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O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta sexta-feira (20) que será criada uma Comissão Nacional de Inteligência e Operações contra o crime organizado. O foco da comissão será o combate às facções criminosas que atuam no sistema penitenciário brasileiro.

Jungmann declarou que o controle dos grupos criminosos está tornando o Brasil refém do sistema prisional. Para o ministro, as organizações criminosas precisam ser enfrentadas porque representam hoje a maior ameaça à segurança do país.

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“Hoje o sistema penitenciário brasileiro, que já é o terceiro maior do mundo, está sob o controle das facções e grupos criminosos, por isso eu estou criando a Comissão Nacional de Inteligência e Operações contra o crime organizado reunindo todos os órgãos do governo federal e do governo estadual para combater as facções criminosas, que hoje representam a maior ameaça à segurança pública dos brasileiros e brasileiras e às instituições, à sociedade e à própria democracia”, afirmou.

Além da criação da comissão, Jungmann disse que o ministério vai financiar os estados que quiserem bloqueadores de sinais de celular e tornozeleiras para evitar o encarceramento de mais jovens. O ministro citou ainda um projeto de lei que tramita no Congresso e prevê que os chefes de facções cumpram toda a pena no sistema de segurança máxima, e não apenas um ano como é hoje.

O projeto prevê ainda o fim das visitas íntimas e que as visitas familiares ou com advogados sejam monitoradas em parlatórios. “Se nós não cortarmos o fluxo de comunicação entre o grande crime que está preso e o crime que está na rua nós, na verdade, estaremos enxugando gelo”, disse.

Segundo o ministro, o Brasil tem hoje, aproximadamente, 70 facções criminosas, desde locais até internacionais, como o PCC (Primeiro Comando da Capital), que atua em 5 países da América do Sul e outras regiões. Jungmann chamou a atenção ainda para a falta de controle sobre o sistema prisional.

“O controle é deficitário, existe infelizmente corrupção, falta de pessoal, falta de controle. E nós vamos lutar contra isso, criando o conselho nacional e tomando todas as medidas necessárias para combater o crime organizado. Pode ser inclusive através do Sistema Unificado de Segurança Pública, que faz com que, pela primeira vez, União, estados, municípios e todas as polícias estejam integradas na operação, na inteligência e no combate ao crime organizado”, declarou.

A comissão nacional deverá ser composta pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Polícia Federal, Forças Armadas, Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão do Ministério da Fazenda que monitora a questão da lavagem de dinheiro, além do Banco Central e todas as polícias militares do país.

O ministro também adiantou que nas próximas semanas o presidente Michel Temer deve editar um decreto que cria uma política nacional para presos egressos e vai disponibilizar, inicialmente, R$ 50 milhões para iniciativas que inibam a reincidência de crimes.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro junto ao Grupo de  Combate ao Crime organizado do Ministério Público (MP-RJ) prendeu um casal suspeito de desvio de dinheiro público. Luiz Eduardo e Simone Cruz foram detidos em uma casa de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. 

De acordo com a investigação, a Bio-Rio, um pólo de empresa de biotecnologia que recebe verbas para formação de médico, teria feito seis convênios com a Secretaria da Saúde do Rio entre 2014 e 2016 para a realização de cursos de pós-graduação para o médico da Secretaria. 

Segundo a investigação, a prefeitura repassou mais de R$ 87 milhões, dos quais R$ 6 milhões destinavam-se ao pagamento de uma taxa de administração. Escutas telefônicas feitas com autorização da Justiça mostram a preocupação dos integrantes do conselho da Bio-Rio com a investigação. Em um dos trechos, a testemunha comenta irregularidade apontadas pelo TCM. 

Luiz Eduardo faz parte do conselho administrativo do Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), organização social que administra várias unidades de saúde no Rio. Segundo os investigadores, essas empresas não estão envolvidas no desvio, mas os acusados usavam a estrutura delas para cometer os crimes.

Apesar de os convênios terem sido feito entre a Bio-Rio e a prefeitura, tanto Simone quanto Eduardo usavam o e-mail da Cryopraxis (banco privado de sangue de cordão umbilical do Brasil) para negociar. A investigação aponta ainda que outras oito pessoas estão envolvidas no crime.

Junto com outros dois denunciados, eles definiam como aconteceriam os desvios de verba pública, reuniões com os demais membros da organização criminosa e definição dos percentuais e valores desviados dos convênios. "Em resumo, tinham o poder de criação, gerência e manutenção dos crimes e, consequentemente, o domínio final dos delitos praticados pela malta", descreve a denúncia do Ministério Público.

A Bio Rio informou que não tem nada a declarar sobre a operação. Os investigadores informaram que não existe qualquer irregularidade envolvendo a prefeitura do Rio. Os advogados de defesa do casal não se pronunciaram.

Com a posse marcada para esta sexta-feira às 10h, o novo diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, convidou para formar a cúpula da instituição delegados que são especialistas em combate ao crime organizado. A expectativa na corporação é de que, com o novo comando, a PF consiga ser protagonista na atuação contra as organizações criminosas ligadas ao narcotráfico e a desvios de dinheiro público na nova formatação do Ministério da Segurança Pública.

Para a Diretoria de Inteligência Policial, Galloro convidou Umberto Rodrigues, ex-superintendente em Goiás e há 14 anos na PF. Na corporação, integrou a delegacia de repressão ao tráfico de entorpecentes no Amazonas. Entre 2011 e 2013, atuou como subsecretário estadual de Segurança.

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Rodrigues é estudioso do tráfico de drogas na Região Norte, sede de uma das maiores facções do Brasil, da Família do Norte (FDN) e principal rota de entrada de cocaína do País.

O atual diretor regional no Distrito Federal, Élzio Vicente da Silva, foi chamado para cuidar do combate ao crime organizado. Outro superintendente, do Ceará, Delano Bunn, foi convidado para a Diretoria de Gestão de Pessoal. A delegada Silvana Helena Borges é o nome para ocupar a Diretoria Executiva.

Delegado federal há 23 anos, Galloro é visto como de perfil técnico, com maior afinidade para cargos administrativos. Antes de ser diretor executivo na gestão de Leandro Daiello, Galloro foi superintendente em Goiás, diretor de Administração e Logística e adido policial nos Estados Unidos. Durante a gestão de Daiello, o novo diretor-geral atuou como coordenador das forças da PF na Copa de 2014 e na Olimpíada de 2016. Desde 2017, quando assumiu a Secretaria Nacional de Justiça, ele também integra o Comitê Executivo da Interpol. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma jornalista da emissora pública "RAI" foi agredida nesta sexta-feira (9), em Bari, no sul da Itália, enquanto tentava entrevistar parentes do líder de uma organização criminosa.

Mariangela Mazzola estava na capital da Puglia para fazer uma reportagem sobre a criminalidade local. Ao pedir uma entrevista com familiares de um "boss" já condenado pela Justiça, foi agredida no rosto por uma mulher.

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Segundo as primeiras informações, estava acontecendo um velório na casa da agressora da repórter. Mazzola foi levada ao pronto socorro e já foi ouvida pelo procurador Giuseppe Volpe e pela polícia.

Em novembro passado, outra equipe da emissora - um jornalista e um cinegrafista - havia sido atacada por Roberto Spada, irmão de Carmine Spada, condenado em junho de 2016 por extorsão com método mafioso. O episódio ocorreu no distrito periférico de Ostia, em Roma, e Spada acabou detido.

Da Ansa

Na última terça (30) o governador do Ceará, Camilo Santana, se reuniu com o Presidente da República, Michel Temer, para tratar a segurança pública no Ceará. O governador fez uma série de pedidos e parte deles foi aprovada pelo presidente de imediato, como por exemplo uma força tarefa da Policia Federal no Estado. Camilo também pediu medidas de médio e longo prazo e o apoio financeiro para investir em ações de segurança no Ceará.

O tema da reunião foi focado na crise da segurança pública do Ceará, após dois registros de chacina em menos de 72 horas. 14 pessoas foram mortas em uma casa de show e outras 10 mortes de presos ocorreram em uma cadeia pública do interior do Ceará. Ambos os crimes possuem relação com uma facção criminosa que vem aterrorizando o Estado.

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O presidente Temer autorizou o envio de uma força-tarefa da equipe de Inteligência da Polícia Federal para o Ceará para combater o crime organizado. Em um vídeo publicado pela sua assessoria de imprensa, o gestor disse que o presidente foi solícito e ficou de avaliar os demais pontos solicitados.

Participaram da reunião o presidente do Senado, Eunício Oliveira; o presidente do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), desembargador Gladyson Pontes; e o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, José Albuquerque.

Críticas

Recentemente Camilo Santana fez críticas que não foram bem recebidas no Palácio do Planalto. O governador disse que a entrada de armas e de drogas no estado deve ser combatida pelo Governo Federal e cobrou publicamente ações mais efetivas no combate ao crime organizado. O ministro da Justiça, Torquato Jardim, respondeu que espera um pedido formal por parte do governador para enviar tropas federais para o Estado e que está ciente de toda a situação no Ceará. O ministro informou que não está prevista visita ao Ceará.

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, acusou políticos e comandantes de batalhão de se associarem ao crime organizado no Rio e disse que "a milícia tomou conta do narcotráfico". Torquato também afirmou que o governador fluminense, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e o secretário de Segurança Pública, Roberto Sá, não têm controle sobre a Polícia Militar. Eles rebateram a declaração.

"Todo mundo sabe que o comando da PM no Rio é acertado com deputado estadual e o crime organizado", disse Torquato, em conversa com jornalistas, sem citar nomes de possíveis envolvidos. "Comandantes de batalhão são sócios do crime organizado no Rio."

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Para o ministro, o assassinato do tenente-coronel Luiz Gustavo Lima Teixeira, na quinta-feira passada, foi uma retaliação. Comandante do 3°Batalhão da Polícia Militar do Rio, Teixeira, de 48 anos, foi executado a tiros no Méier, na zona norte. Trata-se do 111.º policial morto neste ano no Estado.

"Nada me tira da cabeça que aquilo foi um acerto de contas", afirmou o ministro da Justiça. Na tentativa de comprovar sua suspeita, Torquato disse ter chamado a atenção sobre detalhes do crime em recente encontro com Pezão e Sá. "Ninguém assalta dando dezenas de tiros para cima de um coronel à paisana, num carro descaracterizado", argumentou Torquato. "O motorista era um sargento da confiança dele."

Teixeira, na realidade, vestia farda. Quem estava à paisana era o cabo Nei Filho, que dirigia o carro. A versão oficial, divulgada até agora, é a de que houve reação a uma tentativa de assalto iniciada por quatro pessoas. A polícia prendeu um suspeito de envolvimento no assassinato.

Torquato disse ter certeza de que a situação no Rio vai melhorar com o apoio do governo federal e uma "interface" com as Forças Armadas. "Podem me cobrar no fim de 2018", comentou. "Mas a virada da curva ficará para 2019, com outro presidente e outro governador. Com o atual governo do Rio não será possível. Já tivemos ali conversas duríssimas. Não tem comando."

No seu diagnóstico, a campanha eleitoral de 2018 será dominada por dois grandes temas: economia e segurança pública. "A segurança já passou a saúde", observou Torquato.

Reação

O governador e o secretário reagiram. Pezão afirmou, em nota, que o Estado e o comando da polícia "não negociam com criminosos", ressaltando que "o comandante da PM, coronel Wolney Dias, é um profissional íntegro". O governador destacou ainda que o ministro nunca procurou Pezão para tratar do assunto abordado.

O governador frisou também que as escolhas de comandos de batalhões e delegacias fluminenses são decisões técnicas e que jamais recebeu pedidos de deputados para tais cargos.

O secretário Sá disse que as declarações de Jardim causaram "indignação". "Roberto Sá refuta totalmente as interferências políticas, tendo colocado como premissa básica para assumir o cargo a total autonomia para a escolha dos comandados. Sá reafirma que o Comandante-geral possui autonomia para as escolhas de comandantes de batalhões, feitas por critérios técnicos", afirma a nota da pasta.

"A despeito de todas as crises pelas quais o Estado passa, incluindo a financeira, que afeta diretamente a remuneração dos agentes públicos, bem como qualquer investimento ou custeio, a Secretaria de Segurança, por meio do incessante trabalho das Polícias Civil e Militar, vem mantendo a produtividade em ações, bem como conseguindo reverter a tendência de aumento de alguns indicadores", acrescentou Sá.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) aponta que metade da população adulta brasileira sente a presença do crime organizado em sua vizinhança. Realizado pelo Instituto Datafolha, o levantamento aponta que 23% dos entrevistados consideram a sensação alta e 26%, uma sensação média.

A percepção de insegurança é maior nas regiões metropolitanas sobretudo entre a população de maior poder aquisitivo e no sudeste. Dos pesquisados, ainda 24% consideram a sensação do crime organizado baixa e 23% não percebem. 

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Segundo o levantamento, as cidades localizadas nas Regiões Metropolitanas concentram 40% das pessoas que acham alta a probabilidade de existir facção ou crime organizado na vizinhança. "O problema do crime organizado é grave e exige atenção, no entanto não está tudo dominado. Há enorme espaço para políticas públicas e para ações mais efetivas que não a que vem sendo adotada, de declarar guerra às facções. É preciso enfrentar esse problema com inteligência", diz Renato de Sérgio Lima, diretor presidente do FBSP.

Ao todo, 2087 pessoas de 16 anos ou mais foram entrevistadas. O levantamento foi feito em 130 cidades de todas as regiões do país. 

 

* Com informações da assessoria

Na última quarta-feira (2), três homens foram detidos pela polícia ao tentar transportar 18 kg de dinamite em porta-malas do carro. Os suspeitos foram presos em Petrolina (PE), na BR-428, após sair da cidade de Juazeiro, na Bahia. Os três rapazes têm a idade de 26, 33 e 25 anos.

De acordo com informações da polícia, os envolvidos foram localizados por meio de um sistema de operações de inteligência da  Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) da Caatinga. Os explosivos apreendidos foram encaminhados para perícia e os suspeitos foram levados para a delegacia do município de Petrolina.

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A operação para prender os envolvidos faz parte de uma ação da Polícia Militar da Bahia (PM-BA) juntamente com a PM de Pernambuco, de combate ao crime organizado e assaltos a banco.

Tropas militares vigiavam as principais vias de acesso ao Rio de Janeiro, neste sábado (29), após o lançamento do Plano de Segurança do Rio, uma operação contra o crime organizado que também terá de vencer o ceticismo de uma população saturada da violência.

O envio de uma força de 10 mil agentes federais, entre eles 8.500 militares, foi autorizado ontem (28) pelo presidente Michel Temer e deve durar até o final de 2018.

Neste sábado, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, reiterou que o objetivo da "Operação Segurança e Paz" é "chegar ao comando, aos arsenais [do tráfico de drogas]", em vez de provocar um "efeito inibidor" de apenas alguns dias, ou semanas.

"Estamos fazendo um reconhecimento em áreas e microáreas que serão fundamentais para ações futuras", declarou Jungmann, em entrevista coletiva.

Os agentes terão, principalmente, tarefas de Inteligência e farão operações surpresa, descartando ações ostensivas como a ocupação de favelas controladas por traficantes.

Hoje, as tropas se concentravam, em especial, na Baixada Fluminense, nos arredores do Aeroporto Internacional do Galeão e na Zona Oeste. Também havia soldados espalhados pela praia de Ipanema, na Zona Sul do Rio, e em frente ao Museu do Amanhã, na zona portuária.

A imprensa local relata que alguns motoristas manifestaram, com buzinaços, sua satisfação de ver militares assumindo a segurança das ruas. A mobilização e a ostentação de armas assustava muitos turistas, porém, que pediam explicações sobre o que está acontecendo na cidade.

Os militares já intervieram em outras ocasiões pontuais, como na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas, em 2016.

Esse envio de tropas foi feito, inicialmente, em coordenação com projetos de integração urbana e social das favelas e com a instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em comunidades. Esses programas se viram afetados pela crise do Estado do Rio, à beira da falência, e pela recessão econômica do país.

- Solução: aceitação e projetos sociais -

Com esses precedentes, é grande o ceticismo na população sobre as chances de sucesso da nova campanha.

"Só o futuro dirá", afirma João, atendente de um café de Copacabana, enquanto olha na televisão os blindados instalados na Linha Vermelha.

"Não vai dar nada, como sempre", comenta, resignado, o motorista de aplicativo de transporte urbano Emerson Silva.

Para o editor do site especializado DefesaNet, Nelson Düring, "tudo depende de como será a reação da sociedade e dos governos aos primeiros confrontos".

"Segurança e Paz" se propões "a ir além da operação dos Jogos", concentrada em "conter a criminalidade", disse Düring à AFP.

Agora, completou, o objetivo é "começar a desarticular as gangues. Isso realmente pode ser bastante traumático".

Atingir as "cadeias de comando" do tráfico de drogas "pode ser uma 'Lava Jato' do crime. A cabeça não está no morro, está na beira da praia. O menino de 15, 16 anos com um fuzil não representa nada. O problema é quem está acima dele".

Outro aspecto diz respeito ao investimento social. "De nada adianta ter militares nas ruas, se o Estado não chega com projetos de saúde e educação", conclui Düring.

Já o escritor Anderson França, um cronista da violência no Rio muito seguido nas redes sociais, acredita que "a chegada dos militares não resolve nada".

"Estamos trazendo militares para uma cidade totalmente desgovernada, sem discutir as causas, pelas quais está desgovernada", advertiu o autor do livro "Rio em shamas", em conversa por telefone com a AFP na sexta-feira à noite.

"Acho que é uma prática de diversionismo", avaliou França sobre o presidente Temer, que registra apenas 5% de aprovação de seu governo, o pior desde a redemocratização no país.

"Eu não acho que ele faça isso porque ele está preocupado com o estado de segurança no Rio de Janeiro... Esse governo não se estabelece pautado em preocupações de ordem social", considerou o escritor, referindo-se à política de ajustes promovida por Temer e pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

A socióloga Sílvia Ramos, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes, comentou que "o Rio vive uma crise estrutural e crise aguda" e, em entrevista à rádio CBN, ela disse se questionar se "esse impacto cenográfico vai ter um impacto estrutural".

O presidente Michel Temer se reúne nesta segunda-feira (13) com o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen, e outros integrantes do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) para discutir ações de prevenção e combate ao crime organizado no Brasil. Sob determinação de Temer, as medidas têm sido articuladas entre o GSI e os ministérios da Defesa e da Justiça e Segurança Pública.

O objetivo é aprimorar a capacidade estatal de controle das ações das organizações criminosas no país. As medidas a serem adotadas pelo governo estão organizadas em três eixos: aperfeiçoamento das estruturas governamentais, fortalecimento do combate ao crime organizado e ilícitos transnacionais e fortalecimento da atividade de inteligência.

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Os detalhes das medidas ainda não foram divulgados. De imediato, o governo federal adiantou que quer melhorar a gestão das ações de segurança pública por meio do aumento da cooperação internacional, da estruturação de bancos de dados nacionais, do aumento da cooperação e integração na inteligência nacional e do aperfeiçoamento da legislação de execução penal.

O prefeito de Ribeirão, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, Romeu Jacobina de Figueiredo, foi preso na Operação Terra Arrasada II, deflagrada nesta quinta-feira (1º). Foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva e 11 mandados de busca e apreensão domiciliar pelos crimes de responsabilidade, uso de documento falso, lavagem de dinheiro e crime organizado na Prefeitura de Ribeirão.

A operação visa combater a prática da “política da terra arrasada”, quando o gestor candidato não consegue se reeleger ou eleger seu candidato e começa a deixar uma dívida pública, zerando os cofres, destruindo documentos, entre outras ações. Na fase anterior, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), coordenador da operação, havia conseguido o afastamento do prefeito, mas ele conseguiu reassumir o cargo. 

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“Ele voltou à prefeitura e seguiu fazendo os mesmos desmandos, falsificando empenhos e continuando a lapidar o patrimônio da prefeitura”, comenta o procurador Ricardo Lapenda. Além do prefeito, secretários e o empresário Romero Urquiza Veras também são alvos dos mandados.

A Polícia Civil conseguiu apreender seis armas de fogo, que estavam em um sítio e na residência de Urquiza no Recife. O empresário também aparece como proprietário da empresa de coleta de lixo do município que, conforme as investigações apontaram, era fantasma. “No endereço da empresa não havia espaço para caminhões. Ele trabalhava numa sala minúscula, em um prédio em Ribeirão e ficava com todo o dinheiro das licitações superfaturadas e subcontratava caçambas através de um terceiro envolvido que também está preso”, completa o procurador.

O trabalho operacional contou com 85 policiais civis. Os presos e materiais apreendidos foram encaminhados ao Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), no Recife.

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Cinco homens foram presos em flagrante numa operação policial contra milicianos em Campo Grande, zona oeste do Rio, na sexta-feira, 18. Com os presos, agentes da 35ª Delegacia de Polícia (DP) e do 40º Batalhão de Polícia Militar (BPM) apreenderam armas e munição. Os presos foram autuados por porte ilegal de arma, receptação e constituição de milícia privada.

Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, foram presos em flagrante Wallace Rafael Pereira Rodrigues, Leandro da Silva Lins, Ronan Deyveson de Aquino, José Guilherme da Silva Lopes e Lucas Do Prado Nascimento Da Silva.

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O material apreendido inclui duas pistolas 9 mm, uma .40, uma 380, uma espingarda calibre 12, munição e diversos carregadores de pistolas, além de um simulacro de pistola .40. Ainda de acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil, oito celulares, quatro rádios comunicadores, uma farda, uma capa de colete balístico, uma touca ninja, um carro blindado e um veículo roubado também foram apreendidos com o grupo preso.

Em nota, o delegado Marcelo Ambrósio, titular da 35ª DP, informou que as investigações começaram há um mês. O delegado destacou também o trabalho conjunto entre a polícia investigativa e a PM.

Em julho de 2009, a seleção do Zimbábue viajou até a Malásia para realizar dois amistosos. Em ambos, os resultados já estavam acertados para garantir que apostadores lucrassem milhões de dólares. No primeiro jogo, os africanos cumpriram o acordo e perderam por 4 a 0. Mas os jogadores ficaram insatisfeitos, pois não haviam recebido o dinheiro prometido.

Na segunda partida também contra a Malásia, os africanos convocaram a pessoa responsável por organizar o resultado e, no intervalo dentro do vestiário, avisaram: "Não voltaremos para o segundo tempo". O criminoso que havia planejado tudo apenas abriu seu casaco. Ele tinha um revólver preso à cintura. "Você talvez não volte pra casa", respondeu. Os jogadores voltaram a campo e perderam o jogo por 1 a 0.

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Mais tarde, se descobriu que aquela nem sequer era a seleção do Zimbábue, mas apenas jogadores do país que se disfarçaram com o uniforme oficial da seleção contratados pelos apostadores. E isso tudo em uma partida disputada em uma data oficial da Fifa.

O incidente faz parte do livro que será lançado no Brasil na próxima semana e que revela como amistosos, jogos de divisões inferiores, partidas de campeonatos nacionais, torneio olímpico e até jogos de Eliminatórias para a Copa do Mundo passaram as ser manipulados. Em "Jogo Roubado" (Editora Paralela), o escritor Brett Forrest revela como o crime organizado internacional colocou definitivamente o futebol como um de seus alvos.

O autor detalha de forma inédita como uma máfia internacional aliada a cartolas sem escrúpulos compram resultados, jogadores e ligas inteiras. Sua conclusão: o esporte mais popular do planeta está seriamente ameaçado pelo crime.

Um crime que, segundo as investigações, não hesita em matar quando os lucros são afetados. Em 2012, depois de revelar como operavam os clubes da primeira divisão do campeonato búlgaro, Yordan Dinov, gerente da empresa Planetwin365 para a Bulgária, foi assassinado em plena rua da cidade de Blagoevgrad. Sua empresa havia revelado a manipulação de resultados no futebol.

A dimensão revelada indica que, até pouco tempo, nem a Fifa entendia o risco que o esporte atravessa, com a facilidade de comunicações, transferência de dinheiro e principalmente com a popularidade global do futebol. Hoje, segundo o livro, "há em curso investigações policiais sobre corrupção de resultados de jogos de futebol em mais de sessenta países, o que significa um terço do mundo".

A lista não deixa de fora nenhuma região. Na Turquia, a polícia chegou a prender cem jogadores, a associação de Futebol do Zimbábue baniu oitenta jogadores da seleção nacional. Lu Jun, o primeiro árbitro chinês a apitar uma Copa, foi preso por cinco anos por aceitar subornos de US$ 128 mil, enquanto o presidente da Associação de Futebol da China atualmente está em uma colônia penal condenado por corrupção nos resultados de jogos de futebol.

Na Coreia do Sul, 57 pessoas foram detidas por fraude de resultados. Dias depois, dois jogadores cometeram suicídio. A polícia alemã gravou criminosos croatas

discutindo por telefone seus planos para corromper jogos no Canadá.

COPA DO MUNDO - Mas é a ousadia dos criminosos em agir nos maiores torneios do mundo que mais chama a atenção dos especialistas. A investigação aponta como o Camboja manipulou sua própria derrota numa série de dois jogos com o Laos, em uma disputa qualificatória para a Copa de 2014.

O esquema mostra ainda como grupos fecharam acordos com a federação sul-africana para "fornecer" árbitros para partidas amistosas antes do Mundial de 2010. Na própria Copa, tanto a Fifa como a Uefa acreditaram que um homem que se passava por um agente do serviço secreto alemão nos vestiários dos jogos era, na realidade, um representante da máfia do Leste Europeu em busca de comprar jogadores.

Durante os Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, dois criminosos foram até Birmingham, no Alabama, e ofereceram dinheiro ao goleiro do México, Jorge Campos. Mas ele recusou a proposta. A zaga da seleção da Tunísia havia sido comprada para o mesmo torneio. Em três jogos, eles sofreram cinco gols e não venceram nenhuma partida. Tudo como combinado.

PLANEJAMENTO - Para demonstrar que os criminosos não são nem amadores nem principiantes, o livro concentra parte de seu roteiro em Wilson Perumal, chefe de um grupo criminoso de Cingapura e teria se tornado, em 2010, no "maior corruptor de jogos do mundo".

Se inicialmente ele contratava juízes impostores para as partidas que queria manipular resultados, logo mudou de estratégia e comprou mais de dez árbitros oficiais da Fifa. "Na Copa Africana de Nações, um de seus associados afirma que ele corrompeu o torneio inteiro", revelou o livro.

Perumal "possuía jogadores, técnicos, oficiais de federações nacionais e líderes políticos em sua carteira de clientes". "Manipulou resultados em jogos de campeonato, grandes amistosos, jogos entre equipes de base, jogos não televisionados disputados em péssimos gramados mediante uma dúzia de espectadores - qualquer coisa que os agentes asiáticos oferecessem, qualquer coisa que pudesse gerar apostas", revela o livro. "Certa vez, ele (Perumal) alegou ter maior "controle sobre a liga de Futebol da Síria do que Assad sobre seu povo".

Nas Américas, Perumal estava envolvido em partidas suspeitas na Argentina, Bolívia e Panamá e ainda tinha se infiltrado na Federação Salvadorenha de Futebol. Em 2010, antes da Copa do Mundo, um amistoso entre El Salvador e EUA, em Tampa na Flórida, teria sido alvo de suas manipulações.

Se os criminosos estavam preparados para lucrar, de outro lado o que se vê é uma polícia internacional e dirigentes totalmente despreparados para lidar com os casos de manipulação. O livro traz detalhes da incapacidade de agentes de entender a dimensão do crime e conta exemplos como um oficial de imigração no aeroporto internacional Toncontim, em Tegucigalpa, Honduras, chegou a parar um assistente do goleiro da seleção da Guatemala e descobriu US$ 85 mil em sua mala. Mas acreditaram na versão do criminoso e não suspeitara que aquilo era dinheiro que o atleta havia recebido para entregar um jogo.

Para o autor do livro, o futebol se transformou em um caminho para o crime mais seguro que o tráfico de drogas e prostituição. "Era dinheiro digital e não deixava rastros e este seria o fluxo de renda mais perigoso para o crime organizado na história moderna", completou.

'A VERDADE MÁFIA É A PRÓPRIA FIFA' - Para os criminosos citados no livro, a "verdadeira máfia" é a Fifa. O autor cita um e-mail entre o mafioso Wilson Perumal e o ex-chefe de segurança da Fifa e ex-funcionário da Interpol, Chris Eaton, em que o asiático condenado por manipular resultados ataca a entidade com sede em Zurique.

Em junho de 2012, um tribunal suíço tinha envolvido João Havelange, ex-presidente da Fifa, em um escândalo de corrupção. A corte alegava que o brasileiro havia embolsado US$ 1,53 milhão por meio de uma empresa de marketing falida (ISL). "Seu suposto parceiro no esquema, Ricardo Teixeira, ex-genro de Havelange, era o chefe do comitê brasileiro organizador da Copa do Mundo de 2014", lembra o livro.

Diante da condenação, Perumal escreveu um e-mail a Eaton. "A Fifa parece mais um empreendimento criminoso do que uma organização oficial", disse. "O sujo falando do mal lavado. Esses caras são criminosos que merecem ser condenados à prisão em vez de serem julgados por um comitê de ética, uma maneira muito conveniente de escapar da justiça", insistiu o criminoso. "Um grupo de bandidos tentando dar a volta ao mundo pregando contra a corrupção. A Fifa é uma piada", completou o e-mail.

Para o autor do livro, o comportamento da Fifa "era tão questionável que permitia que um arranjador condenado parecesse digno de confiança para criticá-la". Mais tarde, Perumal afirmaria: "A Fifa é como uma organização mafiosa. Eles não respondem a ninguém".

O livro ainda revela que, em 2012, um dia depois de apresentar aos jornalistas em Zurique seu projeto sobre como controlar a manipulação de resultados, Eaton receberia uma ligação da direção da entidade para avisá-lo: as medidas não seriam implementadas por Joseph Blatter. Eaton pediu demissão na mesma semana.

Foi preso nesta quarta-feira (10) no Recife, Rafael Gomes de Abreu, conhecido como "Bolacha", integrante da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que havia fugido de Roraima. Ele é suspeito de participar de uma trama para assassinar a juíza Graciete Sotto Mayor, da Vara de Execução Penal daquele estado. Ele foi levado para o Centro de Triagem de Abreu e Lima, o Cotel.

A investida não teve sucesso porque a Polícia Federal e o Ministério Público descobriram o plano. O motivo, segundo a Associação Brasileira de Magistrados da Infância e Juventude, orgão a qual a magistrada esteve vinculada por 10 anos, foi a determinação de Graciete para que um presidiário, provavelmente um dos líderes do PCC, fosse transferido para um regime de prisão mais rígido. Ao ser preso, Rafael, que foi julgado por Sotto Mayor em 2010, afirmou que era o último ainda solto acusado da trama.

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Natural de Pernambuco, "Bolacha", de 25 anos, já tinha passagem pela prisão. Em abril de 2009 foi preso com 3.025 kg de pasta base de cocaína escondidos no porta malas de um carro na na BR-174, sentido Pacaraima/Boa Vista, em Roraima.

PCC - Rafael Abreu revelou que o Primeiro Comando da Capital cobra R$ 400 por mês aos "filiados", que tem direito a armas e transporte em qualquer lugar do Brasil. A organização do grupo criminoso é tanta que o envolvimento de "Bolacha" foi descoberto depois que a PF encontrou uma lista que continha nomes e apelidos dos "filiados" dentro da prisão de Roraima.

Os detentos Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, e Francisco Tiago Augusto Bobô, o Cérebro, foram transferidos para o RDD em Presidente Bernardes, interior de São Paulo. Carambola é acusado de participar do assassinato do juiz Antônio José Machado Dias, em 2003. Ao todo, oito líderes do PCC estão isolados no RDD.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Criada para combater o aumento da violência em São Paulo, a Agência de Atuação Integrada contra o Crime Organizado completou um ano nesta segunda-feira, 11. O grupo, uma parceria entre os governos de São Paulo e federal, colaborou para a prisão de 1.422 acusados e apreendeu 55 toneladas de drogas no período, de acordo com balanço divulgado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado.

Com sede na SSP, na capital paulista, a equipe é composta por 18 órgãos, como as Polícias Civil, Militar (PM), Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF) e o Ministério Público (MP). Um dos focos do grupo foi o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção ligada a uma onda de assassinatos de diversos policiais e agentes penitenciários em 2012.

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De acordo com o balanço dos 12 meses de operação, as apreensões e prisões foram fruto de 1.495 bloqueios, nos quais foram abordados 49 mil veículos. Nas operações, também foi retido R$ 1,74 milhão - R$ 682 mil em moeda estrangeira. Entre as ações para combater a alta nos índices de criminalidade na época, estavam a transferência de presos, a asfixia financeira dos grupos criminosos, a fiscalização dos pontos de acesso ao Estado, o fortalecimento da perícia e o enfrentamento ao crack.

Numa tentativa de conseguir derrubar as taxas de crimes contra o patrimônio, que vêm crescendo mensalmente ao longo deste ano, a Polícia Civil desencadeou na quinta-feira (7) uma megaoperação que resultou em 2.616 presos. Segundo o delegado-geral Maurício Blazeck, a estratégia da polícia foi cumprir de uma vez diversos mandados de prisão espalhados pelas delegacias territoriais e das especializadas da Grande São Paulo e interior que acusavam envolvidos com roubo e crime organizado. "Foi a quinta megaoperação do ano, e outras vão ocorrer", disse o delegado-geral.

Foram cumpridos 701 mandados de prisão criminal, mas também houve prisões por mandados administrativos e outros 758 foram presos em flagrante. Também foram apreendidos 326 adolescentes. Apesar do foco no crime contra o patrimônio, a polícia conseguiu recolher 192 quilos de drogas e 107 armas. Participaram da operação 6.975 homens e 2.578 carros em todo o Estado.

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Nos primeiros nove meses deste ano, enquanto os homicídios em São Paulo seguiram tendência de queda, o roubo cresceu 7,8% na capital e 9,9% no Estado em relação ao mesmo período do ano passado. Em setembro, tanto no Estado quanto na cidade de São Paulo a alta foi de 17%. Tendência semelhante é observada no caso de roubo de carros. Aumentou 9,9% em relação ao ano passado e 24,3% quando comparado com 2011.

As consequências são constatadas nos casos de latrocínio, que cresceram 27,4% nos primeiros meses do ano, uma das principais preocupações do governo. A Secretaria da Segurança avalia que cerca da metade dos casos de latrocínio está ligada a roubos de carros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O crime organizado criou um sistema de comunicação alternativo ao telefone celular para manter os negócios em funcionamento sem a interferência da polícia e do Ministério Público Estadual (MPE). É o chamado "bate-bola" - envio de mensagens de dentro do presídio para as ruas. O sistema é dominado por integrantes da cúpula da facção que exercem a função de "sintonia da rua" - ou seja, mantém a coesão e a ordem segundo as normas da facção entre presos ou bandidos livres.

De acordo com as investigações do MPE, os criminosos da cúpula mandariam "pipas" para as ruas, como são chamados os bilhetes por meio de mulheres, as pontes. "Essas mulheres levam semanalmente os bilhetes ocultos nos órgãos genitais para dentro dos presídios e após a "visita" trazem a resposta para os comandados na rua", afirmaram os 23 promotores de todos os Grupos de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaecos) no Estado de São Paulo.

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Para manter o fornecimento de celulares nas cadeias, a facção comprou um "portal", como os detentos chamam os detectores de metal iguais aos usados por bancos. O objetivo era fazer testes para encontrar uma forma de passar telefone pelo detector sem o aparelho ser percebido. A operação, aparentemente custosa, tinha como objetivo diminuir os gastos da facção, pois agentes corruptos estavam pedindo até R$ 25 mil para deixar entrar um único telefone na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, onde está presa a maioria da cúpula do PCC. Se há a necessidade de contato mais rápido, os bandidos mobilizam advogados que servem de pombo-correio para o crime. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul apreendeu documentos nas casas de três ex-diretores e um conselheiro da Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre (Procempa), como parte de uma investigação de desvios de dinheiro público e fraude em licitações da empresa municipal, nesta terça-feira (13). Três deles foram conduzidos a uma delegacia de polícia porque tinham armas com registros vencidos em suas residências.

Dois deles, o ex-presidente André Imar Kulczynski e o ex-gerente financeiro Ayrton Fernandes pagaram fiança e foram liberados. Já o conselheiro Claudio Manfrói, ligado ao PTB, por deter arma de uso restrito de forças de segurança, não pode contar com o benefício, e foi levado a um presídio. Policiais informaram que ele alegou ser colecionador e não usuário de armas. Também foram feitas buscas na casa da ex-diretora administrativa e financeira da Procempa, Giorgia Ferreira. O Ministério Público informou que o material apreendido será analisado e encaminhado à Justiça.

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JOÃO PESSOA (PB) - Foi deflagrada, na manhã desta quinta-feira (11), duas operações para combater o tráfico de drogas e o crime organizado em regiões distintas da Paraíba. Ambas tiveram apreensões e prisões.

Na cidade de Bayeux, Região Metropolitana de João Pessoa, a ação está sendo comandada pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e pela 4ª Cia da Polícia Militar, com a ajuda de informações anônimas da população. Até às 10h45, já haviam sido cumpridos mais de 20 mandados de prisão, dos 50 expedidos pela 3ª Vara. Entre os detidos, 14 são maiores de idade e dois são menores, sete deles já foram direto para presídios, pois eram foragidos.

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Entre os acusados tem ainda duas mulheres. As ações se intensificaram no conjunto Mário Andreazza, depois da prisão de Elionaldo Galdino da Costa, conhecido como Ursulão. Ele é acusado de matar um policial civil e de comandar o crime naquele local. Dentre os presos da operação está Cleudo Vieira da Silva Filho, conhecido como Kekeu. Ele era o chefe das atividades criminosas, sempre com o comando Ursulão, que mantinha contato mesmo dentro do Presídio do Roger.

Já na cidade de Monteiro, distante 305 km de João Pessoa, a Polícia Civil está realizando a Operação Rugidos, sete mandados de prisão já cumpridos. 15 buscas e apreensões aconteceu no bairro dos Novais, na capital. Foram apreendidos motocicletas, carros, e outros objetos adquiridos com dinheiro do crime, segundo informou o Delegado de Monteiro, Yuri Givagro.

Os nomes dos acusados capturados não foram informados pela Polícia, que espera encerrar as operações para então divulgar a lista.

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