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O presidente Andrés Sanchez entrevistou o técnico Fábio Carille para a TV Corinthians. O mandatário levantou algumas das principais questões que surgiram durante a negociação do treinador com o clube, como por exemplo: que uma possível relação ruim entre eles tivesse causado a saída para o futebol árabe.

"Muito se falou sobre isso. Sei o quanto o Andrés se esforçou para que eu ficasse no clube. Nossa relação sempre foi muito boa nesses nove anos e meio que tenho de Corinthians. Foram várias situações que me levaram sair. Minha saída não foi por isso", resumiu Carille.

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O treinador voltou ao Corinthians após um período de nove meses no Al Wehda, da Arábia Saudita. O mandatário aproveitou para lembrar que Carille chegou a receber propostas melhores do que a do time alvinegro. "Não houve leilão, não houve nada. Mas ele se sentiu no dever de voltar para dar alegria ao nosso torcedor", disse Andrés.

"Queria acrescentar também que houve interesse de clubes da China e do Japão também, mas a gente deu por encerrado. Vamos juntos para que a gente consiga estar sempre na parte de cima", emendou Carille.

A contratação do treinador atendeu aos pedidos dos torcedores, que veem nele a salvação pelo péssimo final de temporada que o Corinthians teve. Carille deixou o Corinthians após conquistar o Campeonato Paulista em 2017 e 2018 e o Campeonato Brasileiro do ano passado.

"Mexeu comigo na Arábia Saudita quando começaram os comentários dos torcedores. Sei que a responsabilidade agora é muito maior do que era antes. Mas me sinto preparado, sei que tenho o apoio da diretoria e atletas e comissão para realizar um bom trabalho", afirmou.

Sobre as contratações, Carille saiu pela tangente e não revelou nomes. "Estamos trabalhando muito em conjunto com a diretoria desde que cheguei ao Brasil. Sabemos da situação do clube e do que precisa chegar. Vou ficar feliz se concretizar os negócios com o que a diretoria vem trabalhando", comentou o técnico.

Até agora, o clube confirmou cinco reforços para a próxima temporada. Uma delas, a do volante Ramiro, atendeu ao pedido do treinador. A diretoria também confirmou o lateral-direito Michel Macedo, o volante Richard e os atacantes André Luis e Gustavo Mosquito. O meia equatoriano Sornoza realizou exames médicos e deve ser o próximo anunciado. O atacante Luan, do Atlético-MG, também está perto de reforçar o time.

O juiz Luis Fernando Nardelli, da 3.ª Vara Cível de São Paulo, acatou o pedido do Instituto Santanense e determinou nesta quinta-feira a penhora da taça do Mundial de Clubes de 2012 do Corinthians. A entidade cobra uma dívida de R$ 2,48 milhões.

O presidente corintiano, Andrés Sanchez, concedeu entrevista coletiva também nesta quinta-feira e ironizou a decisão judicial. "Pelo menos o Corinthians tem taça de Mundial, duas, para penhorar, né? Temos terrenos, ônibus, carros, patrimônios, mas quiseram a taça do Mundial, é provado que o Corinthians tem dois Mundiais, e quiseram isso", disse.

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O clube tem o direito de recorrer da decisão. Por enquanto, o Corinthians continua com a posse da taça, mas não pode vendê-la. Andrés Sanchez explicou que o processo corre há muito tempo na Justiça. No dia 22 de outubro, houve uma outra decisão favorável ao Instituto Santanense, que penhorava parte do prêmio que o Corinthians receberia pelo vice da Copa do Brasil. No entanto, a decisão chegou ao clube um dia depois de a CBF ter pago o valor integral.

"É um processo que corre desde 2005 ou 2006, não lembro. Era uma faculdade que tinha no Parque São Jorge, teve um rompimento, as duas partes entraram na Justiça, tanto a faculdade quanto o Corinthians. Eles têm a receber e nós também. Estamos há dois meses negociando um acordo, estava bem adiantado, mas infelizmente os advogados queriam uma nota midiática e fazer esse negócio da taça", prosseguiu Andrés Sanchez.

O Instituto Santanense entrou na Justiça para cobrar um dinheiro referente ao rompimento de uma parceria. O combinado inicial era o Corinthians ceder parte do Parque São Jorge para que a universidade oferecesse aulas de Educação Física. O contrato foi quebrado por parte do clube, que arrendou o mesmo espaço a uma igreja.

Em setembro, houve uma audiência para tentar um acordo, mas não deu certo. Na ocasião, a universidade pedia R$ 4,1 milhões. O Corinthians cobra da universidade também uma dívida anterior, de 2008, referente ao patrocínio acertado e que não foi pago. O clube pede R$ 1,2 milhão.

O presidente Andrés Sanchez voltou a defender o trabalho do técnico Osmar Loss mesmo após a queda na Copa Libertadores, na noite desta quarta-feira (29). O time venceu o Colo-Colo por 2 a 1, mas foi eliminado nas oitavas de final da Libertadores por ter permitido um gol do rival em casa. O time paulista precisava de mais um gol para avançar.

Diante de uma pergunta sobre a permanência do treinador no cargo, ele lembrou a pressão sofrida na passagem de Tite em 2011. "Parece o Tite em 2011. Vai cair, vai cair, vai cair. O trabalho dele está sendo muito bom, o time está crescendo de produtividade. Tivemos de antecipar etapas com jogadores que chegaram, a comissão técnica saiu, chegou uma nova. É preciso tempo", disse o presidente corintiano em entrevista coletiva na Arena Corinthians.

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O dirigente afirmou que a derrota no primeiro jogo, no Chile, foi decisiva para a eliminação. "O time foi bem. Fizemos um jogo péssimo no Chile. Perdeu um jogo", resumiu o presidente.

Com a queda na Libertadores, o Corinthians ainda tem dois torneios para disputar. No sábado, o time enfrenta o Atlético-PR, novamente na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. O desafio é tirar a diferença para o líder São Paulo (45 a 29).

No momento, o time tem de se aproximar da zona de classificação à Libertadores. Na Copa do Brasil, o Corinthians é semifinalista e disputa uma vaga na final com o Flamengo a partir do dia 12 de setembro. "A Copa do Brasil está mais próxima e vamos buscar pontuar no Campeonato Brasileiro. Vamos trabalhar para ganhar os dois", disse Andrés.

Os jogadores do Corinthians afirmaram que a eliminação na Libertadores não vai influenciar negativamente no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil. "Vamos levar os erros que nós cometemos para não errar no futuro. O time se entregou. A equipe deles foi um pouco malandra, a gente sabia que seria assim, mas eles souberam provocar. Pelo que o time jogou, todos se ajudando e buscando o placar, a gente tem condições de evoluir no Brasileiro e estamos na semifinal da Copa do Brasil", disse o meia Jadson.

O presidente Andrés Sanchez garantiu a permanência do técnico Osmar Loss no comando do Corinthians. Após a derrota para o Fluminense no Rio, na noite de quarta-feira, pelo Campeonato Brasileiro, o dirigente conversou com atletas e comissão técnica nos vestiários.

"Não vou dizer como foi a conversa. Mas enquanto os jogadores estiverem unidos no que têm de fazer, não tem de ter mudança", avisou. "O treinador não é mágico. Ele tem o controle do vestiário e o trabalho continua."

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A campanha ruim desde que Loss assumiu no lugar de Fabio Carille tem aumentado o tom das críticas sobre o trabalho do comandante. Ele tem um aproveitamento de apenas 44,4% dos pontos, com oito vitórias, quatro empates e nove derrotas em 21 jogos. "Estamos em uma maré ruim, mas os jogadores sabem que podem render mais", continuou Andrés.

O dirigente explicou que o Corinthians está priorizando, pela ordem, a Copa do Brasil, em que está na semifinal e a premiação pelo título é muito alta, depois o Campeonato Brasileiro e por último a Libertadores. Andrés também entende que a saída de jogadores e da antiga comissão técnica atrapalhou o planejamento.

"Saíram quatro titulares, a comissão técnica inteira... Isso atrapalha o planejamento. Eu já disse e repito: só fica no Corinthians quem quer ficar. Não quero jogador descontente. Tivemos até de antecipar a estreia de jogadores que iam chegar para jogar no fim do ano. Teve proposta pelo Mateus Vital, Pedrinho e Pedro Henrique, mas eles acharam que tinham de ficar."

O Corinthians pode ter sua última eleição para presidente anulada, aquela que recolocou Andrés Sanchez no comando do clube. De acordo com entendimento do Ministério Público de São Paulo, em manifestação de 11 de julho, o processo eleitoral realizado neste ano no Parque São Jorge "não foi íntegro, seguro e confiável".

A declaração oficial do MP foi feita baseada na análise de laudos produzidos por empresas diferentes, uma delas contratada pelo candidato derrotado das eleições, Paulo Garcia, em que teria se comprovado não ter sido legítimo o pleito eleitoral.

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Os laudos foram anexados à investigação de inquérito policial aberta na 5ª Delegacia de Polícia e Repressão e análise aos delitos de intolerância esportiva (Drade) do DHPP, em São Paulo. A Justiça determinou audiência sobre o caso para o dia 27 de agosto, uma segunda-feira, para ouvir os depoimentos de três funcionários da empresa contratada para fazer a eleição, a Telemeeting Brasil. Ela era responsável pelo sistema das urnas eletrônicas. Andrea Mosiici, Enrico Balbuono e Gabriele Bartolucci, responsáveis pela empresa, serão ouvidos.

O Corinthians ainda não se manifestou de forma oficial sobre o episódio. Desde que foi eleito, o presidente Andrés Sanchez comanda o clube. Umas das irregularidades da perícia aponta que houve mais votos do que sócios votantes.

"O Ministério Público entendeu que está comprovada a irregularidade na eleição corintiana. Portanto, trata-se de um crime previsto no artigo 66 do Código de Defesa do Consumidor (fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviço, com pena de prisão de três meses a um ano e multa)", explica o advogado Eduardo Silveira Melo Rodrigues. "Há alguns caminhos agora. O próprio Conselho Deliberativo do Corinthians pode pedir novas eleições ou meu cliente, Paulo Garcia, entra com processo cível e faz o mesmo, reivindica novas eleições no clube."

De acordo com os laudos periciais, havia durante a votação um terceiro computador de fora do Parque São Jorge conectado ao sistema oficial da eleição, o que, de acordo com o MP, configura ilegalidade do processo. "Além da infração penal constatada (autoria e materialidade), ficou demonstrada a absoluta violação da confiabilidade e seriedade do pleito, o desvirtuamento do processo eleitoral de um dos maiores clubes do Brasil, vez que o presidente e chapas não foram eleitos dentro de um processo democrático íntegro, seguro, confiável e hígido, que deveria ter sido garantido pelo produto e serviço vendidos pela empresa Telemeeting Brasil", diz o trecho do documento do MP.

O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, ironizou o Palmeiras sobre um possível confronto contra o rival nas quartas de final da Copa Libertadores. Os clubes caíram do mesmo lado da chave nos mata-matas. "Se o Palmeiras passar, vai ser um grande duelo em São Paulo. Vamos ver se não vai ter chororô", disse o mandatário corintiano à FOX Sports, logo após o sorteio realizado pela Conmebol nesta segunda-feira (4), na sede da entidade, no Paraguai, que definiu os duelos das oitavas de final da competição.

A declaração de Andrés Sanchez mostra que os ânimos entre os clubes ainda estão aflorados por causa da decisão do Campeonato Paulista, em que o time alviverde reclamou efusivamente de suposta interferência externa em pênalti anulado no segundo jogo da final.

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Já o presidente palmeirense, Maurício Galiotte, adotou discurso ameno. "Nós temos que jogar. O Palmeiras tem que se preocupar em estar bem preparado e a gente sabia que poderíamos pegar qualquer adversário, todos difíceis. Agora a concentração tem que estar em fazer bons jogos".

Nas oitavas de final, o Corinthians pega o Colo-Colo, do Chile, e o Palmeiras encara o Cerro Porteño, do Paraguai. Caso ocorra o enfrentamento nas quartas, serão as sétima e oitava partidas entre os clubes pela Libertadores.

Nos seis jogos realizados na história, são três vitórias para cada lado. O desequilíbrio a favor do Palmeiras ocorre pelas eliminações do adversário em jogos decisivos. Em 1999, as duas equipes caíram no mesmo grupo. Na primeira fase, uma vitória para cada lado. E se encontraram novamente nas quartas de final. Mais uma vez, um triunfo para cada um, mas o Palmeiras despachou o rival alvinegro nos pênaltis.

Mais dois confrontos em 2000, desta vez na semifinal, com o time alviverde em busca do bicampeonato da competição e o Corinthians campeão do Mundial de Clubes da Fifa. Com uma vitória para cada lado, a disputa foi decidida também nas penalidades e o Palmeiras levou a melhor novamente.

O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, fez duras críticas a Eduardo Bandeira de Mello, mandatário do Flamengo, nesta terça-feira. Segundo o corintiano, o rival tentou tirar o técnico Fábio Carille e o meia Rodriguinho do clube. O treinador e o dirigente rubro-negro negam qualquer conversa.

"Eu venho aqui, me posiciono. Cadê ele (Bandeira)? Deve estar sondando o Carille, o Rodriguinho. Ele ofereceu R$ 1 milhão para o Carille. Não vai levar. Tentou tirar o Rodriguinho, não vai tirar. Dou 50% de desconto e não vai tirar. Ele vai sair e a conta vai ficar para o Flamengo", ironizou o dirigente corintiano, se referindo também ao fato de Bandeira não ter comparecido à votação que elegeu Rogério Caboclo como novo presidente da CBF, também nesta terça.

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Carille, na Argentina, onde o Corinthians se prepara para encarar o Independiente, pela Libertadores, negou que tivesse existido qualquer conversa com alguém do Flamengo e ainda brincou sobre o valor citado por Andrés.

"R$ 1 milhão por mês? Pego minha mala, a (rodovia) Dutra e tchau! (risos). Não chegou nada para mim. Pode ter sido para o meu agente, mas pra mim não. Estou bem aqui", disse o comandante corintiano.

O Estado apurou que, de fato, o Flamengo não chegou a formalizar nenhuma proposta para Carille e nem para Rodriguinho. O nome de ambos foram citados no clube como possíveis contratações, mas não chegou-se a formalizar uma oferta.

No Rio de Janeiro, Bandeira também negou ter feito proposta aos corintianos. "É um absoluto disparate. Nunca foi feito nenhum tipo de proposta nem pelo Carille e nem pelo Rodriguinho, ainda mais nesses valores. Tem alguém enganando alguém", afirmou.

Um dos principais mentores do estádio Itaquerão, a Arena Corinthians, em São Paulo, Andrés Sanchez está de volta ao comando do clube para, como ele mesmo reconhece, fechar um ciclo em que o pagamento da obra é prioridade. A "caixa-preta" em que se tornou a arena precisa ser desvendada. Este é o grande desafio do dirigente.

Andrés Sanchez iniciou o seu "novo governo" no último sábado já enfrentando tumulto - precisou se abrigar em um banheiro e depois deixou o Parque São Jorge escondido em um carro por causa de reações iradas à sua eleição -, mas nesta terça-feira pregou tranquilidade e união diante dos problemas.

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"É um desafio para todos nós (o acordo com a Caixa Econômica Federal). A prioridade é resolver o mais rápido possível a engenharia financeira perante a Caixa e a Odebrecht (construtora responsável pela obra). Agora é unir o Corinthians", disse o dirigente.

A questão é que pouco se sabe sobre os valores da arena. Quanto foi pago ou o que resta quitar é um mistério. Andrés Sanchez disse que o estádio Itaquerão teve um custo total de R$ 1,2 bilhão.

Em setembro passado, a auditoria Claudio Cunha Engenharia e Construções constatou que o valor estaria na casa de R$ 1,7 bilhão sem contar os CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento), que são de R$ 454 milhões. Até o momento, o clube vendeu R$ 80 milhões deles.

O clube não paga o financiamento da arena desde março de 2016. Em dezembro, o ex-diretor financeiro Emerson Piovesan chegou a confirmar o acerto com o banco, mas o acordo não chegou a ser concretizado. Enquanto isso, todo o recurso obtido na arena (bilheteria, aluguel de camarotes, etc.) está separado, mas não foi colocado no fundo que administra o espaço - formado pelo clube, Odebrecht e Caixa.

Ainda segundo a auditoria, a construtora deixou de realizar R$ 150 milhões em obras e deveria pagar mais R$ 22 milhões por atraso na entrega. Mas o clube deve R$ 360 milhões à Odebrecht. "Vamos levar alguns dias para conhecer todo o entorno do Corinthians e os 100 próximos dias é para tornar o mais transparente possível nossa gestão. Todo mundo sabe o momento por que o País passa e precisaremos ser mais ativos e atrevidos para tentar resolver os problemas", disse Andrés Sanchez.

Nos bastidores, Caixa e Odebrecht receberam com confiança a eleição de Andrés Sanchez. Banco e construtora acreditam que o dirigente terá maior habilidade do que os outros candidatos para acertar todas as pendências.

O presidente garantiu que não há risco de clube perder o Parque São Jorge. Na última segunda-feira, a Caixa comunicou ao Corinthians que vai executar as garantias de empréstimos. Parte do terreno da sede, por exemplo, foi dada como garantia para obtenção do financiamento de R$ 400 milhões do BNDES. "Saiu uma notícia desencontrada. Já sentamos ontem (segunda) com eles e espero que a gente pague o mais rápido possível. Estamos negociando. Vamos acertar direitinho isso. Será a prioridade".

LICENÇA - Além de ser presidente do Corinthians, Andrés Sanchez também é deputado federal, pelo Partido dos Trabalhadores (PT). O dirigente garante que vai se licenciar do mandato de político. "Eu queria (pedir licença) esta semana, mas não vou conseguir ir a Brasília, vou até o carnaval. Tenho de passar algumas coisas a outros deputados. Vou me dedicar 100% ao Corinthians", disse.

Ele ainda confirmou alguns novos dirigentes. Duílio Monteiro Alves será diretor adjunto de futebol e Luis Paulo Rosemberg vai comandar o marketing, ao lado de Caio Campos.

A disputa eleitoral corinthiana, que terminou com a eleição de Andrés Sanchez como novo presidente do clube, foi marcada por uma série de confusões. Segundo o Estadão, Andrés sofreu uma tenativa de agressão precisou deixar uma entrevista coletiva que estava concedendo aos jornalistas. Cercado por seguranças, o dirigente até teve de se esconder no banheiro feminino no local, onde ficou sem poder sair antes de a situação ser controlada.

Do lado de fora do clube, quem acabou sendo agredido por aguns torcedores foi o jornalista Flávio Ortega, do canal ESPN, enquanto fazia a cobertura do pleito. Veja as imagens:

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Poucos minutos após ser eleito novo presidente do Corinthians, neste sábado, Andrés Sanchez já começa a enfrentar as primeiras dificuldades em seu novo mandato no comando do clube. Enquanto concedia coletiva de imprensa após a apuração dos votos, o dirigente foi alvo de protestos vindo de torcedores revoltados com o resultado pleito e um deles chegou a arremessar cerveja em direção ao novo presidente, que interrompeu a coletiva logo depois. Uma confusão tomou conta do ginásio do Parque São Jorge, obrigando-o a se proteger no banheiro feminino.

Assim que foi anunciado o resultado da eleição que deu vitória a Andrés Sanchez, torcedores ficaram revoltados, acusando o novo mandatário de compra de votos. Logo os protestos deram início a uma confusão generalizada.

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Ao correr da confusão, Andrés chegou a cair, mas logo levantou e procurou se proteger no banheiro feminino, onde ficou até a chegada da Polícia Militar, que o escoltou até o estacionamento. Mesmo durante seu refúgio, o tumulto continuou nas dependências do ginásio.

No trajeto de Andrés até o estacionamento, mais confusão. Torcedores trocaram empurrões, socos e agrediram alguns jornalistas. Os ânimos só foram acalmados quando o presidente conseguiu chegar ao seu carro. Um cordão policial foi feito na frente do estacionamento. No lado de fora, torcedores gritavam xingamentos e prometiam que não dariam paz para o novo mandatário.

Andrés Sanchez foi eleito para o seu segundo mandato como presidente do Corinthians ao vencer a eleição deste sábado com 1235 votos. O segundo lugar ficou com Paulo Garcia, que teve 834 votos. Em seguida vieram Roque Citadini com 803 votos, Felipe Ezabella com 461 votos e Romeu Tuma Jr. com 278 votos.

O jogo com o São Paulo, no Pacaembu, é o último do Corinthians sob a gestão Roberto de Andrade. No sábado que vem, ocorrerá a eleição para definir o novo presidente, mas possíveis impugnações não permitem assegurar que o vencedor assumirá logo após o pleito.

Dos cinco candidatos, três deles têm a candidatura ameaçada: Paulo Garcia, Antônio Roque Citadini e Andrés Sanchez. Caso um dos três seja o vencedor, há chance de os derrotados entrarem com recurso questionando a legalidade do resultado. O Estado entrou em contato com os candidatos para saber como reagem a esse risco.

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Paulo Garcia é acusado de compra de votos. Admite que pagou para alguns associados inadimplentes regularizem suas situações, mas nega viés eleitoreiro. "Fui o primeiro a ir na comissão eleitoral e pedir a impugnação do direito de voto desses associados beneficiados por uma regra do clube. Eu não pedi voto a ninguém", disse. A comissão eleitoral investiga a denúncia.

Andrés Sanchez também é acusado de comprar votos. A comissão apura a informação de que um cheque no valor de R$ 500 mil em nome do empresário Carlos Leite foi usado para resolver a situação de sócios inadimplentes. Andrés nega. "Lamento que em vez de os candidatos mostrarem suas propostas, alguns ficam buscando caçar outras candidaturas. Eu prefiro o debate das urnas e deixar para o sócio escolher quem deseja que comande o clube."

Antônio Roque Citadini é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e não poderia assumir a presidência por ter cargo público. Ele chegou a ter a candidatura impugnada, mas conseguiu uma liminar para participar do pleito. "Provavelmente, tem o envolvimento de um ou outro, torcida de alguém, sei lá. A minha candidatura e a do Andrés querem que a eleição saia o quanto antes, pois são as duas chapas mais fortes."

Felipe Ezabella não chegou a ser denunciado, mas no clube questiona-se sua eleição para o Conselho Deliberativo em 2007 sem ter cinco anos como sócio e também o fato de ter sido advogado do meia Elias e conselheiro do clube ao mesmo tempo. "Fui advogado de algumas questões pessoais do Elias e de sua família apenas. Sobre a eleição para o Conselho, a própria diretoria decidiu que não há mais nada para falar."

Romeu Tuma Júnior, que não enfrenta nenhuma denuncia, lamentou. "Tratam o Corinthians como clube de bairro. O clube precisa de um presidente que não arrume mais imbróglio tentando acumular cargos e judicializando as eleições."

Sete presidentes de federações estaduais de futebol do Nordeste formalizaram uma moção de apoio para que Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians, seja candidato à próxima eleição da CBF, que será neste ano. O deputado federal se encontrou no litoral do Rio Grande do Norte com alguns representantes do grupo nordestino e ouviu deles o pedido para que concorra à sucessão de Marco Polo Del Nero.

O atual presidente cumpre suspensão até março imposta pela Fifa por ser alvo de investigação sobre esquema de corrupção. Quem dirige interinamente a CBF é o vice-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima, conhecido como Coronel Nunes. A punição ao mandatário deixou indefinida a data da eleição, que antes estava prevista para abril.

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O encontro no Rio Grande do Norte foi viabilizado por um representante dessa aliança de dirigentes nordestinos. Sanchez se reuniu com alguns interlocutores e ouviu o apoio e o pedido para que se candidate, mas ficou reticente. O ex-presidente do Corinthians reiterou ter como prioridade no momento disputar o pleito do clube, marcado para fevereiro.

Sanchez presidiu o clube do Parque São Jorge entre 2007 e 2011. A meta dele é retornar ao cargo para suceder Roberto de Andrade e ajudar a pagar as prestações da construção do Itaquerão. Como concorrentes, ele deve ter Felipe Ezabella, Paulo Garcia, Roque Citadini e Romeu Tuma Júnior.

Dentro das possibilidades eleitorais da CBF, o apoio das sete federações nordestinas representa um peso político forte. No ano passado a entidade alterou o estatuto e deu às representações locais peso três nas votações para presidente. Os clubes da Série A têm peso dois e os da Série B, um.

O deputado federal Andrés Sanchez (PT-SP) foi denunciado nesta segunda-feira, 11, pela Procuradoria-Geral da República (PGR), perante o Supremo Tribunal Federal (STF), por crime tributário. O parlamentar e três sócios também denunciados - José Sanches Oller, Isabel Sanches Oller e Itaiara Pasotti - teriam causado prejuízo de R$ 8,5 milhões aos cofres públicos, segundo a PGR, por meio da utilização de "laranjas" para abrir a empresa Orion Embalagens a fim de camuflar operações financeiras e omitir receitas.

Alegando que os quatro eram os reais donos da empresa, que esteve ativa entre 2002 e 2005, a PGR pede que, caso condenados, eles paguem os 8,5 milhões como reparação. Se condenados, os quatro estão sujeitos a pena que varia entre dois e cinco anos de reclusão, com possibilidade de acréscimo em até a metade do prazo fixado, por fatores agravantes descritos na denúncia. O relator do caso é o ministro Celso de Mello.

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A denúncia aponta que, no ano-calendário de 2005, a empresa submeteu à tributação o faturamento declarado de R$ 1.748.469,00, correspondente a somente cerca de 4% das receitas apuradas na fiscalização (R$ 42.354.816,36) realizada sobre o faturamento da empresa. Também foi constatada grande incompatibilidade entre a receita anual auferida e a movimentação bancária, que importou em mais de R$ 30 milhões. A PGR sustenta que houve omissão, por meio de procurações, da maior parte das receitas para diminuir o valor a ser pago em tributos como Imposto de Renda Pessoa Jurídica, PIS, Cofins e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).

"Resta demonstrado que os sócios de fato da ORION eram os três procuradores denunciados que, em conluio com a contadora Itaiara, de forma deliberada, constituíram pessoa jurídica de baixíssimo capital social, em nome de uma funcionária, e, assim, neste cenário de suposta inexpressividade econômica da empresa, omitiram informações fiscais, relevantes para calcular o imposto devido sobre o efetivo rendimento à autoridade fiscal competente", disse Raquel Dodge na denúncia.

Andrés Sanchez também responde a outros inquéritos no Supremo Tribunal Federal, entre eles há fatos investigados que remontam à atuação como dirigente do Corinthians, clube do qual foi presidente.

A reportagem tentou contato com Andrés Sanchez, mas não obteve retorno.

O ex-presidente do Corinthians Andrés Sanchez decidiu se afastar da política do clube. Em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo, o responsável pela Arena Corinthians assegurou que não pensa em ser candidato nas próximas eleições do clube, em dezembro do ano que vem, negou que tenha qualquer poder na atual diretoria, admitiu ter se afastado do presidente Roberto de Andrade. O dirigente ainda admite ter indicado Cristóvão Borges e diz que vê o time do Internacional melhor do que o do Palmeiras.

Quanto você realmente manda no Corinthians?

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Me sinto ex-presidente, mas a maioria me chama de presidente. Vejo isso como um carinho e respeito, mas na verdade não mando nem na minha casa. Vejo muita gente falando que eu que decido as coisas, que eu contratei técnico A ou B, mas eu não mando nada lá há uns cinco anos. Dou minha opinião só quando perguntam.

Você indicou o Cristóvão Borges, não?

O presidente queria outros treinadores, não conseguiu, aí ele marcou uma reunião e pediu nomes. Eu falei do Cristóvão como uma possibilidade e chegou-se a conclusão que o melhor nome seria o dele. Mas eu nunca nem tinha visto o Cristóvão pessoalmente. Falaram até que eu jantei com ele, o que é mentira. Há 20 dias, o presidente me disse que pensava em contratar o Oswaldo. Falei que se ele estivesse pensando, não tinha nem o que discutir. O que fiquei chateado é que ele contratou o treinador sem falar com o diretor de futebol (Eduardo Ferreira). Isso que eu achei que não foi legal e, por causa deste fato, o Edu pediu demissão.

O que você pensa do Oswaldo de Oliveira?

Ele tem uma história bonita no Corinthians. É um cara formidável, que vem de resultados bons e ruins e, como todo treinador, se ganhar, ele vai ser bom e se perder, é ruim. Futebol é resultado. O Tite chegou no Corinthians, foi massacrado, quase fui malhado por não demitir ele. Aí ele foi campeão e virou o melhor técnico do mundo.

Você aprovou a contratação do Oswaldo?

Eu não tenho nada contra. Eu não indiquei e nem vetei. Colocam coisas na minha conta, que eu não tenho nada com isso.

O que fez com que você se afastasse do presidente Roberto de Andrade e resolvesse extinguir a chapa Renovação e Transparência, da qual vocês faziam parte?

Não teve um fato. Não foi a chegada do Oswaldo, como disseram. Estamos há dez anos no poder e acho que temos novos líderes no clube, que precisam ter oportunidade de crescer e tentar ajudar o Corinthians. Eu não rompi com o Roberto e nem com ninguém, só tenho o direito de não dar mais opinião. É uma coisa pessoal, não briguei com ninguém. Falaram também que eu indiquei o Edu e isso é outra mentira. Eu só indiquei o presidente do conselho (Guilherme Strenger), o Roberto para ser presidente e o Emerson Piovezan (diretor financeiro do clube). O resto, não participei de nada. Falam que eu faço e desfaço no clube. Eu que fiz tudo. Se aparecer uma mulher grávida, vão falar que o filho é meu também.

Não pretende ser candidato novamente?

Pode ser que um dia eu volte, mas não tenho intenção alguma disso. Sobre a próxima eleição, vou escolher quem eu achar melhor e não vou falar publicamente, para não falar que o Andrés ganhou ou perdeu. Eu não quero mais isso.

O André Negão teve o nome citado no Lava Jato. Você, como deputado, ter o nome ligado a uma pessoa que possa estar envolvida em um crime, não pode sujar sua imagem?

Tem jornalista com processo pra caramba por aí também e ninguém fala nada. E no caso do André, eu conheço ele. Ele me deu a explicação, falou que não era o nome dele. Vamos ver na frente o que vai dar. Eu acredito nele.

Como é sua relação com o presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, e o Paulo Nobre, do Palmeiras?

Muito boa. Converso com todo mundo.

O que acha de colocar dinheiro no clube, como faz o Paulo Nobre?

Eu não tenho o dinheiro que ele tem, então nem poderia fazer isso. Colocar dinheiro não acho legal, mas o Paulo se viu na necessidade de fazer isso, então respeito a decisão.

Concorda com torcedores do São Paulo, que falam que o time é "incaível"?

Isso é uma bobagem. O São Paulo já caiu em 90, no Paulista, e todo mundo sabe disso. E não tem mais essa de time que é "incaível". Veja o Inter, que luta contra o rebaixamento. Se pegar jogador por jogador, o Inter é melhor do que o Palmeiras, mas o time não encaixou. No Palmeiras tem problemas também, mas como o time está ganhando, ninguém fala nada. É só perder dois jogos e todo mundo vai falar. Não vejo diferença entre Corinthians e Palmeiras. Na verdade, o diferencial é o Gabriel Jesus e o fato de um time ter encaixado e outro, não. Assim é o futebol e infelizmente, acredito que o Palmeiras vai ser o campeão. O Paulo Nobre merece, pois passou quatro anos fazendo uma boa gestão e merecia ganhar um grande título.

Andrés Sanchez voltou a ameaçar tirar o Corinthians da disputa da Copa Libertadores caso a reivindicação do clube de receber uma cota maior do que a atual não seja atendida pela Conmebol. "Hoje está mais fácil a gente não disputar", afirmou o superintendente de futebol do Corinthians durante evento neste sábado no Itaquerão.

O dirigente explicou que vai aproveitar a realização do sorteio dos grupos da Libertadores de 2016 na próxima terça-feira para realizar as cobranças à entidade no Paraguai. Atualmente, os clubes recebem US$ 120 mil por partida como mandante na fase de grupos do torneio continental.

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Andrés lembrou que o Corinthians fatura um valor maior nas outras competições que participa, mesmo que a Libertadores seja considerada o principal torneio do calendário sul-americano. O dirigente garantiu que os outros clubes brasileiros classificados para a Libertadores - Palmeiras, Atlético Mineiro, Grêmio e São Paulo - também estão insatisfeitos com a situação.

"Vamos para o Paraguai na terça-feira, e se não aumentar, o Corinthians não disputa. Entendemos que é ridículo receber mais no Paulista, na Copa do Brasil e no Brasileiro do que na Libertadores", disse.

O superintendente do Corinthians também reclamou da proibição de exibir as marcas dos seus patrocinadores nas partidas como mandante na Libertadores. "Queremos aumentar as cotas, a gente não pode colocar os nosso patrocínios no nosso estádio. Disputamos a Libertadores três anos seguidos e ficamos devendo", comentou.

Apesar do título brasileiro com folga, o Corinthians quer se reforçar ainda mais para a próxima temporada e segundo Andrés Sanchez, superintendente de futebol do clube, a tendência é que seis novos jogadores cheguem para o elenco. "O planejamento para o ano seguinte já vem sendo discutido. Vamos ter de trazer de três a seis jogadores para reforçar o elenco, mas sem fazer loucuras", afirmou, em entrevista para a ESPN Brasil.

Andrés Sanchez lembra que o clube não tem tanto dinheiro em caixa como se imagina e sabe que na temporada o time já passou por dificuldades financeiras, inclusive com atraso no pagamento de direito de imagem de muitos atletas. "Estivemos em um momento difícil financeiramente, falido, quebrado, como muitos disseram, mas com todas as contas em dia. Tivemos dificuldades, mas não podemos abrir mão de nos reforçar", continuou.

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O atacante Alexandre Pato é nome certo no Corinthians, pois ele retorna do empréstimo ao São Paulo, mas ainda não está definido se ele ficará no clube ou se será vendido para clubes do exterior. Já a situação do volante Ralf é mais delicada e, se ele não aceitar a oferta de renovação, deverá deixar o time.

Andrés Sanchez também comentou sobre o possível retorno de Carlitos Tevez, ídolo da Fiel e que está no Boca Juniors, da Argentina. "Ele tem uma ligação forte, mas o Corinthians não tem condições de contratá-lo. Mesmo ele querendo vir, só pelos salários não tem condições. Temos de ser realistas. O Corinthians em 2016 precisa ter os pés no chão e fazer tudo bem feito, para não ter problemas nos próximos anos", concluiu.

O que parecia ser um sonho do torcedor, começa a ganhar ares de uma possível realidade. O superintendente de futebol do Corinthians, Andrés Sanchez, admitiu que existe a possibilidade de Carlitos Tevez, do Boca Juniors, voltar ao clube. Entretanto, já deixou claro que isso só poderia acontecer a partir do meio do ano que vem.

"Jamais deixaríamos de trazer um jogador como ele. Mas, até o meio do ano vem, o Corinthians não fará uma contratação de impacto, até para deixar a parte financeira fortalecida. Depois, pode ser o Tevez ou outro jogador", disse o dirigente, em entrevista ao programa "Mesa Redonda", da TV Gazeta.

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Ainda segundo Andrés Sanchez, existe uma cláusula no contrato de Tevez com o Boca Juniors que o impede dele deixar o clube em um período inferior a um ano de sua chegada, que aconteceu em junho deste ano. "Isso foi definido quando ele abriu mão de uma fortuna para jogar na Argentina", contou o corintiano. "Mas já vi entrevista dele chorando, dizendo que estava dolorido lá", completou.

Tevez jogou no Corinthians entre 2005 e 2006, quando conquistou o Campeonato Brasileiro de 2005. Após deixar o time alvinegro, ele teve passagens por West Ham, Manchester City, Manchester United, Juventus e retornou ao Boca Juniors, onde iniciou a carreira.

Ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez foi eleito deputado federal pelo PT de São Paulo. Em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta terça-feira, ele afirmou que, a partir de 2015, em Brasília, não vai levantar bandeiras "nem contra, nem a favor" da CBF - e não ficará associado à "bancada da bola". Uma de suas propostas é criar uma legislação específica para atletas de alto rendimento. "Atleta profissional não pode ser regido pela CLT", afirmou. Na entrevista, Andrés fala também da crise financeira dos clubes e de como o Corinthians vai pagar seu estádio em Itaquera.

Estadão - Você foi eleito deputado federal. No Congresso, já existe a chamada "bancada da bola". Qual será a sua postura em relação a essa bancada? Tomará alguma posição em relação à CBF?

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Andrés - Com raras exceções, poucos da "bancada da bola" trabalharam no futebol. Poucos. Eu não tenho nada a ver com essa "bancada". Quando tiver alguma pauta de esporte, de futebol, de CBF, vou dar minha opinião pela experiência que tive como presidente do Corinthians. Não vou levantar bandeiras, nem contra nem a favor da CBF.

Estadão - Acredita que Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte vai ser aprovada?

Andrés - Nesse País se faz Refis para tudo, qualquer segmento da sociedade, faz para banco, para empresa, por que não para o futebol? É uma hipocrisia. O Corinthians entrou no Refis, mas iria ter um Refis específico para o futebol. Que é o que: se não cumprir as regras, o clube cai de divisão, perde pontos. Esse é um Refis mais forte. O Corinthians entrou (no Refis), não precisa mais da Lei de Responsabilidade Fiscal (do Esporte). O Flamengo, o Atlético Mineiro, um monte de time entrou no Refis. Acho que a Lei de Responsabilidade (do Esporte) não vai passar, tem que ser uma medida provisória da presidente.

Estadão - Você terá alguma proposta focada no futebol?

Andrés - O deputado tem muito mais o que fazer além do futebol. Mas vou propor acabar com a CLT no futebol, não só para futebol. Tem de ter uma lei trabalhista específica de direitos, e deveres, para atletas de alto rendimento no esporte em geral, que disputem campeonato nacional. Jogador de futebol e atleta não trabalham mais do que 15, 20 anos. O Esporte tem de ter lei específica. Atleta profissional não pode ser regido pela CLT. O cara trabalha uma hora e meia por dia, joga quarta ou quinta, e trabalha o final de semana. E quando para de jogar, entra com processo. O clube não pode ter CLT, todo mundo entra com processo. Jogador trabalha oito horas? Jogador tem fim de semana de folga? Aí os caras entram com processo (contra o clube).

Estadão - Por que os clubes brasileiros estão quebrados?

Andrés - Chegou a esse ponto porque existem dirigentes de clubes mal-intencionados e outros que não aguentam a pressão. Tem time pagando quatro, cinco treinadores. Eu não mandei o Tite embora (em 2011) por que? Por que ele era um herói? Porque eu tinha de gastar uma fortuna e ele não tinha culpa do negócio. Aí eu mando o Tite embora, vem outro, manda embora. É isso. O jogador fez uma c..., encosta, manda embora. Tirando imposto, a maior dívida do clube é não pagar jogador e atleta que mandam embora. O Corinthians também tem problemas financeiros...

Estadão - Qual problema tem o Corinthians?

Andrés - Financeiro. O último balanço aponta déficit de mais de R$ 40 milhões no ano. Está com déficit. Qual o problema? Quinhentos milhões de empresas nesse País têm déficit. A dívida do clube, que era de R$ 100 milhões, quase bateu em R$ 300 milhões... Aí tem que falar com o presidente. Não é comigo. Eu arrecadava R$ 350 milhões e a dívida era de R$ 170 milhões.

Estadão - Como um clube como o Corinthians, que fatura R$ 100 milhões apenas com televisão, tem dificuldade de pagar R$ 1 milhão, R$ 2 milhões, para comprar um jogador e tem de "fatiar" sua base?

Andrés - Porque exagerou na folha de pagamento. Foi campeão de tudo, os atletas querem aumento, querem renovar contrato com salário muito mais alto, e você tem de ver despesa e receita. O clube se perdeu um pouco na despesa, a realidade é essa. É gestão.

Estadão - A gestão do Mário Gobbi faz parte do seu grupo que o elegeu.

Andrés - Faz parte, mas é ele que administra, não sou eu.

Estadão - Então, como você avalia a gestão de Mário Gobbi?

Andrés - O que o torcedor quer? Título. Ele ganhou Libertadores, Mundial, Paulista e Recopa. É uma boa administração. Errou aqui, acertou ali. Todo mundo erra e acerta. Foi uma boa administração. Como ganhou tudo, teve de exagerar nos salários. É que ele não quis desmanchar o time depois que ganhou tudo. O que ele fez esse ano deveria ter feito em 2013, esse foi o erro.

Estadão - Acredita que o favorito a vencer as eleições é o Roberto de Andrade? É ele quem você apoia?

Andrés - Eu que lancei o Roberto. É ele quem eu o apoio. Tem chance, todo mundo tem, mas eleição é eleição. Agora, pelo trabalho que foi feito nesses oito anos, acho que torcedor e o sócio entendem que, com erros e acertos, foram as melhores administrações do clube.

Estadão - Sobre o estádio, por que atrasou a venda dos naming rights do estádio? O problema é o valor do negócio, cerca de R$ 400 milhões?

Andrés - Não é o valor, é o tipo de negócio, é o problema econômico que está no mundo, é o Estadão escrevendo Itaquerão... O cara que está fora do País vê jornal, vê internet e lê Itaquerão. Mas esse não é o único motivo. É um modelo de negócio novo. Não se tem esse costume, é caro, e só falam Itaquerão.

Estadão - O que você achou sobre o acordo do Palmeiras com a WTorre?

Andrés - É outro acordo. O estádio do Palmeiras é excelente para o Palmeiras. O estádio do Corinthians é excelente para o Corinthians.

Estadão - No estádio do Palmeiras, o naming rights foi vendido por R$ 300 milhões. É um bom acordo?

Andrés - É um excelente acordo.

Estadão - Por que o Corinthians não fechou um acordo por esse valor?

Andrés - Porque ninguém ofereceu ainda isso. Ninguém ofereceu. Talvez aceite, talvez não aceite. Com todas as empresas que falamos, o problema não foi grana.

Estadão - Quando, de fato, o estádio ficará pronto?

Andrés - Espero que fevereiro, março, esteja pronto com os restaurantes, centro de convenções. Tem de chegar o vidro que foi importado, os telões. São essas coisas. Acabar com os camarotes da Fifa, que eram grandes. Espero que até março esteja 100%.

Estadão - Na Alemanha, o Bayern de Munique pagou seu estádio antes do previsto. Acha que é possível isso acontecer com o Corinthians?

Andrés - Lógico que é. Esperamos pagar em seis, sete, anos.

Estadão - Mesmo sem fazer shows?

Andrés - Mas quem disse que não vai fazer shows? O Corinthians vai fazer shows na Arena, só não vai usar o gramado. Fazem show no Sambódromo, por que não pode fazer no Corinthians? Fizemos show da Ivete Sangalo para 6 mil pessoas.

Estadão - Quanto o estádio já faturou?

Andrés - Cerca de R$ 33 milhões. De bilheteria e eventos.

Estadão - Em junho, é preciso pagar de R$ 100 milhões de empréstimo do BNDES. Acredita que vai dar para pagar?

Andrés - Acredito que sim. O Corinthians vai pagar o estádio de um jeito ou de outro.

Estadão - Como assim?

Andrés - Se não conseguir pagar, renegocia a dívida. É a primeira vez que vai acontecer isso no Brasil ou no mundo? Paga juros e renegocia. Mas, se Deus quiser, vamos pagar o estádio.

Ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez voltou aos holofotes nesta semana. Na terça, anunciou que deixará o cargo de administrador do Itaquerão no próximo dia 18. Seguirá sendo apenas conselheiro vitalício e membro do CORI, o Conselho de Orientação do clube. Nesta quinta-feira (7), foi revelado que ele terá de responder por crime fiscal cometido durante o período em que esteve à frente do Corinthians.

Andrés, que é candidato a deputado federal pelo PT de São Paulo, usou sua conta no Twitter para se defender. "O Corinthians já fez acordo e há oito meses paga o (imposto) atrasado e o atual sem problema. Os corintianos podem ficar tranquilos. O Corinthians está com tudo resolvido, está pagando todos os impostos atrasados há décadas. Mas, infelizmente tudo do Corinthians aumenta, e o pior (é que aumenta) para o mal, tanto que o Congresso (Federal) está discutindo isso. O Corinthians já fez acordo com a Receita (Federal) mesmo antes de aprovar a Lei de Responsabilidade Fiscal", postou o dirigente, em texto cheio de erros de grafia.

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A denúncia do Ministério Público Federal, que também inclui a ação ilegal de outros três dirigentes do clube, foi aceita pela Justiça federal no dia 11 de julho. No total, o valor do débito, atualizado, é de R$ 94,25 milhões.

De acordo com o Corinthians, o pagamento das parcelas ocorre desde dezembro, antes da denúncia do MPF. Luiz Alberto Bussab, diretor jurídico do clube, explicou que, à época, não havia possibilidade do pagamento. O fato estava ligado à situação financeira que o Corinthians atravessava. "Não houve crime. Assim que o Corinthians teve chance, começou a pagar. Os impostos, hoje, são recolhidos."

ESTÁDIO - Sanchez deixou o cargo de administrado do Itaquerão alegando que estava incomodado com as críticas de se comportaria como "dono" do estádio, por ter sido o presidente do clube responsável por sua construção.

"Jamais deixarei o Corinthians ou a Arena (o Itaquerão) ou qualquer coisa referente ao meu time de coração na mão. O presidente (Mario) Gobbi eu montamos já uma equipe que sabe e está planejado o que tem que fazer para atingir os objetivos traçados há anos. Na Arena, podem ficar tranquilos os corintianos, quem torce contra vai perder o sono. Tudo está controlado", garantiu.

Sanchez vem recebendo críticas da torcida por causa do altos preços cobrados pelos ingressos do novo estádio. O valor tem afastado parte dos fãs e as arquibancadas não vêm lotando nos jogos do Brasileirão, como era esperado pela diretoria.

Andrés Sanchez terá de responder por crime fiscal cometido durante o período em que esteve à frente do Corinthians. A denúncia do Ministério Público Federal, que também inclui a ação ilegal de outros três dirigentes do clube, foi aceita pela Justiça federal no dia 11 de julho. No total, o valor do débito, atualizado, é de R$ 94,25 milhões.

O ex-presidente do Corinthians e atual candidato a deputado federal pelo PT confirmou, por meio de sua assessoria, que o débito existe e disse que qualquer pronunciamento oficial deve ser feito pelo Corinthians. "Já foi feito um acordo e o valor está sendo pago."

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Segundo a assessoria da 1ª Vara Federal Criminal de São Paulo, o débito, de fato, já foi negociado e parcelado. O Corinthians, inclusive, já fez alguns pagamentos. Mesmo assim, os envolvidos - neste caso, o corpo diretivo do clube - irão responder penalmente pelas acusações.

Roberto de Andrade, André Luiz de Oliveira e Raul Corrêa da Silva, além de Andrés, também foram denunciados. Os envolvidos podem ser condenados até dois anos de detenção, além do pagamento de multa. A denúncia do MPF, por sua vez, é de 7 de março deste ano e diz respeito a "crime de apropriação indébita previdenciária". Os dirigentes retiveram o valor por intermédio do Corinthians.

A ação deles, segundo o MPF, foi consciente e voluntária. Os impostos não recolhidos estão ligados a diversos vencimentos do clube - de funcionários, trabalhadores terceirizados e empresas prestadoras de serviços. Ainda de acordo com o documento do MPF, a falta de pagamento dos tributos incluída nos autos se refere ao período posterior ao dia 12 de julho de 2010. Os supostos crimes cometidos anteriormente prescreveram após quatro anos (em números, R$ 10 milhões deixaram de ser recolhidos pela Receita Federal). O documento cita irregularidades até dezembro de 2010.

A decisão da Justiça federal em aceitar a denúncia do MPF é do juiz Joaldo Karolmenig de Lima Cavalcanti, da 10ª Vara Federal Criminal de São Paulo. O processo foi redistribuído e encontra-se na 1.ª Vara. De acordo com a assessoria do órgão, o juiz Alessandro Diaferia está à frente do processo após a mudança. Nesta quarta-feira, os documentos da Justiça federal entraram em sigilo.

Entre os acusados, somente Raul Corrêa da Silva ainda ocupa um cargo no clube (de diretor financeiro). André Luiz de Oliveira é ex-diretor administrativo, Roberto de Andrade é ex-diretor de futebol e ex-vice-presidente - o dirigente é também pré-candidato à presidência do clube. Andrés Sanchez deixou a presidência do Corinthians no dia 16 de dezembro de 2011. No total, ocupou o cargo por 50 meses, desde 9 de outubro de 2007.

A reportagem entrou em contato com o Corinthians, mas não obteve resposta até o fechamento do texto. Roberto de Andrade, por sua vez, não atendeu às ligações.

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