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Os advogados de defesa do doleiro Alberto Youssef, personagem central da Operação Lava Jato, levaram à Justiça Federal um pedido para que se investigue 'pessoas ocultas' que estariam por trás de declarações recentes do doleiro Leonardo Meirelles. Ele atuava como laranja de Youssef e afirmou há três dias ao jornal Folha de S.Paulo que Youssef estava ocultando patrimônio.

No fim de outubro do ano passado, Youssef concordou, como parte da delação premiada que fez, devolver uma fortuna de R$ 55 milhões aos cofres públicos, valor que representa apenas uma parte do total por ele movimentado no esquema de corrupção na Petrobras.

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"Requer-se seja expedido ofício à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal a fim de se investigar se existem (e quem são) pessoas ocultas ou mesmo mentores intelectuais, possíveis mandantes, da urdidura engendrada por Meirelles na imprensa, a fim de desestabilizar o acordo e tumultuar o curso da instrução criminal", disse a defesa.

O pedido é subscrito pelos criminalistas Antonio Augusto Figueiredo Basto, Luis Gustavo Rodrigues Flores, Rodolfo Herold Martins e Adriano Sérgio Nunes Bretas. Segundo eles, Meirelles "age como príncipe dinamarquês entre o 'ser e o não ser'". Eles se referem ao fato de o laranja ser réu em algumas ações penais da Lava Jato e testemunha em outras. Nos processos relacionados às empreiteiras, Meirelles não foi denunciado.

Na terça-feira, 3, ele testemunhou em ação relacionada à Engevix, em audiência conturbada. Na metade do depoimento de Meirelles, o advogado de Youssef, Antônio Figueiredo Basto, perguntou como era feita a remessa de dinheiro para o exterior. A defesa de Meirelles interrompeu, deixando Basto irado.

"Sua intenção é tumultuar a investigação, criar factóides e explorar o clamor popular para desacreditar a investigação. Quem é o dono de Meirelles? A quem ele serve? Se tem realmente as provas da omissão de patrimônio que as mostre, se tem provas de má-fé de Alberto Youssef que entregue ao MPF. Mas seu próprio advogado já disse: "Não tem provas referentes à acusação"", afirmam os advogados.

A perspicácia dos agentes de plantão na Custódia da Polícia Federal em Curitiba (PR) levaram à descoberta de um episódio insólito da famosa Operação Lava Jato. Alberto Youssef, alvo central do escândalo de corrupção na Petrobras, e outro preso, o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, apontado como um dos laranjas do doleiro, teriam feito uso de maconha na carceragem da Superintendência da PF.

A informação foi registrada por dois agentes penitenciários federais da carceragem da PF, onde está concentrada a maior parte dos presos da Lava Jato. Os dois narram que eram 17 horas do dia 30 de julho de 2014, quando sentiram um 'odor atípico' vindo das celas.

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"Ambos perceberam odor característico de maconha queimada no setor de custódia, no período em que os presos se encontravam em banho de sol, e portanto, podiam transitar pelas celas, corredor, solário e chuveiro", narra o Ministério Público Federal em parecer do dia 15 de janeiro passado.

Os agentes afirmaram que foram identificar a 'origem da fumaça'. Prestes a enquadrar os supostos transgressores, eles ouviram a descarga ser acionada na cela de número 2 - levando esgoto abaixo qualquer possibilidade de um flagrante.

"Tentamos adentrar ao local e surpreender os presos, que se encontravam em procedimento de chuveiro e banho de sol", relatam os agentes. "Quando realizei a abertura do cadeado, embora o tenha feito com cuidado, os presos Carlos Costa e Alberto Youssef, que se encontravam no interior da cela 2, rapidamente acionaram a descarga do sanitário", contou um dos agentes.

Segundo o agente, Youssef e Costa "logo saíram aparentando certo desconcerto, perguntando-nos se havia acontecido algo de diferente". Os agentes então acionaram o delegado federal Ivan Ziulkowski, responsável pela Custódia na sede da PF. Para a autoridade policial, Costa contou a versão de que tudo foi um 'mal entendido', apesar do cheiro da maconha sentido pelos três policiais.

"Tratava-se de cigarro feito com chá (de hortelã) e papel bíblico", escreveu o agente, ao registrar o que dissera Costa no Comunicado de Ocorrência do Núcleo de Custódia da PF de Curitiba, do dia 30 de julho.

"Para comprovar o fato, o delegado Ivan determinou que fosse confeccionado outro 'cigarro' idêntico ao que o preso alegou ter utilizado", conta o agente. Costa, que assumiu ter feito o cigarro de hortelã, foi preso como funcionário do doleiro nos esquemas de desvios da Petrobras.

Costa acendeu o cigarro de hortelã enrolado em uma folha da Bíblia na frente dos agentes que constatam, conforme os registros da PF, terem a impressão de não se tratar do mesmo aroma. Costa foi questionado ainda como teve acesso a fogo.

Costa e Youssef negaram ter fumado maconha. O caso foi registrado em Comunicado de Ocorrência da PF, que gerou o Memorando 17/2014, desencadeando a abertura de um inquérito policial (926/2014), em 19 de agosto, mantido sob sigilo e encerrado oficialmente há 15 dias.

"Foram realizadas buscas em todas as celas, inclusive com a utilização de cães farejadores da Receita Federal e da Polícia Rodoviária Federal, mas não foram encontradas substâncias entorpecentes", informou a Procuradoria da República.

"Cabe ressaltar que logo após a chegada do delegado Ivan ao local, os presos A.A.B. e L.F.P.L" que retornavam para a cela 4 "também notaram o odor de 'mato queimado'". Um deles, empolgado, chegou a dizer, "vai deixar nós tudo doidão".

Como Youssef e os demais presos da Lava Jato não têm contato direto com visitantes e advogados, a suspeita da PF recaiu sobre Costa, que por ser advogado tem prerrogativa de acesso pessoal às visitas. Depois de ouvir os agentes envolvidos no caso, analisar os relatórios de visitas do preso e chegar à conclusão, em relatório final do inquérito, que não havia como provar o fato - consequentemente, o delito -, a PF,encerrou o inquérito em 26 de novembro. Nele, apontou a "impossibilidade de identificação do autor".

Inquérito

A força-tarefa do MPF analisou o caso também e, em 15 de janeiro deste ano, concluiu o mesmo que a PF: não havia provas, apesar dos elogios ao radar aguçado da polícia, no caso. Com o parecer da Procuradoria, o caso foi arquivado:

"Por ausência de indícios mínimos de materialidade e autoria delitiva", conclui o MPF, não havia "perspectiva útil para a presente investigação".

No parecer de promoção de arquivamento do caso, o Ministério Público Federal destacou. "Ademais, enaltecendo a iniciativa e atuação dos agentes penitenciários supramencionados, a autoridade policial verifica a ausência de materialidade do crime de tráfico de drogas, porquanto Carlos Alberto Pereira da Costa negou a utilização de substância entorpecente, assim como não foi localizada, em seu poder, nas dependências da Superintendência, qualquer porção de droga, em que pese a utilização de cães farejadores."

De resto, fica a certeza torta cantada não é de hoje pelo sambista Bezerra da Silva, de que "pra fazer a cabeça, tem hora."

O advogado do doleiro Alberto Youssef, Antônio Figueiredo Basto, negou na segunda-feira, 2, que seu cliente tenha mentido ao Ministério Público Federal sobre seu patrimônio e disse, pela segunda vez, que Youssef está disposto a fazer uma acareação com o doleiro Leonardo Meirelles, um dos réus da Operação Lava Jato apontado como testa de ferro de Youssef no Laboratório Labogen.

Em entrevista publicada no domingo pelo jornal Folha de S.Paulo, Meirelles disse que o doleiro não declarou seu patrimônio real aos procuradores, no acordo de delação premiada. "Vamos acareá-lo (Youssef) com Leonardo, que nunca foi sócio, não tem sociedade nenhuma. Ele (Leonardo Meirelles) era doleiro e fez operações com meu cliente, está mentindo e vamos desmascará-lo mais uma vez", disse o advogado, antes de audiência de testemunhas dos processos da Lava Jato, em Curitiba.

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"Ele (Meirelles) disse que Youssef tem patrimônio de R$ 150 e R$ 200 milhões e que ele (Youssef), no acordo que fez, disse ter R$ 50 milhões, mas não temos nada a esconder. É um mentiroso", afirmou Basto.

Meirelles confessou em depoimentos à Justiça Federal, em novembro, que movimentou US$ 120 milhões para Youssef entre 2011 e 2014. Na ocasião, ele descreveu como eram feitas as remessas de dinheiro do Labogen para o exterior, utilizando contas de empresas offshore abertas por ele, a pedido de Youssef, em Hong Kong.

O primeiro pedido de acareação entre Youssef e Meirelles foi feito por Basto quando o testa de ferro do doleiro declarou que o esquema de corrupção da Petrobrás também atuava em favor do PSDB, e não somente para favorecer PT, PMDB e PP.

A defesa de Alberto Youssef disse nesta quarta-feira (28) à Justiça Federal que o doleiro não liderou o esquema que desviou recursos da Petrobras. Segundo o advogado Antônio Figueiredo Basto, Youssef não pode ser condenado por corrupção passiva, porque cumpria ordens de agentes políticos para fazer o pagamento de propina. Os desvios são investigados na Operação Lava Jato.

Em depoimentos de delação premiada, Youssef, que está preso, apontou os nomes de políticos que receberam propina. Em fevereiro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve denunciá-los ao Supremo Tribunal Federal (STF). Os nomes são mantidos em segredo de Justiça.

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Em resposta à abertura de uma das ações penais contra Youssef, o advogado do doleiro disse que ele não atuou isoladamente, e não tinha poderes para favorecer ninguém dentro da Petrobras. "Sua função era fazer o dinheiro chegar aos corruptos e irrigar contas de partidos políticos, conforme ele mesmo informou em seu interrogatório. Podemos afirmar, sem qualquer margem de erro, que as propinas somente existiram por vontade dos agentes políticos", alega a defesa.

Antônio Basto também informou que os acordos entre agentes políticos e as empreiteiras não tinham participação de Youssef, que atuava na fase final, na distribuição da propina. Segundo a defesa, o dinheiro desviado da Petrobras foi usado para financiar campanhas políticas "no Legislativo e Executivo".

"Agentes políticos das mais variadas cataduras racionalizaram os delitos para permanecer no poder, pois sabiam que enquanto triunfassem podiam permitir e realizar qualquer ilicitude, na certeza de que a opinião pública os absolveria nas urnas", diz o advogado.

Na petição, a defesa compara o esquema investigado na Lava Jato com a Ação Penal 470, o processo do mensalão.

"Embora esse projeto de poder não seja novo, haja vista já ter sido implementado antes em outros órgãos públicos, conforme restou provado no julgamento da Ação Penal 470/MG, conhecido como 'mensalão'¸ no caso vertente foi superlativo, quer pelo requinte dos malfeitos quer pela audácia e desmedida ganância dos agentes políticos que, incrustados no poder, fizeram movimentar a máquina pública para atender suas exigências, desviando valores vultosos da maior empresa do país, a Petrobras" - argumenta Basto.

O doleiro Alberto Youssef, principal alvo da Operação Lava Jato, afirmou em sua delação premiada à Polícia Federal que, em 2013, pagou propina de R$ 3 milhões para João Abreu, então chefe da Casa Civil do governo Roseana Sarney (PMDB), no Maranhão, para viabilizar o pagamento de um precatório de R$ 113 milhões da Construtora Constran.

"Foi acertado que o valor seria parcelado mediante acordo entre a UTC/Constran sendo fixada uma comissão da ordem R$ 10 milhões a ser paga pela empresa", revelou Youssef. "Mediante um acerto com João Abreu ficou combinado que ele receberia parte do comissionamento, ou seja, R$ 3 milhões."

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Em depoimento no dia 24 de novembro do ano passado, Youssef revelou que sua parte na transação foi de R$ 4 milhões e que o valor foi retirado na empresa UTC - empresa que se associou à Constran. Youssef prestou longa sucessão de depoimentos às autoridades da Lava Jato. No termo de colaboração 51, o doleiro revelou que "por volta de julho ou agosto de 2013? se encontrava na sede da UTC com dois executivos do grupo, Walmir Pinheiro e Augusto Pinheiro.

"Foi feita uma reunião onde estava presente João Abreu, na época chefe da Casa Civil do Estado do Maranhão, a contadora Meire Poza e um procurador do Estado (do Maranhão)", afirmou Youssef.

O precatório no valor de R$ 113 milhões seria vendido por R$ 40 milhões, sendo que o governo do Maranhão participaria da negociação, por meio de um fundo de investimentos e pagamento de propina.

Youssef afirmou ainda que Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro de Cidades Mário Negromonte, e Rafael Ângulo Lopes - supostos carregadores de malas do esquema desbaratado na Petrobras - e uma terceira pessoa levaram duas parcelas de R$ 800 mil reais do montante.

Youssef afirmou ainda que ele mesmo levou outra parcela de R$ 1,4 milhão, que "ele entregaria na data em que foi preso", em um hotel em São Luiz (MA), no dia 17 de março do ano passado. O doleiro afirmou não saber se João Abreu consultou a então governadora Roseana Sarney, que, sem mandato, deixou de ter direito a foro privilegiado. Youssef diz, porém, que o chefe da Civil afirmou ser interesse do Estado "pagar essa dívida".

O juiz federal Sério Moro, que conduz todas as ações da Operação Lava Jato, no Paraná, rejeitou taxativamente duas das testemunhas arroladas pelos executivos da OAS. A defesa dos empreiteiros José Aldemário Pinheiro Filho, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Mateus Coutinho de Sá Oliveira, José Ricardo Nogueira Breghirolli e Fernando Augusto Stremel Andrade havia pedido que a Justiça ouvisse Peter Gordon Mackay, atual Ministro da Justiça do Canadá.

Mackay reside em Ottawa, na província de Ontário. O objetivo dos criminalistas que defendem os empreiteiros era questionar a validade de uma interceptação telemática feita em um aparelho BlackBerry, linha de smartphones e tablets criada por uma empresa canadense.

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O pedido dos advogados para que o CEO da BlackBerry, John S. Chen, que também mora no Canadá, fosse ouvido também foi indeferido. Para Moro, a oitiva de Mackay "aparenta ser manifestamente irrelevante e impertinente".

"De todo impertinente a pretensão de oitiva do Ministro da Justiça do Canadá sobre o ponto, validade da ordem judicial brasileira de interceptação das mensagens BBM. Assim, quanto a essas três testemunhas, considerando que a questão jurídica já foi resolvida, afirmando-se a validade da prova, e o despropósito em ouvir testemunhas residentes no exterior, máxime de forma irrelevante o Ministro da Justiça de outro país, gerando até mesmo constrangimentos à imagem da Justiça brasileira pela extravagância da diligência pretendida, indefiro a prova por ser irrelevante e impertinente para o julgamento da causa", decretou.

José Aldemário Pinheiro Filho, vulgo "Léo Pinheiro", é presidente da OAS, Agenor Franklin Magalhães Medeiros é diretor-presidente da área internacional da empresa, Mateus Coutinho de Sá Oliveira é diretor financeiro da OAS Petróleo, José Ricardo Nogueira Breghirolli e Fernando Augusto Stremel Andrade são funcionários da OAS.

Onze dirigentes das maiores empreiteiras do País foram presos por ordem de Moro. Os empresários estão presos em caráter preventivo na carceragem da Polícia Federal em Curitiba (PR), base da operação. Eles são réus em ações penais por formação de organização criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

Os executivos podem receber visitas às quartas-feiras, como os outros presos, alvos de outras missões da PF. Na semana passada, os advogados que os defendem protocolaram respostas às acusações do Ministério Público Federal. Os advogados, criminalistas experientes, refutam os ilícitos atribuídos a seus clientes e alegam que eles estão sofrendo tortura psicológica. O juiz Moro classifica a argumentação da defesa como "mero arroubo de retórica".

Contrato

Em resposta encaminhada à Petrobras, a direção da construtora OAS revela que realizou contrato com a MO Consultoria, empresa de fachada que pertenceria ao doleiro Alberto Youssef, preso desde março de 2014, na operação Lava Jato.

A resposta foi apresentada no último dia 13 de novembro, após o gerente executivo jurídico da Petrobras, Nilton Antônio de Almeida Maia, insistir no pedido de esclarecimentos a respeito da existência de contratos ou qualquer outra relação negocial entre a empreiteira e a MO Consultoria.

"Tendo em vista a necessidade de completo esclarecimento dos fatos com vistas à manutenção dos padrões de ética e transparência nas relações comerciais da Petrobras, bem como eventual adoção de medidas administrativas, reiteramos o pedido para que sejam prestados, no prazo de três dias, os esclarecimentos solicitados", diz o documento assinado por Maia.

Na carta de resposta à Petrobras, a OAS diz que identificou um contrato realizado no dia 3 janeiro de 2011 com a MO Consultoria no valor de R$ 619.410, 00. "Em continuidade à resposta enviada em 11 de setembro de 2014, esclarecer que existe um contrato de prestação de serviços de consultoria com a MO Consultoria e Laudos Estatísticos Ltda cujo objeto é a realização de auditoria fiscal e trabalhista em obras no estado de são Paulo", afirma o diretor jurídico institucional da OAS, Bruno Menezes Brasil.

A resposta foi encaminhada ao Ministério Público Federal que enviou nesta segunda-feira à Justiça Federal do Paraná, responsável pela condução dos processos da Lava Jato.

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Os últimos sete dias no segmento político foram bastante movimentados. Nacionalmente, a operação Lava Jato ganhou novos capítulos e a presidente Dilma Rousseff (PT) foi durante criticada pelas medidas econômicas do governo. Já no âmbito estadual, a disputa pela Mesa Diretora da Alepe ficou mais acalorada e uma crise no sistema prisional agitou o Governo de Pernambuco. O LeiaJá preparou uma listagem com os principais acontecimentos da semana, confira: 

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Crise no sistema prisional e silêncio de Paulo CâmaraHabituado a agendas diárias, desde que assumiu o governo de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) esteve em silêncio durante toda esta semana. A frase "o governador não terá agenda pública" foi a mais repetida pela assessoria de imprensa do Governo nos últimos dias. Focado em amenizar a crise do sistema prisional estourada na segunda-feira (19), quando ocorreram os primeiros motins, resultando em uma rebelião de três dias, o socialista optou por articular as ações governamentais sem sair do Palácio do Campo das Princesas. 

Enquanto Câmara não se pronunciava, o líder da oposição, deputado Silvio Costa Filho (PTB), e do governo, deputado Waldemar Borges (PSB), trocaram alfinetadas por meio de notas encaminhadas à imprensa. Costa Filho iniciou o debate afirmando que o grupo opositor gostaria de ter explicações sobre o sistema e Borges rebateu mencionando que o petebista queria pegar carona na "desgraça alheia" e lembrou ao líder da oposição os motivos pelo qual ele deixou a Secretaria de Turismo do governo, em meio a uma crise em 2009. Rebatendo o socialista, Costa Filho disse que a oposição não ficaria calada e citou a falta de planejamento da gestão

Quebrando o silêncio, nessa sexta (23) o governador afirmou que a gestão estadual vai minimizar, ainda em 2015, os problemas de superlotação nos presídios com a finalização de outras duas unidades prisionais. De acordo com ele, a obra do presídio de Tacaimbó, por exemplo, será retomada na próxima segunda-feira (26). 

Disputa pela Mesa Diretora da Alepe: Com a proximidade do início da nova legislatura, a disputa pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Pernambuco passou a ser uma das pautas mais debatidas entre os políticos nesta semana. Disputando o mandato de presidente da Casa pela quinta vez, o deputado Guilherme Uchoa (PDT) foi alvo de críticas e o deputado eleito pelo PSOL, Edilson Silva confirmou a primeira postulação do legislativo contra o pedetista. 

Entre as inúmeras críticas endereçadas a Uchoa, o deputado Alberto Feitosa (PR) pediu que ele retirasse a candidatura "em benefício de uma que não viole a Constituição". Além dele, o deputado estadual Rodrigo Novaes (PDT), disparou contra o correligionário e iniciou a análise de uma possível candidatura contra Uchoa. 

Já o PSB, que prometeu se posicionar quanto à disputa na segunda-feira (19), optou por não entrar em confronto com Guilherme Uchoa e sinalizou a possibilidade de não pleitear o cargo de presidente da Alepe. Mas não anunciou o posicionamento oficial.

Contas reprovadas e Indicações do PT-PE para o Governo Federal: O Tribunal de Contas do estado reprovou as contas do ex-prefeito do Recife, João Paulo (PT), do exercício financeiro de 2006. De acordo com a análise do órgão, o petista teria deixado de cumprir as exigências da lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) quanto aos investimentos e educação. Ao ser notificado sobre a possível condenação, João Paulo questionou a Corte e disse que iria recorrer da decisão. 

Apesar da possibilidade de ficar inelegível por oito anos, caso seja condenado pelas irregularidades nas contas municipal, João Paulo é um dos líderes do PT-PE indicados para assumir cargos do 3° escalão no Governo Federal. Nos bastidores, conta-se que ele está sendo cotado para comandar a Codevasf, já segunda a presidente da legenda no estado, deputada Teresa Leitão, não há confirmações sobre o assunto. 

Medidas econômicas do governo Dilma Rousseff (PT): Os reajustes nos impostos sobre operações de crédito, na alíquota do PIS/Cofins, no IPI para o setor de cosméticos e no PIS e na Cide sobre os combustíveis anunciados pela presidente Dilma Rousseff (PT) foram alvos de críticas durante esta semana. Para o deputado Mendonça Filho (DEM) as alterações fazem parte de um "pacote de maldade" da petista para o segundo mandato. O senador Aécio Neves (PDSB) classificou os atos como parte de uma “herança maldita” do primeiro ano de gestão de Dilma e criticou a ausência dela para explicar os fatos. 

As críticas, no entanto, não ficaram restritas apenas a oposição. O ex-ministro José Dirceu (PT) também usou o seu blog para questionar as alterações econômicas aplicadas pela petista.

Lava Jato: O escândalo da operação Lava Jato também trouxe novidades. Durante a semana, o Ministério Público Federal anunciou que iria a Suiça investigar dados bancários da Odebrecht com relação às transações com o PT e a Petrobras. Ainda no campo judicial, a Procuradoria Geral da União definiu um grupo de magistrados para analisar os desdobramentos do processo ocasionados pela tramitação do Supremo Tribunal Federal.

Quanto aos principais envolvidos no caso, o doleiro Alberto Youssef abriu mão de todos os bens em oito cidades brasileiras e afirmou que o PT chegou a usa-lo para "sustentar" as falcatruas internas. Já o ex-diretor internacional  da Petrobras, Nestor Cerveró, apontou uma "negligência, violação do dever de diligência e precipitação desnecessária" do Conselho de Administração da estatal na compra da Refinaria de Pasadena. Além disso, ele também teve uma nova prisão preventiva decretada. 

 

A equipe de advogados de Alberto Yousseff, considerado como um dos líderes do esquema de desvio da Petrobras, vai concentrar a defesa na alegação de que o doleiro serviu apenas como uma peça no sistema político criado para dar sustentação ao projeto de poder do PT. O documento deve ser apresentado à Justiça Federal do Paraná, onde tramitam os processos da Lava Jato, na próxima terça-feira, 27. Em conversa com o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o advogado Antônio Augusto Figueiredo Basto antecipou qual será a linha de defesa que será apresentada. No processo criminal, Youssef é acusado de chefiar um esquema que teria movimentado ilegalmente cerca de R$ 10 bilhões da estatal.

"É um projeto de poder para sustentação do PT. Não há dúvida disso. Vou citar isso na peça, claro. Não tem dúvida. PT e a base aliada como PMDB, PP", ressaltou Basto. "É a corrupção sustentando um esquema de poder. Não há para mim a menor dúvida que esse esquema é um grande sistema de manutenção de grupos políticos. Vamos sustentar isso na nossa defesa. Meu cliente foi mera engrenagem. Não era a peça fundamental do esquema. Não tinha esse poder para fazer com que o esquema funcionasse ou deixasse de funcionar. O esquema só existiu porque havia vontade política para fazer com que ele existisse", acrescentou o advogado.

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Na delação realizada por Youssef no âmbito da Lava Jato, ele citou políticos como beneficiários do esquema da Petrobras. Confirmou também que a partilha de desvios de contratos com as empreiteiras entre três partidos: PT, PMDB e PP.

Numa linha de defesa similar, os advogados do empresário Gérson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia, afirmam em documento entregue à Justiça Federal que a Petrobras foi usada para bancar o "custo alto das campanhas eleitorais". Segundo a defesa de Almada, preso pela Operação Lava Jato desde 14 de novembro de 2014, "a Petrobras foi escolhida para geração desses montantes necessários à compra da base aliada do governo e aos cofres das agremiações partidárias".

O advogado de Youssef ressalta que não há combinação na linha de defesa com outros defensores. "Não há nenhuma harmonia entre as defesas, trabalhamos de forma individual. O que há é a verdade, o esquema vem de cima. Agora todo mundo já está falando porque é notório, as empreiteiras estão servido de bode expiatório. É verdade que não tem inocente nesse jogo, ninguém foi extorquido, achacado, todos entraram de forma consciente. Mas é evidente que se o sistema não funcionasse haveria prejuízos para as empreiteiras. Vinha de cima e era para sustentar sim um esquema político. Se você não tem os corruptos, não tem esquema. E quem nomeavam os corruptos? Os políticos. É uma lógica irrefutável", ressaltou Bastos.

Além da apresentação da defesa na próxima semana, os advogados de Youssef preparam um segundo documento para ser apresentado no início de fevereiro para que o doleiro passe a cumprir pena em regime domiciliar. Youssef está preso desde março do ano passado, em Curitiba.

Perdão judicial

A defesa do doleiro também espera conseguir o "perdão judicial" no final do processo em razão das informações prestadas pelo doleiro, após acordo de delação premiada que foi homologado no último dia 19 de dezembro pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki. "Vamos tentar o perdão judicial porque entendemos que a colaboração é extremamente proveitosa. Sem a colaboração do Alberto Youssef a Lava Jato não teria evoluído em nada, não seria possível tomar a dimensão que tomou", afirma Basto.

Segundo ele, ao contrário de algumas defesas apresentadas, até o momento, no processo por parte dos envolvidos no esquema, não pretende pedir anulação das provas levantadas pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal.

No acordo de colaboração premiada firmado com o Ministério Público Federal e homologado pelo ministro Teori Zavascki, o doleiro Alberto Youssef abriu mão em favor da Justiça de uma série de bens e imóveis em oito cidades em quatros Estados do País, incluindo terrenos e unidades de hotéis, além de veículos importados. Ele também abriu mão de R$ 1,89 milhão e de US$ 20 mil encontrados pela PF na sede da GFD Investimentos. O doleiro admitiu que todo esse patrimônio é fruto de atividade criminosa.

A extensa lista dá a dimensão do patrimônio levantado pelo doleiro, alvo principal da Operação Lava Jato e que liderou o esquema de lavagem de cerca de R$ 10 bilhões e desvios de dinheiro envolvendo fundos de pensão, obras espalhadas pelo País e, sobretudo, a Petrobras, foram anexados pelo juiz federal Sérgio Moro aos autos da Lava Jato a pedido da defesa de Youssef.

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Dentre as propriedades estão: todos os bens em nome da GFD administrados pela Web Hotéis Empreendimentos; 74 unidades autônomas do Condomínio Hotel Aparecida, bem como o empreendimento Web Hotel Aparecida, em Aparecida do Norte (SP); 37,23% do imóvel do Web Hotel Salvador, na capital baiana; Web Hotel Príncipe da Enseada, localizado em Porto Seguro (BA); seis unidades autônomas do Hotel Blue Tree Premium, em Londrina (PR); 34,88% das ações da empresa Hotel Jahu S.A, em Jaú (SP); 50% do terreno do loteamento Granjas Reunidas Ipitanga, em Lauro de Freitas (BA), de 4.800m² avaliado em R$ 5,3 milhões bem com o empreendimento que está sendo construído no local; um imóvel de 300m² localizado em Camaçari (BA).

Além destes imóveis, o doleiro também abriu mão de um veículo Volvo XC60, um Wolkswagem Tiguan 2.0, ambos blindados, e de uma Mercedes Benz CLS 500. Os veículos blindados ficarão depositados judicialmente em nome das filhas de Youssef, que poderão utilizá-los como medida de segurança enquanto o pai estiver preso. Após a progressão de regime de Youssef, ou caso as filhas decidam abrir mão, os veículos serão alienados pela Justiça.

O acordo prevê ainda que a ex-esposa do doleiro fique com um imóvel dele na capital paulista, localizado no bairro Vila Nova e que suas filhas fiquem com um imóvel de Youssef em Londrina. Por fim, um imóvel do doleiro na capital fluminense, um sobrado no Campo de São Cristovão, será destinado "de forma irretratável e irrevogável" à Justiça como multa compensatória pelos delitos cometidos pelo doleiro.

No período em que ele ficar preso, o imóvel ficará apreendido sob administração da Justiça e os valores dos aluguéis do sobrado serão depositados na Justiça. Após a soltura de Youssef, será levantado o valor do imóvel e de todos os bens e valores que forem recuperados em decorrência das informações prestadas pelo doleiro na delação. Se a porcentagem de 1/50 avos do total recuperado for maior ou igual ao valor do imóvel, o doleiro ficará dispensado da multa e o bem passará para suas filhas. Caso 1/50 do total recuperado seja menor que o valor do imóvel, ele será alienado judicialmente.

Youssef também se comprometeu a informar e renunciar à União todos os valores em contas bancárias e investimentos a que tem direito no Brasil e no exterior, ainda que estejam em nome de outras pessoas físicas ou jurídicas. O doleiro ainda autorizou as autoridades nacionais e estrangeiras a acessarem todos os dados de suas movimentações financeiras no exterior, mesmo que não estejam em seu nome, como offshores e contas em nome de familiares.

A defesa do doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato, apresentou pedido junto à Justiça Federal do Paraná para ter acesso aos termos da homologação do acordo realizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

No dia 19 de dezembro, o ministro Teori Zavascki, responsável pelos processos da Lava Jato no STF, homologou a delação premiada do doleiro. A decisão do ministro abriu caminho para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, propor denúncia contra políticos citados nos depoimentos e acusados de envolvimento no escândalo.

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"A defesa através da imprensa teve a notícia de que o acordo de colaboração foi homologado pelo Excelso Supremo Tribunal Federal, por decisão da lavra do Ministro Teori Zavascki, porém até a presente data a defesa não teve acesso à referida decisão, sendo que o prazo para as defesas preliminares está em curso e o requerente deve ter acesso à homologação para poder estimar os termos e os parâmetros de sua defesa técnica", diz trecho da petição apresentada pelos advogados do doleiro.

"O requerente como signatário do acordo e principal interessado em sua regular efetividade tem o direito de conhecer os termos da homologação e também de eventual desmembramento das investigações a fim de que possa elaborar suas defesas preliminares, bem como, é direito dos demais acusados acesso ao acordo e aos depoimentos que sejam inerentes às Ações Penais", acrescentam.

A expectativa é que Janot peça no próximo mês de fevereiro investigação ou apresente acusação formal contra autoridades citadas ao longo do processo da Lava Jato. Somente o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa citou 28 políticos em sua delação premiada. Ontem, o PGR determinou, por meio de portaria, a criação de uma força-tarefa para comandar as apurações sobre o envolvimento de autoridades no esquema de corrupção da estatal

Por determinação da Polícia Federal, o ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró não poderá se comunicar com o doleiro Alberto Youssef ou com o lobista Fernando Baiano. Os três estão presos em celas separadas na superintendência da PF em Curitiba, acusados de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobrás. Apesar de estarem na mesma ala, a ordem é para que não se comuniquem. As celas são divididas por paredes, o que evita o contato.

A medida foi tomada para que não combinem depoimentos nem se devem ou não fazer delação premiada. Baiano tem se recusado a colaborar com as investigações da Operação Lava Jato. Seu novo advogado, o criminalista Nélio Machado, afirmou que vai recorrer a um estratégica "clássica" de defesa, descartando a delação. No primeiro depoimento desde a prisão, Cerveró respondeu anteontem às perguntas dos investigadores até o ponto de não se incriminar.

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Os três só terão companhia na cela quando houver, eventualmente, necessidade de acomodar um preso comum no aguardo de transferência. Os demais 11 presos pela Lava Jato - lista que inclui executivos das maiores empreiteiras do País - dividem o mesmo espaço na superintendência e não têm restrição de comunicação entre si. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Integrantes da equipe de defesa do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, devem apresentar até esta quarta-feira, 14, petição na Justiça Federal do Paraná em que contestam a informação de que ele teria determinado ao policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como 'Careca' a entrega de dinheiro ao ex-governador de Minas Gerais Antônio Anastasia (PSDB) e ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os defensores, contudo, admitiram nesta segunda, 12, que o doleiro pediu que o agente da PF entregasse R$ 1 milhão em Minas Gerais, sem especificar qual foi o destinatário.

"Vamos esclarecer que isso é uma criação e não tem relação com o meu cliente. Youssef não conhece o Anastasia nem o Eduardo Cunha e não fez negócio com os dois. Ele nunca deu dinheiro para o Eduardo Cunha nem para o Anastasia. Se alguém deu não foi ele", afirmou ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o advogado de defesa Antônio Basto Figueiredo, que se reuniu com o doleiro nesta manhã.

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O defensor, contudo, admitiu que houve um pedido de Youssef para que Careca entregasse R$ 1 milhão em Minas Gerais, Estado governado até o ano passado por Anastasia. Ele não soube precisar para quem e quando foi entregue a quantia e, tampouco quando pedido foi feito ao policial. Em depoimento à PF, Careca afirmou que essa quantia foi repassada ao tucano, que nega ter recebido o valor. "Meu cliente deu dinheiro a ele para entregar em Minas Gerais. Mas em momento algum meu cliente soube ou tinha relacionamento com o Anastasia. Agora se o Jayme Careca tem alguma coisa a informar, de que o destino do dinheiro foi o Anastasia, cabe a ele provar isso".

Líder do esquema investigado pela Lava Jato, Youssef foi preso no ano passado e decidiu colaborar com a Justiça e contar o que sabe em uma delação premiada ao Ministério Público Federal. "Sentimos que há interesse em desconstruir as colaborações no processo, em desacreditar. Não podemos deixar que haja esse tipo de ventilação sob pena de prejudicar as colaborações. Não podemos permitir que interesses políticos ou de terceiro minem a credibilidade do meu cliente. Ele não conhece o Eduardo Cunha, nunca teve pedido do Eduardo cunha, não sabe nada a respeito de entregar dinheiro para o Eduardo Cunha assim como para o Anastasia", ressaltou o advogado de Youssef.

O doleiro já terminou de prestar seus depoimentos ao MPF no âmbito da delação e a expectativa é de que Procuradoria-Geral da República entre com novos pedidos de investigação no Supremo com base nas informações do doleiro.

Repasses

Tabela apreendida pela Polícia Federal em um escritório de Youssef, um dos chefes do esquema investigado pela Lava Jato, indica que Careca fez ao menos 31 entregas de dinheiro vivo entre 2011 e 2012. O valor distribuído chegou a R$ 16,9 milhões. Careca é apontado pelos investigadores como um dos "carregadores de malas" do doleiro.

O agente da PF - já denunciado por organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro - também declarou que fez entregas no endereço do condomínio onde Cunha tem casa, mas não disse que o repasse foi feito diretamente ao parlamentar. O policial federal chegou a ser preso em novembro, mas foi solto alguns dias depois por ordem da Justiça Federal.

"Sentimos que há interesse em desconstruir as colaborações no processo, em desacreditar. Não podemos deixar que haja esse tipo de ventilação sob pena de prejudicar as colaborações. Não podemos permitir que interesses políticos ou de terceiro minem a credibilidade do meu cliente. Ele não conhece o Eduardo Cunha, nunca teve pedido do Eduardo cunha, não sabe nada a respeito de entregar dinheiro para o Eduardo Cunha assim como para o Anastasia", ressaltou o advogado de Youssef.

Logo após ser preso em março de 2014, pela Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef pegou o telefone e mandou uma mensagem. Do outro lado da linha, quem recebeu o comunicado da prisão foi Taiana de Sousa Camargo, de 30 anos.

De salto alto e coberta por notas de dólares, a ex-amante do doleiro estampa a capa da revista Playboy de janeiro posando em quartos de hotel e jatinhos particulares. À publicação, ela contou que foi "a primeira pessoa para quem ele mandou uma mensagem quando foi preso". "Ele nunca mais me ligou depois daquela mensagem. Acho que ele primeiro pensou em se preservar. Fiquei magoada", disse Taiana.

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O romance começou em 2009 após Taiana se mudar para São Paulo, para trabalhar com vendas. Ela conta que foi apresentada a Youssef por uma amiga em comum e que o contato entre os dois se tornou frequente até se transformar em um tórrido caso de amor.

De acordo com a Polícia Federal, que quebrou o sigilo telefônico do doleiro, entre 2010 e 2013 eles se falaram ao telefone por 10.222 vezes. Ela conta que, durante o relacionamento, tomou conhecimento sobre casos de corrupção envolvendo o doleiro.

"Cheguei a confrontá-lo. Mas ele disse que essas acusações eram isso, passado, e que eu estava sendo preconceituosa. Acabou me dobrando", explica.

Tabela apreendida pela Polícia Federal em um escritório do doleiro Alberto Youssef, um dos chefes do esquema investigado na Operação Lava Jato, indica que o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, fez ao menos 31 entregas de dinheiro vivo entre 2011 e 2012. O valor distribuído chegou a R$ 16,9 milhões.

Careca é apontado pelos investigadores como um dos "carregadores de malas" do doleiro. Conforme a tabela, no período que vai de junho de 2011 a dezembro de 2012, o policial federal transportou R$ 13.042.800 pelo País, fora valores em moeda estrangeira: US$ 991.300 (R$ 2.667.885) e 375 mil euros (R$ 1.190.587).

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As viagens continuaram em 2013, conforme revelaram interceptações de mensagens e ligações telefônicas.

Em depoimento à Polícia Federal, Jayme Careca disse ter entregue R$ 1 milhão para o senador eleito Antonio Anastasia (PSDB-MG).

Anastasia nega ter recebido o dinheiro do doleiro Youssef. O tucano desafia o policial federal para uma acareação.

A revista Playboy divulgou a capa da primeira edição de 2015. Nela, a ex-amante do doleiro Alberto Youssef, Taiana Camargo, aparece sem calcinha, se cobrindo apenas com notas de dólar.

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Taiana foi pivô de um escândalo que resultou na Operação Lava-Jato e em uma série de prisões de empresários e funcionários do governo. A cearense de 30 anos foi clicada pela fotógrafa Autumm Sonnichsen.

O doleiro Alberto Youssef, internado no Hospital Santa Cruz, em Curitiba, apresenta bom estado geral e aguarda resultados de exames, segundo boletim médico divulgado no final da manhã. Ele apresentou febre e dores abdominais e o atendimento médico na superintendência da Polícia Federal do Paraná, onde está preso, não conseguiu reverter a situação, conforme disse ao Broadcast ontem o advogado do doleiro, o criminalista Figueiredo Basto.

De acordo com boletim assinado pelo médico cardiologista Rubens Zenobio Darwich, o paciente Alberto Youssef está "consciente, aguardando resultados de exames complementares, mantendo dados vitais normais".

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O doleiro Alberto Youssef está sendo levado para internação no Hospital Santa Cruz, em Curitiba. Ele sofreu um desmaio em função do seu problema coronário e o atendimento médico na superintendência da Polícia Federal do Paraná, onde o doleiro está preso, não conseguiu reverter a situação. A informação foi confirmada ao Broadcast. Serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, pelo advogado dele, o criminalista Figueiredo Basto. "Evidentemente o risco de morte não deixa de existir. Ele tem coronariopatia grave", disse.

Delator do esquema de corrupção na Petrobras, o doleiro tem problemas de coração e, em razão disso, tem sido internado com frequência desde que foi preso em março pela Operação Lava Jato, acusado de ter lavado dinheiro desviado da petroleira.

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Esta é a quarta vez que Youssef é internado. Em outubro, na véspera da eleição presidencial, a pressão dele teria baixado, segundo investigadores, a 6 por 3. Na ocasião, o doleiro foi internado pela terceira vez e boatos se espalharam na internet de que ele havia morrido por envenenamento. Nessa ocasião anterior, nota assinada pela Polícia Federal, e não pelo hospital, informou que ele teve "uma forte queda de pressão arterial causada por uso de medicação no tratamento de doença cardíaca crônica".

Youssef é um dos principais delatores do esquema de corrupção na Petrobras. Ele contou que os contratos de empreiteiras eram superfaturados para abastecer os partidos aliados: PP, PT e PMDB. A primeira fase da delação já foi concluída, mas ainda não foi homologada pelo juiz.

O sócio e diretor da Sanko-Sider Produtos Siderúrgicos, Márcio Bonilho, deu explicações nesta quinta-feira (27) aos parlamentares que compõem a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Petrobras sobre seu relacionamento com o doleiro Alberto Youssef, acusado de operar um esquema bilionário de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos. Durante a oitiva, o executivo informou que conheceu Youssef há quatro anos e pagou quase R$ 38 milhões em comissões pela intermediação de negócios da Sanko com outras empresas, inclusive empreiteiras. Ele negou irregularidades nos pagamentos e disse que as comissões variavam de 3% a 15%.

"Pretendia expandir os negócios e me interessei pelos serviços (de Youssef). Ele era conhecido por ter um tráfego bom junto às construtoras", justificou. Ele também admitiu ter conhecido o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, dois anos após o executivo ter deixado a diretoria de Abastecimento da petrolífera.

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"Tive um único contrato com a Costa Global Consultoria, que durou quatro meses. Eu estabeleci um contrato de representação com ele, para que apresentasse empresas do exterior e ampliasse o leque de oferta de produtos no Brasil (...) Durou apenas quatro meses. Ele prospectaria empresas. Mas passaram os quatro meses e não teve negócio nenhum", disse. 

Com exceção do deputado Afonso Florence (PT-BA) e do senador Gim (PTB-DF), só participaram da audiência oposicionistas. O deputado Izalci (PSDB-DF) disse que vai apresentar requerimento pedindo uma acareação entre Bonilho e Alberto Youssef.

A próxima reunião da CPI Mista está marcada para a próxima terça-feira (2 de dezembro), para acareação entre os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró. Antes, poderão ser analisados requerimentos.

*Com informações da Agência Senado

Foragido da Operação Lava Jato, Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro das Cidades, Mário Negromonte, se entregou a Polícia Federal, nesta segunda-feira (24). Adarico chegou a carceragem da PF em Curitiba por voltas das 10h, acompanhado pelos advogados de defesa e não concedeu entrevistas.

O irmão de Mário Negromonte, é suspeito de prestar serviços para o doleiro Alberto Youssef no esquema criminoso de superfaturamento de contratos da Petrobras. Na última sexta-feira (21), a defesa de Negromonte Filho tentou revogar o pedido de prisão temporária, por entender que a concessão de liberdade não impediria a conclusão das investigações, no entanto não obteve sucesso. 

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Com o fracasso da investida, os advogados informaram à Justiça Federal que Adarico se entregaria a polícia nesta segunda. Além de Negromonte Filho, outras 24 pessoas são investigadas – a maioria ligada as maiores empreiteiras do país – na sétima fase da Operação Lava Jato. Deflagrada em março pela Polícia Federal, a operação investiga um esquema criminoso que pode ter provocado um rombo de R$ 100 bilhões aos cofres públicos, envolvendo principalmente a Petrobras. 

O empresário Fernando Soares, conhecido como "Fernando Baiano", deve prestar depoimento nesta sexta-feira (21) na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, onde está preso. Ele se entregou à PF na terça-feira (18) depois de ser considerado foragido.

Em depoimento de delação premiada, o doleiro Alberto Youssef disse que o investigado arrecadava propina para o PMDB,  por meio de contratos com a Petrobras. O advogado dele, Márcio Oliveira Filho, confirmou que o empresário tinha negócios lícitos com a Petrobras, mas negou que ele tenha qualquer ligação do partido. Em nota, a legenda repudiou a acusação.

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Em relatório enviado quarta-feira (19) pelo Banco Central ao juiz federal Sérgio Moro, a instituição informou que foram bloqueados R$ 8,5 mil na conta do empresário no Citibank, e R$ 304 em outra conta, no Santander. Em entrevista na quarta-feira, o advogado Mário Oliveira Filho , disse que Fernando Soares faz  "prospecção de negócios". O representante do empresário disse ainda que não há obra sem propina no país.

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