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No sábado, sem aviso prévio, os líderes do grupo terrorista Hamas em Gaza atacaram Israel por ar, terra e mar. Milhões de israelenses no sul do país acordaram com o som estridente dos mísseis que se aproximavam e com o inevitável impacto. Sirenes de ataque aéreo soaram ao norte, até Tel-Aviv. Interceptadores antimíssil de Israel trovejaram em Jerusalém.

Em uma escalada sem precedentes, terroristas do Hamas explodiram partes da cerca de separação altamente fortificada de Israel e invadiram comunidades israelenses ao longo da fronteira de Gaza, aterrorizando moradores e trocando tiros com soldados israelenses.

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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e seus aliados de extrema-direita tentaram reagir aos acontecimentos. Com o passar do dia, as vítimas aumentaram rapidamente.

Aqui estão alguns fatos importantes do ataque que subitamente lançou Israel e Gaza às armas.

Os israelenses detectaram o ataque antes da hora?

O choque que os israelenses sentiram na manhã de sábado - dia de Simchat Torá, uma das datas mais festivas do calendário judaico - lembrou a surpresa da guerra de 1973 no Oriente Médio. Quase exatamente 50 anos antes, um ataque sírio-egípcio em grande escala durante um feriado judaico logo se transformou em desastre para um despreparado exército israelense.

Naquela época, assim como agora, os israelenses presumiram que seus serviços de inteligência conseguiriam alertar o exército sobre qualquer grande ataque ou invasão com bastante antecedência. Esse fracasso colossal ainda assombra o legado da então primeira-ministra Golda Meir e ajudou a derrubar o governo do outrora dominante Partido Trabalhista.

Agora, a questão de como os terroristas foram capazes de organizar um ataque tão grande e coordenado - que já matou mais israelenses do que qualquer ataque desde a segunda revolta palestina, duas décadas atrás - sem desencadear preocupações da inteligência israelense já representa um grande desafio para o governo ultranacionalista de Netanyahu.

Os apoiadores do governo esperavam que Netanyahu e seus ministros linha-dura com histórico de retórica antiárabe, como o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, assumissem uma posição particularmente beligerante contra os palestinos e respondessem com mais força às ameaças dos militantes em Gaza.

Enquanto os analistas políticos criticam Netanyahu pelo fracasso e o número de vítimas aumenta, Netanyahu corre o risco de perder o controle tanto do governo quanto do país.

Como o Hamas conseguiu realizar o ataque?

O Hamas afirmou que seus combatentes sequestraram vários israelenses no enclave e divulgou vídeos perturbadores de militantes arrastando soldados ensanguentados pelo chão e se postando de pé sobre cadáveres, alguns deles apenas de roupa de baixo. O Hamas disse que oficiais militares israelenses estavam entre os cativos.

Não foi possível verificar a autenticidade dos vídeos imediatamente, mas as imagens correspondiam às características geográficas da região. Os receios de que israelenses tivessem sido raptados evocaram a captura, em 2006, do soldado Gilad Shalit, que combatentes ligados ao Hamas capturaram em um ataque transfronteiriço. O Hamas deteve Shalit durante cinco anos, até que ele foi trocado por mais de mil prisioneiros palestinos detidos por Israel.

Em uma escalada dramática não vista há décadas, o Hamas também enviou parapentes para Israel, disseram os militares israelenses. O ataque ousado lembrou uma famosa investida do final da década de 1980, quando militantes palestinos cruzaram do Líbano para o norte de Israel de asa-delta e mataram seis soldados israelenses.

O exército israelense depois confirmou que soldados e civis foram feitos reféns em Gaza, mas se recusou fornecer mais detalhes.

O que provocou o ataque?

Autoridades do Hamas citaram fontes de tensão de longa data entre Israel e os palestinos, entre elas a disputa em torno do complexo da Mesquita Al-Aqsa, que é sagrado tanto para muçulmanos quanto para judeus e continua no centro emocional do conflito. Reivindicações concorrentes sobre o local, conhecido pelos judeus como Monte do Templo, já se transformaram em violência antes, como na sangrenta guerra de 11 dias entre Israel e o Hamas, em 2021.

Nos últimos anos, nacionalistas religiosos israelenses - como Ben-Gvir, o ministro da Segurança Nacional - aumentaram a frequência de suas visitas ao complexo. Na semana passada, durante o Sucot, uma festa judaica da colheita, centenas de judeus ultraortodoxos e ativistas israelitas visitaram o local, provocando críticas por parte do Hamas e acusações de que os judeus estavam rezando no local, em violação ao acordo do Status Quo.

As declarações do Hamas também citaram a expansão dos colonos judeus em terras que os palestinos reivindicam para um futuro estado e os esforços de Ben-Gvir para endurecer as restrições aos prisioneiros palestinos nas prisões israelenses.

Mais recentemente, as tensões aumentaram com violentos protestos palestinos ao longo da fronteira de Gaza. Nas negociações com o Qatar, o Egito e as Nações Unidas, o Hamas pressionou por concessões israelenses que poderiam aliviar o bloqueio de 17 anos ao enclave e ajudar a deter o agravamento da crise financeira que acentuou as críticas públicas a seu governo.

Alguns analistas políticos associaram o ataque do Hamas às atuais conversações mediadas pelos Estados Unidos sobre a normalização dos laços entre Israel e a Arábia Saudita. Até agora, relatos de possíveis concessões aos palestinos nas negociações envolveram palestinos na Cisjordânia ocupada, mas não em Gaza.

"Sempre dissemos que a normalização não alcançará segurança, estabilidade nem tranquilidade", disse Bassem Naim, uma autoridade do Hamas, à AP.

O ataque ocorre quando a sociedade israelense está dividida

A erupção da violência surge em um momento difícil para Israel, que enfrenta os maiores protestos de sua história por causa da proposta de Netanyahu de enfraquecer a Suprema Corte ao mesmo tempo em que é julgado por corrupção.

O movimento de protesto, que acusa Netanyahu de tentar dar um golpe, dividiu amargamente a sociedade israelense e desencadeou turbulência no seio das forças armadas. Centenas de reservistas ameaçaram deixar de se reapresentar em protesto contra a reforma judicial.

Os reservistas são a espinha dorsal do exército do país e os protestos dentro de suas fileiras suscitaram preocupações sobre a coesão militar, a prontidão operacional e o poder de dissuasão diante de ameaças em diferentes frentes. Netanyahu convocou no sábado "uma ampla mobilização das forças de reserva".

Que tipo de cessar-fogo ou resolução se pode esperar?

Israel e o Hamas travaram quatro guerras e trocaram tiros inúmeras vezes desde que o grupo militante islâmico tomou o controle de Gaza das mãos das forças leais à Autoridade Palestiniana, em 2007. As tréguas interromperam grandes combates em ondas de conflito anteriores, mas sempre se revelaram instáveis.

Cada acordo proporcionou um período de tranquilidade, mas as questões mais profundas e subjacentes do conflito raramente são abordadas, o que prepara o terreno para a rodada seguinte de mísseis e ataques aéreos.

Com sua influência crescente nesta onda, é provável que o Hamas pressione com mais força por concessões em temas fundamentais, como a flexibilização do bloqueio e a libertação de prisioneiros detidos por Israel.

A Organização de Cooperação Islâmica, com sede na Arábia Saudita, disse neste domingo, 8, que está "muito preocupada com a perigosa escalada israelense no território palestino ocupado". O bloco de 57 membros condenou "a agressão militar israelense que levou à queda de centenas de mártires e feridos entre o povo palestino".

A última ronda de violência começou com um ataque surpresa sem precedentes, no qual militantes do Hamas invadiram Israel, matando centenas de pessoas e levando civis de volta para Gaza.

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Israel respondeu enviando tropas para a área fronteiriça e lançando ataques aéreos através do território bloqueado.

Autoridades palestinas dizem que mais de 300 moradores de Gaza foram mortos. Fonte: Associated Press

O ataque mortal de militantes terroristas do Hamas contra Israel e a retaliação maciça provocada em Jerusalém empurraram o presidente Joe Biden para uma crise no Oriente Médio que corre o risco de se expandir para um conflito mais amplo. E o deixaram se defendendo das críticas dos rivais presidenciais do Partido Republicano de que as políticas de seu governo levaram a esse momento.

A possibilidade de prolongamento e de expansão da violência pode testar a liderança de Biden tanto no cenário mundial quanto em seu próprio país, à medida que ele tenta navegar entre a demonstração de um apoio inabalável a Israel e a promoção de uma paz mais ampla no conflituoso Oriente Médio, onde militantes simpáticos não demoraram a elogiar em alto e bom som a ação do Hamas. Centenas de pessoas foram mortas em ambos os lados.

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O grupo libanês Hezbollah saudou o ataque como uma resposta aos "crimes israelenses". O grupo apoiado pelo Irã, que tem objetivos semelhantes aos do Hamas para a destruição do Estado israelense, disparou foguetes e projéteis no domingo contra três posições israelenses, atraindo uma resposta dos militares de Israel com drones armados. Um conselheiro sênior do líder supremo do Irã elogiou a operação do Hamas, que disse estar pronto para uma luta potencialmente longa.

Vários candidatos republicanos à presidência em 2024 tentaram imediatamente atribuir parte da culpa a Biden. Eles tentaram vincular sua recente decisão de liberar US$ 6 bilhões em fundos iranianos bloqueados em troca da libertação de cinco americanos que haviam sido detidos no Irã ao complexo ataque de sábado por ar, terra e mar. A Casa Branca rebateu com firmeza as críticas do Partido Republicano, observando que o dinheiro descongelado no mês passado na troca de prisioneiros ainda não foi gasto pelo Irã e só pode ser usado para necessidades humanitárias.

Irã

Historicamente, o Irã tem mantido fortes laços com o Hamas palestino e o Hezbollah.

Uma autoridade sênior do governo Biden, que falou com a imprensa sob condição de anonimato, disse que era "muito cedo para dizer se o Estado do Irã estava diretamente envolvido no planejamento ou no apoio" ao complexo ataque, mas observou os profundos laços do Irã com o Hamas.

Biden e seus principais assessores passaram o sábado consultando líderes europeus e do Oriente Médio, incluindo o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Em comentários perante os repórteres na Casa Branca, Biden chamou os ataques de "inaceitáveis" e prometeu que seu governo garantiria que Israel tivesse "o que precisa para se defender".

"Deixe-me dizer isso da forma mais clara possível: este não é um momento para qualquer partido hostil a Israel explorar esses ataques para obter vantagens", disse Biden.

O ataque apenas acrescenta novas complicações, já que o governo Biden e o Irã estão presos em disputas sobre o programa nuclear de Teerã. O Irã afirma que o programa é pacífico, mas agora enriquece urânio mais próximo do que nunca dos níveis de qualidade para armas. Ainda assim, o governo não perdeu a esperança de reviver um acordo intermediado durante o governo Obama (e descartado durante a Casa Branca de Trump) que aliviou as sanções ao Irã em troca de restrições ao seu programa nuclear.

As autoridades do governo Biden também têm trabalhado para intermediar a normalização das relações entre Israel e a Arábia Saudita, o Estado árabe mais poderoso e rico. Esse acordo tem o potencial de remodelar a região e aumentar a posição de Israel de forma histórica.

Mas a intermediação desse acordo já era vista como uma tarefa difícil, pois o reino disse que não reconhecerá oficialmente Israel antes de uma solução para o conflito israelense-palestino que já dura décadas. O novo conflito acrescenta um novo e enorme obstáculo às ambições de Biden, embora o funcionário do governo tenha dito que a Casa Branca não vê o ataque do Hamas atrapalhando o esforço.

O Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita, em uma declaração, não condenou o ataque do Hamas, mas observou os "repetidos avisos do reino sobre os perigos (...) da situação como resultado da ocupação contínua, da privação do povo palestino de seus direitos legítimos e da repetição de provocações sistemáticas contra suas santidades".

Netanyahu prometeu em seu próprio discurso nacional vingar os ataques surpreendentes, prometendo "levar a luta até eles com um poder e uma escala que o inimigo ainda não conhece".

Busca por culpados

Os combatentes do Hamas levaram um número desconhecido de civis e soldados cativos para Gaza, em cenas angustiantes publicadas nas mídias sociais. Essas imagens (e o crescente número de mortos) ocorrem 50 anos e um dia depois que as forças invasoras do Egito e da Síria pegaram Israel de surpresa com o lançamento de um ataque contra país, dando início a um conflito de 19 dias - conhecido como a Guerra do Yom Kippur.

Jonathan Schanzer, analista do think-tank de Washington Foundation for Defense of Democracies, disse que Biden fez "um bom trabalho" em manter os críticos de Israel, particularmente seus colegas democratas, à distância enquanto Netanyahu buscava atingir seus objetivos militares contra o Hamas durante seu último grande conflito, uma guerra de 11 dias em 2021. Provavelmente será mais difícil desta vez.

"Haverá erros que geralmente acontecem no campo de batalha, nenhum militar é perfeito. É quando eu acho que o presidente será atacado pelo flanco esquerdo", disse Schanzer.

Alguns membros do campo republicano de 2024 foram rápidos em colocar a culpa diretamente em Biden pelo ataque do Hamas.

O ex-presidente Donald Trump acusou os EUA de serem vistos como "fracos e ineficazes" no cenário global sob o comando de Biden, abrindo a porta para a hostilidade contra Israel. O governador da Flórida, Ron DeSantis, acusou Biden de "políticas que foram brandas com o Irã" e "ajudaram a encher seus cofres". E o senador da Carolina do Sul, Tim Scott, alegou que o ataque foi "o pagamento de resgate de US$ 6 bilhões de Biden em ação", uma referência ao acordo com prisioneiros.

Os funcionários do governo Biden rebateram o argumento.

"Vamos deixar claro: o acordo para trazer cidadãos americanos do Irã para casa não tem nada a ver com o terrível ataque a Israel", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller. "Nem um centavo foi gasto e, quando for, só poderá ser destinado a necessidades humanitárias, como alimentos e remédios."

As autoridades do governo Biden não abordaram se o Irã, na expectativa de usar o dinheiro (agora mantido em bancos do Catar) para alimentos, remédios, suprimentos médicos e produtos agrícolas, pode ter desviado outros fundos para o Hamas ou outros representantes.

Em uma reunião com a equipe do Comitê de Relações Exteriores do Senado no sábado, as autoridades do governo disseram que os EUA haviam alertado o Irã "por meio de interlocutores" que o envolvimento direto na situação de Gaza colocaria em risco quaisquer iniciativas futuras que os EUA pudessem considerar com a República Islâmica, de acordo com um assessor do Congresso familiarizado com a sessão.

As autoridades não entraram em detalhes sobre quem eram os interlocutores ou quais iniciativas futuras estariam em risco, embora a vice-secretária de Estado em exercício, Victoria Nuland, e a principal diplomata dos EUA para o Oriente Médio, Barbara Leaf, tenham conversado com autoridades no Líbano sobre a situação. Algumas autoridades libanesas mantêm contato com o Irã, que apoia o grupo militante Hezbollah no país.

Outro ponto de crítica ao governo pelos republicanos é que sua decisão, logo após assumir o cargo, de reverter uma proibição da era Trump de assistência aos palestinos, incluindo civis em Gaza, pode ter ajudado a financiar a operação.

As autoridades do governo rejeitaram essa afirmação, dizendo que seus esforços para ajudar os civis palestinos em Gaza e em outros lugares não envolvem dinheiro que o Hamas possa usar ou desviar.

O governo Lula usará seis aviões para buscar os brasileiros que estão na região do conflito entre Israel e o Hamas e querem voltar ao País. As primeiras operações de repatriação devem ocorrer entre segunda-feira, 9, e terça-feira, 10. A lista dos primeiros resgatados deve ser fechada até amanhã de manhã, de acordo com o comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), tenente-brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno.

A decisão foi anunciada após uma reunião no Palácio do Itamaraty, em Brasília, da qual participaram, além do comandante da FAB, o ministro da Defesa, José Múcio, a ministra substituta das Relações Exteriores, embaixadora Maria Laura da Rocha, e o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim.

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"Nós somos quiçá um dos primeiros países a fazer esse tipo de operação lá na região", declarou Damasceno, a jornalistas. De acordo com ele, o resgate será feito por duas aeronaves KC-30, com capacidade entre 220 e 230 passageiros, duas KC-390, que carregam em torno de 80 pessoas, e duas VC-2, cedidas pela Presidência da República, com capacidade de levar entre 38 e 40 passageiros.

Uma das aeronaves KC-30 já está em Natal (RN) pronta para decolar ainda hoje para Roma. De lá, o avião partirá para Tel Aviv, em Israel, e para outras localidades do Oriente Médio. "A ideia é que a aeronave fique na Itália, aguardando as nossas coordenações finais", disse o comandante da FAB. "Não sabemos ainda se essa primeira decolagem será amanhã ou na terça-feira, dependendo da montagem dessa lista de passageiros que desejam voltar ao Brasil nessa missão de repatriação", emendou.

De acordo com ele, médicos e psicólogos serão enviados para auxiliar no resgate dos brasileiros que estão na região de conflito. "Estamos com militares da nossa ajudância de ordens junto à Embaixada de Israel e nas demais embaixadas da região também, para que possamos fazer as primeiras levas, trazer os primeiros brasileiros para cá", afirmou. "Em função das demandas nós vamos equacionando esses voos pelo tamanho da aeronave."

As decolagens de Tel Aviv e de outras localidades do Oriente Médio com brasileiros resgatados devem ocorrer à tarde, pelo horário local. A ideia é que os cidadãos sejam levados até os aeroportos pela manhã, para evitar que façam o deslocamento terrestre de madrugada. Segundo Damasceno, alguns brasileiros também podem voltar em voos comerciais.

Ontem, Israel declarou "estado de guerra" após militantes do grupo Hamas realizarem um ataque surpresa contra o país a partir da Faixa de Gaza. O número de israelenses mortos já passa de 900. O conflito ocorre 50 anos após a Guerra do Yom Kippur, em 1973, quando nações árabes lideradas por Egito e Síria também fizeram um ataque surpresa contra Israel.

De acordo com o Itamaraty, um brasileiro foi ferido no ataque do Hamas ao sul de Israel e está hospitalizado. Outros dois estão desaparecidos. A estimativa é de que 14 mil brasileiros residem em Israel e seis mil na Palestina. Segundo o MRE, a maioria mora fora das áreas afetadas pelo conflito.

O Itamaraty condenou ontem os ataques em território israelense. "Ao reiterar que não há justificativa para o recurso à violência, sobretudo contra civis, o Governo brasileiro exorta todas as partes a exercerem máxima contenção a fim de evitar a escalada da situação", diz nota divulgada pelo MRE.

"O governo brasileiro reitera seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. Reafirma, ainda, que a mera gestão do conflito não constitui alternativa viável para o encaminhamento da questão israelo-palestina, sendo urgente a retomada das negociações de paz", diz outro trecho da nota.

Nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se disse "chocado" com o conflito. "Fiquei chocado com os ataques terroristas realizados hoje contra civis em Israel, que causaram numerosas vítimas. Ao expressar minhas condolências aos familiares das vítimas, reafirmo meu repúdio ao terrorismo em qualquer de suas formas", escreveu o petista.

Lula disse que o Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito. O País assumiu este mês a presidência rotativa do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Hoje, haverá uma reunião de emergência do órgão.

O movimento libanês Hezbollah, que é apoiado pelo Irã, disse neste domingo que lançou “um grande número de granadas de artilharia e mísseis guiados” contra posições israelenses em uma zona fronteiriça disputada, após a ofensiva lançada pelo grupo palestino Hamas contra Israel.

O Hezbollah garantiu que o ataque foi uma demonstração de “solidariedade” com a operação terrestre, marítima e aérea lançada no sábado pelo grupo islâmico palestino Hamas a partir da Faixa de Gaza contra Israel, que deixou centenas de mortos em ambos os lados.

“A Resistência Islâmica (...) atacou três posições do inimigo sionista na área ocupada das Fazendas Shebaa (...) com um grande número de projéteis de artilharia e mísseis guiados”, informou o grupo xiita libanês em comunicado.

O exército israelense informou que atingiu uma “infraestrutura terrorista do Hezbollah” na área fronteiriça, com um drone. Anteriormente, indicou que lançou a sua artilharia no sul do Líbano em resposta aos disparos na área.

"Aconselhamos o Hezbollah a não intervir. Se o fizer, estamos prontos", alertou o porta-voz do exército israelense, Richard Hecht.

O Hezbollah, um dos maiores inimigos de Israel, tem laços estreitos com o Hamas, que governa a Faixa de Gaza.

Israel e o Hezbollah travaram uma guerra devastadora em 2006 que deixou mais de 1.200 mortos no Líbano, a maioria deles civis, e 160 mortos no lado israelense, em grande parte militares.

A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL) apelou neste domingo à “contenção” e pediu para “evitar uma escalada mais grave”.

O escritor Gabriel Paciornik, de 45 anos, estava na casa onde vive com a família, ao norte de Tel Aviv, quando ouviu as sirenes, um som que faz parte da rotina de Israel, mas que dessa vez anunciava um ataque sem precedentes do Hamas. Agora, após o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarar que o país está em guerra, o clima é de tensão e medo.

"Não me sinto seguro", diz o brasileiro, que há quase 20 anos migrou para estudar em Israel e fez a vida lá. Como o prédio onde vive com a família não tem bunker, eles correram para escada junto com os vizinhos, ainda sem entender o que estava acontecendo. "Fomos pegos completamente de surpresa, achamos até que poderia ser uma falha no sistema. Estamos acostumados com as sirenes; a novidade foi o nível do ataque."

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A empresa na qual Gabriel trabalha já avisou que o escritório vai ficar fechado e as aulas dos dois filhos foram canceladas. No celular, as mensagens que não param de chegar pedem doações de sangue e ajuda para encontrar pessoas desaparecidas. "Um ataque dessa escala é completamente fora da curva; é muito complicado, sabemos que vai piorar nos próximos dias", lamenta o escritor. Apesar do medo, Gabriel não considera deixar Israel. "Já moro aqui há muitos anos, toda minha vida está aqui", afirma.

O gerente de vendas Yanai Gilboa, 59, vive em um kibutz (comunidade em hebraico) brasileiro a apenas 7 quilômetros da fronteira com a Faixa de Gaza e também não pretende sair de lá. "Eu moro aqui, acho que esse é um dos lugares mais lindos do mundo, na maior parte do tempo é tranquilo aqui, mas hoje é um dia muito triste", diz.

Filho de mãe paulista e pai gaúcho, ele relata o sentimento de indignação. "Dizem que Deus é brasileiro, então talvez por isso os ataques não tenham atingido o nosso kibutz, mas todos nós conhecemos alguém que foi morto ou sequestrado. Os terroristas fizeram um massacre", disse ele.

Assim como Gabriel, ele teme que os próximos dias sejam ainda piores com a retaliação de Israel em curso e a escalada do conflito. "Eles começaram essa guerra e ninguém sabe como vai acabar, em que condições, quantas mais pessoas vão perder a vida", questiona.

O Ministério da Saúde palestino estima que pelo menos 232 pessoas na Faixa de Gaza foram mortas e mais de 1.697 ficaram feridas na retaliação de Israel ao ataque do grupo extremista Hamas na Faixa de Gaza. O serviço nacional de resgate de Israel informou que pelo menos 200 pessoas morreram, sendo a maioria civis, e 1,1 mil ficaram feridas no confronto. É o ataque mais letal contra Israel desde 1973.

O grupo Hamas afirma que mantém "dezenas" de soldados israelitas reféns na Faixa de Gaza. O Exército de Israel afirma ter lançado ataques aéreos contra 17 complexos militares ligados ao Hamas em Gaza.

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Na noite deste sábado (no horário local), soldados israelenses tentavam recuperar o controle e expulsar militantes do Hamas no sul do país. Quatro divisões do Exército israelense foram enviados para a região com cerca de 3,5 mil foguetes sendo disparados.

Os amplos ataques desencadeados na madrugada do feriado judaico de Simchat Torá ameaçam inviabilizar as negociações mediadas pelos Estados Unidos para normalizar as relações entre a Arábia Saudita e Israel e ocorrem num momento de significativa turbulência política interna e divisão dentro de Israel.

Fonte: Dow Jones Newswires

O especialista Marcos Susskind, que vive em Israel, estava sendo entrevistado pelo canal de TV paga Globo News ao vivo na tarde deste sábado (7). Em determinado momento, porém, precisou sair do ar às pressas, por conta dos conflitos envolvendo bombas na região neste fim de semana.

"Vocês acabaram de ouvir mais um míssil abatido no ar", comentou Susskind. Logo em seguida, foi possível ouvir uma sirene avisando para que os moradores da região buscassem abrigo. "Opa! Tenho que sair! Ataque sobre a cidade. Tenho que sair do ar, tenho que ir para o abrigo anti aéreo. Desculpe."

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"Essa cena é inimaginável. Surreal", lamentou o apresentador da Globo News na sequência.

O que acontece em Israel

Mais cedo neste sábado, Israel declarou "estado de guerra" após sofrer um ataque do Hamas, que seria uma operação militar "em defesa da mesquita de Aqsa", local sagrado e disputado em Jerusalém, e contra bloqueio israelense.

Os ataques tiveram impacto direto também em eventos culturais. O cantor Bruno Mars cancelou um show que faria no país. Já o pai de Alok, Juarez Petrillo, também conhecido como DJ Swarup, se preparava para uma apresentação, e precisou deixar o palco após bombas na região.

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O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou há pouco que um brasileiro foi ferido e está hospitalizado após ataque do grupo palestino Hamas contra Israel. O Itamaraty afirmou ainda que a Embaixada do Brasil em Tel Aviv está prestando assistência e também busca contato com outros dois brasileiros que estavam no local atacado.

"Temos informação de que um brasileiro foi ferido e encontra-se hospitalizado. A Embaixada do Brasil em Tel Aviv está prestando assistência. A embaixada também está buscando contato com outros dois nacionais brasileiros que também estavam no local que foi atacado", informou.

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Mais cedo, o Ministério afirmou que, por meio da Embaixada em Tel Aviv e do Escritório de Representação em Ramalá, tem acompanhado a situação das comunidades brasileiras em Israel e Palestina. São estimados 14 mil brasileiros residentes em Israel e 6 mil brasileiros na Palestina, a grande maioria dos quais fora da área afetada pelos ataques.

Associações da comunidade judaica condenaram os recentes ataques que atingiram Israel neste sábado (7). Em nota enviada ao Estadão, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) qualificou os acontecimentos como um "ato de guerra e terror injustificável" e afirmou que a comunidade judaica brasileira se solidariza com Israel e seu povo.

No texto, a instituição também insta às autoridades brasileiras a condenarem "com máximo vigor" a guerra.

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Na manhã deste sábado, a Federação Israelita do Estado de São Paulo disse que o ataque, protagonizado pelo grupo terrorista Hamas, "fere a soberania nacional israelense" e "reafirma seu apoio ao Estado de Israel em seu direito de autodefesa".

O Congresso Judaico Latino-Americano, entidade que congrega e representa politicamente os judeus da América Latina e Caribe, emitiu também um comunicado condenando os ataques desta manhã: "Diante desse massacre que acontece pelas mãos dos terroristas do Hamas, um ato cruel e abominável, que sacudiu a comunidade mundial, prestamos nossa solidariedade ao Povo de Israel especialmente às famílias das vítimas", afirmou Jack Terpins, presidente da instituição. "Nossos corações estão com eles", complementou ele.

Em nota, a Câmara Brasil-Israel de Comércio repudiou o ataque de Hamas e afirmou esperar que o episódio "dramático e lamentável" encerre de forma breve com um cenário de paz.

Ataque sem precedentes

Na manhã deste sábado, insurgentes palestinos na Faixa de Gaza realizaram um ataque sem precedentes no sul de Israel e dispararam milhares de projéteis contra o território israelense, enquanto o grupo Hamas, que governa o enclave, anunciava o início de uma nova operação.

Em resposta, Israel atacou alvos em Gaza.

De acordo com números atualizados pelo serviço de emergência de Israel, pelo menos 100 pessoas foram mortas nos confrontos com milicianos palestinos, um número que tende a subir - eram 70 na atualização anterior. O número de feridos chegava a quase 800.

O Ministério da Saúde palestino em Gaza, por sua vez, afirma que pelo menos 198 pessoas foram mortas e mais de 1,6 mil ficaram feridas no território, por conta dos contra-ataques de Israel.

A Arábia Saudita pediu o fim imediato dos combates em Israel e na Faixa de Gaza. Uma declaração feita pelo Ministério das Relações Exteriores do país também pediu que ambos os lados protejam os civis e usem de moderação.

Neste sábado, insurgentes palestinos na Faixa de Gaza realizaram um ataque sem precedentes no sul de Israel e dispararam milhares de projéteis contra o território israelense, enquanto o grupo Hamas, que governa o enclave, anunciava o início de uma nova operação.

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Em resposta, Israel atacou alvos em Gaza, preparando o cenário para o que poderia ser uma nova rodada de combates pesados entre os dois ferrenhos inimigos. Segundo o serviço de emergências de Israel, há pelo menos 22 mortos e centenas de feridos.

"O reino relembra seus repetidos avisos sobre os perigos de a situação explodir como resultado da ocupação contínua, o povo palestino sendo privado de seus direitos legítimos e a repetição de provocações sistêmicas" contra eles por Israel, disse a declaração.

A Arábia Saudita há muito tempo apoia os palestinos e pede a implementação de uma solução de dois Estados com base nas fronteiras de Israel de 1967, com Jerusalém Oriental como a capital palestina.

Os EUA têm tentado negociar um amplo acordo para que a Arábia Saudita concorde em reconhecer diplomaticamente Israel, o que poderia incluir a obtenção, pelo reino, de mais garantias de segurança americanas e ajuda expansiva para seu programa nuclear.

Rússia fala em cessar-fogo

 

Mikhail Bogdanov, vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia e ex-embaixador em Israel e no Egito, disse à agência estatal Tass que Moscou está em contato com "todas as partes (do conflito), incluindo os países árabes" e pediu "um cessar-fogo imediato e paz" entre o Hamas e Israel. Bogdanov não especificou com quais países árabes os diplomatas russos estavam falando.

"Pedimos o início imediato de um processo de paz com base nos acordos existentes e reconhecidos internacionalmente", disse Boússiagdanov. Ele acrescentou que várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito ainda não foram implementadas, mas não deu detalhes.

Legisladores iranianos cantam ‘Morte a Israel’

 

Os membros do Parlamento do Irã abriram sua sessão no sábado cantando "Morte a Israel" e "Israel será condenado, a Palestina será a conquistadora".

A TV estatal mostrou dezenas de membros do parlamento reunidos no centro da câmara do parlamento.

A TV iraniana exibiu imagens de mísseis sendo lançados da Faixa de Gaza em direção a Israel e entrevistou analistas que apoiaram o ataque do Hamas.

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que, por meio da Embaixada em Tel Aviv e do Escritório de Representação em Ramalá, tem acompanhado a situação das comunidades brasileiras em Israel e Palestina. "São estimados 14 mil brasileiros residentes em Israel e 6 mil brasileiros na Palestina, a grande maioria dos quais fora da área afetada pelos ataques", afirmou o MRE na nota.

Segundo o Itamaraty, o Escritório de Representação em Ramalá mantém contato com representantes dos cerca de trinta nacionais que vivem na Faixa de Gaza. A Embaixada em Tel Aviv, por sua vez, monitora a situação dos cerca de sessenta brasileiros estimados em Ascalão e outras localidades na zona de conflito. "Não há, até o PR esente momento, registro de nacionais vítimas ou diretamente atingidos pelos ataques", escreveu o MRE na nota

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O ministério disponibilizou números para que os brasileiros façam contato, caso precisem. "Os plantões consulares da Embaixada em Tel Aviv +972 (54) 803 5858 e do Escritório de Representação em Ramala +972 (59) 205 5510, com 'Whatsapp', permanecem em funcionamento para atender nacionais em situação de emergência", disse o Itamaraty.

Ainda segundo o MRE, o plantão consular geral do Itamaraty também pode ser contatado por meio do telefone +55 (61) 98260-0610.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) leu uma nota oficial de repúdio aos ataques do grupo insurgente Hamas contra Israel, que já deixou ao menos 268 pessoas mortas na manhã deste sábado (7). Bolsonaro participa de um evento do PL Mulher em Belo Horizonte e destacou que o Hamas parabenizou a vitória eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro do ano passado.

Nesta manhã, insurgentes palestinos da Faixa de Gaza realizaram um ataque sem precedentes no sul de Israel, disparando milhares de projéteis e deixando pelo menos 70 mortos. O governo israelense declarou que está "em guerra", e respondeu contra-atacando alvos em Gaza. Segundo autoridades palestinas, o número de vítimas na região chegou a 198

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"Pelo respeito e admiração ao povo de Israel, repudio o ataque terrorista feito pelo Hamas, grupo terrorista que parabenizou Luiz Inácio Lula da Silva quando o TSE anunciou o vencedor das eleições de 2022. Fundado em 1948, por deliberação da ONU de 1947, em sessão presidida pelo diplomata brasileiro Oswaldo Aranha, Israel é um país irmão com profundos laços culturais e religiosos com o nosso povo", disse o ex-presidente.

No dia seguinte à eleição de Lula, o Hamas publicou uma pequena nota assinada por Busin Naim, membro da alta cúpula do grupo, que chamou o petista de "lutador pela liberdade". Naim também declarou que a vitória do presidente foi significativa para "todos os povos oprimidos em todo o mundo’, particularmente para o povo palestino, pois ele [Lula] é conhecido pelo seu apoio forte e contínuo aos palestinos em todos os fóruns internacionais". Lula não deu respostas oficiais ao comunicado. A nota do Hamas pode ser lida neste link.

Bolsonaro também disse que, para que uma paz possa ser estabelecida na região de Israel e da Faixa de Gaza, as lideranças palestinas devem deixar de lado a violência armada e reconhecer o direito de Israel como estado soberano. Tanto a Palestina como o estado israelense não se reconhecem como nações independentes e vivem uma tensão politica e religiosa que já dura oito décadas, com um vasto histórico de conflitos e ataques bélicos perpetrados por ambos.

"Lamentamos as mortes de civis e militares israelenses, bem como condenamos o sequestro de mulheres e crianças pelos terroristas do Hamas para dentro da Faixa de Gaza. Para que a paz reine na região, lideranças palestinas precisam abandonar o terrorismo e reconhecer o direito de Israel a existir. Somente assim, um acordo entre as partes poderá existir. Shalom, Jair Bolsonaro", completou.

O governo brasileiro condenou, neste sábado (7), os ataques de mísseis do Hamas a Israel, que deixaram ao menos 40 mortos e cerca de 800 feridos em solo israelense, e anunciou que vai convocar uma reunião de emergência no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O governo israelense declarou que está "em guerra", após a ofensiva sem precedentes de insurgentes da Palestina, e respondeu contra-atacando alvos em Gaza. Segundo autoridades palestinas, o número de mortos na região chegou a 198.

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O Brasil exerce ao longo de outubro a presidência rotativa do Conselho de Segurança, em Nova York, e tem a prerrogativa de convocar reuniões de última hora para discutir situações graves de segurança no mundo.

"Na qualidade de Presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil convocará reunião de emergência do órgão", disse o Ministério das Relações Exteriores, em nota.

O Itamaraty afirmou que a continuidade do conflito em Israel e na Palestina não é uma "alternativa viável" e considerou ser "urgente a retomada de negociações de paz". O governo brasileiro pediu que os dois lados no confronto evitem a escalada da situação.

"O governo brasileiro reitera seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. Reafirma, ainda, que a mera gestão do conflito não constitui alternativa viável para o encaminhamento da questão israelo-palestina, sendo urgente a retomada das negociações de paz", disse o Itamaraty.

Segundo o governo federal, até o momento não há informações de vítimas brasileiras, seja em Israel ou na Palestina.

Leia a íntegra da nota publicada pelo Ministério das Relações Exteriores

O governo brasileiro condena a série de bombardeios e ataques terrestres realizados hoje em Israel a partir da Faixa de Gaza, provocando a morte de ao menos 20 cidadãos israelenses, além de mais de 500 feridos. Expressa condolências aos familiares das vítimas e manifesta sua solidariedade ao povo de Israel.

Ao reiterar que não há justificativa para o recurso à violência, sobretudo contra civis, o governo brasileiro exorta todas as partes a exercerem máxima contenção a fim de evitar a escalada da situação.

Não há, até o momento, notícia de vítimas entre a comunidade brasileira em Israel e na Palestina.

O Brasil lamenta que em 2023, ano do 30º aniversário dos Acordos de Paz de Oslo, se observe deterioração grave e crescente da situação securitária entre Israel e Palestina.

Na qualidade de Presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil convocará reunião de emergência do órgão.

O governo brasileiro reitera seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. Reafirma, ainda, que a mera gestão do conflito não constitui alternativa viável para o encaminhamento da questão israelo-palestina, sendo urgente a retomada das negociações de paz.

 

 

Wellington Macedo de Souza, condenado e preso pela participação na tentativa de explosão de um caminhão-tanque de combustíveis no aeroporto de Brasília, foi ouvido pela CPI dos Atos Antidemocráticos nesta quinta-feira (5). O depoente cumpre pena por ter transportado Alan Diego dos Santos, também condenado, juntamente da bomba que foi colocada no caminhão.

À comissão, Macedo afirmou que atendeu a um pedido de Alan, que queria uma carona ao aeroporto, sem saber que ele transportava uma bomba. Ele afirmou ser vítima de uma trama arquitetada por Alan e George Washington de Oliveira, também condenado.

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“Sou vítima de uma trama criminosa e diabólica de dois homens que eu não conhecia, que eu não tinha nenhuma ligação política nem profissional. Por ter um coração bom, eu, inocentemente, não percebi que eu estava caindo nessa trama”, afirmou Wellington ao presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT).

Wellington dá sua versão sobre o dia do atentado

O depoente narrou o que teria ocorrido no dia da tentativa de explosão do caminhão. Ele informou que, ainda pela manhã, havia deixado sua esposa no aeroporto e, ao voltar para casa, recebeu uma mensagem que pedia que ele desse outra carona a um dos manifestantes ao aeroporto novamente.

Macedo então se dirigiu ao acampamento e foi apresentado a Alan Diego, que carregava uma mala e uma sacola. Ele afirmou que Alan parecia nervoso e que pediu que parasse em alguns locais antes de chegar ao destino. Informações da tornozeleira eletrônica de Wellington confirmam que eles passaram pela rodoviária do Plano Piloto e pelas regiões administrativas de Samambaia e Taguatinga. Posteriormente, investigações apontaram que os investigados chegaram a cogitar instalar a bomba na subestação de energia de Samambaia.

Ao chegarem ao aeroporto, o depoente conta que Alan não quis descer do carro e que os dois passaram a rodar por diversos pontos de Brasília. Foi então que, já próximo das 3h da madrugada, retornaram ao aeroporto, momento em que Alan teria avistado o caminhão de combustíveis e pedido para que ele estacionasse o carro ao lado.

Wellington disse que somente nesse momento percebeu que transportava uma dinamite em seu carro e que se travava de um atentado. Ele contou que viu Alan instalando o artefato e que chegaram a discutir porque sabia que todo seu trajeto estava sendo monitorado pela tornozeleira eletrônica que utilizava desde 2021.

“Eu entrei em pânico, em desespero, porque ainda havia uma mochila dentro do carro e eu pensei que pudesse haver mais artefatos” disse o depoente. Ele contou ainda que Alan permaneceu com o detonador da bomba em mãos durante todo o trajeto de volta e que, no caminho, avistou uma viatura da Polícia Militar, tentou sinalizar o que havia acontecido, mas não conseguiu.

Depoente diz não ter ligação com grupos extremistas

Wellington afirmou à Comissão que participou dos acampamentos bolsonaristas na frente do QG do exército em Brasília apenas como profissional de imprensa. Ele disse que à época era correspondente do jornal Folha de S. Paulo e que mantinha contato com os acampados em buscar de pautas jornalísticas para suas matérias.

Ele contou ainda que não era bem visto por alguns integrantes do grupo bolsonarista que questionava os resultados das eleições porque havia desconfiança, por parte dos acampados, de que ele estivesse vazando informações confidenciais.

Macedo relatou ainda que foi agredido em uma ocasião. “Cheguei a ser agredido por um grupo que controlava um carro de som. Eles estavam em uma reunião e eu cheguei gravando. Eles não gostaram e partiram para cima de mim, chegaram a quebrar meu equipamento”, declarou.

*Da Câmara Legislativa do DF

Imagens católicas representando Nossa Senhora do Carmo e São João Batista foram arrancadas do altar e quebradas com golpes de picareta, na Igreja Matriz de Sete Barras, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo. O autor do vandalismo deixou o instrumento cravado na imagem da Virgem, considerada histórica. A Diocese de Registro, que abrange Sete Barras, apontou o caso como intolerância religiosa e informou que fará um ato de desagravo.

A invasão da igreja aconteceu entre a noite de domingo (1º) e a madrugada desta segunda-feira (2). O padre Francisco Rodrigues Rocha Neto constatou o vandalismo ao abrir o templo, de manhã. "Deparei-me com um cenário de horror, com as imagens mais preciosas todas quebradas, o nosso sacrário profanado, as hóstias consagradas espalhadas pelo chão", descreveu. Segundo ele, o autor ou autores do vandalismo arrombaram a janela da sacristia para invadir a igreja, onde ele havia celebrado uma missa no domingo à noite.

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As imagens quebradas são históricas, segundo o padre. A de São João Batista estava no local havia 80 anos. Já a de Nossa Senhora do Carmo foi doada ao município há 123 anos, após ser transportada de barco, pelo Rio Ribeira de Iguape, desde a cidade de Eldorado, na mesma região. "Muitos fiéis choraram ao saber do ocorrido, pois há uma forte ligação da comunidade com o que as imagens representam, em termos de cultura e religiosidade, para a fé da população", disse.

Devido ao vandalismo, a missa que seria realizada às 7h na Igreja Matriz foi suspensa. As atividades religiosas foram transferidas provisoriamente para a igreja da paróquia de Nossa Senhora Aparecida, na Vila São João. "Houve também a violação do sacrário, a parte mais sagrada da igreja. Parece que a intenção era demonstrar intolerância, atingir a fé da população", disse o padre.

Uma equipe da Polícia Civil esteve no local e colheu impressões digitais tentativa de chegar aos suspeitos do ataque. Foi constatado o roubo do dinheiro doado como oferta durante a missa de domingo que estava em um cofre. O caso foi registrado como furto, ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato religioso.

Nesta terça-feira (3), o padre levou as imagens danificadas para um especialista que ainda avalia se vai ser possível restaurar as peças. O bispo da Diocese de Registro, Dom Manoel Ferreira dos Santos lamentou a profanação. "Mexeram com o Santíssimo Sacramento, jogaram no chão as hóstias consagradas, onde cremos que o próprio Cristo está presente. É sinal de intolerância religiosa e falta de fé", disse. Os atos de desagravo à profanação ainda serão agendados.

A prefeitura de Sete Barras emitiu nota de repúdio contra a invasão e atos de profanação à Igreja Matriz da Paróquia São João Batista. "A prefeitura lamenta profundamente os danos materiais, históricos e da fé religiosa causados pela depredação e repudia tais atos", disse, em nota.

Arrastão

Esta não é a primeira vez que a igreja matriz de Sete Barras se torna alvo de vândalos e ladrões. Em 2018, criminosos já haviam arrombado o templo, mas apenas para furtar o dinheiro doado durante as missas. Na ocasião, a quadrilha fez uma espécie de "arrastão", invadindo e furtando igrejas também em Eldorado, Pariquera-Açu e Registro, na mesma região. Conforme a polícia, os ladrões levaram, no total, cerca de R$ 30 mil na época. Ninguém foi preso.

O deputado federal petista Alencar Santana Braga (SP) afirmou nas redes sociais nesta segunda-feira, 2, que seu escritório político em Guarulhos (SP) foi arrombado e destruído na última madrugada. De acordo com o parlamentar, equipamentos foram roubados e havia, no local, inscrições com ataques ao PT.

"Meu escritório político em Guarulhos foi atacado nesta madrugada. Roubaram computadores e outros equipamentos. Destruíram as instalações, deixaram inscrições atacando o PT. A polícia já está investigando, mas aviso que não seremos intimidados por violência de qualquer natureza!", escreveu Alencar no Twitter.

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"Quebraram a janela, entraram e, lá dentro, na parte principal, de fato, foi um arregaço. Mas (quero) dizer que isso não vai nos abalar", relatou o deputado em um vídeo no qual mostra a destruição do escritório. "Palavras ofensivas também ao PT, ao nosso partido", emendou.

O deputado foi o relator na Câmara do projeto de lei do Desenrola, programa de renegociação de dívidas do governo Lula. O texto agora está em tramitação no Senado, com previsão de votação ainda hoje no plenário.

Ao menos 25 pessoas morreram nesta sexta-feira (29) em um atentado suicida contra uma procissão religiosa na província paquistanesa de Baluchistão, anunciaram as autoridades locais.

"Vinte e cinco pessoas morreram e mais de 80 ficaram feridas, incluindo 20 que estão em condição crítica", afirmou Zubair Jamali, o ministro do Interior da província que fica na região sudoeste do Paquistão.

A procissão marca o aniversário do profeta Maomé. A celebração é amplamente aceita no Paquistão, mas algumas pessoas a questionam por considerá-la uma inovação injustificável.

"Uma procissão partiu com centenas de pessoas da mesquita de de Medina e, ao chegar à rodovia de Al Falah, foi alvo de um homem-bomba", afirmou Abdul Razzaq Sasoli, funcionário do governo do distrito de Mastung.

Todos os anos, mesquitas e edifícios governamentais são decorados com luzes e procissões são organizadas para marcar a data do nascimento do principal profeta do islã.

Na mesma ocasião, em 2006, um homem-bomba matou pelo menos 50 pessoas na cidade de Karachi, durante uma procissão de muçulmanos sunitas.

Os Estados Unidos condenaram "duramente" nesta segunda-feira (25) o ataque contra a embaixada de Cuba em Washington e se comprometeram a realizar "uma investigação apropriada" sobre o ocorrido.

"O ódio lançou na noite de ontem, outra vez, um ataque terrorista contra nossa Embaixada em Washington, em um ato de violência e de impotência que poderia custar vidas valiosas", escreveu o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, em seu perfil na rede social X (antigo Twitter).

O chanceler Bruno Rodríguez havia informado durante a noite de domingo nessa mesma rede social que a embaixada de Cuba tinha sido alvo de um "ataque terrorista de um indivíduo que lançou dois coquetéis molotov", mas esclareceu que os funcionários da legação diplomática não ficaram feridos.

O governo do presidente americano Joe Biden, que mantém uma relação tensa com Cuba, "condena duramente o ataque reportado", afirmou, nesta segunda-feira (25), Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, em um comunicado.

"Os ataques contra instalações diplomáticas são inaceitáveis", disse.

Sullivan detalhou que o governo americano está "em contato com funcionários da embaixada cubana e autoridades encarregadas do cumprimento da lei para garantir uma investigação apropriada e oportuna", bem como para oferecer "apoio para futuros esforços de segurança".

A embaixadora cubana nos Estados Unidos, Lianys Torres Rivera, disse nesta segunda na rede X que foi dado acesso às autoridades americanas "para coletar amostras dos coquetéis molotov".

Washington reconhece que a segurança das embaixadas faz parte de suas "obrigações segundo as Convenções de Viena" e "está comprometido com a segurança das instalações diplomáticas e dos diplomatas que trabalham nelas", declarou aos jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

- 'Segundo ataque' -

O chanceler Rodríguez reiterou que se trata do "segundo ataque violento contra a sede diplomática em Washington", acrescentou o chanceler, em uma referência a outro incidente ocorrido em abril de 2020, quando um homem atirou contra a embaixada de Cuba na capital americana.

O México solidarizou-se com Cuba ao pedir "uma investigação aprofundada e que os responsáveis sejam levados à Justiça", segundo um comunicado de seu Ministério das Relações Exteriores.

O ataque de domingo aconteceu poucas horas após o retorno do presidente Miguel Díaz-Canel a Havana. O chefe de Estado passou a semana em Nova York, onde participou da Assembleia Geral das Nações Unidas e de outras atividades com simpatizantes de Cuba nos Estados Unidos.

Em Nova York também foram organizadas manifestações de cubanos que moram nos Estados Unidos contra a presença de Díaz-Canel na Assembleia da ONU.

"Os grupos anticubanos recorrem ao terrorismo ao sentirem impunidade, algo sobre o qual #Cuba tem alertado as autoridades americanas reiteradamente", afirmou Rodríguez na rede X.

Após a agressão de abril de 2020, as autoridades americanas prenderam Alexander Alazo, de 42 anos e morador do Texas, acusado de "ataque com intenção de matar".

- Tensões -

Contudo, "após três anos, o responsável ainda espera julgamento e o governo dos Estados Unidos se recusou a qualificar o ato como terrorismo", disse a chancelaria cubana em um comunicado nesta segunda.

Ao chegar à Casa Branca em janeiro de 2021, o presidente americano prometeu revisar a política para Cuba, mas mudou de opinião após as manifestações antigovernamentais de julho daquele mesmo ano na ilha, que terminaram com uma morte e dezenas de feridos, e depois das quais centenas de manifestantes continuam presos.

Antes de deixar o poder em 2021, seu antecessor Donald Trump recolocou Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo e depois a incluíram em outro grupo de nações que não respeitam a liberdade religiosa.

Atualmente, uma normalização dos laços com a ilha comunista - sob embargo americano desde 1962 - não parece estar na agenda de Biden, apesar de algumas medidas no âmbito migratório e da suspensão de certas restrições de viagens e para o envio de remessas.

O governo de Cuba informou que a embaixada do país em Washington foi alvo de um atentado terrorista na noite do domingo (24). Um homem lançou dois coquetéis molotov contra a representação cubana na capital dos Estados Unidos, segundo o chanceler do país, Bruno Rodríguez. Ninguém ficou ferido.

"É o segundo ataque violento contra sede diplomática em Washington desde abril de 2020", escreveu Rodríguez nas redes sociais, em referência a disparos de fuzil feitos por um homem contra a embaixada na ocasião.

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O atentado ocorreu horas depois de o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, ter desembarcado em Havana, após visitar Nova York. Fonte: Associated Press.

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