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Os habitantes da cidade de Djibo, no norte de Burkina Faso, estão mergulhados na miséria, devido ao bloqueio imposto há meses por grupos extremistas.

Desde 2015, Burkina Faso enfrenta uma insurgência "jihadista", e muitas cidades da região sofrem um destino semelhante.

Quase um milhão de pessoas vive em áreas bloqueadas no norte e no leste do país africano.

Nos últimos anos, Djibo se tornou um centro para os deslocados internos da região, obrigados a fugir pela violência extremista de grupos ligados à Al-Qaeda e à organização Estado Islâmico (EI).

A população da cidade triplicou, chegando a um total estimado em cerca de 300.000.

Em outubro, 15 pessoas morreram de fome, segundo Idrissa Badini, porta-voz de um grupo de organizações da sociedade civil na província de Sum.

Badini acha que "provavelmente há mais vítimas".

Na estrada entre Djibo e a cidade de Burzanga, moradores disseram terem visto restos de veículos atingidos por minas terrestres. Vários comboios de suprimentos foram atacados, recentemente, nesta estrada.

Em setembro, 35 pessoas, incluindo crianças, morreram quando uma mina explodiu um caminhão e, em outro ataque a um comboio, 11 soldados morreram.

Os comboios são a única opção para abastecer a população, já que os agricultores estão impedidos de cuidar de seus campos, devido à violência, e a produção de alimentos é quase inexistente em muitas partes do país.

- Desastre humanitário -

Até agora neste ano, oficiais insatisfeitos com o Exército deram dois golpes de Estado em Burkina Faso, em uma demonstração de raiva por seu fracasso na luta contra a insurgência. No início deste mês, o capitão Ibrahim Traoré, que assumiu o poder com um golpe em setembro, viajou para Djibo para sua primeira visita oficial.

"As crianças estão pele e osso, os idosos passam fome, e as mulheres não podem mais amamentar, porque não há mais nada em seus seios", disse Traoré. "Tem gente que come folha para sobreviver", acrescentou.

Ele descreveu uma "situação preocupante", dizendo que "o território está quase perdido".

Em Djibo, alguns dos deslocados pela violência tentam fugir para o sul, para a capital, Ouagadougou.

"Privados de água, comida, remédios e sinal de telefone, muitos estão deixando Djibo a pé, à noite, com a esperança de chegar às áreas aonde ainda podem acessar", disse um trabalhador humanitário à AFP, pedindo para não ser identificado.

Segundo as Nações Unidas, dezenas de lugares em Burkina Faso estão enfrentando condições semelhantes às de Djibo.

Em Arbinda, a leste, dezenas de milhares de pessoas das áreas vizinhas se reuniram para fugir dos ataques.

"Os comboios terrestres regulares que costumavam abastecer a população com alimentos e produtos de subsistência cessaram", disse Badini.

"Faz dois meses que não chega nada a Arbinda. A população, que esgotou suas reservas, está à beira de um desastre humanitário", sublinhou.

Apesar dos ataques, carregamentos esporádicos de suprimentos conseguiram romper certos bloqueios.

No final de outubro, o Exército enviou 70 toneladas de grãos por via aérea para Djibo, e mais de 300 toneladas de alimentos chegaram à cidade por via terrestre no início de novembro, segundo o Estado-Maior. No caminho, sete minas foram desativadas.

"Conseguimos abastecer algumas localidades, mas outras ainda não", completou Traoré.

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU diz que cerca de 3,5 milhões de pessoas em Burkina Faso precisarão de ajuda alimentar de emergência nos próximos meses.

Por décadas, o ex-presidente de Burkina Faso Blaise Compaoré preferiu evitar falar sobre Thomas Sankara, seu antecessor e velho amigo, assassinado em 1987 por soldados em seu gabinete. Nesta quarta, 6, porém, um tribunal militar confirmou velhas suspeitas de que Compaoré, agora no exílio, esteve de fato ligado ao assassinato de seu antecessor. A corte o condenou à revelia e o sentenciou a uma pena de prisão perpétua.

O fortemente protegido tribunal da capital, Uagadugu, irrompeu em aplausos depois que a sentença foi lida - o clímax de uma aguardada tentativa de fazer justiça em relação a um dos mais infames assassinatos políticos da história da África. "É um alívio", afirmou Paul Sankara, irmão caçula do presidente assassinado, sobre o veredicto. "Foi uma longa espera."

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Desafio

Sankara, um inflamado revolucionário marxista, tornou-se um dos presidentes mais jovens da história da África quando ascendeu ao poder, em 1983. Ao longo de quatro anos no cargo, ele rapidamente ganhou fama por seu governo escrupuloso e seu espirituoso desafio ao Ocidente, o que lhe rendia louvores por toda a África.

Ele e outros 12 homens foram mortos em outubro de 1987, durante o golpe militar que levou ao poder Compaoré, um amigo de Sankara. Ao longo dos 27 anos seguintes, Compaoré comandou Burkina Faso com mão de ferro, até que uma insurreição popular o retirou da presidência, em 2014, forçando-o a fugir para a Costa do Marfim.

No entanto, Compaoré dificilmente será preso. Ele rejeitou voltar a Burkina Faso para assistir ao julgamento, e a Costa do Marfim se recusou a extraditá-lo. Ele sempre negou qualquer responsabilidade pelo assassinato, apesar de suas justificativas terem mudado ao longo dos anos.

Golpes de estado

Foram ouvidos relatos de mais de 100 testemunhas que acusaram Compaoré e outras 13 pessoas pelo assassinato. Os procedimentos foram brevemente adiados, no fim de janeiro, após militares tomarem o poder em Burkina Faso, no mais recente de uma série de golpes de Estado desde que o país conquistou sua independência da França, em 1960. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, que assumiu o poder em Burkina Faso após um golpe de Estado em 24 de janeiro, foi declarado "presidente" pelo Conselho Constitucional, perante o qual em breve prestará juramento - disseram fontes judiciais à AFP nesta quinta-feira (10).

O Conselho Constitucional indica que "Paul-Henri Sandaogo Damiba, tenente-coronel das Forças Armadas nacionais, presidente do Movimento Patriótico para Salvaguarda e Restauração (MPSR, junta no poder), é o presidente" do país, a contar de 24 de janeiro.

No fim do mês passado, a União Africana (UA) anunciou a suspensão de Burkina Faso de todas as atividades na organização "até o restabelecimento efetivo da ordem constitucional no país", após o golpe militar que depôs o presidente Marc Christian Kaboré.

O país também foi suspenso das instâncias da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), o mesmo acontecendo nos casos de Guiné e Mali. Ambos os países também foram palco, recentemente, de golpes de Estado.

Desde 2015, Burkina Faso está mergulhada em uma espiral de violência atribuída a movimentos jihadistas afiliados à Al Qaeda e ao grupo Estado Islâmico. Essa escalada deixou, até o momento, pelo menos 2.000 mortos, e forçou 1,4 milhão de pessoas a fugirem de suas casas.

Longe da final da Copa Africana de Nações, os anfitriões da seleção de Camarões levaram um susto neste sábado e quase perderam o simbólico posto de terceiro lugar da competição. Jogando no Stade Ahmadou Ahidjo, na capital Yaoundé, o time da casa levou 3 a 0 da Burkina Faso no placar e precisou suar para buscar o empate e levar a melhor nas penalidades.

O atacante Vincent Aboubakar foi o grande nome do jogo. Ele marcou dois gols no tempo normal e converteu seu pênalti na disputa final, vencida pela seleção da casa por 5 a 3. Ibrahim Blati Toure desperdiçou a terceira cobrança da Burkina Faso, permitindo a vitória dos anfitriões.

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A seleção de Camarões entrou em campo desanimada neste sábado, após ter frustrada sua tentativa de chegar à final. O time foi eliminado nos pênaltis pelo Egito, na semifinal - os egípcios vão enfrentar o Senegal neste domingo, na disputa do título. A falta de disposição fez a diferença no primeiro tempo e a Burkina aproveitou. Steve Yago abriu o placar aos 24, com assistência de Kabore.

As dificuldades do lado de Camarões eram tantas que até o goleiro Onana, geralmente consistente, deu sua contribuição ao rival. Aos 43, fez gol contra. A situação complicou de vez aos 4 minutos da etapa final, quando Ouattara anotou o terceiro de Burkina, após passe de Traore.

A reação de Camarões começou somente aos 26, com gol do atacante Stephane Bahoken. Em seguida, Aboubakar marcou duas vezes em apenas dois minutos, aos 40 e aos 42 minutos do segundo tempo. O empate levou o confronto aos pênaltis.

Certeiro também nas cobranças, o atacante foi seguido por Ngamaleu, Ekambi, Kunde e Bitolo, que converteram suas finalizações. Pelo lado de Burkina, marcaram Kabore, Ouattara e Yago.

A União Africana (UA) anunciou nesta segunda-feira (31) que suspendeu Burkina Faso de todas as atividades na organização, até que a ordem constitucional seja restaurada no país, depois do golpe de Estado ocorrido na semana passada.

"O Conselho decide [...] suspender a participação de Burkina Faso em todas as atividades da UA até o restabelecimento efetivo da ordem constitucional no país", tuitou o Conselho de Paz e de Segurança, encarregado de conflitos e questões de segurança dentro da instituição.

Na última sexta-feira (28), o país já havia sido suspenso das instâncias da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), assim se fez com Guiné e Mali. Ambos os países também foram, recentemente, palco de golpes de Estado.

Uma delegação de ministros das Relações Exteriores da CEDEAO deve visitar Uagadugu, capital de Burkina Faso, nesta segunda, para uma reunião com membros da junta militar.

Os militares tomaram o poder em 24 de janeiro e colocaram o presidente Roch Marc Christian Kaboré em prisão domiciliar.

Assim como Mali e Níger, Burkina Faso está mergulhada, desde 2015, em uma espiral de violência atribuída a movimentos jihadistas afiliados à Al Qaeda e ao grupo Estado Islâmico (EI). Até o momento, o balanço desta escalada é de pelo menos 2.000 mortos e 1,4 milhão de deslocados.

Os militares que deram um golpe em Burkina Faso, no domingo (23) confirmaram nesta segunda-feira (24) na TV estatal que haviam deposto o presidente Roch Kaboré - no poder desde 2015 - , suspendido a Constituição, dissolvido a Assembleia Nacional e fechado as fronteiras do país. Em meio a boatos de que teria sido preso, Kaboré fez um apelo para que os soldados se entregassem.

"Nosso país está passando por momentos difíceis", escreveu Kaboré no Twitter. "Devemos salvaguardar nossas conquistas democráticas. Convido aqueles que pegaram em armas a depô-las, no melhor interesse do país. É através do diálogo e da escuta que devemos resolver nossas diferenças."

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Ontem à noite, no entanto, os militares pareciam no controle e anunciaram um toque de recolher das 21 horas às 5 horas. Segundo diplomatas, não se sabe ainda se Kaboré havia sido detido pelos rebeldes ou se estava sendo protegido por soldados leais. Agências de notícias informaram que ele foi preso após um tiroteio perto de sua casa. A embaixada francesa disse que a situação é "confusa". A Air France cancelou dois voos programados para ontem.

Os militares rebeldes, reunidos em um grupo chamado Movimento Patriótico para a Salvaguarda e Restauração (MPSR), disseram que a decisão de depor Kaboré foi tomada para permitir que o país mantenha sua soberania e integridade territorial.

"Diante da deterioração da segurança que ameaça os fundamentos de nossa nação, a manifesta incapacidade de Kaboré de unir os burquinenses para lidar com a situação, e seguindo as aspirações dos diferentes estratos sociais, o MPSR decidiu assumir suas responsabilidades diante da história", afirmou um porta-voz do grupo.

A situação saiu do controle do governo em razão da falta de progresso contra o avanço de grupos jihadistas, que deixou milhares de mortos e milhões de deslocados. Em poucos anos, facções ligadas à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico tomaram vastas regiões de Burkina Faso.

"O país está se esfacelando sob a enorme pressão que os insurgentes jihadistas vêm colocando há vários anos", disse Michael Shurkin, ex-analista de inteligência da CIA. "Nem o governo nem as Forças Armadas estão à altura dos desafios que Burkina Faso enfrenta - e a população parece estar à procura de novas soluções."

Revolta

A instabilidade se agravou depois que Kaboré proibiu protestos contra o governo. No domingo, ele tentou evitar o golpe, impôs um toque de recolher e cortou o acesso à internet móvel. Mas não conseguiu evitar que diversos manifestantes invadissem a sede de seu partido e tocassem fogo no edifício.

A disputa pelo poder em Burkina Faso se insere no contexto de uma onda de golpes de Estado na África. Em Guiné, soldados destituíram o presidente Alpha Condé, em setembro, para impedir que ele disputasse um terceiro mandato inconstitucional.

Em agosto de 2020, no Mali, um grupo de militares tomou o poder e instalou um governo civil, prometendo um retorno à democracia - que nunca ocorreu. Em maio, o coronel Assimi Goita destituiu todo mundo e se declarou presidente, pelo menos até as próximas eleições, em dezembro de 2025.

Os militares também tomaram o poder no Sudão, em outubro, interrompendo o processo de transição democrática iniciado em 2019, e no Chade, em abril de 2020, após a morte do presidente, Idriss Déby, para nomear seu filho, Mahamat Déby, como novo líder. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Tiros foram disparados neste domingo (23) em várias bases militares em Burkina Faso, incluindo na capital Ouagadougou. O governo, porém, negou "uma tomada do poder pelo Exército" e afirmou que as instituições não estavam ameaçadas "neste momento".

Burkina Faso experimentou vários golpes e tentativas de golpe no passado, e os tiroteios de hoje ilustram a fragilidade do poder do presidente Roch Marc Christian Kaboré diante da crescente violência jihadista no país desde 2015.

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"Desde 01h00, tiros são ouvidos aqui em Gounghin provenientes do campo de Sangoulé Lamizana", afirmou um soldado deste bairro localizado na saída oeste de Ouagadougou.

Tiros também foram ouvidos em outro campo militar em Ouagadougou, o de Baba Sy, na saída sul da capital, e na base aérea próxima ao aeroporto, segundo fontes militares.

Tiroteios também ocorreram nos quartéis de Kaya e Ouahigouya, no norte do país, segundo moradores contatados pela AFP.

Moradores do distrito de Gounghin disseram que soldados do campo de Sangoulé Lamizana saíram de seus quartéis, disparando tiros para o ar, e isolaram o perímetro ao redor do quartel.

O perímetro ao redor do quartel da base aérea também foi isolado com soldados encapuzados atirando para o ar.

Cem pessoas que tentaram se reunir no centro de Ouagadougou para expressar seu apoio ao movimento dos soldados, foram dispersadas com gás lacrimogêneo pela polícia, segundo um correspondente da AFP.

- Internet cortada -

A internet móvel foi cortada esta manhã, de acordo com jornalistas da AFP.

A base de Sangoulé Lamizana abriga o Centro Prisional e Correcional das Forças Armadas (Maca), onde está detido o general Gilbert Diendéré, próximo ao ex-presidente Blaise Compaoré, deposto em 2014, que desde então vive na Costa do Marfim.

O general Diendéré foi condenado a 20 anos de prisão por uma tentativa de golpe em 2015 e atualmente está sendo julgado por seu suposto papel no assassinato do ex-presidente Thomas Sankara, um ícone pan-africano, em 1987.

O governo reagiu rapidamente negando uma tentativa de golpe.

"Informações veiculadas nas redes sociais tendem a fazer crer numa tomada de poder pelo Exército", diz um comunicado de imprensa do porta-voz do governo, Alkassoum Maiga.

"O governo, embora reconheça tiroteios em determinados quartéis, desmente estas informações e apela às populações para que mantenham a calma", acrescenta.

"Nenhuma instituição da República está ameaçada por enquanto", declarou o ministro da Defesa, o general Barthélémy Simporé, numa intervenção em rede nacional.

Ele acrescentou que os movimentos observados são "localizados, circunscritos", e que está "em contato com os responsáveis para compreender as motivações".

Ontem, protestos foram organizados por moradores exasperados com a impotência das autoridades para lidar com a violência jihadista que assola Burkina Faso. Incidentes violentos ocorreram em Ouagadougou e outras cidades em todo o país entre policiais e manifestantes.

Burkina Faso está mergulhado desde 2015 em uma espiral de violência atribuída a grupos jihadistas armados, afiliados à Al-Qaeda e ao grupo Estado Islâmico. Ataques contra civis e soldados são cada vez mais frequentes e concentrados principalmente no norte e leste do país.

No sábado, pelo menos dois militares morreram e vários ficaram feridos numa explosão entre Ouahigouya e Titao (norte).

Em 23 de dezembro, uma emboscada de grupos armados visando um comboio de suprimentos composto por civis e Voluntários de Defesa da Pátria (VDP) na zona de You (norte) matou 41 pessoas, incluindo Ladji Yoro, considerado líder do VDP.

A violência extremistas islâmica matou mais de 2.000 pessoas nos últimos seis anos e forçou 1,5 milhão de pessoas a fugir de suas casas.

Vários soldados estão detidos desde meados de janeiro por supostos atos de "tentativa de desestabilizar as instituições".

Entre eles, o tenente-coronel Emmanuel Zoungrana, ex-comandante do 12º regimento de infantaria de comando, que até agora era comandante do grupo de forças do setor oeste na luta contra o terrorismo.

Cerca de cem civis foram mortos no norte de Burkina Faso, em Solhan, entre a noite de sexta-feira (4) e a madrugada deste sábado (5), no ataque mais sangrento registrado no país desde o início da violência extremista islâmica em 2015, informaram fontes da segurança e locais.

"Durante a madrugada de sexta para sábado, indivíduos armados realizaram uma incursão mortal em Solhan, na província de Yagha. O saldo, ainda provisório, é de cem pessoas mortas, homens e mulheres de todas as idades", disse à AFP uma fonte da segurança.

O ataque e o balanço de vítimas foram confirmados pelo governo.

De acordo com uma fonte local, o ataque, que começou por volta das 2h (23h de sexta-feira no horário de Brasília), primeiro teve como alvo um posto dos Voluntários pela Defesa da Pátria, os VDP, de apoio civil ao Exército, e "depois os agressores foram às casas dos moradores, que foram executados".

"Além do pesado tributo humano, o pior que registramos até hoje, as casas e o mercado (de Solhan) foram incendiados", declarou outra fonte da segurança, que disse temer que "o saldo, ainda provisório, aumente".

Um responsável do serviço de segurança declarou, por sua vez, que "homens foram destacados para realizar (operações) de busca e proteger as populações que irão realizar a recuperação dos corpos e sepultamento das vítimas".

Um luto nacional de 72 horas foi decretado pelas autoridades, a partir deste sábado às 00h00 até segunda-feira, 7 de junho, às 23h59, de acordo com o governo.

Sohlan, uma pequena cidade localizada a cerca de quinze quilômetros de Sebba, capital da província de Yagha, não muito longe da fronteira com o Mali, registrou vários ataques nos últimos anos.

No dia 14 de maio, o ministro da Defesa, Chériff Sy, e membros da hierarquia militar foram a Sebba e garantiram que a situação havia voltado ao normal, após inúmeras operações militares.

Este último ataque sangrento cometido por supostos extremistas islâmicos foi realizado pouco depois de outro, também na sexta-feira à noite, em um vilarejo na mesma região, Tadaryat, no qual pelo menos 14 pessoas, incluindo um membro dos VDP, foram mortas.

Os ataques acontecem uma semana depois de dois outros atos violentos na mesma área, nos quais quatro pessoas, incluindo dois membros dos VDP, foram mortas.

Nos dias 17 e 18 de maio, quinze moradores e um soldado foram mortos em dois ataques a uma aldeia e uma patrulha no nordeste do país, segundo o governador da região.

Desde 5 de maio, diante do aumento da violência terrorista islâmica, as forças armadas lançaram uma operação em grande escala nas regiões norte e do Sahel.

Apesar do anúncio de inúmeras operações desse tipo, as forças de segurança têm dificuldades em conter a espiral de violência, que deixou mais de 1.400 mortos e mais de um milhão de desabrigados desde 2015.

Ao menos 24 pessoas morreram e 18 ficaram feridas no domingo em um ataque contra uma igreja protestante em uma cidade do norte de Burkina Faso, anunciaram nesta segunda-feira (17) o governador da região do Sahel.

"O balanço provisório tem 24 mortos, incluindo o pastor de uma igreja protestante. Igualmente, lamentamos 18 feridos e pessoas sequestradas", afirmou o coronel Salfo Kabore em um comunicado.

Um balanço anterior divulgado por fontes das forças de segurança citava pelo menos 10 mortos no suposto ataque jihadista, durante o culto dominical no localidade de Pansi, na província de Yagha.

"No domingo, um grupo armado terrorista invadiu localidade e atacou a aprazível população local", completa o texto.

"Os feridos foram levados para Sebba e Dori para receber atendimento. Os falecidos foram enterrados no mesmo dia pelos sobreviventes, com a ajuda espontânea dos moradores de localidades vizinhas", explicou o governador, antes de informar que as pessoas sequestradas estão sendo procuradas.

"É difícil ter uma ideia da situação, pois os habitantes fugiram após o ataque", declarou um morador contactado pela AFP em Sebba, cidade onde muitos moradores de Pansi buscaram refúgio.

"Em Sebba há uma situação de psicose porque terroristas mataram cristãos e seu pastor", completou o habitante que pediu anonimato.

Em 10 de fevereiro, um grupo de jihadistas invadiu Sebba e sequestrou sete pessoas na residência de um pastor. Três dias depois, cinco pessoas foram encontradas mortas, incluindo o pastor, e duas mulheres foram resgatadas, de acordo com o governador da região do Sahel.

Em um incidente separado no domingo, cinco soldados de Burkina Faso morreram na explosão de uma bomba de fabricação caseira na passagem de seu veículo pelos arredores da província de Lorum, norte do país.

Desde 2015, quase 750 pessoas morreram e 600.000 foram obrigadas a deixar suas casas neste país de fronteira com Mali e Níger.

De acordo com a ONU, 4.000 pessoas morreram em 2019 em ataques jihadistas nos três países.

O ataque jihadista do sábado em Silgadji, um povoado do norte de Burkina Faso onde homem foram separados das mulheres e executados, deixou pelo menos 39 mortos - anunciou o governo em um comunicado.

"As operações de rastreamento na zona das Forças de Defesa e de Segurança (FDS) permitiram determinar a morte de 39 dos nossos concidadão neste ataque covarde e bárbaro", indicou o ministro de Comunicação e porta-voz do governo, Remis Fulgance Dandjinou, em um comunicado. No domingo, os habitantes de Silgadji que fugiam do massacre chegaram a Bourzanga (norte).

"Segundo os habitantes [de Silgadji], os terroristas cercaram a população no mercado popular e os separaram em dois grupos. Os homens foram executados e ordenaram as mulheres que deixassem o povoado", disse um morador de Bourzanga por telefone à AFP.

Desde 2015, cerca de 800 pessoas morreram em ataques extremistas em Burkina Faso, um país na fronteira com Mali e Níger.

Segundo a ONU, os ataques jihadistas em Mali, no Níger e em Burkina Faso deixaram 4.000 mortos em 2019 e provocaram uma crise humanitária sem precedentes. Entre deslocados e refugiados, são cerca de 600 mil pessoas fugindo da violência.

Cinco policiais e ao menos cinco civis morreram na manhã desta segunda-feira em um ataque a um destacamento da polícia no norte de Burkina Faso, na região de fronteira com o Mali, informaram fontes de segurança.

"Dezenas de indivíduos armados realizaram um ataque contra o destacamento da polícia em Oursi, por volta das 03H00 local", disse um oficial à AFP. "Após várias horas de tiroteio, os agressores conseguiram entrar e, lamentavelmente, perdemos cinco agentes". Segundo outro oficial, cinco civis que trabalhavam para uma empresa privada também morreram. 

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Os agressores levaram "um grande número de armas e queimaram material", informaram várias fontes. O ataque ocorre na véspera de uma reunião em Uagadugú do Conselho de Ministros do G5 Sahel.

Burkina Faso está mergulhada há quase cinco anos em uma espiral de violência atribuída a movimentos jihadistas, alguns ligados à Al-Qaeda e outros ao grupo Estado Islâmico.

Desde o início de 2015, os ataques jihadistas, cada vez mais frequentes e mortíferos, especialmente no norte e no leste, já deixaram 649 mortos - segundo levantamento da AFP - e quase 500 mil deslocados internos ou refugiados, segundo a ONU.

Homens armados atacaram uma igreja católica em Burkina Faso, matando um padre e cinco fiéis, disseram autoridades do país. O ataque deste domingo (12) ocorreu em Dablo, a cerca de 200 quilômetros da capital, Ouagadougou. Urbain Kabore, um porta-voz do governo para a região do Sahel, disse que os homens armados também atearam fogo a um centro de saúde e destruíram todos os locais que servem bebidas alcoólicas.

Não houve reivindicação imediata de responsabilidade, mas os ataques levaram as marcas de extremistas islâmicos que atua na região. Um ataque a uma igreja protestante há duas semanas havia deixado seis mortos. Fonte: Associated Press.

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Um ataque contra uma igreja em Burkina Faso, país que é vítima frequente de ataques jihadistas, deixou cinco mortos no domingo (29) em Silgadji, a 60 km de Djibo, capital da província de Soum, na região norte, informaram as forças de segurança.

"Indivíduos armados não identificados atacaram a igreja protestante de Silgadji. Eles mataram quatro fiéis e o principal pastor. Ao menos duas pessoas continuam desaparecidas", afirmou uma fonte das forças de segurança à AFP.

Este foi o primeiro ataque contra uma igreja desde 2015. "O ataque aconteceu às 13H00, quando os fiéis deixavam a igreja ao final do culto", afirmou à AFP um membro da comunidade que pediu anonimato.

"Os criminosos estavam a bordo de motocicletas. Atiraram para o alto antes de apontar contra os fiéis", explicou a mesma fonte.

Há quatro anos, Burkina Faso é cenário de ataques cada vez mais violentos e frequentes, atribuídos a grupos jihadistas, entre eles o Ansarul Islam, o Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos e o Estado Islâmico no Grande Saara.

Os ataques se limitavam ao norte do país, mas depois começaram a atingir a capital e outras regiões, em particular o leste. Desde 2015, quase 350 pessoas morreram em atentados.

Na sexta-feira, seis pessoas, incluindo cinco professores, foram assassinadas em Maitaougou, cidade da província de Koulpelogo, leste do país. Os ataques têm como alvos frequentes líderes religiosos, principalmente na região norte de Burkina Faso.

Um missionário espanhol e quatro agentes alfandegários morreram nesta sexta-feira (15) vem um ataque atribuído a extremistas contra um posto móvel de aduana em Burkina Faso, segundo um comunicado da congregação salesiana e fontes de segurança do país.

"Assassinado o salesiano espanhol Antonio César Fernández em um ataque extremista entre Togo e Burkina Faso. O missionário, de 72 anos, foi abatido a tiros", anunciou a Província Salesiana Maria Auxiliadora no Twitter.

Segundo a congregação, o sacerdote, que trabalhava na África desde 1982 e vivia em Uagadugu, retornava de uma reunião em Lomé, capital do Togo, com outros dois religiosos, que sobreviveram ao ataque.

"Foram atacados por homens armados, supostamente jihadistas, após terem passado pela fronteira", indicou o representante da congregação José Elegbede, em comunicado. "Após o registro do veículo, César se separou do grupo e homens atiraram contra ele", detalhou. O corpo deve ser trasladado a Lomé, assinalou.

O chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, condenou o ataque em uma mensagem de condolências à família e aos colegas do padre andaluz, que foi missionário em vários países africanos desde 1982.

"Minha repulsa mais absoluta a este ataque e meu reconhecimento aos cooperadores e voluntários que arriscam suas vidas trabalhando em áreas de conflito", publicou no Twitter.

De acordo com uma fonte de segurança de Burkina, "uma equipe móvel da alfândega de Cinkassé, que havia instalado um posto de controle em Nohao (leste), sofreu um ataque terrorista na sexta-feira, às 17h00 (15h00 de Brasília)".

Um primeiro balanço de sexta-feira à noite falava em três agentes alfandegários mortos, mas foi revisado para quatro, além do padre, segundo a fonte de segurança.

"Foi obra de um grupo de 20 indivíduos armados que, depois, fugiram para a zona florestal", informou outra fonte de segurança.

- Crise humanitária -

Como país pobre da região do Sahel, há quatro anos Burkina Faso tem enfrentado ataques cada vez mais frequentes e mortais atribuídos a grupos jihadistas. Inicialmente concentrados no norte do país, estenderam-se estenderam para outras regiões, incluindo o leste.

Os ataques, atribuídos principalmente aos movimentos extremistas Ansaroul Islam e Grupo de Apoio ao Islã e os Muçulmanos (GSIM), deixaram mais de 300 mortos desde 2015, segundo uma contagem da AFP, e até mais de 500, de acordo com outras fontes.

Frente à proliferação sem precedentes de ataques jihadistas nos últimos meses, Burkina Faso realizou nas últimas semanas uma reestruturação importante do alto comando militar, com a nomeação de um novo chefe do estado-maior, um novo chefe de pessoal do Exército e novas autoridades à frente das três regiões militares do país. Os ministros da Defesa e Segurança foram substituídos em janeiro.

Mas as forças de segurança parecem impotentes em sua capacidade de frear a onda de ataques jihadistas. Reunidos no começo do mês em Uagadugu, os países do G5 do Sahel (Burkina, Mali, Mauritânia, Níger e Chade) pediram à comunidade internacional uma ajuda maior para lutar contra os grupos jihadistas.

Em Burkina, a situação da segurança provocou uma crise humanitária, segundo o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), que alertou esta semana que "1,2 milhão de pessoas necessitam de assistência urgente".

Especialistas confirmam que beber cerveja aumenta o número de picadas de mosquito. Os estudos foram realizados no Japão e em Burkina Faso, país da África Ocidental, que verificaram que a ingestão de cerveja atrai mais mosquitos para o bebedor e, consequentemente, o risco de doenças como o Zika, Chikungunya e Malária.

Segundo publicação da BBC Brasil, na pesquisa japonesa foi testada uma dose de 350 ml de cerveja feita de cevada, para a atração do Aedes albopictus, parente próximo do Aedes aegypti. Já em Burkina Faso, os estudiosos deram aos participantes uma quantidade não informada de cerveja feita com sorgo, localmente chamada de dolo, para verificar o resultado sobre a espécie Anaphoneles gambiae, responsável pela transmissão da malária.

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Nos dois estudos, se notou um aumento significativo na atração dos insetos. O professor titular do Departamento de Microbiologia, imunologia e parasitologia (MIP) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Carlos Brisola Marcondes, em entrevista à BBC, diz que os autores supuseram que com a cerveja haveria maior produção de cairomônios, que são substâncias voláteis vindas dos bebedores - o que atrairia os mosquitos.

Pelo menos 30 pessoas morreram e 50 ficaram feridas nesta sexta-feira (2) durante vários ataques na capital do Burkina Faso, na África, informaram as autoridades locais.

Os atos de violência foram registrados em três lugares distintos: a residência do primeiro-ministro do país; do escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) e um quartel militar do Exército, em Ouagadougou.

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Além disso, a primeira explosão foi seguida de um tiroteio em uma zona junto à embaixada francesa no Burkina Faso. Cerca de quatro homens não identificados desceram do carro e atiraram contra a embaixada francesa gritando "Allahu Akbar" ("Alá é grande",em tradução livre), segundo informações do diretor Jean Bosco Kienou à Associated Press.

O embaixador francês, Jean-Marc Chataigner, comentou sobre o caso afirmando que a explosão teria sido provocada por um "ataque terrorista". Alguns tiros ainda atingiram a Câmara Municipal, deixando o gabinete de Armand Beouinde com os vidros estilhaçados.

Após o ataque, o Palácio do Eliseu informou que o presidente Emmanuel Macron, foi informado sobre a situação, aconselhando os cidadãos a se protegerem. "Os quatro atacantes foram mortos" e a "situação está sob controle", disse uma fonte francesa local sobre o ocorrido. Burkina Faso vem sendo alvo já a algum tempo por parte de grupos extremistas islâmicos que operam na região de Sahel.

No ano passado, 30 pessoas foram mortas em um hotel na cidade de Ouagadougou, e outras 18 mortas por um atentado dentro de um restaurante. Ataques foram reivindicados pela Al Qaeda do Magrebe.

Da Ansa

Supostos extremistas islâmicos abriram fogo em um restaurante turco na noite deste domingo (13) em Ouagadougou, capital de Burkina Faso, país do oeste da África. Ao menos 17 pessoas morreram no ataque.

Nenhum grupo assumiu a autoria do atentado. O ministro das Comunicações de Burkina Faso, Remi Dandjinou, disse que ainda há oito feridos e que o número de mortos pode aumentar.

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O local do ataque era frequentado por turistas e, por causa disso, há vítimas de diferentes nacionalidades. Ao menos um francês foi identificado entre os mortos.

O restaurante foi cercado por forças de segurança após o início dos disparos.

Em janeiro de 2016, um ataque em um café de Ouagadougou realizado por extremistas islâmicos deixou 30 mortos.

Forças de Burkina Faso e francesas mataram pelo menos quatro extremistas e libertaram 126 pessoas ao assumir de volta o controle do Hotel Splendid, na capital do país, Ouagadou. Extremistas islâmicos invadiram o hotel e o Capuccino Café, que fica nas proximidades, na sexta-feira à noite.

Pelo menos 23 outras pessoas de até 18 países diferentes foram mortas no ataque. Três extremistas foram mortos no hotel e um quarto foi morto quando as forças de segurança fizeram buscas em um segundo hotel nas proximidades.

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Duas das pessoas responsáveis pelo ataque foram identificadas como do sexo feminino, afirmou o presidente do país, Roch Marc Christian Kaboré, em rede nacional de rádio.

"Nós apelamos para que as pessoas estejam vigilantes porque nós devemos lutar", disse o presidente. Ele também disse que o país é grato pela cooperação militar dos Estados Unidos e da França. Fonte: Associated Press.

O governo de Burkina Faso bloqueou os bens dos responsáveis pelo golpe de Estado que, no início deste mês, afastou do poder o presidente, Michel Kafando, restituído há três dias. Uma investigação irá determinar quem será julgado pela curta rebelião. Os bens de 14 pessoas, incluindo o líder do grupo Gilbert Diendere e sua mulher Fatou Diendere, vão ficar congelados por um período de três meses. No período, eles poderão usar 300 mil francos CFA (US$ 512) por mês.

O governo de transição foi deposto no dia 16, quando o general Diendere invadiu uma reunião do governo e prendeu o presidente em exercício e o primeiro-ministro. Na ocasião, militares atiraram contra civis que participavam de um protesto e mataram pelo menos seis pessoas. O golpe interrompeu o processo de 12 meses de transição que se iniciou após a queda do presidente Blaise Compaore, derrubado em uma revolta popular.

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Inicialmente, eleições estavam marcadas para o dia 11 de outubro, mas foram adiadas por várias semanas. Fonte: Associated Press.

Soldados em Burkina Faso se retiraram da capital Ouagadougou durante a madrugada desta quinta-feira depois que o governo interino voltou ao poder, tornando o fim do golpe militar que durou uma semana.

Após dias de tensão e de toque de recolher, os moradores voltaram à rotina e fizeram filas em postos de gasolina e caixas eletrônicos. Muitos foram comprar ovelhas no mercado para abate na celebração do feriado de Eid al-Adha, conhecido como a Festa do Sacrifício, um dos mais importantes feriados do Islã.

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Durante as orações, o líder muçulmano, Aboubakar Sana, apelou por paz e diálogo para levar eleições livres e justas. As eleições de outubro foram adiadas logo após o golpe de Estado e ainda não foi remarcada oficialmente.

O presidente interino, Michel Kafando, e o primeiro-ministro, Yacouba Isaac Zida, voltaram ao poder na quarta-feira, uma semana depois que eles foram presos por membros da guarda presidencial. Fonte: Associated Press.

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