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Ao sobrevoar um asteroide situado entre as órbitas de Marte e Júpiter a espaçonave Lucy, da Nasa (a agência espacial norte-americana), descobriu que na verdade eram dois: um de 790 metros e outro de 220 metros em seus trechos mais largos. É o que se chama de par binário.

A missão espacial de Lucy é sobrevoar e colher informações sobre sete asteroides selecionados pela Nasa. O primeiro deles, chamado Dinkinesh, fica em um cinturão de asteroides situado entre as órbitas de Marte e Júpiter.

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Quando foi descoberto, em 1999, recebeu o nome provisório de 1999 VD57. Quando sua órbita foi determinada com precisão, ele recebeu o número 152830, mas continuou sem nome oficial. Em janeiro deste ano, quando a equipe da missão Lucy decidiu enviar a sonda homônima para visitar esta rocha espacial, propôs um nome para ela. Dinkinesh significa "maravilhoso" na língua da Etiópia.

O asteroide foi o primeiro visitado pela sonda Lucy durante essa missão, e o principal objetivo da aproximação era testar os sistemas da espaçonave antes de ela iniciar sua atividade científica principal: estudar os misteriosos asteroides troianos de Júpiter, considerados "fósseis" do sistema solar. Mas, acabou havendo uma surpresa.

Semanas antes da chegada da sonda a Dinkinesh, os cientistas da Nasa levantaram a hipótese de o asteroide ser um sistema binário, dada a forma como os instrumentos de Lucy registravam o brilho do asteroide mudando com o tempo. As primeiras imagens do encontro na quarta-feira, 1º, tiraram a dúvida: Dinkinesh é um binário.

"É uma série incrível de imagens. Eles indicam que o sistema de rastreamento funcionou como pretendido, mesmo quando o universo nos apresentou um alvo mais difícil do que esperávamos", disse Tom Kennedy, engenheiro de orientação e navegação e um dos responsáveis por acompanhar a missão. "Uma coisa é simular, testar e praticar. Outra coisa é ver isso realmente acontecer."

Embora a aproximação tenha sido inicialmente um teste de engenharia, os cientistas estão entusiasmados para analisar os dados e obter mais informações sobre a natureza dos pequenos asteroides.

"Sabíamos que este seria o menor asteroide do cinturão principal já visto de perto", disse Keith Noll, cientista do projeto Lucy do Goddard Space Flight Center da Nasa em Greenbelt, nos EUA. "O fato de serem dois torna tudo ainda mais emocionante. Em alguns aspectos, estes asteroides parecem semelhantes aos asteroides binários Didymos e Dimorphos próximos da Terra, mas existem algumas diferenças realmente interessantes que iremos investigar."

O próximo asteroide a ser analisado é Donaldjohanson, ao qual a sonda Lucy chegará só em 2025. Depois ela vai analisar os asteroides de Júpiter, em 2027.

Pesquisadores acabaram de identificar uma nova espécie de crocodilo que conviveu com dinossauros no interior de São Paulo durante o Cretáceo, há pelo menos 66 milhões de anos. O réptil, batizado de Titanochampsa iorii devido ao porte avantajado, foi reconhecido com base em um fóssil de parte do crânio achado pela primeira vez na década de 1950, em Monte Alto, na região de São José do Rio Preto.

O tamanho do animal foi calculado em até 7 metros, o que o torna o maior crocodilo do Neocretáceo brasileiro, por isso o gigante ganhou o apelido de "Terror das Águas". A partir desta sexta-feira, 16, o fóssil ficará exposto ao público no Museu de Paleontologia de Monte Alto.

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Autor principal de um artigo científico sobre a descoberta que foi publicado em edição recente da revista internacional

Historical Biology, o paleontólogo Thiago Schineider Fachini, do Laboratório de Paleontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), explicou que o Titanochampsa tem características distintas dos crocodiliformes fósseis já encontrados do Período Cretáceo.

"A conclusão de que é uma espécie nova resulta de uma análise da morfologia geral do crânio de Titanochampsa, tendo sido observadas feições inéditas, permitindo a definição de que se trata de uma espécie ainda não registrada do Cretáceo brasileiro", disse.

A pesquisa vai prosseguir na tentativa de estabelecer os parentescos e o contexto paleoambiental do novo crocodiliforme - as condições do ambiente em que o animal vivia. Titanochampsa significa "crocodilo titânico", uma alusão ao seu grande porte e por ter sido confundido com titanossauro por muito tempo. O epíteto específico "iorii" é uma homenagem ao pesquisador Fabiano Vidori Iori por seus trabalhos na região de Monte Alto e pela prévia identificação do material.

Pesquisadores se surpreenderam com a descoberta de um dente molar pertencente à um indivíduo da misteriosa espécie dos denisovanos em uma caverna no Laos, que só haviam sido encontrados na Sibéria e na China. De acordo com pesquisa, isso significa que essa espécie viveu tanto em áreas tropicais do Sudeste da Ásia quanto nas regiões gélidas do Norte. As informações são do History Channel Brasil.

O dente foi descoberto após uma pesquisa arqueológica liderada pelo professor Fabrice Demeter, da Universidade de Copenhagen, que analisou o fóssil. Após estudo,  foi descoberto que ele pertencia a um exemplar da mesma população de hominídeos, cujos vestígios foram identificados pela primeira vez na Caverna Denisova, nas Montanhas Altai da Sibéria (Rússia). Ainda foi identificado na pesquisa que o molar pode ser de uma menina que morreu entre 3 e 8 anos de idade.

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De acordo com os cientistas, essa menina viveu entre 164 mil e 131 mil anos nos trópicos quentes do Norte do Laos. Além disso, também indica que sudeste Asiático abrigava uma grande diversidade de espécies humanas, já que ao menos cinco delas viveram na região em momentos diferentes.

Um novo fóssil de dinossauro foi encontrado em obra de duplicação da Rodovia Rachid Rayes (SP-333), em Marília, interior de São Paulo. O pedaço de osso, possivelmente do fêmur de um titanossauro, foi retirado na última terça-feira (9) e levado para o Museu Paleontológico de Marília para estudos.

De acordo com o paleontólogo Willian Nava, coordenador do museu, o fóssil estava em um nível rochoso diferente de outra ossada resgatada no início de outubro, indicando serem de animais distintos, embora da mesma espécie.

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O paleontólogo acredita que, entre a deposição de uma carcaça e da outra, podem ter se passado milhões de anos, o que reforça a tese de que o interior de São Paulo foi uma espécie de "parque dos dinossauros" no período cretáceo, entre 140 milhões e 65 milhões de anos atrás.

FAUNA JURÁSSICA

Nos dois casos, os fósseis são de titanossauro, espécie de dinossauro herbívoro, caracterizado pela cauda e pelo pescoço longos. Conforme o pesquisador, os achados indicam que essa espécie pode ter sido a fauna jurássica mais abundante no atual território paulista.

Nava explicou que o talude contendo os fósseis ultrapassa os 20 metros de altura. Os achados do início de outubro - um pedaço de fêmur e fragmentos menores - aconteceram no nível mais alto do barranco.

Já os novos fósseis de um fêmur fragmentado durante as obras estavam em um ponto mais baixo, quase ao nível do leito da rodovia. As escavações para a retirada dos fósseis foram feitas com a ajuda do geólogo Nilson Bernardi, especialista em resgate arqueológico.

De acordo com Nava, como os achados estavam sobrepostos e, pelas características dos fósseis, são de animais diferentes, é possível deduzir que entre a deposição de uma ossada e da outra decorreu muito tempo.

"Podemos afirmar que são restos de pelo menos dois titanossauros, pois há ossos na parte superior do corte da colina, como também encontramos fósseis quase ao nível da rodovia", explicou. As rochas contendo os fósseis foram levadas para o museu de Marília para a colagem dos fragmentos e a continuação dos estudos. Além dos pedaços de fêmur encontrados agora e em outubro, já foram achados outros fósseis no mesmo sítio, como alguns fragmentos de costela, uma vértebra caudal e um osso que pode ser da pata dianteira do titanossauro.

Os achados de fósseis na região remontam ao fim do século passado. Em 1993, Nava encontrou um osso de quase 1 metro de comprimento, a 16 km de Marília. Quase 20 anos depois, ele fez outro grande achado: um titanossauro com 70% da ossada preservada, até hoje considerado o esqueleto dessa espécie mais completo do Brasil.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Durante as obras da Rodovia Leonor Mendes de Barros, que aconteciam entre as cidades de Marília e Júlio Mesquita, há mais de 350 quilômetros da capital de São Paulo, foi encontrado um pedaço de osso, supostamente de um dinossauro, de aproximadamente um metro e meio, a 20 metros da superfície. A descoberta paralisou as obras que estavam ocorrendo no local.

De acordo com especialistas, é possível que o fóssil seja um pedaço de fêmur de dinossauro que viveu na região, no último estágio em que os animais habitavam o planeta Terra, no período Cretáceo, há mais de 65 milhões de anos. Paleontólogos foram até o local e fizeram a extração do fóssil, que agora será retirado e levado até o Museu de Paleontologia de Marília.

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Vale lembrar que o município de Marília é conhecido por registrar outros episódios envolvendo a descoberta de fósseis de dinossauros. Em 2009, o paleontólogo Willian Nava foi o responsável por encontrar um fóssil de titanossauro, que viveu no Centro-Oeste de São Paulo há mais de 70 milhões de anos. O fóssil apelidado de “Dino Titan” também está exposto no Museu de Paleontologia.

O museu foi inaugurado em 25 de novembro de 2004 pela Prefeitura da cidade, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, tendo como coordenador o próprio Willian Nava. Dentre os destaques do acervo histórico, estão ossos e ovos fossilizados de dinossauros e crocodilos, além de fragmentos de troncos de árvores petrificados e fotos de escavações

Um esqueleto praticamente completo de um tigre dentes-de-sabre de 40 milhões de anos foi vendido nesta terça-feira (8) por 84,2 mil dólares durante um leilão organizado em Genebra.

Descoberto no ano passado, em um rancho localizado no estado americano de Dakota do Sul, o fóssil, de 1,20 m de comprimento e cerca de 40 cm de altura, foi vendido em um minuto, durante sessão dedicada à paleontologia. "O comprador é um colecionador particular suíço", informou à AFP a porta-voz da casa de leilões, Fanny Moncorgé. O esqueleto da espécie de Hoplophoneus, nome científico desse tipo de grande lince, está 90% completo.

O colecionador suíço Yann Cuenin ofereceu em leilão cerca de 40 peças de história natural. Uma barbatana de 85 cm de um mosassauro foi arrematada por 7.876 dólares. Já um dente de tiranossauro rex, o dinossauro mais conhecido, foi vendido por 5.625 dólares, o dobro do preço inicial.

As vendas ligadas à paleontologia não costumam ser do agrado de muitos especialistas, os quais consideram que muitos fósseis vendidos a particulares não fazem a ciência avançar.

O fóssil de um Tyrannosaurus Rex entre os mais completos do mundo foi leiloado nesta terça-feira (6) por 31,8 milhões de dólares em uma venda organizada pela Christie's de Nova York, quadruplicando o valor recorde obtido por outro dinossauro em uma venda similar.

A estimativa inicial proposta pela Christie's foi de seis a oito milhões de dólares. O resultado final do leilão, porém, comprovou novamente o fascínio por este tipo de dinossauro.

O leilão quebrou o recorde anterior que pertencia a Sue, outro T-Rex vendido em outubro de 1997 pela Sotheby's por 8,4 milhões de dólares ao Museu Field de História Natural, de Chicago. Somente cerca de 50 fósseis de T-Rex foram encontrados no mundo desde 1902.

Stan, como foi batizado o exemplar de quatro metros de altura e 12 metros de comprimento, pesou de sete a oito toneladas em vida, de acordo com especialistas, e viveu há 67 milhões de anos. Foi descoberto em 1987 perto de Buffalo, na Dakota do Sul.

Os paleontólogos do Instituto de Pesquisa Geológica em Black Hills, Dakota do Sul, dedicaram mais de 30.000 horas de trabalho para desenterrar o fóssil e reconstruir seu esqueleto, composto de 188 ossos.

Desde então, Stan foi usado em moldes destinados a dezenas de museus pelo mundo, ávidos em adquirir uma cópia deste excepcional exemplar que morreu aos 20 anos de idade, segundo os pesquisadores.

A lei autoriza a venda quando o exemplar foi descoberto em terrenos privados, como é o caso de Stan.

Pesquisadores do Museu Zoológico da Universidade Estatal de Moscou encontraram um besouro em um pedaço de âmbar, uma resina fóssil que evita a invasão de bactérias. Os cientistas estimam que o inseto tenha vivido há cerca de 39 milhões de anos e qua a espécie, extinta, nunca fora catalogada. 

Em nota oficial, o museu informou o nome escolhido para a descoberta: Telmatophilus sidorchulae, que é devido a semelhança com a espécie Telmatophilus typhae, que possibilitou, através da relação visual, identificar que o fóssil se tratava de um besouro. A diferença entre elas está presente em detalhes: no novo inseto as antenas são mais longas e as patas mais unidas.

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No comunicado à imprensa, o principal pesquisador do Museu Zoológico, Georgy Lubarsky, comemorou a descoberta e explicou que o âmbar foi essencial para a conservação do animal. "Felizmente, a peça com o besouro é muito transparente. O inseto é claramente visível e é até mesmo possível observar os detalhes de sua estrutura", comentou.

 

Os cientistas o batizaram de "A Coisa": um misterioso fóssil do tamanho de uma bola de basquete encontrado na Antártica e que permaneceu em um museu chileno à espera de alguém que descobrisse do que se tratava exatamente.

Agora, uma investigação revelou que o misterioso fóssil, encontrado há nove anos por cientistas da Universidade do Chile e do Museu Nacional de História Natural, é na realidade um ovo de casca mole, o maior que se conhece até o momento, possivelmente de um tipo de serpente ou lagarto que viveu há mais de 66 milhões de anos.

Essa revelação acaba com quase uma década de especulações sobre o fóssil, e poderia mudar as teorias sobre a vida de criaturas marinhas nessa era, declarou Lucas Legendre, principal autor da pesquisa publicada nesta quarta-feira (17) na revista Nature.

Segundo a análise realizada conjuntamente por cientistas da Universidade do Texas, da Universidade do Chile e do Museu Nacional de História Natural, trataria-se do maior ovo da era dos dinossauros.

O fóssil foi descoberto em 2011, por um grupo de cientistas chilenos na Antártica. Parece uma grande bola de basquete, e mede nada menos que 29 por 20 centímetros.

"Esta é uma das poucas vezes em que um ovo foi encontrado em sedimentos marinhos e, além disso, é de casca mole. É curioso que tenha sido preservado lá. (...) Isso talvez nos dê uma pista de que tipo de ambiente poderíamos encontrar outros ovos desse tipo", explica Alexander Vargas, pesquisador da Faculdade de Ciências da Universidade do Chile, e diretor do Projeto de Registro de Fósseis e Evolução de Vertebrados.

Há anos os cientistas visitantes examinaram esse fóssil sem sucesso, até que, em 2018, um paleontólogona Universidade do Texas sugeriu que poderia ser um ovo. Essa hipótese não era a mais óbvia, por causa do seu tamanho e aparência, e não havia esqueleto para confirmá-la.

"Eles realmente não tinham uma ideia muito clara do que poderia ser, então chamaram de 'The Thing', como o filme", explicou Vargas.

A análise de partes do fóssil revelou "uma estrutura em camadas semelhante a uma membrana macia e uma casca externa muito mais fina, sugerindo que ela tinha uma casca mole", detalha Lucas Legender.

"Isso também foi confirmado por análises químicas, que mostraram que a casca dos ovo era diferente dos sedimentos que a rodeavam, e originalmente era um tecido vivo".

Mas existem outras questões ainda não resolvidas, como qual animal teria um ovo tão grande - até hoje somente um maior, mas não de casca mole, foi encontrado, produzido pela agora extinta ave elefante de Madagascar.

A equipe acredita que este ovo é proveniente de um réptil aquático, possivelmente de um grupo conhecido como mosassauros, que eram comuns na região.

Um grupo de pesquisadores descobriu na margem do lago Titicaca, no sudeste do Peru, restos fossilizados de um tubarão Pucapampella de 400 milhões de anos de antiguidade, informou nesta sexta-feira o Ministério da Cultura.

A descoberta foi feita por estudantes da Universidade de Puno nos sítios paleontológicos de Imarrucos, distrito de Taraco, perto do lago que delimita a fronteira com a Bolívia, a 3.800 metros de altitude sobre o nível do mar.

"Após uma análise e estudos que realizamos, concluímos que os restos fossilizados pertencem a um tubarão de 400 milhões de anos", disse à AFP o paleontólogo Leonardo Zevallos, do Ministério da Cultura.

"É o vertebrado mais antigo de que se tem registro no Peru", acrescentou.

Os restos encontrados, que pertencem ao período Devoniano, são dois arcos mandibulares e uma barbatana, informou o pesquisador.

As autoridades peruanas indicaram em um comunicado que após realizar comparações com "restos similares encontrados na Bolívia e nas Ilhas Malvinas, se determinou que os restos descobertos em Puno correspondem à associação Pucapampella-Zamponioteron".

O Devoniano é conhecido como "a idade dos peixes", já que nesse período apareceram os primeiros vertebrados e a partir deles evoluíram outros grupos como os anfíbios e répteis, que foram antepassados dos mamíferos, apontou o Ministério de Cultura.

Um sítio arqueológico na região de Guizhou, no sul da China, está sendo destruído pela exploração de fosfato. O local ficou famoso nos anos 90 por ser rico em minerais que preservam estruturas nucleares e fósseis.

As descobertas em Guizhou possibilitaram a identificação de animais que viviam há cerca de 540 milhões de anos. Por conta da exploração dos minerais, apenas 5% dos fósseis foram recuperados, dificultando o trabalho dos pesquisadores. “Talvez nunca encontremos um sítio comparável e podemos perder a chance de entender verdadeiramente os primórdios da evolução animal”, afirma Dave Bottjer, paleobiólogo da Universidade do Sul da Califórnia. 

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Para impedir a destruição, pesquisadores mantêm contato com as autoridades locais. Uma das propostas às mineradoras é que os cientistas possam coletar amostras nos locais de exploração de fosfato, o que permitiria a continuidade dos estudos para os próximos anos.

Um grupo internacional de cientistas afirma ter descoberto um raro tipo de pterossauro no oeste do Canadá. Enquanto a maior parte dos pterossauros - um grupo de répteis voadores pré-históricos -, tem de quatro a oito metros entre as pontas das asas abertas, o novo espécime tem apenas 1,5 metro de envergadura.

De acordo com os autores do estudo, publicado nesta quarta-feira, 31, na revista Open Science, da Royal Society - a academia britânica de ciências -, o novo animal tinha o porte de um gato, enquanto vários dos demais pterossauros tinham o tamanho de uma girafa e, com as asas abertas, alcançavam as dimensões de um pequeno avião.

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O inusitado minipterossauro teria vivido no período Cretáceo Superior, há aproximadamente 77 milhões de anos. Se a descoberta for confirmada, o novo animal terá sido o primeiro pterossauro a ser encontrado na costa oeste da América do Norte. Além disso, segundo os cientistas, é a primeira vez que um conjunto de fósseis tão recente é associado a pequenos pterossauros.

Os pterossauros são os primeiros vertebrados a desenvolver a capacidade de voar e conviveram por cerca de 100 milhões de anos com seus primos distantes, os dinossauros, até que todos fossem extintos no fim do Cretáceo, há 66 milhões de anos. O novo pterossauro, no entanto, viveu há 77 milhões de anos, quando a maior parte dos répteis voadores já havia sido evolutivamente substituída pelas aves, que começaram a se diferenciar dos dinossauros há 165 milhões de anos.

O estudo foi realizado por cientistas da Inglaterra, Estados Unidos e Canadá. Os pesquisadores encontraram fósseis correspondentes a um úmero - um osso do braço -, vértebras dorsais e outros fragmentos. Como os fragmentos eram muito esparsos, porém, os cientistas não quiseram dar um nome ao animal - como é feito com as novas espécies -, porque seria difícil provar com quais outros animais ele teria parentesco mais próximo.

Os fósseis foram localizados em 2009, na ilha Hornby, que fica a cerca de 100 quilômetros de Vancouver, na província canadense de British Columbia. Segundo os autores, os fragmentos foram encontrados por um colecionador e voluntário do Museu Royal British Columbia, que os doou à instituição.

O novo animal pertence à família dos pterossauros Azhdarchidae, um grupo de répteis voadores com asas curtas e desprovidos de dentes, que dominou a fase final da evolução dos pterossauros.

Estudos anteriores sugeriam que os céus no fim do Cretáceo eram ocupados apenas por pterossauros bem maiores, além de aves. A nova descoberta, no entanto, indica que a diversidade desses animais naquele período era maior do que se imaginava.

"(Descobrir) esse novo pterossauro é emocionante, porque isso sugere que os pequenos pterossauros estavam presentes até o fim do Cretáceo e não haviam sido vencidos na competição com as aves", disse uma das autoras do estudo, Elizabeth Martin-Silverstone, que faz seu doutorado em paleobiologia na Universidade de Southampton, na Inglaterra.

"Os ossos dos pterossauros são notoriamente mal preservados e animais maiores parecem ter ficado mais bem preservados em ecossistemas também existentes no fim do Cretáceo na América do Norte. Isso sugere que a preservação de um pequeno pterossauro poderia ser muito rara, mas não necessariamente que eles não existiram", disse Elizabeth.

Pequenos e raros

De acordo com a pesquisadora, mesmo entre os pterossauros maiores do fim do Cretáceo, há uma ausência de registros fósseis de pequenos filhotes, o que seria uma evidência de um viés de má conservação entre os pequenos pterossauros.

"É mais um elemento de um grande conjunto de evidências de que o fim do Cretáceo não foi dominado por espécies gigantes e de que os pterossauros menores podem ter sido bem representados nessa época", afirmou.

"Esse espécime está longe de ser o mais bonito ou mais completo fóssil de pterossauro que veremos, mas ainda assim é um achado emocionante e significativo", disse outros dos autores, Mark Witton, especialista em pterossauros da Universidade de Protsmouth (Reino Unido).

De acordo com Witton, é raro encontrar fósseis de pterossauros porque seus esqueletos são leves e se danificam facilmente depois da morte dos animais. Os pequenos pterossauros são mais raros ainda.

"Mas por sorte, diversos ossos deste animal sobreviveram. Examinando a estrutura interna dos ossos e a fusão de suas vértebras, podemos concluir, apesar do tamanho pequeno, que o animal estava quase completamente maduro. Por isso acreditamos que se trata de uma espécie genuinamente pequena e não de um filhote de uma espécie maior", explicou Witton.

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Caminhando pela Zona Norte do Recife, no Bairro dos Aflitos, o veterinário Alberto Campos, apaixonado e curioso pelo estudo da paleontologia, observou que o muro de um prédio, localizado na Rua Malaquias, continha em sua fachada rochas sedimentares com fósseis datados de mais de 120 milhões de anos. Em imagens, o veterinário registrou mais de 15 peixes fossilizados e a parte da asa de um inseto; ambos estavam incrustados nas rochas do muro, conhecidas como pedras do cariri, oriundas da região sul do Ceará.

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Após a repercussão dos mais de 2.100 compartilhamentos de sua postagem no Facebook, Alberto contou que é muito comum as pessoas utilizarem essas pedras para ornamentar fachadas de prédios, muros de casas e até piscinas. O que poucos sabem, no entando, é que essas pedras são rochas sedimentares de calcário laminado."Elas datam do período do Cretáceo Inferior, em que esse sedimento que virou rocha e muitos animais foram fossilizados", explicou o mestrando em Paleontologia, Rudah Duque.

Ele ainda comentou a origem da rocha. "Esse calcário é da formação Crato, da época em que a Bacia do Araripe era um imenso lado doce, há 120 milhões de anos e somente após a seca do lago e da formação da gipsita é que o Brasil se separou da África e o mar invadiu o continente, depositando a Formação Romualdo", afirmou. Interessado pelo assunto e pela preservação desses fósseis milenares, Alberto acredita que quem faz o uso dessas das rochas muitas vezes não sabe que ali estão contidos vestígios de muito antes da era dos dinossauros.

"Sempre acho fósseis nas pedras do cariri, mas foi a primeira vez que resolvi compartilhar. Percebo que as pessoas não sabem a origem da rocha e acho que a venda deveria ser completamente proibida, desde as mineradores na região do Cariri, no Ceará", afirma. O veterinário explica que começou a ter interesse pela área há 16 anos. "Eu sempre comprava essas pedras e ficava raspando até conseguir achar o fóssil, é mais comum do que a gente pensa", conta.

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Apesar de haver legislação no Brasil que proíba ou limite a exploração da pedra , Rudah relata que a fiscalização ainda é falha e por a região do Cariri ser muito pobre, muitas pessoas se vêm reféns da venda dos fósseis. "O fóssil é patrimônio cultural e natural da nação e não pode ser vendido, mas a exploração e venda da pedra cariri é permitida em certas medidas. São várias pedreiras que fazem isso e o órgão fiscalizador, o DNPM, não está muito interessado nisso, já que essas espécies menores de fósseis, como os peixes Dastilbes ou alguns insetos são abundantes nas pedras". 

Na constituição brasileira, a lei é de 1942 e o Art. 2 da Lei nº 8.176/91 considera "crime contra o patrimônio, na modalidade de usurpação, produzir bens ou explorar matéria-prima pertencentes à União, sem autorização legal ou em desacordo com as obrigações impostas pelo título autorizativo". A Constituição  também diz que os fósseis encontrados no país são propriedade do Estado, o que torna ilegal sua venda ou exportação sem permissão.  Esperançoso, Alberto conta que espera que algo possa ser feito para aumentar a preservação. "Espero que algum órgão público tomar alguma atitude, e tentar inibir a venda dessas pedras, aumentando ainda mais a preservação desses fósseis de mais de 120 milhões de anos", conclui.

Um espanhol de 41 anos foi preso no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, na zona norte do Rio de Janeiro, quando tentava embarcar com um fóssil de peixe para Madri, na Espanha, na quinta-feira (2). Duas pedras pesando aproximadamente 2,6 quilos estavam escondidas no interior da mala do estrangeiro e foram encontradas durante inspeção de bagagem despachadas, segundo informações da Polícia Federal.

O estrangeiro afirmou aos policiais federais que recebeu as rochas fossilizadas de um amigo e que as daria de presente para seu filho, que mora com o restante da família em Valladolid, na Espanha.

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O espanhol trabalha há um ano no Brasil como coordenador geral de uma empresa multinacional da área de construção e manutenção de redes de gás. Indiciado por descaminho, o espanhol foi levado ao Presídio Ary Franco, na zona norte.

Há 240 milhões, os ancestrais das tartarugas tinham costelas, em vez de cascos. A descoberta foi feita por um grupo de cientistas americanos e alemães, a partir do fóssil de uma tartaruga primitiva - até agora desconhecida - encontrado perto de Stuttgart, na Alemanha. A tartaruga primitiva, que viveu no período Triássico, foi descrita em artigo publicado nesta quarta-feira, 24, na revista Nature.

Segundo os autores do estudo, a descoberta trará novas pistas sobre a evolução da carapaça protetora das tartarugas, que é pouco conhecida. A explicação para isso, de acordo com os cientistas, é que existem poucos fósseis das espécies intermediárias entre as tartarugas modernas com casco e outros répteis mais primitivos.

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O animal, que ganhou o nome de Pappochelys rosinae (derivado das palavras gregas "avô" e "tartaruga") media cerca de 20 centímetros e, embora fosse desprovido de casco, tinha amplas costelas que os cientistas acreditam ter dado origem à carapaça das tartarugas modernas. O estudo conclui também que, pelo formato de seu crânio, o animal está mais próximo do grupo dos lepidossauros - que inclui lagartos e cobras - que do grupo dos arcossauros, que abarca os dinossauros e aves.

De acordo com um dos líderes do estudo, Hans-Dieter Sues, curador do Museu Nacional Smithsonian de História Natural de Washington (Estados Unidos), a tartaruga possuía patas delgadas, uma longa cauda, pescoço e "uma região torácica estranhamente quadrada". Além das largas costelas nas costas, o animal também tinha uma dura parede de ossos cobrindo a barriga.

"Ela realmente tinha o início de um casco abdominal se desenvolvendo. Estruturas semelhantes a costelas começavam a se fundir em placas mais largas", disse Sues.

O fóssil, de acordo com o estudo, tinha duas aberturas no crânio atrás das órbitas dos olhos. O fato é considerado importante pelos cientistas, porque sugere que as tartarugas estão estreitamente ligadas à linhagem dos répteis que deu origem aos lagartos e serpentes. Até agora, os pesquisadores pensavam que as tartarugas haviam evoluído a partir do grupo de répteis já extinto, que inclui dinossauros.

O fóssil da primeira tartaruga conhecida com um casco completamente desenvolvido tinha cerca de 214 milhões de anos, segundo Sues. Mas havia uma imensa lacuna nos registros de fósseis de um período anterior a esse. De acordo com o cientista, pesquisadores registraram em 2008, na China, a descoberta de fósseis de um animal semelhante a uma tartaruga - sem carapaça e com costelas expandidas -, com cerca de 220 milhões de anos. Um animal semelhante, com 260 milhões de anos, havia sido descrito na África do Sul.

Segundo Sues, a Pappochelys é um intermediário entre as duas espécies, do ponto de vista cronológico e estrutural. Para os cientistas, a nova descoberta preenche a lacuna e dá consistência à hipótese de que as carapaças surgiram a partir da expansão das costelas. "Estudos modernos de desenvolvimento indicam que a carapaça da tartaruga se formou a partir da expansão óssea de costelas e vértebras", disse Sues.

Para os autores do estudo, a descoberta sugere que as tartarugas não desenvolveram sua carapaça exclusivamente para proteção dos órgãos internos. Segundo eles, as costelas têm um papel fundamental na respiração. Assim, modificar as costelas para criar uma carapaça pode significar que as tartarugas tenham desenvolvido uma maneira inteiramente nova de respirar. "A configuração das costelas pode tê-las imobilizado e as levado a desenvolver uma maneira inteiramente nova de respirar".

De acordo com o estudo, é provável que a Pappochelys vivesse nas proximidades de lagos, mergulhando neles com frequência. "Em um cenário no qual o casco da tartaruga tenha inicialmente evoluído em um contexto aquático, a carapaça pode ter se desenvolvido como uma proteção e como um lastro para controlar a capacidade de boiar, tornando o animal mais pesado", diz o artigo. Segundo Sues, as espessas costelas do animal são coerentes com hábitos aquáticos ou semiaquáticos. "Embora as mais antigas tartarugas com cascos completos fossem provavelmente terrestres, as espécies mais primitivas possivelmente viviam em regiões de deltas e lagoas, junto à costa", disse.

Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) começam a se debruçar sobre os ossos de um dinossauro que viveu há 70 milhões de anos e foi achado na região de Marília. Depois de cinco anos de um trabalho que envolveu a retirada do material fossilizado das rochas, a proteção dos fragmentos com gesso e o transporte até o campus de Planaltina, no Distrito Federal, o fóssil do titanossauro de Marília, está pronto para a pesquisa.

De acordo com o paleontólogo Rodrigo Miloni Santucci, que coordena os trabalhos, serão necessários cinco anos para analisar os ossos e compará-los com o de outros dinossauros. Ao final, serão usados recursos de impressoras 3D para montar réplicas do gigante, antes de devolver a ossada ao Museu de Paleontologia de Marília.

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O esqueleto foi encontrado em 2009 pelo pesquisador William Nava, coordenador do museu, ao lado da rodovia Comandante João Ribeiro de Barros. De acordo com Santucci, para retirar os ossos foi necessário remover cinco toneladas de pedras com o uso de tratores e britadeiras. O trabalho se estendeu até 2012.

O local ficou protegido até que saísse o financiamento para a escavação. As escavações revelaram que boa parte do esqueleto do réptil ancestral estava intacta, como crânio, vértebras do pescoço, tronco, fêmur, cauda e ossos da costela. Os blocos de rocha foram levados inicialmente para o museu. A transferência para Brasília para facilitar os estudos ocorreu em março deste ano.

A análise da ossada permitirá comparar o titanossauro de Marília com outros dinossauros e definir se a espécie já é conhecida. Também pode ajudar a conhecer melhor o ambiente em que esses animais viviam e, com sorte, dar alguma pista sobre o que levou à extinção desses seres. Há marcas de raízes e plantas nas rochas que envolviam os ossos.

Além da UnB, participam do projeto, apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRG). Em todo o mundo são conhecidas 50 espécies desse dinossauro e fósseis de dez delas foram achados no Brasil. Os titanossauros se alimentavam de plantas e tinham, em média, 15 metros de comprimento por 2,5 de altura, além de um pescoço de 4 metros, chegando a pesar dez toneladas.

O gênero Homo, linhagem de hominídeos que culminou no aparecimento dos humanos modernos, surgiu quase meio milhão de anos antes do que se imaginava. A prova é uma mandíbula fossilizada de 2,8 milhões de anos, achada em 2013 na Etiópia. A descoberta foi revelada na quarta-feira, 4, na revista Science, por um grupo internacional de pesquisadores.

Segundo os autores, o fóssil reúne características dos Australopithecus, bem mais primitivos, e de outras espécies mais recentes do gênero Homo, indicando uma transição entre elas.

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Em um estudo publicado simultaneamente na revista Nature, outra equipe de cientistas fez a reconstituição computadorizada do crânio de um Homo habilis - a primeira espécie do gênero - e descobriu surpreendente diversidade entre esses hominídeos, indicando também que eles tinham características mais primitivas do que se pensava, combinadas com traços modernos.

O fóssil que deverá transformar a história da evolução humana é um pedaço de uma mandíbula inferior, com cinco dentes, achado há dois anos no sítio arqueológico de Ledi-Geraru, na região etíope de Afar.

Segundo os cientistas, liderados pela geóloga Erin DiMaggio, da Universidade Estadual da Pensilvânia (Estados Unidos), o hominídeo pertencia ao gênero Homo e viveu há 2,8 milhões de anos, quando ainda havia na região arbustos, rios e zonas úmidas arborizadas. Os pesquisadores acreditam que mudanças climáticas podem ter acelerado o aparecimento do gênero Homo.

Segundo os autores, a descoberta ajuda a preencher lacunas sobre um período importante para a evolução humana - entre dois e três milhões de anos atrás. Os fósseis são escassos e mal preservados, mas foi justamente quando os hominídeos sofreram uma transformação crucial, deixando para trás aparência e comportamento mais semelhantes aos dos macacos. "Essa descoberta é o primeiro indício que temos dessa transição para o comportamento dos humanos modernos. Naquele momento, deixamos de resolver os problemas com nossos corpos e passamos a fazê-lo com nossos cérebros", disse um dos autores, Brian Villmoare, da Universidade de Nevada.

O novo fóssil tem uma série de características primitivas em comum com um ancestral de outro gênero, o Australopithecus afarensis, cujo espécime mais conhecido é Lucy, fóssil de 3,5 milhões de anos encontrado em 1974 em Hadar, a 65 km de Ledi-Geraru. Mas o novo fóssil também tem traços de hominídeos modernos do gênero Homo.

No estudo da Nature, a equipe liderada por Fred Spoor, do Instituto Max Planck, produziu uma reconstrução virtual do mais representativo fóssil do Homo habilis, datado de 1,8 milhão de anos. Com isso, foi possível comparar o fóssil ao mais antigo espécime de Homo habilis já encontrado, de 2,3 milhões de anos. A análise indica que a mandíbula é tão primitiva quanto a do Australopithecus, mas outras características são semelhantes às dos hominídeos mais recentes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma mandíbula com dentes de 2,8 milhões de anos, encontrada na Etiópia, é o fóssil mais antigo do gênero Homo encontrado até agora e, segundo pesquisa publicada na revista Science, sua descoberta antecipa em 400 mil anos a origem da nossa espécie.

A descoberta, anunciada nesta quarta-feira na edição digital da revista, lança luz sobre a origem do gênero Homo, ao qual pertence a espécie humana, explicam os cientistas na Science.

"A época da qual data a mandíbula inferior reduz a brecha na evolução entre o Australopiteco - a célebre Lucy, que data de 3,2 milhões de anos - e as primeiras espécies do tipo Homo como o erectus ou o habilis", explicam os cientistas.

"Este fóssil é um excelente exemplo de uma transição de espécies em um período chave da evolução humana", acrescentam.

Esta mandíbula foi encontrada em 2013 em uma zona de rastreamento denominada Ledi-Geraru, na região Afar, na Etiópia, por um grupo internacional de pesquisadores chefiado por Kaye Reed, da Universidade do Arizona, e Brian Villmoare, da Universidade de Nevada.

Há décadas, cientistas buscam fósseis na África para encontrar indícios da linhagem Homo, embora com sucesso limitado, pois eles descobriram muito poucos fósseis do período entre três milhões e 2,5 milhões de anos atrás.

"Os fósseis da linhagem Homo com mais de dois milhões de anos são muito raros e o fato de ter um esclarecimento sobre as primeiras fases da evolução da nossa linhagem é particularmente emocionante", disse Brian Villmoare, principal autor do artigo.

No entanto, os cientistas alertam que não estão em condições de dizer, com esta única mandíbula, se se trata ou não de uma nova subespécie dentro do tipo Homo.

Os ossos fossilizados das asas de um pássaro com 6,4 metros de envergadura, escavados na Carolina do Sul, nos Estados Unidos, pertenceram à maior ave da História, revela uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (7).

As asas do "Pelagornis sandersi" são duas vezes maiores do que a do albatroz-real, segundo estudo publicado nas Atas da Academia Nacional de Ciências (PNAS). Com seu longo bico e dentes afiados, o animal era capaz de sobrevoar imensas extensões de mares em busca de uma presa entre 25 e 28 milhões de anos atrás.

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É provável que a ave precisasse de uma plataforma para levantar voo, pois suas asas eram compridas demais para que pudesse decolar do chão. Especialistas acreditam que devia decolar de penhascos e que aproveitava as correntes de ar como um planador.

O autor da pesquisa, Dan Ksepka, que trabalha no Centro Nacional de Síntese Evolutiva (NESCent, em inglês) de Durham, Carolina do Norte (Estados Unidos), explicou que o pássaro, uma vez no ar, era capaz de voar quilômetros sem bater as asas.

"Isto é importante sobre o oceano, onde o alimento está disperso", afirma. O Pelagornis viveu depois da extinção dos dinossauros, mas antes do aparecimento dos primeiros seres humanos na América do Norte.

As asas desta ave, suas patas e seu esqueleto completo foram descobertos pela primeira vez em 1983, perto de Charleston, na Carolina do Sul, durante as obras de construção de um aeroporto.

"O osso superior da asa era mais longo do que o meu braço", conta Ksepka, lembrando que precisou de uma escavadora para desenterrá-lo. A julgar pelos ossos encontrados, a envergadura das asas era de 6,06 e 7,38 metros, escrevem os cientistas no artigo.

Com 6,4 metros de comprimento, as asas da "Argentavis magnificens", cujas ossadas datam de 6 milhões de anos, detinham o recorde da maior envergadura até o momento. Essa nova descoberta lança luz sobre as capacidades surpreendentes deste animal que pertencia à família das Pelagornis, aves pré-históricas de grande envergadura e com dentes no bico, assim como sobre as circunstâncias de seu desaparecimento há 2,5 milhões de anos.

Estes pássaros eram "excelentes planadores" e seus rastros foram encontrados em todos os continentes, o que torna ainda mais misteriosos os motivos de sua extinção, disse o cientista.

Cientistas chineses descobriram o fóssil mais antigo conhecido de um casal de insetos pegos em plena cópula, revelou um estudo publicado esta quarta-feira (6). O fóssil com o macho e a fêmea de cigarrinhas-da-espuma ('Philaenus spumarius'), deitados um de frente para o outro, foi escavado no nordeste da China. Acreditava-se que a peça tivesse 165 milhões de anos, destacou a pesquisa publicada no periódico PLOS ONE.

"Ao acasalar, o aedeagus (nr: órgão reprodutivo) do macho é inserido dentro da bursa copulatrix da fêmea", destacou o estudo chefiado por cientistas do Laboratório chave de Evolução dos Insetos e Mudanças Ambientais da Universidade Capital Normal em Pequim.

O fóssil raro revela "o registro mais antigo até agora de insetos copulando" e "lança luz sobre a evolução do comportamento de acasalamento no grupo dos insetos", acrescentou. Claramente, segundo os autores, mostra que a genitália e a posição de cópula das criaturas permaneceram as mesmas por mais de 165 milhões de anos.

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