Termos de cooperação, propostas de participação e um impasse financeiro que impede a tomada de decisões. Nesta terça-feira (5), a Justiça Federal promoveu mais uma audiência pública – a terceira em dois meses – para buscar resolver a situação dos prédios-caixão da Região Metropolitana do Recife. Após o desabamento parcial do Edifício Emílio Santos, em Boa Viagem, a pressão sobre uma decisão judicial está cada vez mais forte.
Presidida pela juíza federal titular da 12ª Vara, Joana Carolina Lins, a audiência contou com representantes do Governo do Estado, da Caixa Econômica Federal e dos municípios com casos de prédios em situação de risco. Desde 2011, há uma liminar que obriga as cidades, o Estado e a Caixa a realizarem um estudo técnico sobre tais edificações, para que as medidas necessárias sejam tomadas a fim de proteger o patrimônio e as pessoas.
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“O problema é que precisamos fechar a conta. A Caixa afirma que se responsabiliza por um terço dos recursos, assim como o Estado também só fica com um terço. Sem o restante, os estudos técnicos não podem ser iniciados”, explicou a juíza Joana Carolina Lins. Atualmente, a Caixa contabiliza 312 unidades que precisam de intervenção. Destas, uma parte já foi interditada, mas mais de 200 continuam com moradores.
Além da urgência em contratar empresas para a realização de estudos técnicos, a prestação de auxílio financeiro às famílias obrigadas a saírem de seus lares também pressiona o andamento do processo. No caso do Emílio Santos, as pessoas ainda não receberam as indenizações devidas e ainda pagam impostos, como se permanecessem residindo no local.
A previsão é de que, após esta audiência, alguma resposta mais concreta seja dada a sociedade civil e, principalmente, aos moradores de imóveis prejudicados pela construção irregular. A Caixa afirmou que se posicionará oficialmente apenas através de nota.