Tópicos | Carlos Ghosn

De origem libanesa, Carlos Ghosn nasceu no Brasil. Seu avô mudou-se para o País e administrou empresas de borracha, em Rondônia. Entre viagens entre o Líbano e o Brasil, seu pai, Jorge Ghosn, casou-se com Rose, uma nigeriana também de origem libanesa, e se estabeleceram em Porto Velho, onde o executivo nasceu.

Aos seis anos mudou-se com a mãe para a casa da avó paterna, em Beirute, no Líbano.

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Ghosn frequentou colégio jesuíta francês na capital libanesa, até completar 17 anos. Daí, foi estudar na França, onde graduou-se pela Escola Politécnica e depois, na Escola de Minas de Paris.

Após a graduação, Carlos Ghosn trabalhou na companhia de pneus francesa Michelin por 18 anos. Chegou a ser diretor de operações na América do Sul, retornando ao Brasil. Obteve sucesso na divisão e foi promovido a diretor de operações da sede norte-americana.

Indústria automobilística

A ascensão de Ghosn na indústria automobilística foi tão famosa quanto sua queda recente. Ele ingressou na montadora francesa Renault em 1996 como vice-presidente executivo, supervisionando fabricação, compras, pesquisa e desenvolvimento.

Depois que a Renault adquiriu uma grande participação na Nissan em 1999, Ghosn foi enviado para ajudar a transformar a empresa japonesa. À época, essa tarefa era considerada impossível para um executivo estrangeiro.

Apesar de ter fechado cinco fábricas e ter demitido cerca de 21 mil funcionários, Ghosn teve sucesso na transformação da montadora japonesa.

Ele também esteve por trás da constituição da aliança da Nissan com a Renault e a Mitsubishi. O executivo defendia que o mercado global de veículos de passeio era muito pulverizado.

A parceria permitiu que as duas montadoras dividissem os custos de desenvolvimento de novos modelos, além de comprar componentes em conjunto. Ghosn foi a primeira pessoa a atingir o feito de ser presidente executivo de duas grandes companhias ao mesmo tempo.

Com a inclusão da Mitsubishi ao grupo desde 2016, as três montadoras venderam 10,8 milhões de unidades em todo o mundo em 2017 - mais do que o volume isolado da Toyota, Volkswagen e General Motors.

Carro elétrico

Outra feito do executivo foi o investimento em carros elétricos antes que as montadoras rivais olhassem para esse novo nicho de mercado.

Entretanto, dentro da Nissan alguns executivos estavam preocupados com o fato de Carlos Ghosn estar pressionando por uma fusão. Por esse motivo, o executivo brasileiro culpou sua prisão mo Japão por "conspiração e traição" de executivos da Nissan. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Como Carlos Ghosn, um homem popularmente conhecido e reconhecível no mundo todo, conseguiu sair do Japão sem ser detectado e quais as consequência disso em seu julgamento? Essas são as primeiras perguntas que feitas nesta terça-feira em um Japão chocado.

O ex-CEO do setor automotivo, de 65 anos e que tem três nacionalidades (francês, libanês e brasileiro), conseguiu deixar o Japão, onde estava em liberdade condicional, sem que ninguém percebesse.

Enquanto ele se preparava para seu julgamento, de acordo com seus defensores, e parecia, segundo amigos íntimos, cumprir as regras impostas (não viajar para o exterior, não ver ou entrar em contato com sua esposa, informar sobre suas reuniões, não deixar Tóquio por mais de três dias), esse vazamento surpreendeu a todos.

Seu principal advogado, Junichiro Hironaka, que soube da notícia "na televisão", disse estar "perplexo".

"É claro que é indesculpável, já que é uma violação das condições de sua fiança, é ilegal pela lei japonesa. Mas dizer que não entendo seus sentimentos é outra história", disse Hironaka à mídia.

- Injustiça e perseguição política -

Segundo uma fonte anônima da emissora pública NHK, "a Agência de Imigração informou que não tem nenhum registro" (nem digital, nem em vídeo) de Ghosn saindo do país.

Além disso, seus três passaportes oficiais estão nas mãos de seus advogados japoneses, fiadores do respeito às condições de sua fiança.

Nesta terça-feira, Hironaka explicou que ainda possui esses documentos em sua posse, sugerindo que Ghosn fugiu com outro documento, ou escapou dos controles.

Críticas de parlamentares começam a invadir redes sociais, como a de Masahisa Sato, do Partido Liberal Democrático (PLD) no poder, chamando de "problemático para um país permitir uma saída ilegal".

Segundo Hironaka, a fiança provavelmente será anulada e o dinheiro pago (cerca de 13,5 milhões de dólares) retido pela Justiça.

No entanto, na ausência de um tratado de extradição entre Beirute e Tóquio, é improvável que Ghosn seja devolvido ao Japão.

De qualquer forma, será difícil impor as acusações no exterior, disse o ex-promotor e hoje advogado Nobuo Gohara, que não integra o caso.

"Uma coisa é certa. Para os promotores, é uma situação extremamente séria. A Nissan deve temer. Os promotores também", estima.

"A equipe de defesa prometeu ao juiz que Ghosn permaneceria no Japão como condição para sua fiança. Eles mantiveram seus passaportes, mas ele foi para o exterior", resumiu.

Segundo o advogado, no Japão, um julgamento na ausência do acusado não é uma opção. Para ele, essa fuga também é resultado de um sistema judicial que dá pouca esperança de avançar.

Ghosn e sua família protestaram desde o início contra os métodos japoneses, assim como seus advogados franceses. Enquanto isso, os promotores haviam feito tudo para que ele não fosse libertado, alegando precisamente que poderia fugir.

"Não sou mais refém de um sistema judicial japonês parcial no qual prevalece a presunção de culpa, onde a discriminação é generalizada e os direitos humanos são violados, sem levar em conta as leis e tratados internacionais que o Japão ratificou e está obrigado a respeitar", escreveu Ghosn, fora do Japão, em comunicado.

"Não fugi da Justiça, livrei-me da injustiça e da perseguição política", acrescentou.

O ex-presidente da Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, que é réu no Japão, viajou para o Líbano nessa segunda-feira (30), segundo informou a imprensa internacional. De acordo com o jornal 'Financial Times', a viagem foi confirmada por fontes próximas à família do ex-executivo.

Até a publicação desta matéria, ainda não estava claro como Ghosn (que possui tanto a cidadania francesa quanto a libanesa) poderia deixar o Japão, onde cumpria prisão domiciliar. Até o início da noite de ontem, fontes oficiais dos dois países também não haviam confirmado a viagem.

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A imprensa estrangeira informou que o ex-executivo teria desembarcado no aeroporto Rafic Hariri, em Beirute, e viajado para a capital libanesa por meio de um jato privado.

A Nissan demitiu Ghosn, afirmando que investigações internas da montadora revelaram conduta indevida por ocultação de seu salário, quando ele era presidente executivo da empresa, e transferência de US$ 5 milhões em recursos da Nissan para uma conta na qual ele tinha participação.

Ele enfrenta quatro acusações, incluindo ocultação de renda e enriquecimento irregular. O ex-executivo nega as acusações. Segundo seus advogados, os promotores conspiraram com funcionários do governo e executivos da Nissan para tentar prejudicá-lo.

Ghosn foi preso pela primeira vez em novembro do ano passado, sendo solto quatro meses mais tarde, depois de pagar fiança. Em abril, um mês depois de ser libertado, o ex-executivo foi novamente para a cadeia. Após pagar uma outra fiança, ele deixou novamente a prisão, ainda em abril, mas estava sujeito a uma série de condições restritivas, entre elas, a exigência de que ele ficasse no Japão. (Com agências internacionais). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Carole Ghosn, esposa do ex-chefe da Renault-Nissan Carlos Ghosn, pediu nesta quinta-feira (22) ao presidente francês Emmanuel Macron que interceda junto ao primeiro-ministro japonês Shinzo Abe na cúpula do G7 em Biarritz para que seu marido beneficie de um "julgamento justo".

"Peço ao presidente Macron que interceda por meu marido com o primeiro-ministro Abe para garantir que seus direitos sejam respeitados", disse Carole em um comunicado. "Carlos merece um processo justo, que começa com condições justas de liberdade sob fiança e uma data de julgamento", acrescentou.

Questionado pela AFP, o palácio do Eliseu lembrou a posição declarada por Emmanuel Macron durante uma viagem a Tóquio em 26 de junho. "Acho que não cabe ao presidente da República francesa interferir publicamente em um caso judicial", declarou, garantindo seu "comprometido com o respeito aos direitos da defesa".

Carlos Ghosn foi preso em 19 de novembro e passou 130 dias detido em Tóquio, acusado de abuso de confiança e declarações falsas às autoridades durante seu mandato na Nissan.

Ele foi preso novamente por três semanas antes de ser libertado sob fiança em 25 de abril e submetido a um controle judicial muito rigoroso no Japão, no qual não pode deixar o país. Ele ainda está "sujeito a uma proibição de contato com a esposa há 140 dias", segundo Carole Ghosn.

"Dizer que as condições de liberdade sob fiança do meu marido são cruéis e incomuns seria um eufemismo", acrescentou ela, dizendo que "a justiça japonesa não está alinhada com os padrões de outros países do G7".

O ex-presidente da montadora francesa Renault, o franco-brasileiro de origem libanesa Carlos Ghosn, entrou com uma ação contra as empresas japonesas Nissan e Mitsubishi Motors por violação abusiva de seu contrato em uma empresa com sede na Holanda - informou um de seus porta-vozes à AFP.

"Ele confirmou a apresentação de uma ação judicial perante a Justiça holandesa", disse o porta-voz. O ex-CEO da Renault e da Nissan pede 15 milhões de euros (16,8 milhões de dólares) a título de indenização.

Fundada em 2017 para explorar as sinergias entre os dois grupos, a subsidiária Nissan-Mitsubishi B.V. (NMBV) foi dissolvida em março de 2019, após a prisão de Carlos Ghosn no Japão por suspeita de fraude financeira.

A Nissan e a Mitsubishi Motors (MMC) disseram em janeiro que Ghosn havia recebido como administrador do NMBV "uma remuneração total de 7.822.206,12 euros".

Segundo a Nissan, que quer recuperar o montante indevidamente recebido, Ghosn fez um contrato por conta própria em 2018, "sem discutir com os outros membros do conselho de administração da NMBV", no caso os presidentes da Nissan, Hiroto Saikawa, e da Mitsubishi Motors, Osamu Masuko.

O ex-presidente do Conselho de Administração da Nissan Motor, Carlos Ghosn, participou de uma reunião preparatória no Tribunal Distrital de Tóquio visando a definir os pontos controvertidos de seu julgamento.

Ghosn foi denunciado por supostamente ter deixado de declarar parte de sua remuneração como executivo nos relatórios anuais de valores mobiliários da Nissan. Ele também foi acusado de grave abuso de confiança devido à suspeita de apropriação indébita de recursos da companhia.

Nessa quinta-feira (23), Ghosn se reuniu com juízes, promotores e sua equipe de defesa. Um interprete também estava presente na sessão a portas fechadas, que durou cerca de 30 minutos.

Os advogados de Ghosn dizem esperar que os procedimentos para o saneamento das questões sejam concluídos aproximadamente no segundo trimestre de 2020. A data para o julgamento ainda não foi marcada.

O Tribunal de Tóquio aceitou nesta quinta-feira (25) um novo pedido de liberdade apresentado pela defesa do ex-presidente da Nissan, da Mitsubish e da Renault Carlos Ghosn, suspeito de fraude fiscal, mediante pagamento de fiança de US$ 4,5 milhões.

A decisão determina o pagamento da quantia, além da proibição da saída de Ghosn do Japão e qualquer tentativa por ele de manipular possíveis provas nas investigações. O executivo também terá o contato com sua esposa restringido. 

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A Promotoria chegou a apresentar um recurso contra a libertação, mas foi rejeitado pelo tribunal. Desta forma, Ghosn poderá deixar a cadeia a qualquer instante. O pagamento de uma fiança de 500 milhões de ienes já teria sido feito.

O brasileiro foi detido pela primeira vez em novembro de 2018, após denúncias de crimes financeiros. Ele foi libertado sob fiança em março e ficou em Tóquio à espera de um julgamento. No entanto, um mês depois Ghosn voltou para a prisão devido a um novo pedido apresentado por procuradores. Ao todo, ele é alvo de quatro acusações, mas nega todas elas.

Da Ansa

Carole Ghosn, mulher de Carlos Ghosn, está de volta ao Japão, onde deve ser ouvida pela Justiça na investigação sobre as suspeitas de malversação que pesam sobre o ex-CEO da Renault - informou seu advogado, François Zimeray, nesta quarta-feira (10).

Ela havia deixado o Japão no último fim de semana, depois da recente detenção do marido, afirmando que "se sentiu em perigo". Segundo diferentes jornais japoneses, porém, a Justiça queria interrogá-la.

Carole Ghosn "retornou ao Japão", disse Zimeray à AFP. "É a prova de que ela nunca tentou fugir de ninguém".

O advogado disse que ela seria interrogada como testemunha pelo escritório do promotor de Tóquio. "Era importante para ela estar lá e não fazer nada que pudesse prejudicar o marido", acrescentou.

De acordo com a agência de notícias Kyodo, o escritório do promotor de Tóquio suspeita que somas de dinheiro desviado teriam passado por uma empresa administrada por ela.

Carlos Ghosn foi preso em 4 de abril em Tóquio por novas suspeitas de crimes financeiros, um mês depois de ser libertado sob fiança.

Sua mulher, que estava presente quando foi preso, disse que voltou para a França, apesar de seu passaporte libanês ter sido confiscado pela polícia japonesa. Carole disse que usou seu outro passaporte, americano.

A esposa do ex-presidente da Renault-Nissan, Carlos Ghosn, deixou o Japão após a nova prisão do marido porque se sentia "em perigo", declarou ao jornal francês Le Journal du Dimanche, evitando assim ter que depor à justiça japonesa.

Os promotores japoneses queriam questionar Carole Ghosn, de acordo com vários meios de comunicação japoneses, incluindo a agência de notícias Kyodo, que afirmou que os valores supostamente desviados pelo ex-diretor da Renault-Nissan poderiam ter passado por uma empresa dirigida por ela.

Ghosn foi novamente preso na quinta-feira em Tóquio por novas suspeitas de desfalque financeiro, um mês depois de ser libertado sob fiança.

Carole Ghosn, que estava presente quando foi preso, disse que retornou à França apesar do fato de seu passaporte libanês ter sido confiscado pela polícia japonesa. A mulher disse que usou seu outro passaporte, americano.

"O embaixador francês me acompanhou ao aeroporto. Ele não me deixou sozinha até chegar ao avião", disse ela. "Até o último segundo, não sabia se eles me deixariam decolar."

A mulher também disse que se recusou a assinar um documento em japonês durante a prisão de seu marido. "Eles queriam me levar com eles mais tarde, e meu advogado me aconselhou a recusar", acrescentou Carole Ghosn.

Ela contou ao jornal que seu marido gravou uma mensagem para "designar os responsáveis pelo que acontece com ele e que será transmitida em breve".

Ghosn, que passou 108 dias na cadeia, havia anunciado no dia anterior que planejava realizar uma coletiva de imprensa em 11 de abril para "contar a verdade sobre o que está acontecendo".

"Quando entendeu que seria preso [novamente], ele gravou uma entrevista no Skype para a TF1 e a LCI", explicou Carole Ghosn.

No sábado, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, disse que pediu a seu colega japonês que garantisse o direito de proteção consular e a presunção de inocência do ex-presidente da Renault-Nissan.

O ex-CEO da Nissan Motor Carlos Ghosn foi preso novamente em Tóquio no início desta quanta-feira (3) (hora local), informou um amigo dele, menos de um mês após o executivo ter sido liberado sob fiança.

Promotores foram ao apartamento na capital japonesa de Ghosn, segundo gravação da emissora pública NHK, e levaram-no até o escritório da promotoria em Tóquio. Um amigo de Ghosn disse que um advogado de defesa confirmou que ele foi novamente detido. Promotores devem apresentar novas alegações contra Ghosn ainda nesta quinta-feira.

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Nesta semana, o Wall Street Journal informou que a Nissan investigava se Ghosn destinou milhões de dólares em fundos da companhia por meio de uma distribuidora de carros de Omã para uso pessoal, possivelmente incluindo a compra de um iate. A Nissan também investigava se a empresa de Omã havia ajudado a financiar uma companhia de investimentos que tinha entre seus donos um filho de Ghosn, segundo o jornal.

Advogado de Ghosn, Jean-Yves Le Borgne afirmou que não há nada de errado com os pagamentos, que eram ligados a negócios. A NHK informou que os promotores devem citar a conexão com Omã como base para a nova prisão.

Em 6 de março, Ghosn foi libertado após pagar fiança, após ser acusado por crimes financeiros. Ele já foi acusado de desviar dinheiro da Nissan para o negócio de um amigo saudita que o ajudou com um problema financeiro, entre outras irregularidades. Fonte: Dow Jones Newswires.

Um tribunal de Tóquio decidiu, nesta terça-feira (5), conceder a liberdade sob fiança para Carlos Ghosn, ex-presidente da Renault-Nissan-Mitsubishi, detido há mais de três meses, mas a Promotoria entrou com um recurso, informaram fontes judiciais. Um segundo juiz deve examinar o recurso e pronunciar-se rapidamente.

Contudo, como os bancos japoneses já fecharam, o advogado do empresário Junichiro Hironaka apontou que "mesmo que a libertação seja confirmada em apelação, não poderemos juntar o dinheiro da fiança ainda hoje", e, por isso, sua soltura só poderá acontecer na quarta-feira.

Antes de saber o resultado da apelação, o advogado da família Ghosn, François Zimeray, comemorou uma decisão que "põe fim a uma detenção absolutamente cruel e brutal".

"Obviamente é uma boa surpresa, uma boa notícia", ressaltou. Ele, porém, recordou que a Promotoria "tem demonstrado, neste caso, sua deslealdade, apresentando acusações, por vezes, artificiais".

O tribunal estipulou a fiança em 1 bilhão de ienes (US$ 9 milhões), mas o recurso da Promotoria pode apresentar novas acusações para manter o executivo de 64 anos, acusado de fraude financeira, na prisão.

Se libertado sob fiança, Ghosn não poderá deixar o Japão, de acordo com os termos de sua liberdade condicional, e, segundo a rede pública NHK, o tribunal estimou que o risco de fuga ou manipulação de provas é baixo.

Esta decisão judicial foi tomada em resposta a um terceiro pedido de liberdade apresentado por sua defesa, após a rejeição dos dois primeiros.

Acontece também no dia seguinte à coletiva de imprensa do novo advogado de Ghosn, Junichiro Hironaka, conhecido por ter obtido a absolvição de vários réus.

Hironaka considerou "convincente" a proposta apresentada ao tribunal de que Ghosn seja monitorado por câmeras e tenha limitados meios de comunicação com o exterior.

Ghosn foi preso em 19 de novembro em sua chegada a Tóquio e já está há mais de 100 dias na prisão. Ele é acusado de fornecer declarações de renda falsas às autoridades financeiras e de quebra de confiança em detrimento da montadora Nissan, de onde partiu a investigação da qual é alvo.

A decisão foi uma surpresa porque o tribunal não havia demonstrado, até à data, qualquer sinal de que acordaria a liberdade ao executivo.

Os promotores defendem sua detenção enquanto investigavam suas três acusações.

Sob a lei japonesa, a Promotoria pode manter um suspeito preso por até 22 dias enquanto investigam uma acusação, e em seguida, solicitar repetidamente a extensão da prisão preventiva de um mês por cada acusação adicional.

Isso significa que os promotores podem, efetivamente, impedir que Ghosn saia da prisão se apresentarem novas acusações.

O empresário nega todas as acusações e em uma entrevista à AFP criticou sua detenção prolongada.

"Por que estou sendo punido mesmo antes de ser considerado culpado?", questionou em entrevista à AFP e ao jornal francês Les Echos.

Na segunda-feira, sua família anunciou que iria à ONU denunciar a violação de seus "direitos fundamentais".

"Decidimos levar o assunto aos órgãos da ONU responsáveis por garantir o respeito aos direitos fundamentais de todos", disse a família de Ghosn em um comunicado lido por François Zimeray em Paris.

"Carlos Ghosn está preso no Japão há mais de 100 dias", em um local de detenção "com regras medievais", denunciaram os familiares do empresário no comunicado.

A instância à qual a família recorreu foi o Grupo de Trabalho sobre Detenção Arbitrária das Nações Unidas (GTDA).

Em recente entrevista à revista Paris Match, a esposa de Carlos Ghosn, Carole, denunciou as condições da detenção de seu marido, que ela descreveu como "deploráveis, até desumanas".

Os advogados de Carlos Ghosn anunciaram nesta quinta-feira (28) que apresentaram um novo pedido de habeas corpus sob fiança para o ex-presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi Motors. 

Ghosn, 64 anos, está detido em Tóquio desde 19 de novembro por suspeita de de desfalque. Este é o terceiro pedido de defesa do CEO, e o primeiro desde que ele mudou sua equipe de defesa.

Motonari Otsuru, um ex-promotor que defendeu o executivo que criou a aliança de fabricantes Renault-Nissan-Mitsubishi Motors, deixou de defender o empresário que o considerava muito passivo. Ghosn decidiu contratar veteranos dos tribunais, incluindo Junichiro Hironaka, que é conhecido por sua experiência.

"Os promotores o mantém preso porque ele não confessa. Eu gostaria que as pessoas se perguntassem se isso é apropriado do ponto de vista das normas internacionais", criticou o advogado ais jornalistas na semana passada.

Por sua parte, o juiz alegou, para justificar a não liberação, os perigos de fuga e alteração de provas. Ghosn é acusado de três crimes de quebra de confiança e dissimulação de renda para as autoridades do mercado acionário entre 2010 e 2018, delitos que ele nega.

O principal advogado de Carlos Ghosn, detido em 19 de novembro e que está em uma prisão de Tóquio desde então por supostas fraudes financeiras, anunciou nesta quarta-feira (13) que pediu demissão.

Motonari Otsuru, um ex-promotor que defendia o executivo que criou a aliança de montadoras Renault-Nissan-Mitsubishi Motors, "enviou uma carta de demissão ao tribunal", assim como seu colega Masato Oshikubo, informa um comunicado divulgado do escritório de advocacia.

Ghosn afirmou que a mudança de advogados é "a primeira etapa de um processo" que permitirá "restabelecer sua inocência".

"Estou impaciente para poder me defender, com vigor, e esta escolha representa para mim a primeira etapa de um processo não apenas para restabelecer minha inocência, mas também para jogar luz sobre as circunstâncias que levaram a minha detenção injusta", afirmou em um comunicado enviado à imprensa.

A demissão dos advogados aconteceu antes da reunião prevista para quinta-feira entre advogados, juízes e promotores para preparar o julgamento.

Ghosn é acusado de três delitos de abuso de confiança e de dissimulação de renda às autoridades da Bolsa entre 2010 e 2018, o que ele nega.

Um tribunal de Tóquio negou o pedido de liberdade para Carlos Ghosn, ex-presidente do conselho de administração da Nissan, que está detido há quase dois meses. Os advogados devem apelar da decisão.

A defesa de Carlos Ghosn fez o pedido de liberdade na sexta-feira (11), após o ex-executivo da Nissan ter sido novamente denunciado por grave quebra de confiança e por ter relatado um valor menor para sua remuneração. Ghosn negou todas as acusações.

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Segundo fontes, os advogados solicitaram o regresso dele à França, sob a promessa de que compareceria a um tribunal japonês.

Acredita-se que o pedido de liberdade de Carlos Ghosn tenha sido negado porque as investigações estão em andamento e existe o risco de que ele possa manipular provas.

No Japão, suspeitos sob investigação de promotores especiais tendem a permanecer detidos por longo período quando negam as acusações. Mesmo que o tribunal aceite um pedido de liberdade, os suspeitos costumam ser soltos sob difíceis condições, visando a evitar que fujam e alterem evidências.

*Com informações da NHK, emissora pública de televisão do Japão

A esposa de Carlos Ghosn escreveu uma carta à Human Rights Watch, organização de defesa dos direitos humanos, em que critica as "duras condições" da detenção do presidente da Renault.

Em um e-mail de nove páginas que ao qual o AFP teve acesso, Carole Ghosn lamenta que seu marido tenha sido detido, desde sua prisão em 19 de novembro, em uma cela iluminada dia e noite e que ele não tenha acesso a seu tratamento médico diário.

"Todos os dias, durante horas, os inspetores o interrogam, o intimidam, dão a ele sermões e o aconselham com o objetivo de extrair uma confissão", escreveu Carole Ghosn.

O empresário de 64 anos é acusado no Japão de quebra de confiança e reduções em suas declarações de renda para as autoridades financeiras por oito anos. Ele alega inocência.

Na carta, sua esposa afirma que os investigadores o pressionaram a assinar documentos em japonês, uma língua que ele não domina, e que ele só recebeu uma tradução oral, sem a presença de seu advogado.

"Peço à Human Rights Watch a se concentrar em seu caso e pressione o governo a reformar seu draconiano sistema de detenção e interrogatório", afirma a esposa do ex-presidente da Nissan e da Mitsubishi Motors.

As condições de detenção de Carlos Ghosn geraram críticas em nível internacional sobre o sistema judicial japonês.

Um tribunal decidiu na semana passada que o CEO poderá começar a receber visitas familiares.

O advogado de Ghosn, Motonari Otsuru, negou que seu cliente tenha sido forçado a assinar documentos escritos em japonês.

"Ghosn não nos disse que nenhuma vez que ele teve que assinar qualquer coisa em uma língua que ele não entende", declarou, indicando ainda que seu cliente foi transferido para uma cela mais espaçosa, com uma cama em estilo ocidental.

Preso desde novembro no Japão, o ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn está completamente isolado no centro de detenção de Tóquio. Segundo a imprensa japonesa, o executivo, que não tem acesso aos familiares e só se comunica com o exterior por meio de um advogado japonês, estava com febre alta, o que obrigou a suspensão de um interrogatório.

De acordo com o advogado Motonari Otsuru, um médico prestou atendimento a Ghosn, de 64 anos, que estaria "cansado da longa detenção e dos interrogatórios". O executivo está preso há quase dois meses na capital japonesa sob acusação de fraude fiscal.

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Em comunicado, a mulher de Ghosn, Carole Ghosn, afirmou que soube da notícia pelos jornais. Ela diz que as autoridades japonesas se recusam a esclarecer se o executivo foi transferido para uma enfermaria ou se será permitido à família falar com a equipe médica. "Estou suplicando às autoridades japonesas que nos forneçam qualquer informação sobre a saúde do meu marido", escreveu. "Estamos com medo e muito preocupados que sua recuperação seja complicada, enquanto ele continua a suportar condições tão duras e tratamento injusto."

Itamaraty. Para o advogado brasileiro do executivo, José Roberto Castro Neves, o caso agora é uma questão humanitária. "Há uma violação das garantias básicas, da integridade física de Ghosn." De acordo com Castro Neves, a família vai solicitar que o Itamaraty tome medidas.

Em sua primeira aparição pública, durante depoimento à Corte Distrital de Tóquio, na segunda-feira, Ghosn, que entrou algemado, aparentava estar mais magro do que antes da prisão e exibia fios brancos na raiz de seus cabelos, conforme pessoas presentes na audiência.

Em sua fala, o executivo, a quem é dado o crédito de ter resgatado a Nissan da beira da falência duas décadas atrás, disse que foi "equivocadamente acusado e injustamente detido com base em acusações infundadas e sem mérito".

Na última quarta-feira, foi a vez do jornal Wall Street Journal, em editorial, questionar a condução das investigações contra Ghosn. Na avaliação da publicação, trata-se de um dos casos "mais estranhos no mundo dos negócios".

Para o WSJ, a prolongada prisão do executivo é uma pressão crescente sobre a Renault para que destitua Ghosn de sua presidência - a montadora francesa tem uma aliança com a Nissan e a Mitsubishi Motors, liderada pelo brasileiro. "(...) Essa aliança incomoda cada vez mais os japoneses; é possível presumir que a inquisição sobre Ghosn seja parte de um esforço japonês para dissolver a aliança montada pelo executivo."

Sentença. Segundo o WST, os procuradores públicos estão adicionando acusações que necessitam de investigação, para que possam manter o executivo preso, nos termos das leis japonesas. Em referência à Alice no País das Maravilhas, o jornal americano recorre à lógica da Rainha de Copas, do clássico de Lewis Carroll, para definir o tratamento dado ao executivo: "primeiro a sentença e depois o veredicto". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma nova decisão da Justiça permitirá que a família do executivo Carlos Ghosn, ex-presidente do conselho da Nissan, possa entrar no apartamento funcional que o executivo mantinha no Rio de Janeiro para recolher documentos e pertences pessoais. A disputa, relativa a um imóvel na Avenida Atlântica, em Copacabana, é um dos reflexos globais da prisão do executivo no último dia 19 de novembro, em Tóquio. Ghosn foi acusado formalmente por autoridades japonesas nesta semana de deixar de declarar o equivalente a US$ 43 milhões de sua renda.

Segundo decisão proferida nesta quarta-feira, 12, pela 52.ª Vara Cível da Justiça do Rio de Janeiro, a família terá direito de entrar no apartamento, por um prazo de 24 horas, para "retomar a posse dos seus bens, pertences e documentos pessoais". Desde a prisão de Ghosn, membros de sua família tentavam entrar no apartamento, sem sucesso. Trata-se, no entanto, da segunda decisão judicial neste sentido - e a Nissan tem recorrido, inclusive em fins de semana, para reverter essa possibilidade.

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Na decisão desta quarta, a juíza Maria Cecília Pinto Gonçalves afirmou que não existe base legal para a companhia impedir a entrada de Ghosn - ou da filha Caroline, coautora do processo - no apartamento. Um dos argumentos da montadora para impedir a entrada da família no imóvel seria a possibilidade de destruição de eventuais provas relativas à acusação feita no Japão contra o executivo.

Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, o objetivo de pessoas ligadas ao executivo seria fazer a visita ao imóvel com a presença de funcionários da Justiça fluminense. Essa seria uma maneira de garantir a elaboração de um relatório sobre o que foi retirado do imóvel. Embora o empresário e seus filhos não morem mais no Brasil, a mãe e uma irmã de Ghosn vivem no Rio.

"Caso haja interesse dos órgãos de investigação, com a devida autorização judicial, de identificar e apreender os cofres ou outros bens e documentos, com vistas à preservação de provas relevantes para uma imputação criminal efetiva, poderão fazê-lo oportunamente", aponta a sentença desta quarta. A decisão diz que o fim da relação contratual não obriga a devolução imediata do imóvel funcional.

Fama

Preso há 20 dias e agora formalmente acusado, Carlos Ghosn, 64 anos, era até pouco tempo considerado uma espécie de herói no Japão. Apelidado de "cortador de custos" pela indústria automotiva, ele fechou cinco fábricas e cortou 21 mil funcionários para garantir que a Nissan se tornasse um negócio saudável novamente. O brasileiro chegou à francesa Renault em 1996 e promoveu uma fusão global da montadora coma rival japonesa, em 1999. O grupo incorporou a Mitsubishi há pouco mais de dois anos.

Procurada, a Nissan não quis se pronunciar. Representantes da família Ghosn no País não foram encontrados.

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