aconteceu com o Lehman Brothers em 2008.

Ao atualizar a lista, o FSB fez um total de cinco mudanças na lista original que havia elaborado no ano passado. Foram acrescentados o espanhol Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) e o britânico Standard Chartered e retirados o alemão Commerzbank, o britânico Lloyds Banking Group e o franco-belga Dexia. Este último entrou em colapso no fim de 2011, exigindo o tipo de resgate multibilionário promovido pelo dinheiro dos contribuintes que as novas sobretaxas pretendem evitar.

A lista atualizada faz parte de três relatórios que o FSB preparou para apresentar na reunião dos ministros de Finanças e representantes de bancos centrais do G-20 que será realizada na Cidade do México domingo e segunda-feira. As informações são da Dow Jones.

A contragosto, o Brasil acatou ontem decisão da maioria dos parceiros do G-20 de manter, até 2014, o compromisso mútuo de não criar novas barreiras comerciais e de reduzir as existentes. A presidente Dilma Rousseff havia insistido até o último minuto do encontro dos líderes das maiores economias do mundo, no México, em acabar com essa cláusula neste ano, como meio de permitir a retomada das negociações comerciais da Rodada Doha.

"Se prorrogar, não tem Rodada Doha 'never more' (nunca mais, em inglês)", disse Dilma ontem, pouco antes de embarcar para o Brasil.

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Chamada de "standstill", essa cláusula foi adotada como meio de impedir uma escalada protecionista no auge da crise financeira. Sua prorrogação foi qualificada pelo presidente do México e anfitrião do encontro, Felipe Calderón, como uma espécie de vitória contra forças favoráveis ao protecionismo. O Brasil acabou incluída entre elas.

"Houve uma discussão significante e um amplo consenso sobre a rejeição do protecionismo e sobre a necessidade de se estender a cláusula do standstill", afirmou. "Houve resistência de alguns países, mas conseguimos gerenciá-la e chegar a um acordo", completou Calderón, com a delicadeza de não mencionar o Brasil.

A presidente Dilma, apesar de ter cedido, conseguiu evitar que a prorrogação fosse até 2015, como queriam os países europeus e os Estados Unidos. "A crise atual não pode ser usada como um biombo para a preservação dos desequilíbrios (no comércio internacional)", defendeu ela à imprensa. "Queremos que a Rodada Doha seja reaberta em 2014, com prazo para ser encerrada."

Desde a suspensão da Rodada de Doha, em 2007, o Brasil repete que só aceitará sua retomada se os seus objetivos de promover o desenvolvimento, definidos seis anos antes, forem mantidos. Isso significa não excluir das conversas a eliminação dos subsídios às exportações agrícolas e a redução das subvenções à produção do setor pelos países desenvolvidos. Os EUA, porém, insistem na redefinição das metas da negociação multilateral de comércio.

A disputa entre o Reino Unido e a Argentina pela soberania das Ilhas Malvinas interrompeu nesta terça-feira a segunda sessão plenária do G-20, em Los Cabos, no México. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, e a presidente argentina, Cristina Kirchner, foram protagonistas de um bate-boca sobre o assunto, segundo relatou o porta-voz da Casa Rosada, Alfredo Scoccimarro, em entrevista aos jornalistas argentinos que trabalham na cobertura da reunião.

"O primeiro-ministro britânico se aproximou da bancada da presidente, para agradecer-lhe o apoio à criação de um banco central europeu que atue como provedor de crédito de última instância, para dissipar temores pelo euro", disse o porta-voz. Cristina respondeu, conforme relato do porta-voz, que havia visto nas manchetes dos principais jornais internacionais e que a informação que estava circulando não era reflexo fiel do que estava ocorrendo na cúpula do G-20. Porém, inesperadamente, segundo Scoccimarro, Cameron a interrompeu e exigiu-lhe que respeite o resultado do referendo que os kelpers (habitantes das ilhas) realizarão em 2013 sobre o status político do arquipélago.

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"A presidente que justamente tinha um envelope com os papéis de todas as resoluções das Nações Unidas sobre a questão das Malvinas, disse que queria entregar-lhe, porque o que realmente havia que respeitar são as cláusulas das 40 resoluções das Nações Unidas e de seu Comitê de Descolonização", detalhou o porta-voz. Cameron respondeu que não ia falar de soberania e Cristina contestou que "tampouco pretendia falar sobre o assunto" e que "só queria entregar em mãos o envelope". Sempre de acordo ao relato do porta-voz argentino, Cameron pegou o envelope e regressou à sua bancada.

O ministro argentino das Relações Exteriores, Héctor Timerman, afirmou que a situação evidencia que "o aumento do apoio que a posição argentina tem tido no mundo está pesando no governo britânico". E que "é a primeira vez que esse diálogo sucede" e o governo britânico "se vê obrigado a responder publicamente". No último dia 14, aniversário do fim da Guerra das Malvinas, enquanto Cristina Kirchner defendia a soberania argentina perante o Comitê de Descolonização da ONU, Cameron hasteava a bandeira das Falkland (como os britânicos chamam as Malvinas) em sua residência oficial. Na ocasião, Cristina reiterou pedido para que o Reino Unido se sente para negociar.

O aumento do capital disponível para o Banco Africano de Desenvolvimento deve entrar na agenda do G-20, afirmou hoje o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que prometeu levar o tema ao ministro da Fazenda, Guido Mantega. O banco de fomento brasileiro promoveu o seminário "Investindo na África: oportunidades, desafios e instrumentos para a cooperação econômica", em que reafirmou seu compromisso com o continente.

Segundo Coutinho, o correspondente africano do BNDES tem um déficit de funding de US$ 30 bilhões a US$ 40 bilhões ao ano para a implementação de cerca de 50 projetos no continente. "O Banco Africano de Desenvolvimento precisa aumentar sua escala para dar suporte ao crescimento", disse. Coutinho destacou a atuação fundamental da instituição para evitar os efeitos da crise de 2009 sobre o crescimento da África, por meio de políticas anticíclicas tal qual o BNDES no Brasil. Até 2008 o continente crescia 6% ao ano e em 2012 deve voltar a ficar próximo desse patamar, com crescimento esperado de 5,5% do PIB.

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Entre as oportunidades vislumbradas pelo BNDES estão investimentos em logística, telecomunicações, energia, varejo e alimentos. "O mercado doméstico africano é um dos que mais crescem. Temos recebido consultas de empresas de setores como alimentos, laticínios e vestuário, interessados em investir na África", disse o presidente do BNDES.

O banco de fomento continuará trabalhando no aperfeiçoamento de garantias e programas de financiamento voltados à África. A instituição financiará com R$ 6,5 milhões do Fundo de Estruturação de Projetos (FEP) um estudo técnico para avaliar a viabilidade da produção de biocombustíveis nos países da União Econômica e Monetária do Oeste Africano (Uemoa). O levantamento incluirá o território de Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Mali, Níger e Togo, e levará em conta as condições ambientais, sociais, de mercado, infraestrutura e marcos regulatórios para a produção de bioenergia.

A Petrobras Biocombustíveis está na fase final de estudos para a produção de etanol em Moçambique, a partir do melaço oriundo da produção de açúcar. "Já estamos em fase de cotação de equipamentos e aguardamos a definição do marco regulatório para o etanol em Moçambique", disse o presidente da Petrobras Biocombustíveis, Miguel Rosseto. A expectativa é de que ainda no primeiro semestre os africanos definam itens importantes do marco regulatório do etanol, como a estrutura de distribuição, responsabilidades da mistura e preços.

A Petrobras estima um investimento de US$ 20 milhões para a produção de 20 metros cúbicos de etanol por ano em Moçambique. O investimento deve ser definido pela estatal até o fim do ano.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está pedindo às maiores economias do mundo que ajudem a zona do euro a ampliar os recursos para combater a crise na região, informou hoje a instituição.

O FMI pediu à Europa que aumente seus fundos de resgate, ao Banco Central Europeu (BCE) que amplie seu balanço patrimonial e ao G-20 que contribua com novos recursos à vista para a linha de financiamento de emergência das economias europeias.

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O Fundo divulgou hoje seu relatório de supervisão e política, que foi entregue aos vice-ministros de Finanças do G-20 em reunião realizada na semana passada, na Cidade do México.

Além de pedir ao BCE que expanda seu programa de compra de bônus soberanos e oferte mais recursos de liquidez aos bancos, as autoridades do FMI recomendaram que a zona do euro duplique o tamanho de seu fundo de resgate. O FMI também pediu aos países do G-20 que aumentem a capacidade de financiamento da própria instituição em US$ 500 bilhões a US$ 600 bilhões.

Esses recursos são necessários, segundo o FMI, para fortalecer os bancos europeus contra o risco de default, evitar uma crise financeira global e mostrar aos mercados que as autoridades dispõem dos recursos necessários para resgatar Itália e Espanha, as duas maiores economias da zona do euro. As informações são da Dow Jones.

O presidente do México, Felipe Calderón, disse ontem que o Grupo dos 20 deve realmente promover o livre comércio, depois de anos de estagnação nas discussões. Afirmou, ainda que os países devem evitar o protecionismo, a fim de combater a crise econômica atual.

"Se quisermos recuperar o caminho do crescimento econômico global, temos de abrir mais espaço para comércio e investimento internacionais, e com muito mais audácia", disse Calderón, em seminário. O México será o anfitrião do encontro do G-20, em junho de 2012.

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Calderón disse que o protecionismo é um obstáculo-chave para as economias emergentes que atingiram elevados níveis de competitividade. Afirmou, ainda, que a promoção do livre comércio será um dos principais objetivos do México, que terá a presidência rotativa do G-20 em 2012. As informações são da Dow Jones.

Os ministros das Finanças do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) se reunirão em dezembro para discutir o aumento dos recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI) para combater a turbulência econômica, afirmou o vice-ministro das Finanças da Coreia do Sul, Choi Jong-ku. Choi disse que a reunião, que estava prevista para ser realizada em fevereiro, foi antecipada como parte do esforço do G-20 para tratar da crise da dívida soberana da zona do euro. Ele disse que os Estados membros vão discutir em quanto os recursos do FMI serão elevados.

Os membros do G-20 são favoráveis ao aumento da capacidade de financiamento do FMI em US$ 1 trilhão, afirmou o vice-ministro, mas outros Estados membros estão relutantes se comprometer com um número específico. Segundo ele, a reunião de dezembro será realizada em parte para discutir qual será o valor da contribuição de cada Estado membro, agora que eles alcançaram um amplo consenso sobre a necessidade aumentar os recursos do FMI. As informações são da Dow Jones.

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Nem a espera pelo voto de confiança no governo grego nem os indicadores mais frágeis no exterior impediram a Bovespa de terminar a sessão em alta. As blue chips, sobretudo as ações da Vale, foram decisivas para o comportamento na contramão do mercado externo. O balanço da semana, no entanto, foi negativo.

O Ibovespa terminou o dia com elevação de 0,81%, aos 58.669,92 pontos. Na mínima, registrou 57.547 pontos (-1,12%) e, na máxima, os 58.804 pontos (+1,04%). Na semana, a bolsa teve perda de 1,42%, mas, no mês, acumula alta de 0,57%. Em 2011 até hoje, tem queda de 15,34%.

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Os especialistas não cravaram uma única razão para o desempenho da Vale, mas citaram o possível afrouxamento monetário na China, a recompra de papéis e também alguma compra por investidor estrangeiro. Vale ON subiu 2,04% e Vale PNA, 1,32%, esta última com giro de R$ 933,495 milhões, o maior do pregão.

Esse movimento de alta se espalhou ainda à Petrobras (a ON ganhou 0,97% e a PN, 0,82%) e às siderúrgicas. Gerdau PN fechou com +1,49%, Metalúrgica Gerdau PN, +1,83%, Usiminas PNA, +2,33%, CSN ON, +3,08%. Na Nymex, o contrato do petróleo para dezembro subiu 0,20%, a US$ 94,26 por barril.

Também se destacou hoje Cesp PNB (+8,07%, na maior alta do Ibovespa), com a expectativa de que as concessões de energia elétrica que vencem em 2014 e 2015 sejam renovadas pelo governo federal nos próximos 30 dias.

No final das contas, a Bovespa acabou ignorando os temores que prejudicaram as bolsas externas. Embora o primeiro-ministro grego, George Papandreou, tenha desistido do referendo popular para saber se a população queria ou não o acordo para a ajuda internacional, seu governo pode cair. Ele passará por um voto de confiança esta noite no Parlamento.

Outra frustração do mercado foi com o encontro do G-20. Muito se falou, mas nada se decidiu e não foi desta vez que saiu uma solução final para a crise da dívida da zona do euro. Dos indicadores, o payroll (dados de emprego nos EUA), o dado mais aguardado do dia - e da semana - veio misto. A economia dos EUA criou 80 mil empregos em outubro, abaixo dos 100 mil esperados, mas a taxa de desemprego recuou para 9,0% e os dados dos dois meses anteriores foram revisados para cima. Na zona do euro, o índice dos gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) composto recuou para 46,5 em outubro, abaixo da estimativa de 47,2.

As bolsas caíram na Europa e nos EUA. O Dow Jones terminou o pregão com queda de 0,51%, aos 11.983,24 pontos, o S&P recuou 0,63%, aos 1.253,23 pontos, e o Nasdaq perdeu 0,44%, aos 2.686,15 pontos. Na semana, acumularam, respectivamente, retração de 2,03%, 2,48%, 1,86%.

O G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) afirmou, em comunicado após o encerramento da reunião de cúpula na França, que pretende evitar desequilíbrios persistentes no câmbio e desvalorizações competitivas de moedas. A afirmação é uma possível referência ao yuan, a moeda da China, considerada subvalorizada por alguns países desenvolvidos, entre eles os Estados Unidos.

"Nós reiteramos nosso compromisso de caminhar mais rapidamente em direção a sistemas de taxas de câmbio de mercado e de aumentar a flexibilidade cambial para refletir os fundamentos econômicos subjacentes", afirmou o G-20.

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O grupo também concordou que a cesta do Direito Especial de Saque (DES), a moeda do Fundo Monetário Internacional (FMI), deve continuar refletindo as mudanças no papel das moedas no comércio e no sistema financeiro mundial, sendo ajustada ao longo do tempo para adaptar-se a essas mudanças.

"A avaliação da composição do DES deve ser baseado no critério existente e pedimos ao FMI que o esclareça melhor. Uma cesta mais ampla para o FED será um determinante importante de sua atratividade e influenciará seu papel como ativo de reserva global. Nós esperamos revisar a composição da cesta do DES em 2015 ou anteriormente, se justificável", afirma o texto.

A presidente Dilma Rousseff descartou a possibilidade de dar uma contribuição direta para ajudar a Europa. Segundo ela, qualquer ajuda deve ser feita por meio do Fundo Monetário Internacional (FMI). "Não tenho a menor intenção de fazer uma contribuição direta para o EFSF", disse, referindo-se ao fundo de resgate europeu para os países em dificuldades. "Se nem eles têm, porque eu teria?"

Dilma contou que a China também expressou a avaliação de que o suporte para a Europa deveria ser feito por meio do FMI, e não diretamente. Ela reafirmou que o Brasil propôs a concessão de créditos bilaterais ao FMI, que são feitos com as reservas internacionais. Segundo a presidente, os recursos endereçados ao fundo possuem garantias. "O dinheiro brasileiro de reserva é dinheiro que você protege, foi tirado com suor do nosso povo e não pode ser usado de qualquer jeito. O FMI é aplicação AAA, absolutamente garantida", disse Dilma em entrevista à imprensa.

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Ela afirmou ainda que o Brasil e a China defenderam a mudança das cotas do FMI, com ampliação da participação dos emergentes, de forma que reflita "o mundo novo que estamos vivendo".

Dilma Rousseff disse também que existiu consenso dentro do G-20 de que é difícil a recuperação econômica sem a retomada do crescimento. Para ela, alguns ajustes fiscais em curso no mundo são "recessivos e inviáveis". Dilma expressou preocupação com o desemprego em outros países, principalmente entre os jovens. Ela também voltou a defender o piso de proteção social sugerido pela Organização Internacional de Trabalho (OIT). "Recuperar a estabilidade global é o objetivo do G-20."

A presidente Dilma Rousseff está em Cannes, na França, onde participará da reunião do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo). No encontro, os líderes dos países discutirão, entre outros temas, um plano de ação para o crescimento econômico e a regulação do sistema financeiro.

Segundo a agenda da Presidência da República, o primeiro compromisso de hoje de Dilma foi um encontro com o presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono; e depois com o primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien Loong.

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Como o horário local de Cannes é três horas a mais que Brasília, logo mais, às 9h40 (12h40 horário local), Dilma participará da cerimônia oficial de chegada no Palais des Festivals. Em seguida, terá um almoço de trabalho, seguido de sessão de trabalho. Está prevista ainda para hoje uma fotografia oficial e o último compromisso da agenda é um jantar de trabalho.

Milhares de manifestantes estão convergindo de vários países europeus para a Riviera Francesa, para protestar e pedir aos líderes das vinte economias mais desenvolvidas do mundo (o G-20) que tenham o foco na distribuição de renda e riqueza no planeta, ao invés do salvamento dos bancos e do mercado financeiro.

Dezenas de grupos de ativistas, com uma série de reivindicações que vão do fim dos paraísos fiscais à destinação de mais dinheiro para o desenvolvimento, organizaram protestos para esta semana. Uma grande passeata deverá ocorrer mais tarde nesta terça-feira na cidade francesa de Nice, com o slogan "As pessoas primeiro, não as finanças".

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O governo francês enviou mais de 12 mil policiais e agentes de segurança para manter a ordem na Riviera. A reunião do G-20 começa na quinta-feira em Cannes e deverá ter o foco nos esforços europeus para superar a crise da dívida, que está ameaçando a recuperação da economia mundial.

As informações são da Associated Press.

A presidente Dilma Rousseff disse hoje que a posição que o Brasil levará à reunião de cúpula do G-20, que começa nesta quinta-feira em Cannes, na França, é a de que os países proponham medidas financeiras urgentes e emergenciais e um plano de sustentação do crescimento e do emprego. Na avaliação dela, caberá ao G-20 ajudar a restabelecer a confiança no retorno do crescimento, especialmente das economias desenvolvidas.

"Inegavelmente a solução imediata da crise, apesar de ser responsabilidade dos países avançados, e neste momento particularmente dos europeus, não pode fechar os olhos para o fato de que se todos fizerem ajustes recessivos a situação de recessão terá uma profecia autorealizável", afirmou, em discurso, durante a cerimônia de premiação "As Empresas Mais Admiradas do Brasil", promovida pela revista Carta Capital, na em São Paulo.

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A presidente citou a própria experiência brasileira no enfrentamento da crise de 2008 como exemplo a ser seguido: "Sabemos, pela nossa própria experiência que, na ausência de crescimento, é impossível alcançar efetivamente a sustentabilidade fiscal. O avião não voa." Dilma disse estar convencida de que parte da solução da crise está no foco ao crescimento, na redução das desigualdades e na adoção de políticas fiscal e monetária responsáveis.

Ela fez questão de deixar claro que a guerra cambial também não ajudará os países a superar a crise. "Nós vamos deixar claro na reunião do G-20 que não acreditamos que a crise será efetivamente superada com guerra cambial e com a velha receita pura e simples da recessão e do desemprego", afirmou.

Segundo Dilma, a reunião do G-20 ocorre num momento crucial, de grandes dificuldades e soluções imprevisíveis. "Sabemos o quanto é importante que as soluções não tardem", disse ela, criticando a demora da União Europeia em oferecer uma solução para a dívida soberana e para a fragilidade do sistema bancário do bloco.

A presidente lembrou que, recentemente, o mercado interbancário europeu se paralisou e que hoje é mais difícil e mais caro o financiamento das transações comerciais. De acordo com ela, os países emergentes, embora ainda sustentem o crescimento da economia mundial, sentem os efeitos indiretos do encolhimento de mercados avançados, o que contrai o comércio externo.

Apesar disso, o Brasil tem sido um dos menos atingidos, na avaliação da presidente, que ressaltou que o País possui solidez nas contas públicas, no setor financeiro e um grande mercado interno. A presidente também lembrou que o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro supere o do Reino Unido e que o País se torne a 6ª maior economia do mundo. "O fato é que o crescimento do Brasil é algo sobre o qual nenhum país do mundo coloca suspeita."

O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, afirmaram em um carta endereçada ao G-20 que o grupo deveria se unir aos esforços anti-crise da União Europeia e tratar de assuntos pendentes que prejudicam a economia global. O grupo das 20 maiores economias do mundo se reúne em Cannes, na França, quinta e sexta-feira.

Rompuy e Barroso mencionarem as decisões adotadas pela UE na última quinta-feira, incluindo um corte (haircut) de 50% no valor dos bônus da Grécia detidos por credores privados, a alavancagem da Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês) e outros planos de longo prazo para fortalecer a governança econômica no bloco. "A contribuição da UE para a reunião de Cannes é esse pacote de medidas para garantir a estabilidade da zona do euro. Mas é preciso fazer mais no nível global", escreveu a dupla.

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Os dois afirmaram que o G-20 deveria lidar com diversos assuntos não europeus, como questões de câmbio em países com superávit. "Muitas distorções subjacentes aos grandes desequilíbrios pré-crise ainda precisam ser tratadas - incluindo moedas desvalorizadas em grandes economias emergentes com superávit", comentaram, em uma clara referência ao debate sobre a moeda da China, o yuan.

Ambos afirmaram também que o G-20 precisa se equiparar aos progressos feitos pela UE para fortalecer as regulamentações financeiras, tanto avançando com a implementação das regras de Basileia 2 como endossando normas mais rígidas para a negociação de produtos de balcão. Eles também querem que o G-20 considere a implementação de um imposto sobre transações financeiras, que está sendo estudado pela Europa.

"A Comissão Europeia apresentou recentemente uma proposta legislativa para um imposto sobre transações financeiras na UE. A introdução de um imposto financeiro global deve ser explorada e aprimorada ainda mais", diz a carta.

Outra proposta de Rompuy e Barroso é um papel maior para o Fundo Monetário Internacional (FMI) na manutenção da estabilidade no sistema monetário global. "Melhorar a cooperação entre acordos regionais para financiamento e o FMI aprimorar suas ferramentas para auxiliar países durante períodos de estresse sistêmico são duas medidas que nós precisamos discutir agora, em caráter prioritário".

Eles também disseram que o G-20 deveria ajudar a reiniciar a Rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), para impulsionar o comércio global. As informações são da Dow Jones.

O presidente da China, Hu Jintao, partiu hoje para uma visita oficial à Europa, durante a qual participará do encontro do G-20, na França, aumentando as esperanças de que o país pode se comprometer a ajudar a conter a crise da dívida no continente. A primeira parada dele será na Áustria, onde assinará vários acordos, incluindo nas áreas de economia e comércio, segundo noticiado pela agência de notícias Xinhua.

O grupo das 20 maiores economias do mundo se encontrará em Cannes na quinta e sexta-feira, apenas uma semana após os líderes da União Europeia anunciarem um acordo para tentar resolver a crise. Uma das medidas adotadas é a alavancagem da Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês) em quatro ou cinco vezes, para aproximadamente 1 trilhão de euros. Isso pode ser feito por meio de um veículo de investimento de propósito específico ou mesmo com a ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI).

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Mas a China, que tem as maiores reservas externas do mundo, de quase US$ 3,2 trilhões, disse na sexta-feira que quer mais claridade antes de investir no fundo de resgate. A declaração foi dada quando o diretor da EFSF, Klaus Regling, esteve em Pequim, para tentar obter a ajuda dos chineses.

O vice-ministro de Relações Exteriores da China, Cui Tiankai, afirmou que o G-20 deve se focar na crise da dívida soberana "nos países desenvolvidos" e nas crescentes pressões na inflação global. Ele comentou ainda que os membros do grupo deveriam realizar esforços para estabilizar os mercados financeiros e restaurar a confiança do investidor. As informações são da Dow Jones.

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