O ex-ministro dos governos Lula e Dilma Aldo Rebelo desembarcou no Recife, nesta quinta-feira (7), para cumprir uma extensa agenda política após ser anunciado como pré-candidato a presidente da República pelo Solidariedade. Em entrevista exclusiva concedida ao LeiaJá, Rebelo se mostrou bastante confiante em ajudar o Brasil a sair do que chamou de “pântano” que vivencia atualmente.
Rebelo contou que decidiu participar da disputa presidencial porque para ele existe uma necessidade de que seja apresentado ao país um projeto em torno de uma agenda da retomada do crescimento da economia, do desenvolvimento, da redução das desigualdades e da consolidação da democracia. O também ex-presidente da Câmara dos Deputados disse que esses são os eixos principais que irão fundamentar a sua pré-campanha.
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“O Brasil vive um momento de muita dificuldade com certa desorientação política e de uma divisão artificial do país, eu acho que eu tenho condições pela experiência pelo que acumulei como ministro de várias pastas [Defesa, da Ciência e Tecnologia, Esporte e Relações Institucionais], além de presidente da Câmara, de oferecer uma agenda que unifique forças políticas, sociais e econômicas amplas. Não tem outro jeito para o país enfrentar as dificuldades. Tenho experiência e acho que tenho uma visão que ajuda o Brasil a enfrentar essa situação”, enfatizou.
Para Aldo, que também é ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e um dos criadores da União da Juventude Socialista, vinculada ao PCdoB, partido no qual permaneceu por 40 anos, de 1977 a 2017, o Brasil precisa a voltar a ter investimento público, privado, além de que é preciso reduzir as burocracias. “Também é necessário olhar para as desigualdades que são grandes porque tem gente catando lenha para cozinhar porque não pode pagar um botijão de gás”, lamentou salientando que existe um nível de ódio sem precedentes.
Alianças
Aldo Rebelo não descartou uma aliança com o PT e nem com o PSB. “Eu sempre fui favorável às alianças amplas, forças heterogêneas e sempre defendi esse ponto de vista. O Brasil não pode se dividir entre esquerda e direita, o Brasil tem que unir todos aqueles que sejam favoráveis ao crescimento do país, da redução da desigualdade e da democracia. É esse que deve ser o critério da união de forças. Trabalhei com o PT durante muito tempo, como também trabalhei com outros partidos, então eu acho que no momento todos os candidatos procuram consolidar as suas pré-candidaturas e as alianças serão tratadas naturalmente em um momento posterior”, justificou.
“O desafio de retirar o Brasil do pântano que se encontra não é o desafio de um partido, é o desafio de uma ampla aliança de força, uma ampla coligação de forças partidárias, de forças políticas, sociais, de força heterogêneas, então esse é o desafio mais amplo”, acrescentou.
Ele garantiu que sua relação com o PSB também sempre foi muito boa. “Aliás, antes de me filiar ao Solidariedade, fiquei um período no PSB onde tenho muitos amigos e relações políticas muito boas, inclusive com o atual governador de Pernambuco. Faço nesta sexta uma visita institucional para conversar sobre a situação do Brasil e naturalmente sobre Pernambuco também”, contou.
O ex-ministro negou que tivesse saído do PSB por discordar da entrada de Joaquim Barbosa. “Não foi porque ele iria para o PSB, eu achei que o PSB poderia se inclinar pela candidatura dele e quis deixar o partido à vontade para fazer essa opção. Foi só esse o motivo”, esclareceu. No entanto, se absteve de responder se a sua agenda “não bateria” com as de Barbosa. “Isso não vale a pena nem discutir. Deixa o Joaquim em paz que é o que ele naturalmente procurou ao decidir a não aceitar a candidatura”.
Nesta sexta, além do encontro com o governador, Rebelo participa de evento de anúncio de liberação de R$ 6,5 milhões em verbas para em obras de infraestrutura, por meio de emendas de Augusto Coutinho (SD-PE) e entregas de 230 Contratos de Concessão de Uso (CCUs), no município de Moreno. À noite, se reúne com a Força Sindical de Pernambuco.