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Pernambucanos contrários ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) coloriram, neste domingo (13), a Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, de verde e amarelo. O ato, organizado na capital pelo Vem Pra Rua e o Movimento Brasil Livre (MBL), se iniciou por volta das 11h e reuniu, de acordo com a organização, 150 mil pessoas. A Polícia Militar estimou a participação de 120 mil manifestantes e disse não ter registrado ocorrências durante o percurso.
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A mobilização é a primeira do segmento em 2016 e acontece um ano após o início da defesa da tese pelo impeachment da presidente. Defendendo além da queda de Dilma, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o fortalecimento da Operação Lava Jato, os manifestantes empunharam bandeiras do Brasil, bonecos de Lula com roupa de presidiário e “pixulecos”. Além disso, os presentes também erguiam cartazes com letreiros que diziam “Lula: de rei a réu”, “balança que essa quenga cai” e “vamos cortar a cabeça da jararaca” – este bastante citado, fazendo alusão ao discurso feito por Lula, no qual ele afirmou ser uma serpente.
De idosos a crianças, pessoas de todas as idades participaram do protesto e tinha o “fora Dilma” e o “Lula nunca mais” já decorado. “Indignação. A palavra de hoje diante do cenário político é essa. Não podemos mais deixar o Brasil nas mãos destes corruptos e precisamos, mais do que nunca, garantir um futuro melhor para as crianças já que o nosso presente está complicado”, pontuou o bancário Robert Galdino, que estava acompanhado da família.
Vestidos de “aedes aegyPTi”, um grupo levou humor para o ato. “É uma brincadeira, mas ao mesmo tempo séria. Aproveitamos o protesto para reforçar a campanha contra o mosquito e combater essa corrupção que tem inundado o nosso país”, explicou o bancário Luiz Holanda que admitiu já ter votado no PT. “Hoje não vejo mais em quem votar. A política está contaminada e, com certeza, pessoas honestas não votam mais no PT”, acrescentou.
Aparentemente mais organizados, desta vez, além dos tradicionais trios elétricos, uma orquestra de frevo de Nazaré da Mata, na Mata Norte, e a Bateria Cabulosa animaram o ato. A imagem do juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na 1º instância, também foi exaltada pela população. O boneco gigante do magistrado foi levado ao ato. A alegoria fez sucesso e muita gente aproveitou para fazer "selfies" com o boneco, que estava vestido com uma toga preta e carregava adesivos com frases como "Basta" e "Fora Dilma". Além disso, dezenas de delegados da Polícia Federal (PF) pediram autonomia administrativa e financeira para a organização.
"Não aguentamos mais a corrupção de Dilma, de Lula e do PT. Os responsáveis pela Lava Jato têm tido um papel importante e fundamental no combate a corrupção, por isso hoje apoiamos também as ações da Justiça Federal diante deste que é o maior escândalo de corrupção já visto no país”, explicou o porta-voz do Vem Pra Rua no Recife, o advogado Gustavo Gesteira. “Os desdobramentos da Lava Jato tem aumentado o engajamento das pessoas no cenário político brasileiro. É importante que os brasileiros passem a ser protagonista no combate a corrupção e na construção de um novo Brasil”, acrescentou. A organização estimou um gasto de R$ 25 mil com o ato.
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Apesar do maior foco das mobilizações de hoje é o impeachment de Dilma, Gesteira desconversou ao ser indagado se o Vem Pra Rua defendia alguma alternativa política ao governo do PT, caso a queda da presidente venha a ser efetivada. “É importante que fique claro que o Vem Pra Rua defende o respeito às leis e a constituição federal. No Brasil ninguém está acima da Lei”, desconversou, mostrando desconforto quanto ao questionamento.
Mesmo pontuando-se apartidários, o ato organizado pelos movimentos recebeu o apoio de diversos políticos. Participaram do ato, o vice-governador de Pernambuco, Raul Henry (PMDB); os deputados federais Augusto Coutinho (SD), Betinho Gomes (PSDB) e Daniel Coelho (PSDB); e os deputados estaduais Antônio Moraes (PSDB) e Priscila Krause (DEM).
“Infelizmente crescente são as descobertas dos descaminhos, das roubalheiras e das falcatruas que fizeram neste país. Esta manifestação vai trazer mais resultados, claro que tudo dentro do devido processo legal porque essa é a base das manifestações democráticas, legitimando os órgãos de controle que precisam ter esse apoio popular”, observou Priscila Krause, dizendo que o povo saiu das redes sociais e foi às ruas.