O Ministério Público de Tóquio emitiu nesta terça-feira (7) um mandado de prisão contra Carole Ghosn, esposa do ex-presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubish Carlos Ghosn, sob suspeita de "falso testemunho", informou a agência de notícias Kyodo News.
De acordo com a publicação, ela teria cometido perjúrio perante um tribunal japonês durante uma audiência em abril passado sobre a investigação em curso contra o executivo brasileiro. Carole, de 53 anos, está com seu marido no Líbano, depois que Ghosn fugiu do Japão, onde cumpria prisão domiciliar após ser detido sob a acusação de fraude fiscal.
##RECOMENDA##O ex-magnata foi impedido de ver sua esposa durante seu período de detenção e teve acesso limitado a conversas em videoconferência. Ao chegar ao Líbano na semana passada, Ghosn descartou a hipótese de que sua esposa tivesse orquestrado seu plano de fuga e insistiu que tudo foi organizado por ele pessoalmente.
"Houve especulações na mídia de que minha esposa Carole e outros membros da minha família tiveram um papel importante na minha partida do Japão. Toda essa especulação é imprecisa e falsa. Só eu arranjei minha partida. Minha família não teve nenhum papel", afirmou o executivo.
Carole, que também tem cidadania americana, deixou o Japão em abril passado após a emissão do quarto mandado de prisão contra seu marido, mas continuou realizando uma campanha em vários países para exigir um "julgamento justo" e a libertação de Ghosn.
Acusado de fraude fiscal no Japão, o brasileiro estava em liberdade condicional e fugiu para o Líbano, país onde também tem cidadania, alegando ser vítima de um "complô" e de uma "perseguição política". A expectativa é de que ele conceda uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (8), em Beirute.
O Japão, por sua vez, tenta uma forma de extraditar Ghosn, mas os dois países não têm acordo de extradição. No último dia 2 de janeiro, o Líbano chegou a anunciar que recebeu um pedido de prisão da Interpol contra o ex-presidente da aliança Renault-Nissan.
Da Ansa