As forças israelenses mataram dois palestinos, em um ataque neste domingo (24) na cidade de Tulkarem, na Cisjordânia ocupada, em um contexto de aumento dos surtos de violência no conflito entre ambas as partes.
"Dois palestinos morreram por tiros israelenses na cabeça" em Tulkarem, disse o Ministério palestino da Saúde, identificando os mortos como Osaid Abu Ali, de 22 anos, e Abd al Rahman Abu Daghash, de 32.
##RECOMENDA##Em um comunicado, o movimento islâmico palestino Hamas disse que o "mártir Osaid Abu Ali" era um de seus combatentes.
O Exército israelense confirmou que fez atividades "antiterroristas" e que um soldado foi "moderadamente ferido por fragmentos de balas" em confrontos no acampamento de refugiados de Nur Shams, perto de Tulkarem.
A corporação relatou que suas tropas desmantelaram "um centro de comando operacional" dentro de um prédio do campo e também descobriram um grande número de artefatos explosivos.
"Durante a atividade, os suspeitos abriram fogo e lançaram dispositivos explosivos contra as forças, que responderam com disparos", acrescentou o Exército.
Ibrahim al-Nimer, residente do acampamento e representante do Clube dos Prisioneiros Palestinos, uma associação de defende dos direitos dos palestinos detidos por Israel, disse que "ambos eram civis".
"O Exército entrou no acampamento depois das 2 da manhã (…) e demoliu as ruas e algumas casas do acampamento", contou.
Um jornalista da AFP que pôde ir ao local poucas horas depois viu o teto de um edifício e muros desabados.
Três facções palestinas (Hamas, Jihad Islâmica e Frente Popular para a Libertação da Palestina) pediram o "fortalecimento da resistência, especialmente a resistência armada" contra a "crescente agressão sionista".
Em outro incidente durante a noite, o Exército prendeu "oito suspeitos procurados" na Universidade Birzeit, na Cisjordânia, alegando que o grupo "planejava realizar um ataque terrorista".
Israel ocupa a Cisjordânia desde a Guerra dos Seis Dias em 1967.
Excluindo a anexada Jerusalém Oriental, o território abriga, hoje, cerca de 490 mil israelenses que vivem em assentamentos considerados ilegais, segundo o Direito Internacional.
Os palestinos, que querem criar seu próprio Estado independente, exigem a retirada de Israel de todas as terras ocupadas durante a Guerra dos Seis Dias e o desmantelamento de todas as suas colônias. O governo de coalizão de extrema direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu favoreceu a expansão destas colônias.
Pelo menos 241 palestinos, 32 israelenses e duas pessoas de outras nacionalidades morreram desde o início do ano em atos de violência relacionados com esse conflito, segundo balanço da AFP baseado em fontes oficiais.
Estes números incluem, do lado palestino, combatentes e civis, e, do lado israelense, uma maioria de civis e três membros da minoria árabe.
- Novos surtos de violência em Gaza -
Nos últimos dias, a violência também se estendeu para a Faixa de Gaza.
Desde 13 de setembro, surtos de violência quase diários colocam manifestantes palestinos contra as forças israelenses em ambos os lados da barreira de separação entre Israel e o território palestino de Gaza, controlado pelo Hamas.
Os palestinos fizeram repetidos protestos na fronteira depois de Israel ter fechado recentemente a passagem de Erez entre Israel e a Faixa de Gaza. A decisão foi criticada por uma ONG israelense, que a considerou uma "punição coletiva", já que afeta vários milhares de trabalhadores palestinos.
No sábado, o Exército israelense lançou um ataque com drones, após protestos violentos, nos quais três palestinos foram feridos por tiros israelenses. Este ataque teve como alvo "um posto militar pertencente à organização terrorista Hamas", segundo o Exército.
Seis palestinos foram mortos, e quase 100 ficaram feridos na fronteira, desde 13 de setembro, conforme dados do Ministério da Saúde do Hamas em Gaza.