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Imagens católicas representando Nossa Senhora do Carmo e São João Batista foram arrancadas do altar e quebradas com golpes de picareta, na Igreja Matriz de Sete Barras, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo. O autor do vandalismo deixou o instrumento cravado na imagem da Virgem, considerada histórica. A Diocese de Registro, que abrange Sete Barras, apontou o caso como intolerância religiosa e informou que fará um ato de desagravo.

A invasão da igreja aconteceu entre a noite de domingo (1º) e a madrugada desta segunda-feira (2). O padre Francisco Rodrigues Rocha Neto constatou o vandalismo ao abrir o templo, de manhã. "Deparei-me com um cenário de horror, com as imagens mais preciosas todas quebradas, o nosso sacrário profanado, as hóstias consagradas espalhadas pelo chão", descreveu. Segundo ele, o autor ou autores do vandalismo arrombaram a janela da sacristia para invadir a igreja, onde ele havia celebrado uma missa no domingo à noite.

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As imagens quebradas são históricas, segundo o padre. A de São João Batista estava no local havia 80 anos. Já a de Nossa Senhora do Carmo foi doada ao município há 123 anos, após ser transportada de barco, pelo Rio Ribeira de Iguape, desde a cidade de Eldorado, na mesma região. "Muitos fiéis choraram ao saber do ocorrido, pois há uma forte ligação da comunidade com o que as imagens representam, em termos de cultura e religiosidade, para a fé da população", disse.

Devido ao vandalismo, a missa que seria realizada às 7h na Igreja Matriz foi suspensa. As atividades religiosas foram transferidas provisoriamente para a igreja da paróquia de Nossa Senhora Aparecida, na Vila São João. "Houve também a violação do sacrário, a parte mais sagrada da igreja. Parece que a intenção era demonstrar intolerância, atingir a fé da população", disse o padre.

Uma equipe da Polícia Civil esteve no local e colheu impressões digitais tentativa de chegar aos suspeitos do ataque. Foi constatado o roubo do dinheiro doado como oferta durante a missa de domingo que estava em um cofre. O caso foi registrado como furto, ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato religioso.

Nesta terça-feira (3), o padre levou as imagens danificadas para um especialista que ainda avalia se vai ser possível restaurar as peças. O bispo da Diocese de Registro, Dom Manoel Ferreira dos Santos lamentou a profanação. "Mexeram com o Santíssimo Sacramento, jogaram no chão as hóstias consagradas, onde cremos que o próprio Cristo está presente. É sinal de intolerância religiosa e falta de fé", disse. Os atos de desagravo à profanação ainda serão agendados.

A prefeitura de Sete Barras emitiu nota de repúdio contra a invasão e atos de profanação à Igreja Matriz da Paróquia São João Batista. "A prefeitura lamenta profundamente os danos materiais, históricos e da fé religiosa causados pela depredação e repudia tais atos", disse, em nota.

Arrastão

Esta não é a primeira vez que a igreja matriz de Sete Barras se torna alvo de vândalos e ladrões. Em 2018, criminosos já haviam arrombado o templo, mas apenas para furtar o dinheiro doado durante as missas. Na ocasião, a quadrilha fez uma espécie de "arrastão", invadindo e furtando igrejas também em Eldorado, Pariquera-Açu e Registro, na mesma região. Conforme a polícia, os ladrões levaram, no total, cerca de R$ 30 mil na época. Ninguém foi preso.

Uma mulher identificada como Vanderléia Inácio do Santos, de 25 anos, foi morta a tiros depois de uma discussão com um homem de 47 anos, que não teve o seu nome divulgado. A briga começou porque a vítima teria levado um bolo em vez de um salgado - como havia combinado. Isso foi motivo suficiente para que o suspeito desferisse três tiros contra Vanderléia, que morreu na frente dos filhos.

O crime aconteceu durante uma festa junina em Sete Barras, cidade de São Paulo, no último sábado (15). Ao site Uol, a Polícia Civil confirmou que os três disparos foram no rosto da mulher. Depois do crime, o suspeito fugiu e só se apresentou à polícia na terça-feira (18), com o advogado.

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Como não houve flagrante, ele foi ouvido e liberado. O crime foi registrado como homicídio qualificado e está em fase de inquérito.

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