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Um novo fóssil de dinossauro foi encontrado em obra de duplicação da Rodovia Rachid Rayes (SP-333), em Marília, interior de São Paulo. O pedaço de osso, possivelmente do fêmur de um titanossauro, foi retirado na última terça-feira (9) e levado para o Museu Paleontológico de Marília para estudos.

De acordo com o paleontólogo Willian Nava, coordenador do museu, o fóssil estava em um nível rochoso diferente de outra ossada resgatada no início de outubro, indicando serem de animais distintos, embora da mesma espécie.

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O paleontólogo acredita que, entre a deposição de uma carcaça e da outra, podem ter se passado milhões de anos, o que reforça a tese de que o interior de São Paulo foi uma espécie de "parque dos dinossauros" no período cretáceo, entre 140 milhões e 65 milhões de anos atrás.

FAUNA JURÁSSICA

Nos dois casos, os fósseis são de titanossauro, espécie de dinossauro herbívoro, caracterizado pela cauda e pelo pescoço longos. Conforme o pesquisador, os achados indicam que essa espécie pode ter sido a fauna jurássica mais abundante no atual território paulista.

Nava explicou que o talude contendo os fósseis ultrapassa os 20 metros de altura. Os achados do início de outubro - um pedaço de fêmur e fragmentos menores - aconteceram no nível mais alto do barranco.

Já os novos fósseis de um fêmur fragmentado durante as obras estavam em um ponto mais baixo, quase ao nível do leito da rodovia. As escavações para a retirada dos fósseis foram feitas com a ajuda do geólogo Nilson Bernardi, especialista em resgate arqueológico.

De acordo com Nava, como os achados estavam sobrepostos e, pelas características dos fósseis, são de animais diferentes, é possível deduzir que entre a deposição de uma ossada e da outra decorreu muito tempo.

"Podemos afirmar que são restos de pelo menos dois titanossauros, pois há ossos na parte superior do corte da colina, como também encontramos fósseis quase ao nível da rodovia", explicou. As rochas contendo os fósseis foram levadas para o museu de Marília para a colagem dos fragmentos e a continuação dos estudos. Além dos pedaços de fêmur encontrados agora e em outubro, já foram achados outros fósseis no mesmo sítio, como alguns fragmentos de costela, uma vértebra caudal e um osso que pode ser da pata dianteira do titanossauro.

Os achados de fósseis na região remontam ao fim do século passado. Em 1993, Nava encontrou um osso de quase 1 metro de comprimento, a 16 km de Marília. Quase 20 anos depois, ele fez outro grande achado: um titanossauro com 70% da ossada preservada, até hoje considerado o esqueleto dessa espécie mais completo do Brasil.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Israel revelou nesta terça-feira (16) fragmentos de um pergaminho bíblico de 2.000 anos de antiguidade, descoberto no deserto da Judeia, no sul do país, e considerou se tratar de uma descoberta "histórica" e uma das mais importantes desde os Manuscritos do Mar Morto. "Pela primeira vez em quase 60 anos, as escavações arqueológicas revelaram fragmentos de um pergaminho bíblico", afirma a Autoridade de Antiguidades de Israel (AAI) em um comunicado.

Escritos em grego, os fragmentos tornaram possível, segundo pesquisadores israelenses, reconstruir passagens dos livros de Zacarias e Naum, que fazem parte do livro dos 12 profetas menores da Bíblia. O material foi encontrado durante escavações em uma caverna em um penhasco na reserva natural Nahal Hever, no âmbito de uma campanha para combater o saque de patrimônio.

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Para realizar a operação, que se estendeu pela parte do deserto da Judeia localizada na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967, a AAI forneceu aos arqueólogos drones e equipamentos de montanha, incluindo cordas para descida de rapel.

Além dos fragmentos de pergaminho, os cientistas desenterraram objetos que remontam à revolta judaica de Bar Kokhba contra os romanos (132-136 DC), assim como um esqueleto de criança mumificado de 6.000 anos de antiguidade envolto em tecido e uma cesta de 10.500 anos - provavelmente a mais antiga do mundo, acredita a AAI.

De acordo com Israel Hasson, diretor da AAI, que expõe as peças em seu laboratório do Museu de Israel, em Jerusalém, a iniciativa lançada em 2017 tem como objetivo "salvar estas raras e importantes peças patrimoniais das garras dos ladrões".

Desde a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto, há mais de 70 anos, nas cavernas de Qumran, as cavernas rochosas do deserto da Judeia se tornaram alvo de saqueadores de antiguidades.

Esses 900 manuscritos são considerados uma das descobertas arqueológicas mais importantes de todos os tempos, porque incluem textos religiosos em hebraico, aramaico e grego, assim como a versão mais antiga conhecida do Antigo Testamento. (Com agências internacionais).

A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) recebe inscrições, até 21 de janeiro do próximo ano, para o mestrado em arqueologia. Ao todo, o processo seletivo reúne 16 vagas de ampla concorrência e uma reservada a técnicos-administrativos da instituição de ensino.

De acordo com a Universidade, as oportunidades são para o semestre letivo 2021.1, por meio do Programa de Pós-Graduação em Arqueologia (PPArque). Os interessados em fazer o mestrado devem se inscrever, gratuitamente, pelo seguinte e-mail: selecaoarqueologiaunivasf@gmail.com.

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“No ato de inscrição, é necessário encaminhar a documentação exigida no Edital Nº 13/2020, como requerimento de inscrição, currículo lattes e documentação pessoal. O PPArque é um Mestrado Acadêmico, constituído por duas linhas de pesquisa principais: ‘Arqueologia, Estudos Empíricos e Transdisciplinares’ e ‘Arqueologia, Comunidades Tradicionais e Gestão do Patrimônio Cultural’”, informou a Universidade.

Avaliação de projeto de pesquisa, análise curricular, entrevista e análise do memorial descritivo são as etapas do processo seletivo. Segundo a Univasf, os aprovados serão anunciados no dia 14 de fevereiro de 2021.

A sede da Univasf fica em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Para mais informações sobre o mestrado, acesse o site da instituição de ensino.

Começam, no dia 10 deste mês, as inscrições para o processo seletivo de cursos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Arqueologia (PPGArqueologia), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Segundo a instituição de ensino, as candidaturas poderão ser feitas até 14 de novembro pelo e-mail ppgarq@gmail.com.

No total, existem 20 vagas para o mestrado e dez direcionadas ao doutorado. Algumas das linhas de pesquisa são “Metodologia da pesquisa científica”, “Teoria, métodos e técnicas em Arqueologia”, “Povoamento das Américas” e “Arqueologia do Nordeste do Brasil”. Candidatos com formação em arqueologia e áreas afins podem participar da disputa.

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O certame terá, entre suas etapas, análise curricular e avaliação dos documentos exigidos no Boletim Oficial da UFPE. O cronograma aponta que o resultado da seleção está previsto para 14 de novembro deste ano e o ingresso nas turmas ocorrerá em 2021.

As aulas serão realizadas no Campus Recife da UFPE. O endereço é Avenida Professor Moraes Rego, 1235, no bairro da Cidade Universitária.

Financiada em sua maior parte pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), uma pesquisa pode mudar o rumo da história da evolução humana. A equipe composta por arqueólogos e cientistas brasileiros, italianos, americanos e alemães descobriu, em um sítio arqueológico no norte da Jordânia, ferramentas de pedra lascada de 2,4 milhões de anos. O encontro destes objetos deve confirmar que espécies de ancestrais humanos migraram do continente africano para o Oriente Médio cerca de 500 mil anos antes do que se tem registrado até o momento. Os materiais encontrados pelos pesquisadores são os mais antigos fora do continente africano.

Durante as escavações realizadas no vale do Rio Zarqa, a equipe localizou tipos de pedras afiadas que chamaram a atenção por apresentarem diferenças do que poderia ou não ser feito pelas forças da natureza. O pesquisador do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fábio Parenti, que integra a missão, afirma que há indícios de que o material foi manipulado por hominídeos. "Se vocês observarem a superfície de lascamento, vão reconhecer.

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A descoberta da missão também se volta à teoria da evolução. Para o biólogo, arqueólogo e antropólogo evolutivo do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP (Universidade de São Paulo) e também participante da missão, Walter Neves, o estudo pode apontar que o homo habilis deu origem à exploração do planeta muito antes do homo erectus, o qual se imaginava ter iniciado o desbravamento do restante do mundo há 1,9 milhões de anos.

Pesquisas anteriores duvidavam que o homo habilis tivesse chegado antes do homo erectus à região do Cáucaso, na Geórgia. Ao localizarem cinco crânios parecidos com as duas espécies naquela localidade, estudiosos apenas consideraram que habilis e erectus conviveram na mesma época. Agora é possível perceber que ambas as espécies transitavam pela área há 2,4 milhões de anos e não há 1,9 milhões de anos, como os livros explicavam até hoje.

O estudo será publicado neste sábado (6) pela revista científica Quaternary Science Reviews.

Pesquisadores acreditam ter descoberto uma nova espécie humana, com características morfológicas singulares, que viveu na ilha de Luzon, nas Filipinas, há mais de 50.000 anos, segundo estudo publicado nesta quarta-feira (10) na revista Nature.

A análise de treze restos fósseis (dentes, falanges do pé e da mão, fragmentos de fêmur) encontrados na caverna de Callao e pertencentes a pelo menos três indivíduos, levou os pesquisadores a considerar a possibilidade de se tratar de uma nova espécie, que batizaram de 'Homo luzonensis'.

A nova espécie apresenta ao mesmo tempo "elementos e características muito primitivas semelhantes aos do Australopithecus e outras, modernas, próximas aos do 'Homo sapiens'", explica Florent Detroit, paleoantropólogo do Museu do Homem e principal autor do estudo.

O 'Homo luzonensis' "era provavelmente pequeno se julgarmos pelo tamanho de seus dentes", mas "não é um argumento suficiente" para afirmá-lo, indica o pesquisador.

O 'Homo luzonensis', que não é um ancestral direto do homem moderno, seria uma espécie vizinha, contemporânea do Homo sapiens, mas com várias características primitivas.

Dois dos fósseis analisados foram datados pelo método de datação radiométrica e têm 50.000 anos e 67.000 anos, respectivamente.

Tratam-se dos restos humanos mais antigos encontrados nas Filipinas, precedendo os primeiros 'Homo sapiens' datados de 30.000 a 40.000 anos encontrados na ilha de Palawan, a sudoeste do arquipélago.

Debates à vista

Sua análise morfológica revelou muitas surpresas. A primeira diz respeito aos dentes: os pré-molares do 'Homo luzonensis' têm semelhanças com os dos Australopithecus (hominídeos africanos desaparecidos há 2 milhões de anos) e de outras espécies antigas do gênero Homo, como 'Homo habilis' e 'Homo erectus'.

Entre outros aspectos, esses dentes têm duas ou três raízes, enquanto os do 'Homo sapiens' costumam ter uma, às vezes duas, apontam os pesquisadores.

Em contrapartida, os molares são muito pequenos e sua morfologia muito simples se assemelha à dos homens modernos.

"Um indivíduo com essas características combinadas não pode ser classificado em nenhuma das espécies conhecidas hoje", observa Florent Detroit.

Os ossos do pé também são muito surpreendentes: a falange proximal tem uma curvatura muito pronunciada e inserções muito desenvolvidas para os músculos assegurando a flexão do pé. Não se parece com uma falange do Homo sapiens, mas com a de um Australopithecus, um hominídeo provavelmente bipedal e arbóreo.

"Não estamos afirmando que o 'Homo luzonensis' vivia nas árvores, porque a evolução do gênero Homo mostra que este gênero é caracterizado por um bipedismo severo desde 2 milhões de anos", ressalta Florent Detroit.

O "reaparecimento" de características primitivas no Homo luzonensis pode ser explicado pelo endemismo insular, segundo ele.

Durante o período do Quaternário, a ilha de Luzon nunca esteve acessível a pé. Se hominídios viveram lá, tiveram que encontrar um meio de atravessar o mar.

Aos olhos do pesquisador, os resultados do estudo "mostram muito claramente que a evolução da espécie humana não é linear". "É mais complexa do que pensávamos até recentemente", explicou.

Esta é uma "descoberta notável" que "sem dúvida desencadeará muitos debates científicos", disse Matthew Tocheri, da Universidade de Lakehead, no Canadá, em um comentário publicado na Nature.

Florent Detroit espera que alguns colegas "questionem a legitimidade de descrever uma nova espécie a partir de uma pequena amostra de fósseis".

Mas, aos seus olhos, "não é grave criar uma nova espécie". Isso ajuda a chamar a atenção para esses fósseis que parecem "diferentes".

"Se no futuro, os colegas mostrarem que estávamos errados e que esses vestígios correspondem a uma espécie que já conhecíamos, não tem problema, vamos esquecer isso".

O casco de um barco viking foi encontrado enterrado em um parque no sudeste de Oslo, anunciou nesta segunda-feira um grupo de arqueólogos.

Os restos foram encontrados com a ajuda de um radar de penetração no solo, dentro de um túmulo em um parque do condado de Vestfold, um lugar onde vestígios vikings são encontrados regularmente.

Existem sete cascos conhecidos de barcos da época viking na Europa, três deles nesta região.

"As imagens mostram uma forma de barco (...) É impossível neste estágio determinar o estado de conservação do casco", explicou em um comunicado Terje Gansum, diretor do patrimônio de Vestfold.

Os arqueólogos realizarão exames suplementares antes de eventualmente escavarem o local.

Duas ossadas de 3.000 anos de antiguidade dos primeiros enterros humanos no vale de Cusco foram descobertas por arqueólogos peruanos, informou nesta quarta-feira (24) o Ministério da Cultura.

As descobertas foram feitas na região arqueológica de Marcavalle, no vale de Cusco, que foi capital do império inca, que se desenvolveu nos séculos XV e XVI, no sudeste do Peru.

"O primeiro enterro é de uma pessoa menor de 20 anos, que foi rodeada por uma estrutura de pedras e cuja ossada foi achada flexionada, com modificações cefálicas", explicou a arqueóloga Luz Marina Monrroy, chefe das pesquisas, citada em um comunicado.

O segundo corresponde à ossada completa de uma pessoa jovem, encontrada em posição estendida lateral, a poucos metros do primeiro enterro.

"Estas descobertas correspondem à época formativa, isto é, aproximadamente 1.000 anos antes de Cristo, o que confirma que Marcavalle contém os primeiros enterros humanos registrados no vale de Cusco, sendo seu primeiro assentamento", afirmou a arqueóloga.

Perto de Cusco fica a cidadela inca de Machu Picchu, o principal centro turístico do Peru, a 2.430 metros de altitude, na cordilheira oriental.

Os especialistas também encontraram enterros de camelídeos sul-americanos, que se trataria de uma oferenda em poço circular, a mais antiga de Cusco.

Monrroy disse que foram encontradas evidências do que seria um ateliê lítico, caracterizado por artefatos de pedra e moagem em processo de trabalho, segmentos de arquitetura compostos por recintos, muros de pedra e restos de uma plataforma elevada, que são da mesma época.

Além disso, foram encontrados fragmentos de cerâmica decorada, pintada e com incisões que mostram rostos humanos, aplicações em asas de vasilhas, instrumentos em osso, restos carbonizados de produtos agrícolas, pilões de pedra e peças metálicas de uso doméstico.

Há um ano, cientistas descobriram em Marcavalle um muro de sete metros de diâmetro, que teria servido de moradia e para rituais dos primeiros habitantes que ocuparam o vale de Cusco, segundo Monrroy.

Um mural de cerca de 3.800 anos, com figuras animalescas e cabeças humanas em relevo, foi encontrado no sítio arqueológico Vichama, em Lima, no Peru. A informação foi divulgada pela agência estatal de notícias Andina nesta quinta-feira (16).

Com 2,8 metros de largura e 1 metro de comprimento, a parede contém quatro cabeças humanas - de olhos fechados - observadas por duas cobras, dizem os especialistas. Os animais, característicos das culturas andinas, convergem em um personagem principal que se acredita ser uma semente humanizada. "As cobras representam a divindade ligada à água, que filtra a terra e germina a semente", explicou a equipe do Projeto Caral Arqueológico, liderada pela especialista Ruth Shady desde 2007.

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A descoberta foi feita em abril, segundo o jornal El Comercio de Perú, e só foi revelada agora, poucos dias depois do décimo primeiro aniversário da descoberta da Vichama. De acordo com as investigações, Vichama, a 1,5 km da costa peruana, era uma cidade agroflorestal construída entre os anos 1 800 e 3 500 a.C.

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O local abriga conjuntos arquitetônicos, edificações de barro, cemitérios, entre outras construções.

Com informações de El Comercio

Uma equipe de arqueólogos israelenses exibiu nesta quinta-feira um mosaico "incomum e bonito" da época romana descoberto no antigo porto de Cesareia, no norte de Israel. O mosaico data do II ou III século d.C. Mede três metros e meio de largura e oito metros de comprimento, segundo informou a Autoridade de Antiguidades em um comunicado.

"Descobrimos um mosaico pertencente a um edifício romano de 18 séculos atrás", afirmou Uzi Ad, uma das pessoas responsáveis ​​pelas escavações. "É um mosaico de grande qualidade e colorido que representa três personagens", homens ricos usando togas; um de frente e dois de perfil, informou.

"Mosaicos deste tipo só foram encontrados no Chipre e no norte da Síria", acrescentou o arqueólogo. "Nunca tínhamos encontrado um mosaico de tal qualidade em Israel". De acordo com a Autoridade de Antiguidades, o mosaico estava em um prédio público ou em uma casa particular.

"Se o mosaico fazia parte de uma propriedade privada, os personagens poderiam ser os proprietários. Se for de um edifício público, poderiam ser os doadores do mosaico ou membros do governo local", acrescentou a autoridade.

Cesareia, a 50 km de Tel Aviv, nas margens do Mediterrâneo, foi fundada há 2030 anos por Herodes, o Grande, um rei designado pelos romanos que reinava na Judeia. Foi uma das principais cidades romanas da região até as Cruzadas. Atualmente, os vestígios da cidade atraem visitantes e o teatro romano organiza shows.

O templo neo-hitita de Ain Dara, localizado na cidade síria de Afrin, foi parcialmente destruído durante um bombardeio aéreo truco. A informação foi divulgada neste domingo (28) por uma ONG e por um arqueólogo. O bombardeio aconteceu no último sábado (27).

A estrutura do templo foi construída durante a era arameia e tinha cerca de 3 mil anos. Segundo a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), o templo não foi danificado intencionalmente, já que o alvo do bombardeio era a cidade de Afrin.

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De acordo com o ex-diretor geral de antiguidades e museus da Síria, o local onde o templo se encontrava fazia parte de um sítio arqueológico de 50 hectares descoberto em 1982. O local era considerado um dos edifícios arqueológicos mais importantes construídos pelos arameus na Síria e também era conhecido por outros monumentos, como as estatuas dos leões em basalto.

No dia 20 deste mês, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou uma série de operações no norte da Síria como forma de combater a ameaça terrorista de uma milícia do povo curdo, que toma conta da região. Segundo o presidente, as operações militares em Afrin serão seguidas por ataques na cidade de Manbij, na província de Alepo, também no norte da Síria.         

Uma forma rudimentar de vida pode ter existido na Terra há 3,95 bilhões de anos, quando ocorriam intensos bombardeios de cometas e asteroides sobre o planeta, afirma um grupo de pesquisadores em um estudo publicado esta quarta-feira na revista Nature.

"Encontramos a prova mais antiga de vida sobre a Terra" no Canadá, "em rochas sedimentares na (região de) Labrador (leste) que datam de 3,95 bilhões de anos", declarou à AFP Tsuyoshi Komiya, da Universidade de Tóquio, um dos autores do estudo.

Nessa época, a Terra, que se formou há 4,567 bilhões de anos, recebia o impacto dos cometas, destacou. Há um ano, os anúncios sobre a data do surgimento da vida sobre a Terra apareceram na Nature e deram lugar a um debate entre cientistas.

Em setembro de 2016, uma equipe de pesquisadores anunciou na revista britânica que havia descoberto na Groenlândia estromatólitos (estruturas calcárias formadas por colônias microbianas) de 3,7 bilhões de anos.

Seis meses depois, um grupo de cientistas indicou, também na Nature, que descobriu micro-organismos fósseis que teriam entre 3,77 e 4,29 bilhões de anos. Foram detectados no cinturão de Nuvvuagittuq, no Canadá.

Nessa ocasião, os pesquisadores japoneses trabalharam na zona de Saglek Blok, no norte de Labrador, cujas rochas têm cerca de 3,95 bilhões de anos. Os especialistas estudaram a composição isotópica de grãos de gaefite (carbono) para saber se eram de origem orgânica ou não.

Os isótopos são átomos que possuem o mesmo números de prótons, mas que diferem no número de nêutrons. O carbono possui diversos isótopos naturais (incluindo o famoso carbono 14, radioativo, usado para as datações, mas que não se encontra em rochas antigas).

Para o seu trabalho, os pesquisadores se focaram no carbono 13 (seis prótons e sete nêutrons) e no carbono 12 (seis prótons e seis nêutrons), dois isótopos estáveis. "Os organismos, para se desenvolverem, preferem isótopos rápidos, como o carbono 12, mais do que o carbono 13, que é mais pesado", explicou Tsuyoshi Komiya.

A sua equipe descobriu que os grãos de grafite estavam claramente enriquecidos de carbono 12. Tsuyoshi Komiya deduziu que "a assinatura" deste grafito é "biógena", ou seja, que provém de organismos vivos. Mas Sylvain Bernard, geoquímico do Museu Nacional de História Natural da França, se mostrou cético diante destas conclusões.

"Não apenas os seres vivos têm esta assinatura isotópica", disse, destacando que isto também pode ser fruto de reações de minerais entre si, ou de líquidos entre si.

"Os argumentos dados por esses pesquisadores estão distantes de serem suficientes para determinar de forma não ambígua" o caráter biogênico desses grafites. "Utilizam argumentos que talvez sejam necessários, mas não suficientes", acrescentou Bernard.

"Por enquanto ainda não sabemos como nem quando apareceu a vida na Terra", afirmou. "Mas avançamos" graças a técnicas pontuais, suavizou.

Trabalhadores da construção civil descobriram em Thornton, cidade do estado do Colorado, um raro fóssil de uma parte do esqueleto de um tricerátops, um dinossauro herbívoro de três chifres.

A descoberta ocorreu em 25 de agosto, detalhou um comunicado desta cidade, localizada nos arredores de Denver, no centro dos Estados Unidos. O encarregado do local acreditou que poderia se tratar de um fóssil e avisou ao Museu de História Natural de Denver. O curador, Joseph Sertich, foi rapidamente ao local.

O especialista determinou que eram esqueletos e um chifre de um tricerátops que viveu há 66 milhões de anos, período em que desapareceram os dinossauros. "É provavelmente um dos três crânios encontrados até agora nas montanhas rochosas", disse o paleontólogo em um vídeo postado no Facebook.

O curador destacou que esse fóssil de tricerátops é aproximadamente duas vezes menor do que os outros encontrados na Dakota do Norte e Dakota do Sul, assim como em Montana, onde foi descoberta a maior parte dos fósseis de dinossauros.

"Não sabemos a razão", reconheceu o cientista ao falar desta diferença de tamanho. "Esse fóssil de triceratops pode estar melhor preservado, o que se pode explicar porque estes dinossauros de chifres que se encontram em Denver são menores do que seus primos em outros lugares", disse Joseph Sertich.

A escavação continuará durante as próximas duas semanas para tentar recuperar a maior quantidade do esqueleto que for possível, acrescentou.

Um estudo publicado no periódico científico Nature revelou que fósseis de Homo sapiens, descobertos no Marrocos, têm cerca de 300 mil anos. Estes vestígios demonstram 100 mil anos de diferença em relação aos mais antigos sinais de vida humana já encontrados pelos cientistas.

Jean-Jacques Hublin, pesquisador do Instituto Max Plank (Alemanha), afirmou que os vestígios significam uma mudança nos estudos sobre a origem do homem. “Isso é muito mais velho do que qualquer coisa que possa ter relação com a nossa espécie. Essa nova idade, 300 mil anos, nos convenceu de que o material que apresentamos é a origem da espécie humana. O Homo sapiens mais antigo já encontrado na África”, afirmou o pesquisador.

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A equipe de Hublin realiza escavações no sítio arqueológico de Jebel Irhoud, no Marrocos, desde 2004. Dentre as descobertas mais notáveis estão os restos de crânios de pelo menos cinco pessoas, perto dos quais os arqueólogos encontraram lascas de pedra utilizadas em lanças e tochas. Exames comprovaram que as tochas tinham cerca de 300 mil anos.

O Japão de mil anos atrás pode ter sido muito mais cosmopolita do que se pensava, indicaram arqueólogos nesta quarta-feira, baseando-se em evidências da presença de um funcionário persa que trabalhou à serviço do governo nipônico na antiga capital Nara.

Já se sabia que o Irã e o Japão mantinham relações comerciais diretas pelo menos desde o século VII, mas novos testes em um pedaço de madeira - descoberto na década de 1960 - sugerem laços mais amplos, disseram os pesquisadores.

Imagens infravermelhas revelaram caracteres, até então ilegíveis na madeira (suporte muito usado no Japão para a escrita antes do papel), nomeando um funcionário público persa que morava no país.

Este homem trabalhava em uma escola de treinamento para funcionários do governo, disse Akihiro Watanabe, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa de Nara sobre Propriedades Culturais.

É possível que o funcionário persa ensinasse matemática, acrescentou Watanabe, ressaltando a excelência do Irã antigo nessa matéria.

"Embora estudos anteriores tenham sugerido que havia intercâmbios com a Pérsia que remontam ao século VII, esta é a primeira vez que constatamos que um habitante de uma região tão distante como essa trabalhou no Japão" naquela época, disse.

"E isso sugere que Nara era uma cidade cosmopolita onde os estrangeiros eram tratados com igualdade", acrescentou.

A capital do Japão foi Nara entre os anos 710 e 784, antes de ser trasladada para Kyoto e, mais tarde, para Tóquio.

Uma descoberta arqueológica no interior paulista deve enriquecer o debate científico sobre a ocupação da América pelos primeiros humanos. Em laudo elaborado recentemente por um laboratório americano, constatou-se que um sítio de São Manuel, na região central do Estado, era habitado por um povo pré-colombiano há 11 mil anos. A datação, certificada pelo laboratório Beta Analytic, coloca o Sítio Caetetuba, de 55 mil metros quadrados, entre os achados arqueológicos com sinais de presença humana mais antigos do País - e, muito possivelmente, de São Paulo, já que estimativas de pontos mais remotos não são aceitas com unanimidade na comunidade científica. Foram resgatados ali 3 mil itens, todos de pedra lascada.

"É possível perceber todo o processo de produção", afirma o arqueólogo Lucas Souza Troncoso, pesquisador do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP) e um dos 15 profissionais responsáveis pelo achado, todos funcionários da empresa Zanettini Arqueologia. "Pelo formato, resultado do manuseio, é possível inferir quais pedras eram usadas para fazer as ferramentas e quais eram os resultados finais. Identificamos sete projéteis, usados para caça."

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Feitas ao longo de três meses no início deste ano, as escavações ocorreram em conformidade com a legislação ambiental, para que a empresa proprietária da fazenda, a Usina Açucareira São Manoel, pudesse ampliar sua área de cultivo. Foram mapeados 14 sítios arqueológicos, entre eles o Caetetuba - 11 escavados e três, por exigência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), preservados. "Estamos diante de um exemplo de resultado científico dessa lei, em convivência entre o campo econômico e a preservação do patrimônio", diz o arqueólogo Paulo Zanettini, responsável pelo estudo.

No total, mais de 10 mil itens foram coletados. Agora passam por análise e catalogação, no laboratório da empresa Zanettini, no Butantã, zona oeste da capital. Até o fim do ano, os relatórios do trabalho devem ser entregues ao Iphan e o material, acondicionado no Museu de Arqueologia e Paleontologia de Araraquara, no interior.

Além do Caetetuba, dois outros sítios chamam a atenção pela raridade do material. No Serrito I, com ocupação estimada entre 500 e 2 mil anos atrás, foi encontrada uma variada coleção de cerâmicas com acabamentos esteticamente refinados - seja com uso de tintas ou com uso de unhas para criar desenhos em baixo relevo.

Já o Serrito II, um dos eleitos pelo Iphan para seguir preservado, sem escavação, tem um paredão de pedra aparente em que há pinturas rupestres - em algumas, é possível identificar figuras que se assemelham ao Sol.

Relevância

Geneticista especializada em populações americanas antigas, a professora Maria Cátira Bortolini, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), coloca a descoberta no mesmo nível das mais importantes de toda a América. "Datações antigas costumam ser muito controversas, porque muitas vezes não fica clara a ligação do material analisado com a ocupação humana", explica. "Por consenso da comunidade científica, aceitam-se evidências como de Lagoa Santa, em Minas, com cerca de 12 mil anos, e Monte Verde, no Chile, com 14 mil anos. Qualquer fato extraordinário precisa de evidências extraordinárias."

Zanettini calcula que muito deve ter se perdido ou ainda seja desconhecido nos solos do interior paulista. "Cerca de 50% dos municípios de São Paulo jamais tiveram uma análise arqueológica", diz. Para a arqueóloga Niède Guidon, integrante da Missão Arqueológica Franco-Brasileira e presidente da Fundação Museu do Homem Americano, a escassez de resultados semelhantes no interior paulista é consequência de poucas pesquisas feitas - e não de pouca presença de povos na antiguidade. "E pela própria ocupação contemporânea, muitos sítios devem ter sido destruídos antes de ser estudados." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um grupo de arqueólogos descobriu um importante conjunto de pinturas rupestres de mais de 12.000 anos no norte da Espanha, informaram nesta terça-feira as autoridades locais.

As gravuras e pinturas, encontradas a 300 metros de profundidade na caverna Atxurra, localizada a cerca de 50 km da cidade basca de Bilbao, representam em sua maioria animais: cavalos, bisões, cabras e veados. "Hoje, Atxurra pode ser considerada como a cavidade com o maior número de pinturas rupestres" do País Basco, declarou em uma coletiva de imprensa a responsável pela cultura da província, Lorea Bilbao.

Os arqueólogos estimaram em ao menos 70 o número de pinturas que representam animais e que se estendem por 100 metros, de acordo com o conselho provincial. "Todas as grafias mostram uma notável consistência interna que pode ser atribuída, sem reservas, aos momentos finais do Paleolítico Superior", especificamente o período compreendido entre 12.500 e 14.500 anos atrás, indicou em um comunicado.

A caverna permanecerá fechada ao público para preservar as obras e devido à dificuldade de acesso. Um grupo de espeleólogos contratado em 2014 pelas autoridades locais para explorar a caverna, descoberta em 1929, encontrou as pinturas rupestres em setembro de 2015.

No norte da Espanha existem numerosas cavernas decoradas com pinturas rupestres do Paleolítico. Algumas delas, em especial as da caverna de Altamira com sua multicolorida "Sala dos Bisões", estão classificadas no patrimônio mundial da Unesco.

A descoberta de fósseis de dinossauros e flora pré-histórica na Patagônia chilena reforça a teoria de que espécies pré-históricas da América e da Antártica migraram há milhões de anos por pontes que os uniam, assinalam pesquisadores do Chile e do Brasil.

Uma expedição de cientistas encontrou no cerro Guido - uma zona inóspita da Patagônia 3.000 quilômetros ao sul de Santiago - um depósito de fósseis de dinossauros e restos fossilizados de flora e folhas cuja idade seria remontaria a 68 milhões de anos atrás, quase no fim da era dos dinossauros.

"Na Antártica, foram encontrados restos de ossos de dinossauros típicos das zonas continentais (América), que tenham atravessado por pontes formadas entre a América do Sul e a Antártica", disse à AFP Marcelo Leppe, líder da expedição e do Departamento científico do Instituto Antártico Chileno (Inach). Leppe acredita que tudo começou com uma queda brusca de temperatura.

Isso "produziu queda da neve que se acumulou como gelo e causou o declínio dos oceanos entre 25 e 200 metros, permitindo a emergência para a superfície de porções de terra que estavam sob o mar, formando pontes", garante o paleontólogo, que foi responsável pela base do Inach na Antártica.

Entre os fósseis descobertos no continente branco estão o saurópode, o maior e mais meridional dinossauro encontrado no Chile em 2014, que chegou a medir 30 metros de comprimento e pesar 35 toneladas, e também o hadrossauro, um herbívoro que atingia 10 metros de comprimento e chegava a pesar 20 toneladas.

Ambas as espécies foram encontradas no depósito de fósseis de Cerro Guido, cuja extensão chegaria aos sete quilômetros. Neste local, um dos maiores da América, os dinossauros viveram milhões de anos antes de chegar à Antártica há 68 milhões de anos.

Os cientistas fizeram longas caminhadas e subiram uma colina de mais de mil metros de altitude para encontrar esses fósseis. Durante a expedição, que durou duas semanas, dormiram em barracas num acampamento montado cerca de três quilômetros de distância de qualquer contato humano, suportando frio intenso e fortes ventos patagônicos.

Vegetação da Antártica

No Cerro Guido, os cientistas também descobriram as folhas fossilizadas de nothofagus, uma espécie arbórea no hemisfério sul e cuja idade atinge 68 milhões de anos.

De acordo com os investigadores, estas folhas são as mesmas que foram descobertas na Antártida, mas que datam de 80 milhões de anos atrás. Elas são muito mais velhas do que as da Patagônia, indicando que são originárias do continente branco, quando esse tinha vegetação.

"Alguns fósseis de flores, folhas de árvores e plantas encontrados tinham como local de procedência a Antartica, o que reforça a teoria de que estes tenham migrado por pontes formadas entre o continente branco e o americano", acredita Leppe.

A pesquisa indica que na Antártica descobriram fósseis de espécies como canela, mirtasias, eucaliptos, pinheiros, manios, que atualmente são típicos das florestas do sul do Chile, e também migraram por essas pontes de vento, chuva e a estrada de terra. "Podemos dizer que as florestas dessas regiões chilenas são registros do que foi a vegetação na Antártica cerca de 70 milhões de anos atrás", disse o paleobotânico brasileiro Thiers Wilberger.

As plantas mais antigas da América do Sul estão no Brasil há mais de 120 milhões de anos, enquanto na Argentina há registros de fósseis de plantas de 80 milhões de anos, garante Wilberger.

O especialista brasileiro destacou o bom estado de conservação dos restos de folhas, flores e ossos de dinossauros encontrados em Cerro Guido, na fronteira com a Argentina, e que pode ser acessado a pé ou em um trator contornando colinas e cruzando rios.No local também foi encontrado pólen, algo muito raro devido à sua fragilidade.

Wilberger afirma que algumas espécies como as araucárias - uma árvore hoje típica do sul do Chile - migraram para o Brasil e outras até a Nova Zelândia e Nova Caledônia. "Apesar de não ter uma fronteira na atualidade,a conexão entre Chile e Brasil, graças a esta migração da flora, é muito próxima", disse o brasileiro.

Desde 2013, os pesquisadores viajam para esta remota região por duas semanas durante o ver]ao austral, já que no restante do ano a zona está coberta de neve e as temperaturas ficam perto de zero.

Resíduos de chá de 2.100 anos foram encontrados na China, o que permite retroceder em centenas de anos as primeiras provas físicas da infusão mais consumida do mundo, segundo um estudo publicado na Scientific Reports, revista do grupo Nature.

Os resíduos foram descobertos perto do mausoléu Yangling, o túmulo do quarto imperador dos Han, que viveu entre 188 e 141 a.C.

De 1998 a 2005, pesquisadores do Instituto de Arqueologia da província de Shaanxi escavaram 86 túmulos localizados ao redor do mausoléu, onde encontraram as plantas.

Os autores do estudo, liderado por Houyuan Lu, da Academia de Ciências de Pequim, anunciaram que identificaram "traços de chá e comida".

Esta é uma descoberta extraordinária, porque as folhas de chá se conservam mal através dos séculos e é difícil identificá-las em meio a resíduos putrefatos.

A mais antiga referência escrita sobre o chá está em um texto do ano 59 a.C, mas até agora não havia nenhuma evidência física antes da dinastia Song do norte, que governou a China entre 960 e 1279 da nossa era.

O estudo também refere-se a outros traços de chá que remontam a 200 anos d.C, descobertos no cemitério Gurgyam em Ngari, no Tibet Ocidental.

O solo de Gurupá, município do Arquipélago do Marajó, no Pará, guarda segredos que poderão revolucionar os estudos sobre a ocupação da Amazônia. O trabalho inicial de 20 pesquisadores do Brasil e Estados Unidos em alguns dos 50 sítios arqueológicos encontrados na localidade revela que povos do norte da América do Sul mantiveram contatos constantes.

Na reserva ambiental do Jacupi, localizada no município, foram descobertas cerâmicas com traços influenciados por outras culturas. A análise preliminar do material arqueológico indica interrelações humanas no sentido da nascente dos afluentes da margem esquerda do Amazonas e não somente ao longo da calha do maior rio da região, no sentido leste-oeste.     

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Essas informações são surpreendentes, diz a arqueóloga Helena Lima, do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). “A arqueologia vinha falando de fluxos estilísticos no sentido leste-oeste, ao longo do rio Amazonas. Mas, ao contrário do que se imaginava (em Gurupá), a cerâmica mostra uma circulação de informações no sentido norte-sul, passando pelas Guianas e Amapá e indo até o rio Xingu, atingindo regiões como a Volta Grande.”

As pesquisas fazem parte do projeto “Origens, Cultura e Ambiente”, realizado pelo Museu Goeldi em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A equipe é formada por especialistas do MPEG, da Universidade Federal do Pará (UFPA), da Universidade de São Paulo (USP), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Universidade da Flórida (UFL).

Desafio - Além dos 50 sítios já identificados, Helena Lima, coordenadora do projeto, estima que a região de Gurupá abrigue um número ainda maior de áreas de interesse para pesquisas arqueológicas. Os materiais coletados na primeira fase de pesquisas foram encaminhados para a Reserva Arqueológica do Museu Goeldi.

Estão em análise cerâmicas, carvões e amostras de solo de diversas épocas. Em Gurupá, que atualmente tem cerca de 31 mil habitantes, foram identificados vestígios de povos desde antes da chegada dos Europeus à Amazônia. “Gurupá já foi uma localidade central nas principais transformações históricas da Amazônia, desde a colonização europeia até a época da borracha”, ressaltou Helena Lima.

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