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Em conversa com a jornalista e âncora do Jornal da Globo após o debate na madrugada desta sexta-feira (30), Renata Lo Prete, o candidato à Presidência Luiz Felipe D’Avila (Novo) disse ser contrário às cotas raciais. Ainda no debate, o candidato discutiu sobre o tema com o ex-presidente Lula (PT). 

Renata Lo Prete enfatizou o fato de o candidato não ter respondido sobre cotas raciais que, por sua vez, enfatizou ser a favor “das cotas sociais, não só raciais”. “Essas são mais eficazes e todas as cotas têm que ser temporárias. O que nós precisamos nesse País é que a lei seja igual para todos e não atingimos esse grau de maturidade. É muito importante trabalhar para que a lei seja igual para todos para combater a discriminação. Preferimos as cotas sociais”. 

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Renata insistiu no tema ao lembrar que a Lei de Cotas completa 10 anos neste ano, e questionou, novamente, se o candidato é contra a cota racial. “Nós preferimos rever a cota racial, e ter a cota social. Sim”, afirmou o candidato do Novo. 

“Eu vou voltar porque o brasileiro quer que eu volte. Por que o povo brasileiro tá com saudade de ter emprego, aumento no salário mínimo, de ter a oportunidade de ter mais saúde, farmácia popular”, disse o candidato Lula (PT), ao ser questionado pelo candidato Felipe D’Avila (Novo) sobre cota racial no debate da Globo realizado nesta quinta-feira (29). 

O candidato do Novo apontou que R$ 120 bilhões foram perdidos no governo Lula para a corrupção, e “isso afetou muito a questão de cotas, saúde e educação”. “O senhor vai governar o País como um chefe de governo, que sabia desses R$ 120 desviados, ou como algum incompetente que não sabia o que aconteceu?”, questionou. 

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Primeiramente, o ex-presidente perguntou a fonte das informações mencionadas, e destacou que a Lei de Cotas é o pagamento de uma dívida de 350 anos de escravidão que o Brasil tem. “Ela permite que a gente recupere a possibilidade de enfrentar o racismo, o preconceito, a marginalização. De dar ao povo periférico a oportunidade de estudar, que é direito neste País”. Ele falou, ainda, do prazer que é ter sido presidente sem diploma universitário e que “tirou a universidade brasileira de 3,5 milhões de estudantes para oito milhões”. 

“Você está diante de uma pessoa que é o presidente que mais teve preocupação com a inclusão social nesse País, é por isso que eu vou voltar, porque o povo brasileiro quer que eu volte. O povo quer que eu volte porque eu gosto de cuidar do povo, não gosto de governar do povo. Eu quero que as crianças possam comer, tomar café da manhã, almoçar, jantar, ir para a escola bem vestida”, respondeu Lula. 

No ar em Amor de Mãe com o personagem Ryan, Thiago Martins polemizou após uma entrevista para o canal Na Real, no YouTube. O vídeo, que foi liberado na plataforma no início de janeiro, mas só agora ganhou repercussão, gerou revolta entre os internautas porque o ator resolveu dar sua opinião sobre as cotas raciais.

Ele declarou que não concorda com a reserva de vagas para determinados grupos, independentemente da cor de pele. "Eu sou contra. A cota, para mim, é vergonhoso no país", disse. Em um outro momento do bate-papo, ao falar que ultimamente o 'mimimi' está tomando conta das pessoas das pessoas, Thiago afirmou que o sistema de cota lhe machuca.

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"A cota me machuca, por exemplo, isso dói. Isso dói porque a cor da pele não muda nossa inteligência e nosso caráter, nós somos iguais. A única coisa que muda é nossa pele", explicou. 

E finalizou: "Para quê existe cota para os negros? Não! Universidade e escola têm que ser para todo mundo. Emprego tem que ser pra todo mundo. A gente vê exemplos de negros bem-sucedidos pelo país, tanto na música, quanto no futebol, quanto sendo empresário, sendo advogado. Por que tiveram a chance e aproveitaram. Hoje eu aplaudo realmente os discursos".

Nos comentários do vídeo, Thiago Martins foi detonado. "Eu podia jurar que esse Thiago era esclarecido. Nossa, como as aparências enganam. Pronto, já criei ranço", comentou um dos usuários do YouTube. "Espero de verdade que o Thiago, que veio da periferia, estude um pouquinho sobre as cotas e volte aqui para outra entrevista", disparou outra pessoa.

Já está disponível o resultado da seleção para ingresso na Comissão de Heteroidentificação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A comissão de cotas raciais analisa para validar ou não a autodeclaração racial dos candidatos do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Confira os nomes selecionados.

Quem foi aprovado deve comparecer à Oficina de Formação para atuação nas Comissões de Validação da Autodeclaração Racial, nesta terça-feira (17) e na quinta-feira (19), no Auditório 3 da Biblioteca Central, no Campus Recife. A qualificação ocorrerá das 8h às 12h e das 14h às 17h.

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“Os candidatos classificados podem compor a Comissão de Heteroidenficação por até dois anos, podendo haver renovação – também por dois anos. O trabalho das comissões será definido de acordo com a necessidade institucional. A Comissão de Elaboração do Programa de Combate ao Racismo Institucional (PCRI) e o Programa de Ações Afirmativas para População Negra e Indígena (PAAF) ficaram responsáveis pela análise e julgamento das inscrições”, detalhou a Universidade.

Mais informações sobre a formação podem ser obtidas pelo e-mail heteroidentificacao.ufpe@gmail.com. O Campus Recife fica na Avenida Professor Moraes Rego, 1235, no bairro da Cidade Universitária, Zona Oeste da cidade.

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A pauta do Senado para a próxima terça-feira (13) está trancada pela Medida Provisória 630/2013, que estende o Regime Diferenciado de Contratações (RDC), instituído para as obras da Copa, a todas as licitações públicas. A MP, que perde sua validade no dia 2 de junho, chegou a ser discutida no Plenário, mas não houve acordo entre os líderes partidários para a votação.

O líder do PSDB, senador Aloysio Nunes Ferreira (SP), avisou que, se a MP fosse colocada em votação, pediria verificação de quórum. Em sua opinião, o assunto precisa ser mais discutido antes de ser votado.

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Inicialmente, a MP 630/2013 estendia o uso do RDC apenas às obras e serviços de engenharia relacionados à construção, ampliação ou reforma de presídios e unidades de internação de adolescentes infratores. A adoção do RDC em todas as licitações, sugerida pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), foi aprovada em comissão mista. Com as mudanças, a matéria passou a tramitar como Projeto de Lei de Conversão (PLV) 1/2014.

Outras votações

Uma proposta em pauta que depende do destrancamento é o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 29/2014, que reserva 20% das vagas oferecidas em concursos públicos federais a candidatos negros e pardos. A proposta, apresentada pelo Poder Executivo, aplica a reserva de vagas a órgãos da administração pública federal, autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pela União.

A cota racial terá validade de dez anos e não se aplicará a concursos cujos editais tenham sido publicados antes da vigência da lei. Para concorrer a essas vagas, os candidatos deverão se declarar negros ou pardos no ato da inscrição do concurso, conforme o quesito de cor ou raça usado pelo IBGE. O PLC 29/2014 determina ainda a adoção da cota racial sempre que o número de vagas oferecidas no concurso público for igual ou superior a três. Se o texto aprovado pela Câmara se mantiver inalterado, será enviado logo em seguida para a sanção presidencial.

O Plenário também deve concluir, com o exame de emendas, a votação da proposta que estabelece normas para a criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios (PLS 104/2014). O texto principal do projeto foi aprovado na última quarta-feira (7), mas faltam as emendas apresentadas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e em Plenário.

Duas Propostas de Emenda à Constituição (PECs) que tramitam em calendário especial podem ser apreciadas na terça-feira. Os textos tratam da exigência de defensores públicos em todas as comarcas do país (PEC 4/2014) e da transferência dos servidores dos ex-territórios do Amapá e de Roraima à administração federal (PEC 11/2014). PECs podem ser votadas mesmo com a pauta trancada.

Com a aprovação do calendário especial na última quarta-feira (7), as propostas não terão que passar pelos cinco turnos de discussão antes da votação em primeiro turno.

A PEC da Defensoria Pública fixa prazo de oito anos para que a União, os estados e o Distrito Federal dotem todas as comarcas de defensores públicos. A proposta também amplia a definição de Defensoria Pública na Constituição, classificando-a como instituição permanente e instrumento do regime democrático.

A PEC 11/2014 tem como objetivo aplicar aos estados do Amapá e de Roraima as medidas estabelecidas pela Emenda Constitucional 60/2009, referente ao estado de Rondônia. A norma delegou à União a responsabilidade pelo pagamento dos servidores e PMs admitidos até a posse do primeiro governador eleito em Rondônia, ocorrida em 15 de março de 1987.

A proposta dá prazo de 180 dias para que a União regulamente o enquadramento, garantindo aos servidores direitos, vantagens e padrões remuneratórios. Se aprovadas sem mudanças pelo Plenário, em dois turnos, as propostas seguirão para promulgação. Caso contrário, terão de voltar à Câmara dos Deputados.

*Com informações da Agência Senado

Fixar o porcentual de cotas para negros, pardos e indígenas de acordo com a proporção dessas populações nos Estados pode criar distorções na aprovação das universidades federais. Isso porque o volume de inscritos nos vestibulares nem sempre tem correlação com esse porcentual. Além disso, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) possibilita que candidatos de outros Estados concorram em qualquer universidade federal do País.

Essa reserva de vagas por cor de pele está na Lei de Cotas aprovada no Senado anteontem. O projeto, que precisa ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff, prevê que 50% das vagas das universidade federais sejam reservadas para alunos da escola pública - respeitando as reservas por cor de pele e renda.

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Pelo Enem, por exemplo, um aluno de Santa Catarina - cuja população negra e parda não chega a 16% - pode concorrer pela cota com mais chances de sucesso em uma instituição do Pará, Maranhão e Bahia. Nesses Estados, o porcentual total da população negra e parda é superior a 76%, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Quando se olha as proporções de inscritos em todo o Brasil no Enem, divididos por cor de pele, os números seguem a realidade nacional apurada pelo IBGE. Mas, quando se diferencia por Estados, algumas distorções aparecem. O Rio é um exemplo.

O Estado tem quatro universidades federais, entre elas a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - a maior federal do País. Todas terão de respeitar a proporção de 51% de negros e pardos, indicada pelo Censo. Mas a participação de inscritos no Enem de 2010, por exemplo, foi de 43% - representando uma diferença de 18% entre essas realidades. O porcentual pode parecer pequeno, mas significará a substituição de candidatos de escolas particulares daquele Estado por negros e pardos de outros - valendo-se de uma cota alheia a ele.

O porcentual menor de negros entre os inscritos, na comparação com a proporção do Estado, é também visto em outros vestibulares. Na Fuvest, por exemplo, esse grupo corresponde a 18,1% das inscrições, e a proporção de São Paulo é de 34,82%. O vestibular da USP, no entanto, não será afetado pela lei.

Múltiplas interpretações

Crítico das cotas com critério racial, o advogado José Roberto Ferreira Militão concorda que há margem para distorções e diz que a lei abre espaço para questionamentos jurídicos. "A interpretação é dúbia e a questão deve ir para o Supremo Tribunal Federal", afirma ele, militante do movimento negro.

Para Militão, a própria fixação do porcentual de negros causa múltiplas interpretações. "A lei, quando quer ser, é clara. Essa é um engodo, porque não fica claro se esse porcentual de negros será distribuído incluindo os cotistas por renda." A lei indica que os critérios serão definidos por cada universidade.

O diretor da ONG Educafro, frei David Santos, afirma que os negros vão se inserir nos processos seletivos cada vez mais. "O povo não é bobo, não fica participando de algo excludente, injusto. Agora tudo pode mudar." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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