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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está realizando uma operação para prender integrantes de duas quadrilhas que comercializavam cigarros falsificados em pelo menos sete estados do Nordeste. As ações, que ocorrem em diversas cidades de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Bahia e Rio Grande do Norte, fazem parte da Operação Kapnós, do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) do Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE-AL). Em Pernambuco, até o momento, uma pessoa foi presa em Cupira, no Agreste.
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Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de prisão e 29 de busca e apreensão. Durante a operação, estão sendo apreendidos cigarros falsificados, além de veículos de luxo, lanchas e jet-skis. Os bens apreendidos teriam sido comprados em nomes de laranjas com o intuito de lavar o dinheiro adquirido com o comércio ilegal de cigarros.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os suspeitos são especializados em comercializar cigarros falsificados produzidos no Brasil mas com selos de marcas paraguaias já aceitas no mercado nacional, como Eight, Gift, Bello e Meridian. Os revendedores comprariam os produtos de fábricas clandestinas, localizadas, em sua maioria, na região Sul do país.
Os integrantes das duas organizações criminosas possuíam uma estrutura organizada, apontam as investigações. Segundo a PRF, existiam fornecedores regionais, estaduais e locais, além dos vendedores que comercializavam para o consumidor final. Dois desses vendedores de cigarros falsificados, inclusive, se tornaram o ponto de intersecção entre as duas quadrilhas. A dupla, que vendia os cigarros no Mercado da Produção e na Feira do Artesanato, em Alagoas, ora compravam a mercadoria de uma das quadrilhas, ora compravam da outra, fazendo possível o mapeamento dos núcleos do esquema criminoso.
Os presos da operação estão sendo levados para a Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), na capital de Alagoas. O material apreendido será encaminhado à Academia de Polícia Militar de Alagoas.
Quadrilhas - Segundo informações da PRF, uma das organizações criminosas tinha seu distribuidor regional sediado em Lauro de Freitas, na Bahia, e revendia para os estados de Alagoas, Pernambuco, Piauí, Ceará e Paraíba. Já a a segunda, tinha seu centro de distribuição em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, e atuava no estados de Alagoas e Paraíba, com negócios também no Rio Grande do Norte.
Os produtos eram vendidos com notas fiscais falsas, que indicavam mercadorias diferentes daquelas que estavam sendo transportadas. Um dos integrantes ligado à quadrilha baiana seria o responsável pela confecção desses documentos, que também podiam ser vendidos separadamente da carga de cigarro.
Em Alagoas, o principal distribuidor estadual reside em Arapiraca. O transporte do produto para os distribuidores locais era feito em veículos de pequeno porte, com, no máximo, 100 caixas de cigarros, além de estar sempre acompanhados de um veículo batedor, que ia à frente do principal. A PRF explica que isso era uma maneira de evitar as fiscalizações nas estradas e se prevenir de grandes prejuízos em caso de abordagem.
As investigações revelaram que os líderes das organizações viviam como empresários de sucesso, administrando empresas de fachada, como postos de combustíveis, restaures e distribuidoras de bebidas, tudo em nome de terceiros. O faturamento por ano de uma das quadrilhas ultrapassava R$ 1 milhão, sem arrecadação de impostos nem fiscalização.
Segundo a PRF, através de informações levantadas com o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf), o cigarro ilegal movimenta R$ 6,5 bilhões por ano no Brasil. Tudo isso impulsionado pela alta demanda, baixa punição e potencial de ganho.
De 2012 até hoje, o Idesf contabiliza o fechamento de 16 fábricas clandestinas no país, sendo dez delas na região sul. A última foi interditada no último dia 5 durante uma operação da Receita Federal e da Polícia Militar em Minas Gerais.
Os prejuízos causados pelo comércio ilegal de cigarros atingem setores além da indústria tabagista nacional. Um levantamento do Idesf apontou que mais de 70% dos carros apreendidos com cigarros no Brasil eram veículos roubados. Ainda há os prejuízos à saúde dos consumidores, que acabam inalando substâncias desconhecidas.
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