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As manifestações contra o governo da presidente Dilma Rousseff no Brasil foram noticiadas com destaque pela imprensa internacional neste domingo. Os sites de notícias salientaram as dimensões dos protestos e a fragilidade em que se encontra o governo brasileiro diante dos casos de corrupção investigados na Operação Lava Jato.

De acordo com o site do jornal britânico The Guardian, os atos aumentam as dúvidas sobre a capacidade da petista completar os quatro anos de mandato, em reflexo à "frustração" manifestada nas ruas e em um momento econômico que o jornal classifica como "a pior recessão do século".

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Nos Estados Unidos, o Washington Post destacou que o número de manifestantes deste domingo superou o das Diretas Já, afirmando que os atos aumentam a pressão sobre "o combalido governo Dilma, enquanto ela sofre para se manter no poder menos de 18 meses após sua reeleição". O jornal também aborda o fato de a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter inflamado os movimentos e disse que ele foi "formidavelmente popular" durante seus mandatos.

O francês Le Monde destacou a fala da presidente Dilma, que disse na sexta-feira que não há motivos para renúncia e que ficaria orgulhosa de ter Lula como um de seus ministros. O jornal também abordou a condução coercitiva do ex-presidente, classificando-a como "humilhante".

O jornal argentino Clarín observou que estas foram "as primeiras manifestações apoiadas por partidos da oposição de forma explícita", enquanto o espanhol El País ressaltou as demandas dos manifestantes pela prisão de Lula e pelo fim da corrupção, dizendo que os movimentos foram as manifestações mais "massivas" da democracia brasileira.

O El país também comparou as manifestações deste domingo com os atos contra o aumento da tarifa de transporte em 2013, notando que, à época, os manifestantes exigiam melhorias na qualidade da educação e do transporte público, enquanto os últimos movimentos têm como foco a saída do PT do poder.

Já o portal da rede de TV árabe Al Jazira abordou o caráter pacífico dos atos deste domingo, além das tímidas manifestações em defesa do governo petista observadas nas regiões periféricas de São Paulo.

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou neste domingo (13) durante manifestação contra a presidente Dilma Rousseff (PT) em Belo Horizonte não preferir mais a saída da rival apenas pela cassação da chapa da petista pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "Sempre achei que pelo tribunal seria possível um 'stop and go'. Um governo legitimado pelo voto para implantação de reformas estruturantes. Mas hoje, qualquer saída sem a atual presidente da República é melhor do que estendermos esse calvário do povo brasileiro por mais alguns anos", disse, se referindo à possibilidade de novas eleições em caso de cassação pela corte.

Aécio esteve na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul da capital, onde cerca de 30 mil pessoas, conforme a Polícia Militar, protestaram contra Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo organizadores, o total de manifestantes foi entre 70 mil e 100 mil. O tucano, porém, ficou pouco tempo na praça, se recusou a subir em um dos caminhões de som para discursar, e seguiu para São Paulo, para ir até o ato da Avenida Paulista contra a presidente.

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A coordenadora do Vem Pra Rua em Minas, Carla Girodo, condenou o comportamento do parlamentar. "Me chamou a atenção. Aécio foi chamado e deveria ter discursado. Políticos não têm que esperar apenas aplausos", afirmou Girodo. Aécio foi citado pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS) em delação cujo teor ainda não foi revelado.

O senador afirmou haver três "caminhos para o Brasil: o impeachment da presidente, a cassação da chapa pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou a renúncia. Uma das três saídas possibilitará o Brasil voltar a sonhar com um futuro melhor", disse. O ato deste domingo na capital mineira foi o maior desde o início dos protestos, em 15 de março do ano passado. Na data, 25 mil pessoas estiveram na praça conforme informações da Polícia Militar à época.

Aécio afirmou que o Brasil assistiu hoje "a festa da cidadania". "São as praças e ruas do Brasil inteiro dizendo basta de tanto desgoverno, de tanto descompromisso com a verdade", disse. "Essa é a beleza da democracia. Em paz e harmonia as famílias vieram para as ruas dizer que o Brasil merece algo melhor. E vamos buscar a saída para esse impasse através daquilo que a Constituição determina".

Na avaliação do senador, a implantação do regime parlamentarista seria um avanço para o Brasil. "Começa a ser discutido. Vejo como uma alternativa a partir de 2018. Não há como implementar em um momento de crise como esse, um regime que amanhã pode se fragilizar pela própria crise. O parlamentarismo sempre foi para nós um caminho para o Brasil. Vamos discutir com mais profundidade e quem sabe nos próximos dois anos possamos ter uma emenda aprovada pelo Congresso Nacional e depois ser objeto de referendo pela população brasileira".

Primeiro sob sol forte e depois debaixo de chuva intensa, milhares de pessoas foram às ruas da capital goiana em uma das maiores mobilizações contra o governo da presidente Dilma Rousseff e em defesa da Operação Lava Jato. A Polícia Militar calculou que mais de 50 mil pessoas foram às ruas. O movimento Vem Pra Rua estimou entre 70 e 90 mil pessoas do início da manifestação, às 14 horas, até por volta das 16 horas, quando trios elétricos e um cortejo vestindo verde e amarelo, chegou à porta da Superintendência da Polícia Federal em Goiás.

Um forte aparato de segurança foi montado pela Polícia Militar, envolvendo cavalaria, grupamento aéreo com sobrevoos sobre a multidão e muitos PMs a pé, em cordões de isolamento. Manifestantes contrários foram desaconselhados pela PM de irem para as ruas por onde a marcha passaria, que foram fechadas ao trânsito. Uma única prisão foi registrada, a de um homem aparentemente embriagado que tentou subir à força em um dos trios elétricos.

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Cantando o Hino Nacional em vários momentos, os manifestantes gritaram palavras de ordem pela saída de Dilma, a prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, e a favor do juiz Sérgio Moro. Não foram notadas presenças de políticos em destaque na manifestação, e em alguns momentos os locutores do trio elétrico à frente do protesto gritaram palavras de ordem que não pouparam de críticas também à oposição. O senador Aécio Neves e Marina Silva, especialmente, foram criticados por "terem sumido" no momento de agitação nacional.

A criatividade imperou e manifestantes usaram máscaras de Lula e levaram bonecos infláveis dele usando roupa de presidiário. Um grupo levou duas cobras de pano, vermelhas, em alusão à frase em que o ex-presidente disse "terem pisado na Jararaca", com a prisão coercitiva há alguns dias. As cobras eram espetadas por tridentes de plástico durante a caminhada rumo à PF.

No meio da multidão, um personagem chamou a atenção, inclusive por sua batina cinza em meio à onda de pessoas vestidas de verde e amarelo. Era o padre Luís Augusto, um religioso que esteve no centro de uma polêmica envolvendo funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa de Goiás. Denunciado como um deles, foi demitido recentemente. Na manifestação, ele distribuía abraços a fiéis e seguidores que o reconheciam.

No interior goiano, a principal mobilização foi em Anápolis, a 58 quilômetros de Goiânia. Cerca de 2 mil pessoas participaram. Também houve protestos em outras seis cidades do interior goiano que somaram em torno de 5 mil pessoas com a de Anápolis. As cidades foram Morrinhos, Goiatuba, Jataí, Itumbiara, Rio Verde e Anápolis, onde teria sido o segundo maior protesto com cerca de 2 mil pessoas.

A presidente Dilma Rousseff se reúne neste momento no Palácio da Alvorada com o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, e a cúpula de ministros de seu governo numa reunião de avaliação das manifestações deste domingo. O grupo já se encontra na residência oficial da presidente da República para fazer o balanço e definir a estratégia a ser adotada pelo governo.

Além de Wagner, participam do encontro o ministros Edinho Silva (Comunicação Social), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), José Eduardo Cardozo (Advocacia-Geral da União) e Aldo Rebelo (Defesa). O governo estuda dar um posicionamento sobre as manifestações pró-impeachment da presidente Dilma ainda hoje, mas define neste momento se haverá pronunciamento ou nota oficial.

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O governo já esperava uma manifestação de grande escala neste domingo, mas se surpreendeu com a quantidade de participantes. A ausência de confrontos nos atos, no entanto, foi motivo de alívio, segundo um ministro. No posicionamento oficial, Dilma deve destacar o direito às manifestações democráticas.

O temor do governo é que o protesto de hoje dê força ao processo de impeachment, que tem previsão de ser retomado ainda nesta semana. O recurso sobre o rito do processo de impedimento da presidente será julgado na quarta-feira, 16, pelo Supremo Tribunal Federal. A intenção de deputados e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é dar seguimento ao impeachment no Congresso no dia seguinte ao do julgamento no STF.

O entorno do Palácio da Alvorada ficou bloqueado durante todo o domingo, com segurança ostensiva ao redor do local. A intenção era evitar a eventual chegada de manifestantes à residência oficial da presidente.

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Trio elétrico, tambores, megafones e stands. Toda estrutura foi montada neste domingo (13) no Bairro do Recife na manifestação a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Só a adesão do público, entretanto, que não foi grande. O que não minimizou o entusiasmo dos manifestantes.

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"O principal aqui não é a quantidade de pessoas, mas a representatividade do manifesto. Acredito que nesse sentido, foi muito bom o ato aqui no Recife", disse o auxiliar administrativo, Fernando Teles. Já a aposentada, de 73 anos, Selma Denize, lamentou a ausência de mais referências políticas. "Não posso deixar de dizer que estou frustrada, porque pessoas como o governador Paulo Câmara e o prefeito Geraldo Júlio (ambos do PSB) deveriam marcar presença e se posicionar de fato", comentou.

A maioria dos manifestantes vestiam camisa amarela ou uniformes da seleção brasileira de futebol. "É uma maneira de demonstrar apoio e cidadania disse Tiago Pires, estudante. Organizador do 'Vem Pra a Rua', o advogado Gustavo Gesteira ressaltou: "O ato foi excelente. O povo pernambucano veio às ruas pela primeira vez após a acatação do pedido de impeachment pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Então, o mais importante é essa consciência".

O ato teve stands em apoio ao deputado Jair Bolsonaro e em pedido da volta da ditadura militar. O manifesto reuniu o público ainda antes das 10h, que se dissipou até as 12h30. Servidor público, Carlos Eduardo foi ao Bairro do Recife a passeio com a namorada Rayana Lucena e destacou: "Sou contra indiferente a essa manifestação. Mas o importante é que tem sido feito de modo pacífico, sem criar confusão".

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Na manhã deste sábado (17), integrantes do movimento Vem Pra Rua Recife se reuniram em frente à Praça Elvira Andrade de Souza, no bairro da Jaqueira para protestar contra o governo da presidente Dilma Rousseff. Com apitos, cartazes com mensagens de protesto e um patriotismo estampado nas camisetas, o ato antecede a grande manifestação prevista para a próxima segunda-feira (19). 

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Contra a corrupção, os manifestantes exaltavam a Operação Lava-Jato, a atuação do Ministério Público e da Polícia Federal. Porém, a bandeira principal levantada pelo grupo continua sendo o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “É uma presidência sem credibilidade, sem governança e tem nas costas crimes de responsabilidade fiscal comprovados. O governo virou um balcão de negócios”, disse a manifestantes Maria Dulce Sampaio. 

Em um dos cartazes, a presidente foi chamada de “Rata Bandilma, Mãe do Petrolão”. Segundo os participantes, a ideia é continuar indo às ruas do país até a derrubada da presidenta do poder. Na próxima segunda-feira, o protesto tem início previsto para às 18h, em frente ao Hospital da Restauração, com expectativa de passeata e interrupção do trânsito na cidade. 

Tanto no protesto deste sábado, como no de segunda-feira, os participantes estão colhendo assinaturas para a petição do Ministério Público Federal que propõe alterações legislativas para fortalecer o combate à corrupção. O objetivo da ação é coletar 1,5 milhão de assinaturas em todo o país. 

Os cidadãos e cidadãs que participaram das manifestações do último domingo (16) são, em sua maioria, brancos, de alta renda, têm alta escolaridade e votaram no candidato Aécio Neves nas últimas eleições presidenciais. É o que demonstram pesquisas feitas durante as manifestações na Avenida Paulista, em São Paulo, pelo Instituto de Pesquisa Datafolha, e na praça da Liberdade, em Belo Horizonte, pelo Grupo Opinião Pública, sediado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e que reúne pesquisadores de 20 instituições de ensino superior com o apoio do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas. Os levantamentos mostram um perfil semelhante nas duas capitais.

Em São Paulo, 1.355 pessoas foram entrevistadas e a margem de erro é de 3 pontos percentuais. Em Belo Horizonte, foram 434 entrevistas, com margem de erro de 4,5 pontos percentuais. De acordo com o Datafolha, os participantes da última manifestação têm o mesmo perfil que os das manifestações de março e abril. Em São Paulo, 76% tinham ensino superior, 75% se declararam brancos e 67% disseram ter renda familiar mensal acima de cinco salários mínimos.

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Segundo o Instituto Datafolha, os resultados mostram um perfil diverso ao do paulistano médio. Na população da cidade com 16 anos ou mais, 48% se declaram brancos, 28% chegaram ao ensino superior e 69% têm renda familiar de até cinco salários mínimos.

Em Belo Horizonte, 56,6% disseram ter renda familiar mensal superior a cinco salários mínimos, 64,5% têm pós-graduação, ensino superior completo ou em curso, e 58,8% se declararam brancos. No que diz repeito à posição político-ideológica dos paulistas,14% disseram ser de esquerda, 34% alegam estar no centro e 47% ser de direita. Em São Paulo, 77% declararam ter votado em Aécio no segundo turno da eleição de 2014. Em Belo Horizonte, 79%.

Para a pesquisadora Helcimara Telles, da UFMG, apesar de as manifestações serem compostas majoritariamente por pessoas que votaram em Aécio Neves, os atos não são pró-PSDB e sim “profundamente anti-petistas.” A pesquisa de Belo Horizonte avaliou a presença de eleitores do PT nas manifestações e mostrou que 53,7% dos presentes já votaram no PT alguma vez. Quanto aos sentimentos em relação ao partido, 75,6% disseram ter raiva e 72,1% sentem aversão. Os sentimentos em relação à presidenta Dilma Rousseff são parecidos: 75,6% sentem raiva e 70,7%, aversão.

Helcimara Telles defende que o perfil ideológico dos manifestantes é conservador e de direita. “Uma parte deles, uma direita mais liberal. Outra parte, uma direita mais autoritária”, avalia. “Do mesmo modo que são contra corrupção, são contra políticas de promoção de igualdade social. Há uma forte preferência por políticas de segurança e grande aceitação da pena de morte e do porte de armas.”

Já o cientista político Márcio Malta, da Universidade Federal Fluminense (UFF), observou que os movimentos que convocam os protestos em todo o país e pedem a saída da presidenta Dilma Rousseff não têm consenso sobre as consequências disso. Ou seja, uns defendem que seria melhor que o vice-presidente Michel Temer, do PMDB, assumisse, outros querem novas eleições. “O que de fato temos sempre que resguardar é que existe uma Constituição e ela precisa ser respeitada. Não existe papo de terceiro turno. As eleições, marco legal e democrático, têm que ser respeitadas", ressaltou o especialista, em entrevista à Rádio Nacional AM, do sistema de rádios da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Na opinião do cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB), que acompanhou as manifestações na capital do país, “a única coisa que une todas essas pessoas é a aversão, decepção e chateação pela situação, especialmente a crise econômica”, disse. “Tem diferentes grupos, os que defendem impeachment, intervenção militar e até monarquistas e parlamentaristas, mas o que une todos é a crise econômica e política.” Ele também destacou que ,“dessa vez, foi um pouco diferente porque houve muita crítica ao ex-presidente Lula e muito louvor e elogios ao juiz Sérgio Moro.”

Em Belo Horizonte, diante da pergunta “Nesse momento, o que você acha que seria melhor para o país?”, 40,8% citaram o impeachment da presidenta Dilma, 36,4% a renúncia da presidenta e 13,1% a intervenção militar.

Helcimara avalia que boa parte dos manifestantes são democratas ambivalentes, para quem a democracia é aceitável desde que uma certa ordem seja mantida. “Aceitam a democracia, mas em certas condições e contextos, podem aceitar governos autoritários, ou seja, podem ser uma massa de pessoas que pode ser atraída, no futuro, por candidatos neopopulistas, candidatos que se coloquem acima das estruturas político-partidárias”.

Quando perguntados se “em situação de muita desordem, os militares devem ser chamados a tomar o poder”, 46,8% dos entrevistados disseram que “concordam totalmente/em parte”, 47,2% “discordam totalmente/em parte” e 5,8% “nem concordam/nem discordam”.

Para Helcimara, essa é uma posição antidemocrática. “A própria palavra desordem é muito subjetiva, Hoje, por exemplo, no momento de uma crise política, essa crise pode ser confundida com desordem.”

Participação

A pesquisadora Helcimara Telles atribui a diminuição no número de participantes no ato de domingo em Belo Horizonte, segundo ela, “bem menor que os primeiros”, à radicalização do movimento para a direita.

“As pessoas de centro político tentaram se aproximar das manifestações em março, mas foram afastadas pela radicalização dos manifestantes. Primeiro, há alguns grupos que pedem intervenção ilegal e que questionam a legitimidade do processo democrático, os resultados das urnas e que a cada dia se torna mais antigoverno e anti-PT.”

Para o cientista político David Fleischer, o ato de domingo foi um pouco maior do que o de abril, mas menor que o de março. Ele avalia que uma das peculiaridades do último protesto foi que o PSDB se encarregou de divulgar o evento e vários tucanos estiveram presentes. “E o governo usou isso para mostrar que, apesar ou por causa dessa divulgação, as manifestações foram menores que o esperado."

O cientista político Márcio Malta, do Rio de Janeiro, acredita que o público menor no domingo na manifestação da Avenida Atlântica, em Copacabana, e em outras capitais, traz certa tranquilidade para o governo, que temia participações mais maciças do que nos atos de março e abril. “Era um grande medo que essas manifestações crescessem. Há um cenário de um pouco mais de tranquilidade para o governo tentar articular e movimentar os setores que o têm apoiado."

Para Malta, o movimento arrefeceu como resultado da mudança de postura do governo. “Desde a semana passada, o governo soube, de forma hábil, tecer acordos no Senado, com setores do grande empresariado brasileiro, assim como alguns conglomerados dos meios de comunicação."

Com a popularidade em baixa, a presidente Dilma Rousseff (PT) foi o principal alvo da manifestação, que aconteceu neste domingo (16), na Avenida Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Ao som de jingles com frases como “pé na bunda dela, o Brasil não é a Venezuela”, “estou na rua para derrubar o PT” e entoando coros de “Fora Dilma”, “Lula nunca mais” e “impeachment, impeachment”, milhares de pernambucanos ocuparam a orla marítima recifense.

Vestidos de verde e amarelo, os rostos pintados e com apitos, os manifestantes iniciaram a concentração para a passeata por volta das 9h30 e o cortejo ganhou as ruas às 11h. O início do percurso foi ao som do Hino Nacional entoado pela cantora Nena Queiroga e dezenas de crianças que participavam junto com os pais do ato. "A nossa maior arma é a voz. Temos voz e vez quando saímos de casa, como hoje", afirmou a artista. 

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Com a caracterização de palhaço, o engenheiro João Paulo, de 54 anos, colocou-se insatisfeito com a atual conjuntura. “Trago aqui a minha insatisfação como brasileiro em relação à situação política e econômica do Brasil. Na estância normal quando um ladrão é descoberto ele é preso, porque os chefes destas quadrilhas não estão na prisão também?”, questionou o engenheiro. Indagado porque estava vestido de palhaço, o engenheiro afirmou se sentir assim. “Nós somos ou palhaços ou gados. Preferi vir de palhaço”, acrescentou. 

Rebatendo os panelaços, mas se colocando favorável a manifestação deste domingo (16), o auditor fiscal do estado, Antônio Mesquita, pediu que as panelas fossem trocadas por flores.  “Estou levantando a bandeira de um país livre do PT e dos partidos políticos que querem aparelhar os governos. Quero uma nação forte e unida em torno de um programa de gestão que beneficie a população por igual”, argumentou, oferecendo flores a quem passasse por ele. 

Um dos porta-vozes do Vem Pra Rua em Pernambuco, o advogado Gustavo Gesteira, apresentou um balanço positivo do ato. “Pudemos ver aqui gente de todas as classes, de vários lugares de Pernambuco e várias idades protestando contra a corrupção instalada no Brasil e esta crise causada pelo governo Lula e Dilma. As pessoas não aguentam mais tanta mentira e incompetência”, observou o representante.

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Segundo Gesteira, agora o Vem Pra Rua vai acompanhar o julgamento das contas da presidente Dilma no Tribunal de Contas da União (TCU). “Vamos acompanhar de perto o julgamento do TCU. Chegou a hora dos ministros divulgarem de que lado eles realmente estão. Se estão ao lado da lei e do povo brasileiro ou da corrupção e da roubalheira que teve nos últimos anos do governo do PT”, cravou, salientando que ainda não há nenhuma nova manifestação pré-agendada. Os dois últimos aconteceram em março e abril.

Ao fim do percurso, Gesteira abriu o microfone para os que estavam acompanhando a passeata. Pedidos de impeachment e críticas ao PT e ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), foram algumas das teses levantadas pelos que fizeram o uso da palavra. “Não é com facão na mão que vamos lutar, mas com a constituição debaixo do braço e flores”, ironizou a professora Mônica Marinho, fazendo menção ao que disse recentemente o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Vagner Freitas. Ele disse que usaria armas para defender o governo petista. 

De acordo com o Vem Pra Rua, 50 mil pessoas estiveram no ato. A Polícia Militar que acompanhou todo o trajeto e não registrou ocorrências, preferiu não se posicionar sobre o quantitativo de presentes. 

Participação política 

A manifestação deste domingo acontece exatamente 23 anos depois que os caras-pintadas saíram às ruas pela primeira vez em todo o Brasil para pedir a saída do então presidente Fernando Collor. O desembarque da presidente Dilma Rousseff também é defendido por políticos que participaram do ato no Recife

“A população hoje está revoltada com a corrupção e a crise. Tem o direito e o dever de protestar, dizer da sua insatisfação e clamar por mudanças que passam por um processo de impeachment, por estratégias para eliminar a corrupção endêmica e a crise econômica”, observou o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho. 

“O país está semi-paralisado. Ela [Dilma Rousseff] continua mentindo, quando diz que a crise é passageira. O país não aguenta nem Lula, nem o PT nem ela”, corroborou o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB). Para ele, o caminho mais viável seria uma renuncia de Dilma, pois o “processo de impeachment é muito traumático”. 

Além deles, os deputados federais Raul Jungmann (PPS), Daniel Coelho (PSDB) e Bruno Araújo (PSDB), este líder da oposição na Câmara; os estaduais Priscila Krause (DEM) e Antônio Moraes (PSDB); e o vereador do Recife André Régis (PSDB) também participaram do ato.  

Custeio 

Um caminhão de pequeno porte acompanhou toda a passeata vendendo camisas e placas com o pedido de “Fora Dilma” e “Lula nunca mais”. A estratégia, no entanto, não era referida como comercialização de itens pelos integrantes do Vem Pra Rua, mas como uma forma de doação. 

“Doe R$ 10,00 e ganhe um pirulito [placa com dizeres contra o PT]. Doe R$15,00 e ganhe uma camisa”, dizia o locutor. Indagado sobre os custos do evento, que por sinal foi logisticamente mais organizado do que os dois últimos, Gesteira disse que os gastos foram menores do que o imaginado. 

“Com as doações das pessoas que vieram para cá conseguimos custear a manifestação. O custo é menor do que se pensa. Gastamos menos de R$ 20 mil para bancar tudo”, explicou.

A convocação da Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos, o Vem Pra Rua, publicado na página oficial do Facebook para um "panelaço" contra o Partido dos Trabalhadores (PT), foi atendido pelos moradores do bairro das Graças, na Zona Norte do Recife, na noite nesta terça-feira (5). Homens e mulheres gritavam das janelas de seus apartamentos: “Fora Dilma, fora PT”. 

O ato foi durante a exibição da propaganda partidária obrigatória nacional, que poupou a presidente Dilma Rousseff nesta edição, devido ao desgaste de sua imagem, por causa da crise econômica e política da qual tem sido protagonista. Este não foi o primeiro panelaço realizado contra o governo Dilma. 

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Em outros pronunciamentos feitos pela presidente Dilma houve panelaço em várias regiões do país. O último protesto foi realizado quando a presidente fez pronunciamento em alusão ao Dia da Mulher. 

No entanto, desta vez o vídeo teve como principal destaque a fala do ex-presidente Lula, que defendeu o legado petista no governo federal. O ex-presidente também afirmou que serão expulsos ao fim de processos judiciais em que os representantes da sigla sejam condenados.

Registros - Há registros de panelaços em outros bairros e cidades da Região Metropolitana do Recife. Além de Pernambuco, Ceará, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais também aderiram a manifestação. 

A avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, voltou a ser palco de manifestações contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) neste domingo (12). Apesar da adesão menor, se comparado ao protesto de 15 de março, os líderes dos movimentos que participaram do ato aproveitaram o momento para lançar a Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos Brasileiros. Com cerca de 50 grupos, entre eles o Vem Pra Rua e o Movimento Brasil Livre, a principal intenção da Aliança é levar ao Congresso Nacional a reivindicação pela saída da petista “quer seja por impeachment, cassação ou renúncia”.

“Todos os movimentos numa única agenda, com a mesma pauta e que vai passar a agir de forma antenada e reivindicando o que o povo pede nas ruas”, detalhou um dos porta-vozes do Vem Pra Rua, Gustavo Gesteira, que fez o anúncio para finalizar o ato, por volta das 17h20. Segundo ele, as agremiações devem escolher um líder posteriormente para representar a Aliança Nacional e até a próxima quarta-feira (15) ao menos um líder de cada movimento deve ir ao Congresso com a pauta de reivindicações.

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“Basta de o povo falar e o Governo Federal escalar dois ministros para responder de forma contrária o que ao povo pediu. Vamos exigir conjuntamente aquilo que o povo pede nas ruas”, destacou Gesteira.

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O ato deste domingo iniciou por volta das 14h. Vestidos de verde e amarelo, milhares de pessoas foram à orla da praia de Boa Viagem. A Polícia Militar optou por não fazer um balanço no quantitativo de manifestantes. A organização inicialmente estimou um público de 12 mil, no fim do protesto afirmaram ter passado pelo local 40 mil pessoas.

Entre os presentes, os pleitos eram diversos. Houve quem pedisse pelo impeachment de Dilma, a reforma política, o fim da corrupção, a intervenção militar, a prisão do ex-presidente Lula (PT), a saída do ministro Dias Tofolli do Supremo Tribunal Federal e a renovação do Congresso Nacional.

“Vim para rua hoje com o desejo de mudar o meu país. Precisamos tentar fazer uma faxina geral em toda essa robalheira”, disparou a comerciante Gyane Gonçalves. “Fora todos esses que estão corroendo o país. Estive na manifestação do dia 15 e voltarei às ruas quantas vezes for necessário para pedir uma renovação. A voz do povo tem que ser ouvida”, corroborou a médica Ana Carolina.

Apesar de pregar o apartidarismo, alguns políticos marcaram presença na manifestação. Entre eles, o deputado federal e líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho; o vereador e presidente do PSDB no Recife, André Régis; e a deputada estadual Priscila Krause (DEM).

Petistas rebatem protesto com camisas e bandeiras vermelhas

Vestindo vermelho, alguns petistas foram vistos na orla de Boa Viagem protestando contra o ato antigovernista. Um deles, que preferiu não se identificar e não falou com à imprensa, foi hostilizado pelos manifestantes e por líderes dos movimentos que integravam a organização do protesto. O jovem estava com um adesivo de apoio a Dilma na camisa. Os participantes da mobilização jogaram ovos contra ele e fizeram xingamentos, mostrando cédulas de R$ 5 e R$ 20.

Além dele, bandeiras vermelhas foram estendidas nos prédios da orla e contra eles vaias unissononas eram entoadas. 

Os manifestantes começavam a chegar, perto das 10 horas, na Praça da Liberdade, escolhida como ponto de concentração do protesto contra o governo Dilma Rousseff (PT) na capital mineira. Nesse horário, já havia no local caminhões de som, pessoas com camisas do Brasil, apitos, panelas, cartazes de "Fora Dilma" e até imagem dela com máscara de bandido.

Havia tendas vendendo camisetas e adereços e outras para pintar os rostos. No protesto anterior, no dia 15 de março, conforme a Polícia Militar, o pico de pessoas foi de 24 mil em Belo Horizonte. Os organizadores do movimento deste domingo - Movimento Brasil Livre, Vem pra Rua, Frente União Brasil, Basta Brasil e Vergonha - aguardavam 30 mil pessoas. Porém, na página de convocação do evento, até esta manhã, havia 11 mil confirmações.

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O senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, está na capital mineira desde sexta-feira, mas ainda não decidiu se iria comparecer à manifestação. No outro protesto, o presidente do diretório estadual, Marcus Pestana, participou como "cidadão".

A reportagem encontrou uma tenda para coleta de assinaturas para o envio de um projeto de lei que, entre outros pedidos, quer o aumento da pena para os corruptos. A ação é do movimento Corrupção Nunca Mais, organizada pela Maçonaria. Conforme o representante do movimento, Robson da Silva Lopes, o projeto foi criado no último dia 23 em Barbacena e foi estendido para todo o País. Apesar de estar presente no movimento de hoje, o Corrupção Nunca Mais não é a favor da renúncia ou impeachment de Dilma e sim leis mais rígidas para os corruptores.

Os grupos contrários ao governo federal chegaram a uma bandeira comum para os protestos deste domingo (12). Todos adotaram o slogan "Fora Dilma", mas não obtiveram o mesmo grau de mobilização nas redes sociais registrado às vésperas de 15 de março, data em que atraíram o maior contingente de um ato político desde a campanha pelas Diretas-Já. Diante da perspectiva de levar menos gente para as ruas, os três principais movimentos anti-Dilma tentam dar mais capilaridade às manifestações e realizá-las em mais municípios do que no mês passado.

"Nossa intenção é fazer com que a mensagem chegue em mais cidades", afirma o porta-voz do Vem Pra Rua, Rogério Chequer. Em sua página no Facebook, o grupo diz ter atos confirmados em 413 cidades brasileiras e no exterior. O Movimento Brasil Livre (MBL), outro grupo organizador dos protestos, confirmou presença em 161 cidades. No dia 15 de março, os protestos ocorreram em 212 cidades, atraindo um público total de 1,9 milhão de pessoas, 1 milhão delas em São Paulo, segundo estimativa - para alguns inflada - da Polícia Militar. De acordo com o Datafolha, a mobilização na Avenida Paulista reuniu 210 mil.

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Na primeira grande manifestação antigoverno, Revoltados On Line e Movimento Brasil Livre já pediam o impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas o Vem Pra Rua, não. Este último grupo agora aderiu ao slogan, que será reforçado pelo Solidariedade (SD), único partido a participar formalmente dos atos deste domingo. O PSDB, por exemplo, convocou apoiadores, mas não fala abertamente em impeachment. Integrantes do SD vão tentar aproveitar o público das manifestações para colher assinaturas pelo impedimento da presidente.

Assim como os organizadores, o governo e o PT avaliam que as manifestações deste domingo serão menores e não terão tanto impacto quanto as de 15 de março. Mesmo assim, a orientação é de acompanhar com atenção redobrada o movimento principalmente em São Paulo, onde há a maior concentração de pessoas.

Organização

Em São Paulo, a PM estima que de dez a 16 carros de som sejam levados para a Avenida Paulista a partir das 14 horas para dar voz a ao menos oito grupos que pedem o impeachment. Apesar de rechaçado pelos demais grupos, o SOS Forças Armadas estará presente pedindo a intervenção militar. Como no dia 15, não haverá caminhada: os carros ficarão parados na avenida.

No Rio ativistas planejam se concentrar às 11h no posto 5 da praia de Copacabana (zona sul), para, três horas depois, seguir em caminhada rumo ao hotel Copacabana Palace, a 2,5 km de distância. Convocado pela internet por grupos como Cariocas Direitos, MBL-RJ, Revoltados On Line e União Contra a Corrupção (UCC), o ato desta vez será único - em 15 de março houve um pela manhã e outro à tarde. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Líderes do Solidariedade, do PPS, da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES) e de diversos sindicatos e movimentos de bairros, decidiram levar para as periferias das cidades, as manifestações contra o governo Dilma Rousseff (PT). O primeiro protesto do grupo está marcado para18 de abril no Jardim La Pena, em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo. 

Segundo os organizadores foi decidido ainda reforçar a convocação, com panfletagem em estações de metrô e grandes concentrações, para a manifestação nacional do próximo dia 12 de abril. Em São Paulo, o ato público será realizado na avenida Paulista. Já na capital pernambucana a concentração será na Prainha de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

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Segundo o presidente nacional do Solidariedade, deputado federal Paulinho da Força só existem três saídas para a Dilma: sangrar os quatro anos, renunciar ou ser cassada. Ele também acredita que se as manifestações contra Dilma se espalharem para as periferias, ela não resistirá no cargo.

A oposição argumenta que Dilma ganhou as eleições, mas cometeu um “estelionato eleitoral” por não estar cumprindo com o que prometeu. O grupo também critica o aumento de juros, as mudanças do governo no benefício do seguro-desemprego e a corrupção da Petrobras.  

 

 

 

Milhares de pernambucanos foram a Orla de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, neste domingo (15), pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Vestidos de verde e amarelo, os rostos pintados e com apitos, os manifestantes iniciaram a passeata por volta das 10h. De acordo com a Polícia Militar, a estimativa é de que entre 8 mil pessoas participaram do ato. 

Entre as principais ações dos que protestavam, a entonação do Hino Nacional foi o que marcou a participação popular. Além disso, os coros de “fora Dilma” e “fora PT” eram os mais ouvidos. Bem como vaias à petista. Conhecido como hino de oposição a Ditadura Militar, a música “Para não dizer que não te falei de flores”, de Geraldo Vandré, também esteve entre as mais cantadas.  

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Um dos movimentos que integravam a manifestação foi o Vem Pra Rua, iniciado em junho de 2013. Como forma de protesto pelos casos de corrupção na Petrobras, investigados pela Polícia Federal, eles levaram à rua um boneco gigante do juiz Sérgio Moro, responsável pelo caso. "Nosso protesto hoje é contra a corrupção e pela apuração dos crimes da Lava Jato, com punição dos culpados, independente de partido", afirmou um dos integrantes do movimento que preferiu não se identificar. 

Para captar recursos para os movimentos, os grupos vendiam camisas e adereços para os que participavam do ato. Uma delas dizia “Basta” e tinha uma mão com quatro dedos, em alusão o ex-presidente Lula (PT). 

Para o organizador da manifestação, o estudante de história Diego Lagedo, a adesão foi mais do que esperada. "Nos sentimos muito satisfeitos. O pessoal veio à rua mostrar que está insatisfeito com esse governo. O povo está mobilizado. E a gente só vai parar quando o Congresso colocar Dilma para fora", disparou. Questionado se eles também pregavam o retorno da intervenção militar, Lagedo negou. "Nós não concordamos, pois somos um movimento legalista e que acredita no Estado de Direito", alertou o organizador. 

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Apesar do apartidarismo, alguns parlamentares se fizeram presente no ato. O deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) foi um deles. Para o peemedebista, a mobilização é o início do processo de impeachment da presidente Dilma que deve “vir de fora para dentro do Congresso”. “O impeachment dentro do Congresso vai ser um ato político. Collor saiu porque o impeachment veio da rua, a voz da rua, e eu vim apoiar, eu vim dar a minha manifestação de solidariedade”, alegou.  

O presidente do PSDB no Recife, André Régis; o deputado federal Raul Jungmann (PPS) e a presidente da Junta Comercial de Pernambuco, Terezinha Nunes (PSDB), também integraram a manifestação. 

Engajamento da juventude

Entre os que participavam da passeata podiam-se ver muitos jovens, alguns deles, inclusive, também foram às ruas em junho de 2013 pedir pela reforma política. “Naquele ano muitas pessoas não sabiam o que pedir. Hoje não, estamos aqui por uma única voz: corrupção está fora do normal. É só o começo, vamos seguir pedindo a saída da presidente e o fim da corrupção”, destrinchou o advogado Marconi Parci. 

Corroborando Parci, a estudante de engenharia Romina Rafaela, de 21 anos, destacou que os brasileiros não aguentam mais ser explorados. “Eu vim pedir um basta, de uma forma mais profunda do que em 2013. A gente não aguenta mais os brasileiros sendo tão explorados, tanta corrupção e todo o dinheiro dos impostos indo para os políticos”, observou a jovem. 

Muitos dos que manifestavam se diziam apartidários e inspirados em Olavo de Carvalho, considerado um dos articulistas de direita do Brasil em atividade. Para eles o “tempo do PT passou” e “Dilma precisa ser investigada”.

Novas manifestações

Além do ato deste domingo (15), outras mobilizações pró-impeachment de Dilma já estão sendo organizadas. A expectativa inicial é de que aconteçam nos dias 15 de maio e 15 de junho

De acordo com o organizador do evento no Recife, Diogo Lagedo, as datas serão definidas pela Mobilização Nacional. “Vamos voltar às ruas sim. Este foi só o primeiro ato. Vamos ver as datas que a Mobilização vai convocar. Quantas vezes eles convocarem, iremos às ruas", prometeu.

Militantes do PSB e populares que acompanham o velório do ex-governador Eduardo Campos, na tarde deste domingo (17), em frente ao Palácio do Campo das Princesas, no Recife, começaram a entoar um coro de "fora PT" e "fora Dilma". As frases vêm após uma tentativa de vaia não bem sucedida quando a presidente participava das atividades fúnebres. 

Alguns pernambucanos chegaram a apontar a legenda como causadora da tragédia aérea que vitimou o presidenciável, até então. "Quero é que Dilma perca esta eleição, para ela sentir a dor que estamos sentindo", cravou Marinete Andrade, de 52 anos, moradora de Petrolina, no Sertão do estado.

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Bandeiras – Muitos dos militantes do PSB fizeram questão de carregar durante todo o período do velório e no cemitério de Santo Amaro bandeiras do partido. Populares também empunhavam a bandeira de Pernambuco e do Brasil. 

Com informações de Giselly Santos 

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