O secretário-geral da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jérôme Valcke, acenou com a possibilidade de atender ao pedido do governo federal de criar uma cota social de ingressos para índios e famílias atendidas pelo Programa Bolsa Família. A declaração foi feita hoje (8), após um almoço com lideranças partidárias e autoridades do governo federal, na casa do presidente Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS).
“Recebemos um pedido para que consideremos pessoas mais pobres catalogadas no Programa Bolsa Família e para populações da região amazônica. Não podemos dizer que finalizamos um acordo nesse sentido, mas vamos colocar isso no sistema para termos condições de dar uma resposta. Isso não colocará nosso sistema em risco, nem tornará a venda [de ingressos] mais difícil do que já é”, disse o dirigente da Fifa.
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Valcke reiterou que já existe uma compreensão de que a Fifa jamais permitiria qualquer tupo de facilidade para a entrada de pessoas que possam criar problemas ao Brasil, como regras mais frouxas para obtenção de visto de entrada no país. “Estamos trabalhado com as forças de segurança e departamentos de todas as partes do mundo, como Interpol [Polícia Internacional] e agências de segurança norte-americanas para garantir a segurança dos jogos. Trabalhamos também em conjunto com as forças de segurança do Brasil para garantir uma Copa segura, sem atos terroristas, nem violência”, informou Valcke.
Ele, no entanto, enfatizou que medidas de segurança não podem trazer prejuízos aos fãs do futebol que pretendem visitar o país-sede da Copa. “A Fifa fez pedidos para assegurar que, onde quer que o evento seja organizado, não haja nenhum tipo de lista negra. Todos os públicos, vindos de todas as partes do mundo, qualquer que sejam suas origens, devem ter acesso ao país. Trabalhamos para assegurar que as pessoas curtam a Copa do Mundo”.
Segundo ele, a discussão sobre cobrar ou não meia-entrada de estudantes e idosos nos jogos da Copa "é uma questão técnica", já que seriam grandes as dificuldades para identificar esses casos em compras de ingressos pela internet, por exemplo. “Temos recebido solicitações nesse sentido. A meia-entrada não é uma questão de dinheiro, mas sim, uma questão técnica envolvendo procedimentos como a necessidade de apresentar um documento de identidade. Vender tickets [para esse tipo de evento] é algo muito difícil de fazer porque os venderemos em diversas partes do mundo, pela internet. Além disso, os ingressos serão impressos no último momento, por questões secretas [de segurança]”, argumentou o dirigente da Fifa.