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A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedidos de declínio de competência para a primeira instância de quatro inquéritos de investigações no âmbito da Operação Lava Jato. A procuradora destaca o entendimento firmado recentemente pela Corte sobre foro privilegiado - prerrogativa de função -, e "a necessidade de que as investigações continuem".

Raquel pede o envio das investigações para o Distrito Federal, e também para Minas e São Paulo.

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De acordo com a procuradora-geral, as investigações contra o ex-senador Romero Jucá (MDB/RR) pelo suposto recebimento de propina pela conversão em lei das Medidas Provisórias 470/2009 e 472/2009 devem ser conduzidas pela Justiça Federal no Distrito Federal.

Para ela, também devem ser enviadas para a Seção Judiciária do DF as apurações das condutas de Jucá e do também ex-senador Eunício Oliveira (MDB/CE), pelo suposto recebimento de propina pela conversão em lei da MP 613/2013. Os fatos são apurados no inquérito 4.437.

Em outro documento, Raquel manifesta-se pelo envio das investigações apuradas pelo inquérito 4.232, também para o DF. Ela defende o prosseguimento da investigação em relação ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB/RJ), o doleiro Lúcio Funaro e outros seis investigados.

Eles são acusados de corrupção passiva e ativa, além de lavagem de dinheiro.

Minas

Para a procuradora-geral, a investigação dos fatos apurados no inquérito 4.432 - que investiga suposto pagamento de "valores indevidos" ao senador Antonio Anastasia (PSDB/MG), ao deputado federal Dimas Fabiano (PP/MG) e ao ex-ministro Pimenta da Veiga, por solicitação do deputado federal Aécio Neves (PSDB/MG), a pretexto de suas campanhas eleitorais em 2014 - deve prosseguir na Justiça Federal em Minas.

O inquérito apura os delitos de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e corrupção ativa.

Delatores apontam que o então senador Aécio Neves, na campanha das eleições de 2014, teria solicitado doações no valor de R$ 6 milhões, em beneficio próprio e de aliados políticos.

Segundo os depoimentos, "as doações foram efetuadas de maneira dissimulada, com o propósito de ocultação, em função de influência política que o parlamentar exerceu, como governador de Minas, sobre seu partido e no Congresso Nacional, para favorecimento de empreitadas e projetos do Grupo Odebrecht".

Em relação à possível prática de falsidade ideológica eleitoral, a procuradora-geral afirma "não haver indícios mínimos sobre a utilização, em campanha eleitoral, de valores não contabilizados e não declarados à Justiça Eleitoral". Nesse ponto, a PGR promoveu o arquivamento dos fatos.

São Paulo

Raquel também defende que o inquérito 4.130, que investiga a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT/PR), deve ser enviado para a 6.ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária de São Paulo.

Investigações apontam a participação dela, quando era senadora, em suposto esquema de pagamento de propinas em valores milionários para diversos agentes públicos, entre 2009 e 2015, por meio de organização criminosa, no âmbito do antigo Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão.

O processo foi desmembrado e os outros envolvidos sem foro por prerrogativa de função já foram denunciados à 6.ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária de São Paulo.

Sobre a suposta omissão dos investigados em declarar à Justiça Eleitoral a utilização, em campanha eleitoral, dos valores identificados ao longo das apurações, a procuradora-geral promoveu o arquivamento, "dada a ausência de indícios de autoria e materialidade".

Defesa

Todos os políticos citados nos inquéritos negam recebimento de propinas.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), usou o microfone do plenário na manhã desta quinta-feira, 8, para se defender e negar que a Casa seja responsável pela aprovação das chamadas "pautas bombas", matérias que contribuem para aumentar o rombo orçamentário do governo. "Não estamos aqui fazendo pautas bombas para qualquer outro governo", disse enquanto a Casa caminhava para aprovar a MP 843 que cria o Rota 2030, com incentivos fiscais para o setor automobilístico.

"Não estamos aqui ampliando incentivos, estamos reduzindo em 40% os incentivos fiscais que hoje já existem no Nordeste", disse. "A pauta bomba que estamos fazendo é dar oportunidade para que o governo tenha recursos para ajudar no desenvolvimento do País", completou.

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Na quarta-feira, 7, os senadores aprovaram o reajuste de 16,38% no salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e dos membros da Procuradoria-Geral da República (PGR). Considerado o teto do funcionalismo, a remuneração passará de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil mensais. O projeto foi incluído na pauta de votação do dia de última hora e sem um acordo entre as lideranças. A aprovação da medida provocou uma avalanche de críticas aos parlamentares.

Após ficar em terceiro lugar e não conseguir se reeleger no Ceará, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), divulgou comunicado nesta segunda-feira, 8, no qual diz receber com "reverência" e "respeito" a determinação "imposta pelas regras democráticas". O senador agradeceu aos eleitores com "humildade" e "honra" e anunciou que irá recolher-se à vida pessoal.

"O voto é a forma como o povo se manifesta nas democracias. Foi a partir das urnas que os brasileiros, e os cearenses em particular, demonstraram os anseios de mudança. Recebo com reverência e respeito essa determinação imposta a todos nós pelas regras democráticas, pelas quais tanto lutei. Agradeço, com muita honra e humildade, aos 1.313.793 cearenses que seguiram confiando em mim. Recolho-me agora à vida pessoal. Desejo boa sorte e energia para os que foram eleitos", diz o texto.

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Eunício alcançou 16,93% dos votos no Estado e ficou atrás de Cid Gomes (PDT-CE), que ficou em primeiro com 41,62%, e Eduardo Girão (PROS-CE), que registrou 17,09% das preferências. Em números absolutos, o senador do MDB perdeu a reeleição por 11.993 votos, diferença entre ele e Girão.

Apesar de não integrar oficialmente a chapa do PDT e PT no Estado, Eunício havia feito um acordo informal com Cid Gomes e o atual governador do Ceará, Camilo Santana (PT-CE). No caso, a chapa de Camilo deixou de lançar um outro nome ao Senado, além de Cid Gomes (PDT-CE), irmão de Ciro, para deixar caminho aberto para Eunício. Quem acabou sacrificado foi o senador José Pimentel (PT-CE), que almejava a reeleição, mas teve a candidatura rifada pelo próprio partido.

O conchavo com Eunício irritou parte da militância, que chegou a comemorar a derrota do emedebista quando o resultado foi anunciado num telão colocado em frente ao comitê de campanha de Ciro Gomes (PDT), em Fortaleza, na noite deste domingo (7). Além disso, o presidenciável do PDT rechaçava Eunício publicamente sempre que tinha oportunidade em atos e comícios, ao longo do período eleitoral.

Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), viajaram juntos para a Argentina na tarde desta terça-feira, 14. Eles desistiram de acompanhar o presidente Michel Temer na cerimônia de posse do novo presidente do Paraguai, Mário Abdo Benítez, que acontecerá amanhã.

A assessoria do Palácio do Planalto chegou a confirmar, na semana passada, que os três embarcariam juntos para a solenidade após Temer fechar um acordo com os congressistas.

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Maia e Eunício, no entanto, preferiram se ausentar do Brasil rumo à capital portenha. Eles levaram as respectivas esposas e viajaram em um voo privado, de acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. Eles deverão voltar ao Brasil na noite de quarta.

Temer embarcará para o Paraguai na manhã desta quarta. Enquanto os três estiverem fora do Brasil, a presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, assumirá a presidência do Brasil. Esta é a quinta vez que ela assume o cargo provisoriamente.

Apesar de terem sido convidados diretamente por Temer, Eunício e Maia não haviam confirmado participação na cerimônia de posse de Benítez.

Como o presidente não tem vice-presidente, os presidentes da Câmara e do Senado, nesta ordem, teriam de assumir o governo na ausência do presidente da República. Os dois, no entanto, não podem fazer isso porque querem disputar a reeleição.

Pela Lei da Inelegibilidade, eles ficariam impedidos de concorrer a cargos no Congresso se assumissem o Planalto no prazo de seis meses antes do pleito.

Desde abril deste ano, os chefes do Legislativo já foram forçados a fazer quatro viagens ao exterior durante a ausência de Temer e ficaram incomodados com isso, porque os deslocamentos atrapalham seus trabalhos tanto no Legislativo, quanto em suas bases eleitorais.

Em todas essas ocasiões, quem assumiu o Planalto foi Cármen Lúcia, terceira na linha sucessória atual.

Por pressão dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), o presidente Michel Temer desistiu das viagens internacionais que faria na primeira quinzena de agosto. A decisão foi tomada após conversas com os chefes do Legislativo.

Havia a possibilidade de Temer ir a Bogotá, na Colômbia, acompanhar a posse do presidente eleito Iván Duque, no dia 7; e para Assunção, no Paraguai, acompanhar a posse do presidente eleito Mário Abdo Benítez, no dia 15.

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Além de forçar a ausência dos chefes do legislativo durante a campanha eleitoral, as possíveis viagens coincidiriam com o período de retomada das atividades do Congresso após o recesso parlamentar, quando são feitos "esforços concentrados" antes da eleição para tentar votar projetos nos plenários das Casas.

Como Temer não tem vice-presidente, os presidentes da Câmara e do Senado, nesta ordem, teriam de assumir o governo na ausência do presidente da República. Maia e Eunício, no entanto, não podem fazer isso porque querem disputar a reeleição. Pela Lei da Inelegibilidade, eles ficariam impedidos de concorrer a cargos no Congresso se assumissem o Planalto no prazo de seis meses antes do pleito.

Desde abril deste ano, os chefes do Legislativo já foram forçados a fazer quatro viagens ao exterior durante a ausência de Temer e ficaram incomodados com isso. Em todas essas ocasiões, quem assumiu o Planalto foi a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, terceira na atual linha sucessória.

Em nota oficial conjunta, o presidente Michel Temer e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), fizeram um apelo nesta terça-feira, 29, para que os caminhoneiros retornem ao trabalho. No texto, eles reiteraram que vão cumprir o acordo com os manifestantes "no menor tempo possível". Os três estiveram reunidos por cerca de 40 minutos nesta terça-feira, 29, antes de o documento ser divulgado.

"Neste momento, os Poderes Executivo e Legislativo estão unidos na defesa dos interesses nacionais. Assumem o compromisso de aprovar e colocar em prática, no menor tempo possível, todos os itens do acordo", diz trecho da nota.

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Durante as negociações com os caminhoneiros, o presidente Temer editou três medidas provisórias para atender à categoria dos caminhoneiros. As MPs têm vigência imediata, mas precisarão ser aprovadas pelo Congresso para não perder a validade. Além disso, será preciso aprovar o projeto da reoneração da folha de pagamento no Senado, que já foi aprovado na semana passada pela Câmara, para ser possível compensar a eliminação da Cide que recai sobre o preço do diesel.

Na nota, os chefes afirmam que "há necessidade indispensável" de abastecer todos os setores da economia nacional, destacando os setores da alimentação, medicamentos e combustíveis.

"Em face do acordo firmado para pôr fim à greve dos caminhoneiros, que tiveram as suas reivindicações acolhidas, os presidentes da República, Michel Temer, do Senado Federal, Eunício Oliveira, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, conclamam todos os envolvidos nas manifestações a retornarem ao trabalho e propiciar normalidade à vida de todos os brasileiros."

Os chefes do Executivo e do Legislativo afirmaram que "é importante ainda evitar que, tendo alcançado seus objetivos, esse movimento venha a ser usado com objetivos políticos. Temos certeza de que o desejo de toda família brasileira é garantir a normalidade do abastecimento e assegurar a retomada da economia".

O governo já acionou a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para investigar e separar possíveis infiltrados políticos das manifestações dos caminhoneiros.

Mais cedo, houve mal estar entre Maia e o governo. O presidente da Câmara criticou o fato de o governo federal não ter enviado nenhum ministro para participar da comissão geral do Congresso para discutir a questão dos preços dos combustíveis no Brasil.

"Estamos prontos para discutir o tamanho do Estado brasileiro. Só que ele (ministro da Fazenda, Eduardo Guardia) não vem hoje (terça) para discutir a questão do petróleo. É muito fácil ficar no gabinete dele e não vir aqui discutir. Aliás, não veio nenhum dos ministros do governo. O governo talvez não esteja com a dimensão do tamanho da crise que o Brasil vive", disse Maia pela manhã.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), disse na noite desta quinta-feira, 24, que vai buscar um "entendimento" entre os partidos e o governo e indicou que vai propor uma maneira de acelerar a votação do projeto de reoneração da folha de pagamento. O texto aprovado ontem na Câmara dos Deputados zera a cobrança do PIS/Cofins sobre o óleo diesel até o fim deste ano, uma concessão do governo para baixar o preço do combustível e tentar desmobilizar a paralisação nas estradas.

"Acho que o melhor caminho é o entendimento. Não é hora de buscar protagonismo, de fazer bravata. É preciso que a gente tenha responsabilidade do ponto de vista fiscal, examinar o processo de forma equilibrada, sem surpresa", disse Eunício ao chegar ao Senado, voltando de viagem a Fortaleza (CE).

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"Chegaram aqui várias medidas provisórias junto com esse projeto. As medidas provisórias trancam a pauta. Eu vou buscar o entendimento com os líderes. Se for o caso da aprovação do projeto, se for essa a condição para que o Brasil tenha tranquilidade, temos que buscar uma solução. Havendo necessidade de votação desse projeto em regime de urgência especial, vou buscar uma solução e, se for do entendimento dos líderes, votamos as medidas provisórias em bloco, para votarmos esse projeto que veio da Câmara."

O emedebista prometeu conversar com líderes dos caminhoneiros, mas ponderou que a responsabilidade sobre a política de preços é do governo: "Não é o Congresso quem define preço de combustíveis, é o poder Executivo."

O presidente do Senado relatou ter conversado com o presidente Michel Temer por telefone. Ele se reúne agora com líderes de bancada para tentar organizar uma sessão deliberativa nesta sexta-feira.

O projeto da reoneração da folha de pagamento, que inclui o fim da cobrança do PIS/Cofins sobre o óleo diesel até o fim deste ano, chegou ao Senado apenas nesta tarde, conforme o senador. Ele se disse surpreendido pela votação ter ocorrido ontem na Câmara. O governo apontou que o projeto, como aprovado pelos deputados, subestimou o impacto fiscal em cerca de R$ 10 bilhões.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), afirmou ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que considera "difícil" o partido ter candidatura própria à Presidência da República. Segundo Eunício, o presidente Michel Temer o deixou "completamente liberado" para fazer coligações no Estado. Nesta quinta-feira, 10, os dois emedebistas se reuniram no Palácio do Planalto para tratar de votações no Congresso.

Na quarta-feira, 9, caciques do MDB como o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), o senador Renan Calheiros (AL) e Eduardo Braga (AM), tiveram um encontro na casa de Eunício, em Brasília, para tratar da eleição.

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Nos bastidores, o grupo já trata como certa a desistência de Temer da disputa eleitoral, que só deve ser anunciada oficialmente no final do mês, e se preocupa agora com uma eventual aliança nacional, que pode atrapalhar as coligações nos Estados. Renan, por exemplo, defende a aliados que o MDB não apoie ninguém oficialmente para a Presidência.

Em entrevista ao Broadcast, Jucá indicou nesta quarta-feira, 9, que o presidente Temer não será mesmo candidato à reeleição. O senador disse que o principal objetivo do partido é eleger "a maior bancada da Câmara e do Senado". Ele também afirmou que, se não for candidato, Temer "não estará na eleição", ou seja, não atuará na campanha.

No início da semana, a líder do MDB no Senado, Simone Tebet (MS), declarou que o presidente Temer e o ex-ministro Henrique Meirelles só deveriam entrar na disputa se tiverem chances de chegar ao segundo turno, porém ambos não ultrapassam 2% das intenções de voto. Ela avaliou que "não adianta forçar uma candidatura e arrastar consigo para baixo, puxar, diminuir a bancada no Congresso e candidatos a governador".

Apesar disso, Temer e Meirelles mantêm oficialmente as suas pré-candidaturas. Mais cedo, o presidente da República disse que acha difícil uma candidatura única de centro prosperar e não descartou nenhuma possibilidade.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu a prorrogação por 60 dias de um inquérito que investiga os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Romero Jucá (MDB-RR) e Eunício Oliveira (MDB-CE) e os deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Lúcio Vieira Lima (MDB-BA). O processo foi instaurado com base na delação da Odebrecht.

O inquérito apura suspeitas de que executivos da Odebrecht negociaram com os parlamentares vantagens indevidas em troca da elaboração, aprovação e promulgação de três medidas provisórias.

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Em sua manifestação, Raquel Dodge destaca que o ministro Edson Fachin autorizou à Polícia Federal acesso amplo ao sistema de comunicação ("Drousys") e de contabilidade paralela ("MyWebDay") da empreiteira. No dia 14 de abril, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que Fachin atendeu ao pedido da PF, considerado vital por delegados da corporação para o desfecho das investigações.

"Tal medida possibilitará produção de informações policiais e relatórios sobre os fatos investigados, podendo-se agregar novos elementos", observou Raquel Dodge, em despacho assinado na última segunda-feira, 7.

A procuradora-geral destacou que ainda há diligências pendentes, como a realização do depoimento do executivo Carlos Parente.

Levantamento feito pelo Estadão nos autos dos 80 inquéritos que tramitam atualmente no STF derivados da "lista de Fachin" aponta que, em pelo menos 32 casos, há manifestações formais de ao menos sete delegados que declaram ser indispensável uma perícia técnica nos sistemas da Odebrecht para a conclusão das investigações.

Procurada pela reportagem, a Odebrecht reiterou que "está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua".

A empreiteira informou que "assinou acordo de leniência com as autoridades do Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana, Equador, Panamá e Guatemala", "implantou um sistema para prevenir, detectar e punir desvios ou crimes" e "adotou modelo de gestão que valoriza não só a produtividade e a eficiência, mas também a ética, a integridade e a transparência".

O delator Nelson Mello, ex-diretor de Relações Institucionais Hypermarcas, atual Hypera Pharma, incluiu em seu acordo de colaboração premiada repasses de R$ 11,5 milhões para a campanha do atual senador Paulo Bauer (PSDB-SC) ao governo de Santa Catarina, em 2014. Os repasses, segundo Mello, teriam sido feitos por meio de contratos fictícios com três empresas.

A revelação do delator deu origem a um inquérito que tramita sob relatoria do ministro Edson Fachin, no Supremo Tribunal Federal (STF). O jornal O Estado de S. Paulo revelou que a PF investiga se Mello omitiu informações em sua delação para proteger o maior acionista da Hypera Pharma, João Alvez Queiroz Filho, e o CEO da empresa, Cláudio Bergamo. Os dois foram alvos de busca e apreensão na operação Tira-Teima, deflagrada pela PF na terça-feira, dia 10.

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A informação sobre os repasses ao senador foi encaminhada à Procuradoria-geral da República após Mello ser questionado em 4 de julho do ano passado, meses após fechar seu acordo, sobre pagamentos da farmacêutica para as empresas Ycatu Saneamento, Prade & Prade Advogados e Instituto Paraná Pesquisas.

"Que os nomes das empresas inicialmente mencionadas, Ycatu, Prade e Prade Advogados e Instituto Paraná, tem quase absoluta certeza que não foram com o Milton Lyra; que apenas Funaro e Milton Lyra pediram a celebração de contratos fictícios ao depoente", disse Mello à PGR no início de junho.

Cerca de 20 dias após essa primeira versão sobre os contratos, Mello, por meio de seu advogado, enviou à PGR "esclarecimentos adicionais". No documento, o delator explica que nunca teve "motivo para ocultar a existência destes contratos e a omissão decorreu da circunstância de estar focado apenas nas pessoas de Lúcio Funaro e Milton Lyra." Os dois, apontados como operadores do MDB, foram os únicos citados na primeira versão da delação de Mello como intermediários de repasses para parlamentares do MDB.

Na segunda versão, entregue em 28 de julho, Mello incluiu os repasses às três empresas e explicou que "tais contratos, sem a efetiva prestação de serviços, foram firmados para ocultar doação não declarada de valores para a campanha do senador Paulo Bauer, em 2014, para o governo de Santa Catarina".

"A doação foi feita porque o declarante considerou importante desenvolver laços políticos com parlamentar influente do PSDB, que concorre ao governo estadual e participava ativamente de assuntos relacionados à guerra fiscal entre os Estados e à indústria farmacêutica", disse Mello.

Defesas

O senador Paulo Bauer (PSDB-SC), por meio de sua assessoria, disse que todos os recursos utilizados na campanha de 2014 "foram rigorosamente contabilizados, tendo sido as contas aprovadas pela Justiça Eleitoral" e que defende "que a Justiça cumpra o seu papel e que os órgãos de investigação realizem com isenção e liberdade total o trabalho que a Constituição Federal lhes atribui".

O Instituto Paraná Pesquisas, em nota, afirma que tem "compromisso com a excelência no trabalho, com respeito à verdade, à integridade e à retidão" e que "está à disposição das autoridades para prestar qualquer esclarecimento necessário e comprovar que jamais desviou-se do caminho da integridade".

Em nota, a Hypera Pharma afirma: "A Companhia reitera que (a) está colaborando e colaborará com as investigações; (b) os atos praticados pelo ex-executivo foram objeto de auditoria conduzida por assessores externos, a qual concluiu que o Sr. Nelson José de Mello autorizou, por iniciativa própria, despesas sem as devidas comprovações das prestações de serviços; (c) foi ressarcida pelos prejuízos sofridos; e (d) não se beneficiou de quaisquer atos praticados isoladamente pelo ex-executivo."

A reportagem não conseguiu contato com a Ycatu Saneamento. O Prade & Prade Advogados não retornou aos contatos da reportagem.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), evitou comentar nesta terça-feira a Operação Tira-Teima deflagrada pela manhã pela Polícia Federal, que investiga pagamentos de vantagens indevidas, por parte de um grupo empresarial a políticos para obter benefícios em medidas de interesse do grupo econômico.

Os alvos são pessoas supostamente ligadas ao senador Eunício, que não é alvo de nenhum dos oito mandados de buscas autorizadas pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.

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Na cerimônia na qual recebeu a medalha da Ordem do Mérito Judiciário Militar, Eunício foi questionado sobre as denúncias envolvendo a operação e limitou-se a responder: "Que denúncia? Não sei de nada". Em seguida, saiu em meio ao tumulto e assédio da imprensa, sem esperar o final da cerimônia.

Durante o evento, o senador demonstrou preocupação, consultando o celular todo o tempo. A assessoria de Eunício disse que, quando tiverem maiores detalhes sobre a operação da PF, deverão comentar. Mas, por ora, não.

Enquanto a maioria dos políticos tentam desconversar quando se trata de falar da eleição de 2018, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), fez uma declaração polêmica, na noite dessa quinta-feira (19), durante um evento no Sebrae de Fortaleza. “Se não houver um entendimento nacional [do PMDB], se não houver uma aliança local que me obrigue diferente, eu sou eleitor do Lula”, afirmou ao jornal O POVO.

Eunício defendeu a liberação de alianças nos estados porque acredita que a sigla não vai lançar candidato próprio a presidente. “Se tiver liberado, se [o voto] for livre, obviamente votarei no presidente Lula”, reiterou o senador. 

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Nos bastidores, comenta-se que Eunício está se aproximando do governador do Ceará, Camilo Santana (PT). O objetivo seria que o petista concorresse a uma das vagas do Senado com uma possível aliança. Camilo nega, mas também não afasta a possibilidade. Também comenta-se que as negociações de alianças para as eleições de 2018 entre o PT e PMDB já estão acontecendo em, ao menos, cinco dos nove estados do Nordeste, entre eles o Ceará. 

Apesar das declarações em prol de Lula, Eunício votou a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), disse na tarde desta segunda-feira, 2, que está mantida a sessão prevista para analisar nesta terça-feira, 3, as medidas impostas pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG). O presidente do Senado, no entanto, ressaltou que uma decisão judicial pode mudar os planos.

Na semana passada, a Primeira Turma do STF decidiu afastar Aécio das funções parlamentares e colocá-lo em recolhimento domiciliar noturno.

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O advogado Alberto Zacharias Toron, defensor do tucano, protocolou nesta segunda um mandado de segurança no STF para que a decisão da Primeira Turma seja suspensa, até que o plenário da Corte julgue uma ação direta de inconstitucionalidade que trata sobre o afastamento de parlamentares. A discussão dessa matéria está marcada para o dia 11 de outubro.

"Não tenho como adiar uma votação (no Senado) que foi feita através de um regime de urgência assinado por quase a totalidade dos líderes e aprovado em votação nominal, e não simbólica. Agora vamos aguardar até amanhã", disse Eunício, após reunião de uma hora e meia com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do STF, Cármen Lúcia.

"A pauta do Senado é uma pauta pra amanhã, não é pra hoje. Se tem pedido de liminar que não foi feito pelo Senado, mas pelas partes interessadas, temos de aguardar até amanhã. Não sou advogado do senador Aécio. Estou aqui como presidente de uma instituição, que é o Poder Legislativo", ressaltou o peemedebista.

Para a defesa de Aécio, a imposição de medidas cautelares contra o tucano não é justificável. A defesa argumenta que o STF "nunca teve a oportunidade de analisar os fatos" que são imputados ao senador no âmbito da delação da JBS, destacando que ainda não foi recebida pela Corte a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o tucano.

"De fato, é absolutamente temerário aplicar a um senador da República medida dessa gravidade e violência, que lhe retira do cargo para o qual - insista-se - foi eleito pelo povo, especialmente porque, rememoremos, não há expressa autorização legal e constitucional para medida dessa natureza que, ao fim e ao cabo, revolve princípios básicos de separação de poderes", sustenta o advogado do tucano.

Até a publicação deste texto, ainda não havia sido definido o relator do mandado de segurança de Aécio.

Ação

O ministro do STF Edson Fachin liberou para julgamento na última sexta-feira uma ação que trata do afastamento de parlamentares, atendendo a um pedido da ministra Cármen Lúcia para votar a matéria o quanto antes. Cármen agiu para diminuir a crise entre o STF e o Congresso, em um esforço para evitar o risco de ver o tribunal desmoralizado caso o Senado eventualmente descumprisse a decisão da Primeira Turma.

Na ação ajuizada pelo PP, PSC e Solidariedade, os partidos pedem que o Congresso Nacional dê a palavra final sobre a aplicação aos parlamentares das medidas previstas nos artigos 312 (que trata de prisão preventiva) e 319 do Código de Processo Penal (que trata do recolhimento domiciliar noturno e outras restrições menos graves, como a proibição de manter contato com determinada pessoa ou ir a certos locais).

O entendimento firmado atingirá não apenas Aécio Neves diretamente, mas quaisquer outros parlamentares que venham a ser alvos de medidas judiciais.

O cenário hoje no STF é considerado favorável ao senador. As indicações internas são de que a maioria dos ministros da Corte deve admitir que cabe ao Congresso dar a palavra final sobre o afastamento de parlamentares.

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, vai receber o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), na manhã desta segunda-feira. Desde a semana passada, os dois têm mantido conversas no sentido de articular uma solução para o impasse originado do afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Na última terça-feira, depois de a 1ª Turma do Tribunal impor ao senador afastamento do mandato e o recolhimento noturno, o Senado reagiu. Ministros da própria Corte fizeram críticas abertas à decisão da 1ª Turma e os senadores indicaram que deixariam para o plenário da Casa a palavra final sobre o destino do tucano.

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Na iminência de ver o Senado derrubar a decisão do STF e abrir uma crise entre os dois Poderes, Cármen e Eunício decidiram apostar no "diálogo" para evitar o impasse. Na ocasião, após a conversa, Cármen disse a jornalistas que a ação seria julgada o mais rápido possível. No dia seguinte, o relator do caso, ministro Edson Fachin, liberou o caso para ser incluso em pauta e Cármen marcou o julgamento para o próximo dia 11.

A ação direta de inconstitucionalidade discute se o Senado pode ou não rever medidas cautelares impostas pelo Supremo a parlamentares que não sejam a prisão - o que tem repercussão no caso de Aécio. Eunício havia marcado sessão para terça-feira, 3, para analisar as medidas contra o tucano, mas deve propor o adiamento da discussão para aguardar a definição do STF.

A previsão dentro da Corte é de que a maioria do Supremo chancele a possibilidade de o Senado decidir sobre o afastamento de parlamentares, mas em um placar apertado. São considerados imprevisíveis os votos do decano, Celso de Mello, e de Cármen. Os dois são os últimos a votar no plenário. É possível ainda que Cármen desempate a questão. A interlocutores, a presidente da Corte tem se mostrado crítica à decisão da 1ª Turma, tomada por 3 votos a 2.

Em dezembro do ano passado, Cármen Lúcia também foi a fiadora de uma solução pacífica para um confronto entre Senado e Supremo. Na ocasião, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) não cumpriu liminar do ministro Marco Aurélio Mello que o afastava da presidência da Casa. Por maioria, o plenário do STF decidiu não referendar a decisão do ministro.

Na noite de quinta-feira, a jornalistas, Cármen foi questionada sobre a relação com a Eunício e respondeu: "Nós estamos numa boa, gente". Na tarde do mesmo dia, o ministro Marco Aurélio Mello disse que o País estava "diante de uma crise institucional grave".

Maia

A presidente do STF também receberá na manhã desta segunda-feira o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Na semana passada, os dois discutiram a situação da denúncia contra o presidente Michel Temer, que será analisada na Câmara. Eles chegaram a um consenso sobre o não fatiamento da acusação contra Temer e dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência).

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), propôs neste domingo, 6, em reunião no Palácio do Planalto o remanejamento de recursos já existentes no Orçamento do governo federal para bancar o Fundo Especial de Financiamento da Democracia (FDD).

O fundo, em discussão na reforma política, vai custear as eleições com verbas públicas. Pressionados pela proximidade do calendário eleitoral, os parlamentares querem aprovar mudanças na legislação ainda neste mês para ter validade já em 2018.

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As propostas tramitam na Câmara, e o relator de duas comissões, deputado Vicente Cândido (PT-SP), estima que o fundo eleitoral custe ao Tesouro R$ 3,5 bilhões em 2018. Na quarta-feira, os deputados retomam a discussão e votação do relatório de Cândido na comissão especial.

A ideia do peemedebista é criar uma espécie de "cesta eleitoral" a partir, principalmente, de verbas destinadas a partidos políticos. Com isso, a distribuição de dinheiro do Fundo Partidário - orçado em R$ 819 milhões neste ano - seria alterada. As fundações e institutos partidários passariam a receber 10% do valor global em vez dos atuais 20%. Os outros 10% seriam endereçados ao fundo eleitoral.

Eunício também pretende rever gastos com a propaganda partidária gratuita, reduzindo despesas com as inserções em rádio e TV ao longo do ano, fora do período eleitoral. Ele quer ainda destinar ao financiamento das eleições parte das emendas parlamentares impositivas: seriam cortadas as emendas coletivas de bancada, sem mexer nas individuais.

"Faríamos uma cesta com esses recursos que já existem para não criar uma crise econômica com um novo fundo, num momento de dificuldade de arrecadação", disse Eunício. "Precisamos de financiamento. O caminho é fazer uma cesta de recursos existentes para criar o fundo."

A proposta da "cesta eleitoral" deve ser um dos temas de uma reunião marcada para amanhã. Eunício convidou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para um jantar na residência oficial do Senado, acompanhado de alguns líderes parlamentares. Segundo ele, o presidente Michel Temer e Maia indicaram na reunião de ontem no Planalto estar de acordo com a proposta. "Todo mundo concordou. Já conversei com alguns partidos, e acho que tem aceitação, sim", disse.

O senador vinculou a criação do FDD a mudanças mais profundas no sistema eleitoral, como cláusula de barreira, fim das coligações proporcionais e voto distrital misto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Senado Federal remeteu, através das redes sociais, a uma das maiores preocupações do brasileiro: a segurança pública. Em postagem no Facebook, nesta quinta-feira (3), a Casa quer saber a opinião dos cidadãos sobre o assunto. “Na sua opinião, o que precisa ser feito para dar mais segurança aos cidadãos?”, indagou em uma publicação no qual ressalta que “segurança pública é prioridade do Senado”. 

De acordo com informações da Casa, a partir da próxima semana, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), irá se reunir com os líderes partidários e outros parlamentares para traçar uma “pauta prioritária” sobre o tema. 

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“Queremos fazer, a partir da semana que vem, uma discussão com o Plenário, com os líderes sobre a questão da segurança pública. Vamos pegar todos os projetos que estão nas comissões e vamos fazer uma pauta da segurança pública”, prometeu. 

A rede social do Senado também destacou, em outra postagem, “O Mapa da Violência no Brasil” ressaltando que 1 pessoa é assassinada a cada 9 minutos no país sendo que 92% das vítimas são homens e 8% das vítimas são mulheres. Outro dado apresentado revela que 53% têm entre 15 e 29 anos e 71% são negros. 

O senador Jorge Viana (PT) declarou que é muito grave o que o Brasil vive. “Se for perguntado hoje aos brasileiros que tema o Senado deveria não só debater, mas também tomar atitudes em relação a ele, certamente, a questão da insegurança estaria em primeiro lugar ou entre os mais cotados. É muito grave o que nós estamos vivendo”, lamentou. 

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), evitou fazer juízo de valor sobre o teor da reforma trabalhista, aprovada na noite desta terça-feira (11), no plenário da Casa. "Não sei, o presidente do Senado nem sequer vota", respondeu, ao ser questionado sobre a proposta.

Ele disse ainda que o acordo do governo para alterar trechos do texto através de uma medida provisória (MP) e de vetos presidenciais foi feito com parlamentares, e não com a instituição do Senado. O presidente também reforçou que não participou de nenhuma tratativa com o Palácio do Planalto.

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Eunício avaliou que atuou como um "democrata" ao lidar com a ocupação de senadoras na mesa diretora do plenário ao longo de todo o dia. "Pela primeira vez na história da República alguém invadiu a mesa do Senado e ficou durante oito horas. Nem a ditadura ousou sentar à mesa do Senado", criticou.

Com sessão conturbada, a reforma trabalhista foi aprovada nesta terça-feira (11), no plenário do Senado por 50 votos favoráveis e 26 contrários. Houve 1 abstenção em um quórum de 77 senadores. O projeto segue agora para a sanção presidencial.

O projeto é considerado pelo governo de Michel Temer uma das principais medidas para estimular novas contratações no mercado de trabalho e desburocratizar os processos de admissão e demissão -- queixa recorrente de muitos empresários. O texto altera mais de 100 pontos da CLT. Entre eles, autoriza os trabalhos intermitentes, permite dividir as férias em três períodos e faz com que os acordos coletivos tenham força de lei.

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A sessão plenária, que teve início às 11h, foi marcada por tumultos e bate-bocas entre os parlamentares. Por volta das 12h30, as senadoras da oposição Gleisi Hoffman (PT-PR), Fátima Bezerra (PT-RN), Vanessa Graziotin (PCdoB-AM), Regina Sousa (PT-PI) e Lídice da Mata (PSB-BA) ocuparam a mesa diretora do plenário como forma de obstruir a votação. Em reação, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMBD-CE) apagou todas as luzes do plenário e suspendeu a sessão por mais de quatro horas.

Fora do plenário, Eunício declarou que a sessão só seria retomada quando "a ditadura deixar". Às 13h44, o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), acusou a presidência da Casa de estar arrumando o auditório Petrônio Portela para transferir a votação da reforma trabalhista para o local. O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) era um dos que tentavam reunir assinaturas para tentar realizar a votação fora do plenário

A sessão só foi reaberta às 18h36, quando Eunício retornou à cadeira da presidência na mesa diretora. Após retomar o seu posto, Eunício disse que "Deus lhe deu essa qualidade da paciência" e que não tinha pressa para encerrar a votação. Ele classificou a ocupação da mesa por parte de senadores da oposição como um "episódio triste", mas pediu calma aos senadores da base aliada.

Os oposicionistas pediram a palavra pra encaminhar voto contrário à matéria. Partidos da base aliada como PMDB, PSDB, PSD, DEM e PP aproveitaram para fazer sinalizações positivas ao projeto, que foram computadas como encaminhamento favorável ao texto.

Em meio à confusão, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) esbravejava pedindo a palavra, enquanto o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR) computava os votos dos aliados pessoalmente e os comunicava em voz alta.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), confirmou ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, neste domingo (9), que vai colocar a reforma trabalhista em votação no Plenário na terça-feira (11). A confirmação foi feita após reunião entre Eunício e Temer, no Palácio do Jaburu. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também participou do encontro.

Quando questionado sobre possíveis impactos de um revés contra o governo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que analisará a denúncia contra Temer, o presidente do Senado disse que a votação será pautada independentemente do que acontecer na Câmara dos Deputados.

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O monitoramento para a votação da reforma trabalhista no Senado indica um quadro preocupante para o governo. Há uma semana, o Palácio do Planalto previa 43 senadores favoráveis ao projeto no plenário. A pesquisa mais recente indica que um deles não acompanhará o governo e deve votar "não". Assim, a expectativa é de que 42 senadores apoiarão a reforma - apenas um a mais que o mínimo necessário.

Diante dessa margem apertadíssima de apenas um voto naquela que é considerada "a mais fácil das reformas" por precisar de maioria simples no plenário - a da Previdência exige três quartos - , o Palácio do Planalto tem se desdobrado para tentar derrubar a denúncia contra Temer e, ao mesmo tempo, convencer cinco senadores que ainda estão em dúvida sobre a reforma trabalhista.

O esforço é direcionado a Dario Berger (PMDB-SC), Lasier Martins (PSD-RS), Magno Malta (PR-ES), Omar Aziz (PSD-AM) e Ronaldo Caiado (DEM-GO). Esses senadores reconhecem pontos favoráveis da reforma, mas criticam itens do projeto ou a tramitação do texto na Casa. No grupo, Magno Malta parece ser o mais inclinado a votar com o governo. O Planalto, porém, acredita que poderá convencer os demais.

Na reunião de Temer com 22 ministros antes do embarque para o G-20 na Alemanha, na noite de quarta-feira, o presidente pediu apoio à equipe não apenas para derrubar a denúncia no Congresso, mas também para garantir a reforma trabalhista. No Planalto, o projeto considerado fundamental para dar "fôlego político" ao governo.

A iniciativa para agradar ao grupo está a cargo do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). O parlamentar tem carta branca de Michel Temer para costurar acordo de ajuste de pontos da reforma trabalhista e já se compromete a mudar oito pontos da reforma, como a criação de quarentena para a migração de um trabalhador para o contrato intermitente e o cancelamento do artigo que permitia que grávidas e lactantes trabalhem em locais insalubres. Outro tema que será alterado é a criação de uma alternativa ao imposto sindical.

Entre 11h e 14h15 deste sábado, 8, o Brasil terá três presidentes da República. O fato inusitado se deve às voltas do presidente Michel Temer e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao Brasil, que devem acontecer quase de maneira simultânea.

Desde quinta-feira (6), o presidente em exercício é Eunício Oliveira (PMDB-CE), terceiro na linha sucessória presidencial por ser presidente do Senado. Eunício assumiu em razão de compromissos oficiais de Maia, na Argentina, e de Temer, na Alemanha, em razão da reunião do G20.

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Maia e Temer retornam ao País neste sábado, em meio ao agravamento da crise política, às vésperas da apresentação do parecer da denúncia contra Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

O presidente da Câmara embarcou de Buenos Aires por volta das 11h15. Como é o segundo na linha sucessória, ele assume automaticamente as funções de presidente em exercício ainda no ar, assim que entrar no espaço aéreo brasileiro, segundo advogados consultados pela reportagem.

No entanto, provavelmente quando desembarcar na capital federal, Maia já não será mais o presidente em exercício. Isso porque Temer, que embarcou às 7h25 da cidade alemã de Hamburgo, já estará no espaço aéreo brasileiro. A reportagem apurou que a previsão para que o peemedebista entre no espaço aéreo é por volta das 14h15. A estimativa de desembarque do presidente em Brasília, de acordo com o Palácio do Planalto, é às 18h15.

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