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A juíza Acácia Regina Soares de Sá, da 7.ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal, determinou na última quinta-feira (23) o bloqueio de mais de R$ 37 milhões em bens do ex-governador Agnelo Santos Queiroz Filho (PT/R$ 12,2 mi) e do ex-vice-governador Nelson Tadeu Filippelli (R$ 24,7 mi). A medida foi decretada no âmbito de uma ação de improbidade administrativa sobre supostas propinas e superfaturamento no contrato de reforma e construção do Estádio Nacional de Brasília, o Mané Garrincha.

Agnelo também teve outros valores bloqueados, solidariamente: R$ 7 milhões, junto com o empresário Jorge Luiz Salomão e R$ 7,4 milhões junto com o advogado Luiz Carlos Barreto de Oliveira Alcoforado. A medida atingiu ainda a empresa Via Engenharia e seu proprietário, o empresário Fernando Márcio Queiroz, que tiveram R$ 19,3 milhões congelados.

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Na ação de improbidade administrativa, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios acusa o ex-governador, o ex-vice, os empresários e o advogado de terem causado prejuízo aos cofres públicos, além de enriquecimento ilícito.

Segundo o Ministério Público, Agnelo e Filippelli "solicitaram e receberam propinas do superfaturamento das obras do Estádio Nacional, violando os princípios e deveres de impessoalidade, lealdade e moralidade administrativa".

O caso chegou à Promotoria em janeiro de 2016, quando a empreiteira Andrade Gutierrez e alguns de seus executivos fecharam acordos de leniência e de delação premiada, relatando ilícitos no empreendimento.

Nos depoimentos foi relatado que a empresa ajustou com a Construtora Norberto Odebrecht e a OAS sua escolha para execução das obras do Estádio. Segundo os delatores, ficou acertado com o então governador do DF "a divisão do objeto contratado com a empresa Via Engenharia S/A".

Após analisar o caso, a juíza Acácia Regina Soares de Sá, da 7.ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal, decidiu atender, parcialmente a liminar requerida pelo Ministério Público para que fosse determinada a indisponibilidade dos bens dos réus com o objetivo de garantir o ressarcimento dos prejuízos causados.

A magistrada afirmou que há "fortes indícios" de prejuízo ao erário. Ela pontuou que as provas juntadas aos autos indicam superfaturamento que passa de R$ 40 milhões, somente com relação às instalações elétricas do estádio.

Acácia destacou trecho de um depoimento no qual um executivo da Andrade Gutierrez diz que quando iniciou sua atuação junto à obra do estádio, foi informado da existência de pagamentos de propina em face do empreendimento, segundo ele, 4% provavelmente sobre o valor líquido da obra.

Defesas

O advogado Daniel Gerber, que representa o ex-governador Agnelo Queiroz, informou em nota que "a defesa recebe a notícia com serenidade e todas as providências cabíveis têm sido tomadas, no entanto, o processo será discutido apenas e exclusivamente dentro dos autos".

A reportagem busca contato com a defesa do ex-vice-governador do Distrito Federal. O espaço está aberto para manifestações de todos os citados.

O ex-governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT) virou réu por crimes contra as finanças públicas. De 1.º de maio a 31 de dezembro de 2014, segundo denúncia do Ministério Público, ele autorizou despesas que não poderiam ser pagas no mesmo exercício financeiro, manobra conhecida por "pedalada fiscal". O termo significa manobra financeira usada com o objetivo de disfarçar e melhorar a real situação de orçamentos governamentais. A denúncia foi aceita pela Justiça do DF na sexta-feira, 7.

Os ex-secretários Paulo Antenor Oliveira (Planejamento), Adonias Reis Santiago (Fazenda) e Swedenberger do Nascimento Barbosa (Casa Civil) também se tornaram réus.

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Agnelo Queiroz deixou o governo do DF em dezembro de 2014, após não se reeleger. Esta é a primeira ação de pedalada fiscal contra um ex-governador na história do Distrito Federal.

Os mesmos atos também motivaram o ajuizamento de ação de improbidade administrativa contra os quatro denunciados na ação penal.

A denúncia foi apresentada pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social (Prodep).

Na esfera cível, o Ministério Público do DF sustenta que houve violação da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Segundo a legislação, é vedado ao titular de Poder ou órgão contrair obrigação de despesa nos dois últimos quadrimestres do seu mandato, que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa.

No fim de 2013, a disponibilidade financeira nas fontes de recursos não vinculados indicava um déficit de R$ 346,2 milhões nas contas do governo do DF. O resultado primário do exercício atingiu R$ 1,2 bilhão negativo.

"Tais fatos, por si só, já exigiriam do então governador e das secretarias uma rigorosa ação de planejamento, monitoramento e controle prévio e concomitante da execução orçamentária e financeira dos recursos do DF no exercício de 2014, de forma a compatibilizar as obrigações assumidas aos recursos efetivamente disponíveis e a evitar a repetição dos resultados negativos registrados. No entanto, o que se constatou foi que a situação, já ruim, restou agravada", afirmam os promotores.

De acordo com o Ministério Público do DF, foram editados vários decretos com regras para o controle da execução orçamentária e financeira dos órgãos e entidades locais a partir de outubro de 2014.

A legislação estabelece procedimentos, prazos e regras voltadas à vedação para emissão de notas de empenho; restrições para abertura de créditos orçamentários; contingenciamento de saldos de disponibilidades orçamentárias e financeiras; limitações para empenhos de despesas com pessoal; autorização para remanejamento de saldos de disponibilidades financeiras entre fontes de recursos, inclusive de contrapartida de recursos vinculados; cancelamentos de saldos de empenho e restrições para inscrições de saldos de empenho em restos a pagar.

Para o Ministério Público, "as tentativas tardias de conferir equilíbrio às contas públicas do DF nos últimos meses do exercício de 2014, especialmente por meio dos inúmeros normativos publicados, não surtiram todos os efeitos desejados".

O final do mandato do ex-governador petista foi marcado por "expressivo volume de despesas que deixaram de ser inscritas em restos a pagar".

"Esses atos camuflaram a real situação financeira do Distrito Federal, deixando de inscrever despesas que restaram fraudulentamente canceladas ou suspensas nos restos a pagar", diz os promotores.

Um relatório do Tribunal de Contas do Distrito Federal, de 27 de julho de 2015, identificou o montante de R$ 21,2 bilhões, correspondente ao total de despesas empenhadas no exercício de 2014, que não foram inscritas em restos a pagar.

Na ação de improbidade, o Ministério Público pede a perda da função pública, a suspensão dos direitos políticos por cinco anos de cada um dos denunciados, pagamento de multa, no mínimo, de 50 vezes ao valor da remuneração percebida e, ainda, a proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios fiscais e creditícios por três anos, além do pagamento das custas judiciais.

Defesa

À reportagem, o advogado Daniel Gerber, que atua na defesa do ex-governador, disse que seu cliente sofre uma perseguição política intempestiva. "Ele sempre estará disposto a demonstrar à Justiça a regularidade de seus atos durante sua gestão à frente do governo do DF", disse Gerber.

A Polícia Federal prendeu, na manhã desta terça-feira (23), os ex-governadores do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PR). Também foi apreendido o ex-vice governador Tadeu Filippelli (PMDB), que atualmente é assessor especial do presidente Michel Temer. Eles são suspeitos de integrar uma organização criminosa que desviou recursos das obras de reforma do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília.

Arruda já está na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Já Agnelo está preso em casa e será encaminhado ao mesmo local.

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A arena inicialmente custaria cerca de R$ 600 milhões, mas o custo final chegou a R$ 1,575 bilhão. Segundo os investigadores, a fraude envolveria os R$ 900 milhões a mais da obra. De acordo com a PF, a obra do estádio contou com o financiamento da Terracap, estatal distrital que não tem esse tipo de operação financeira prevista no rol de suas atividades. Os demais estádios da Copa do Mundo receberam recursos do BNDES.

Dentro da Operação Panatenaico, a PF também cumpre mandados contra agentes públicos e ex-agentes públicos, construtoras e operadores das propinas ao longo de três gestões do Governo do Distrito Federal. Ao todo, 80 policiais estão envolvidos ação, divididos em 16 equipes, cumprindo 15 mandados de busca de apreensão, 10 de prisão temporária, além de três conduções coercitivas.

A ação é fruto da delação premiada de executivos da construtora Andrade Gutierrez, que ganhou a licitação para as obras do Estádio de Brasília junto com a Via Engenharia. A PF acredita que  agentes públicos, com a intermediação de operadores de propinas, tenham realizado conluios e, assim, simulado procedimentos previstos em edital de licitação.

A PF cumpre mandados de prisão  contra os ex-presidentes da Novacap Maruska Lima e Nilson Martorelli, o ex-secretário Extraordinário da Copa do Mundo Cláudio Monteiro, os empresários Jorge Luiz Salomão e Sérgio Lúcio Silva Andrade, e o dono da construtora Via Engenharia, Fernando Márcio Queiroz.

Os advogados Wellington Medeiros e de Luís Carlos Alcoforado foram conduzidos coercitivamente para prestar depoimentos. Os agentes fizeram busca e apreensão de documentos no escritório deles, assim como nas  residências de todos os investigados com mandados de prisão. O Ministério Público Federal pediu ainda que fosse decretada a indisponibilidade dos bens dos investigados.

Panatenaico

A operação foi batizada como referência ao Stadium Panatenaico, sede dos jogos panatenaicos, competições realizadas na Grécia Antiga que foram anteriores aos Jogos Olímpicos. A história desta arena utilizada para a prática de esportes pelos helênicos, tida como uma das mais antigas do mundo, remonta à época clássica, quando estádio ainda tinha assentos de madeira.

A construção foi toda remodelada em mármore, por Arconte Licurgo, no ano 329 a.C., e foi ampliado e renovado por Herodes Ático, no ano 140 d.C., com uma capacidade de 50 mil assentos. Os restos da antiga estrutura foram escavados e restaurados, com fundos proporcionados para o renascimento dos Jogos Olímpicos de 1896.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu manter inelegível o ex-governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT) por abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação. Agnelo foi condenado por "desvirtuar propaganda institucional paga com recursos públicos, em 2014, quando ainda era governador, com o objetivo de autopromoção, em período vedado antes das eleições".

As informações foram publicadas pela Assessoria de Comunicação Estratégica da Procuradoria-Geral da República. Por unanimidade, na sessão realizada na terça-feira (7), os ministros seguiram o entendimento da Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) para manter a inelegibilidade de Queiroz e afastar a sanção aplicada ao então vice-governador, Tadeu Filippelli, "visto que ele foi apenas beneficiário da propaganda irregular, não tendo participação direta".

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Agnelo Queiroz e seu vice haviam sido condenados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do DF, decisão agora confirmada pelo TSE. Em parecer encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral no recurso apresentado pelo ex-governador e Filippelli, o vice-procurador-geral Eleitoral, Nicolao Dino, argumenta que "o material publicitário indica, com clareza, a promoção pessoal do governador, candidato à reeleição no pleito de 2014".

Segundo Dino, as propagandas veiculadas pelo governo do DF, com verbas públicas, "destacam a superioridade da gestão em detrimento das anteriores, bem como os supostos benefícios auferidos caso houvesse continuidade do grupo político à frente da administração". O material publicitário, de acordo com Nicolao Dino, "não possuía caráter informativo ou de orientação oficial".

"O Ministério Público reconheceu a ocorrência de abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação social, notadamente em face da exacerbação da publicidade institucional no ano das eleições", reforçou o vice-procurador-geral Eleitoral durante a sessão.

Ele apontou, ainda, que "o orçamento de quase todos os órgãos distritais foram reduzidos em 2014, com exceção da secretaria encarregada da publicidade institucional, o que realça a ocorrência de abuso de poder e o descumprimento do artigo 73 da Lei 9.504/97" - que enumera as condutas vedadas no período eleitoral.

Para Dino, o então candidato "utilizou a máquina administrativa em benefício da própria campanha, comprometendo a lisura do pleito". Em relação ao vice-governador à época, Tadeu Filippelli, o vice-procurador defendeu que o acórdão do TRE/DF fosse parcialmente reformado, "de maneira a afastar apenas a punição aplicada". Isso porque, segundo Dino, a sanção de inelegibilidade, de acordo com a jurisprudência do TSE, só pode ser aplicada quando verificada a responsabilidade pessoal do acusado no fato irregular, "o que não ocorreu no caso em questão".

No entendimento da procuradoria, seguido pela Corte Eleitoral, Filippelli "apenas se beneficiou das propagandas irregulares, não havendo sido caracterizada sua responsabilidade direta por elas, não sendo, então, o caso de decretação de inelegibilidade".

Por unanimidade, os ministros seguiram o voto do relator do Recurso Ordinário 138069/2014, ministro Henrique Neves.

Em relação ao governador, o ministro decidiu, ainda, afastar a multa de R$ 30 mil aplicada pelo TRE/DF, por entender que não havia provas de uso de dinheiro público e da veiculação de vídeo sobre o Programa de Alimentação Escolar, exaltando a gestão. Nesse ponto, a decisão foi contrária ao entendimento da Procuradoria-Geral Eleitoral, que era favorável à manutenção da multa.

A reportagem não localizou Agnelo Queiroz até o fechamento desta matéria. O espaço está aberto para a manifestação do ex-governador.

A Justiça determinou a indisponibilidade de R$ 28 milhões em bens do ex-governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT-DF) e do ex-administrador de Taguatinga Anaximenes Vale dos Santos. O pedido de bloqueio de bens é do Ministério Público do Distrito Federal, que abriu ação de improbidade administrativa para investigar irregularidades na inauguração do Centro Administrativo do Distrito Federal (Centrad), em Taguatinga, no fim do ano passado. A indisponibilidade dos bens, que foi negada em primeira instância, serve para garantir que os réus, caso sejam condenados, devolvam o dinheiro para ressarcir os prejuízos causados ao poder público.

A desembargadora Simone Lucena afirmou em sua decisão que vê indícios de irregularidade em autorização concedida por Souza para que o Centrad começasse a funcionar sem a emissão de um Relatório de Impacto de Trânsito, exigência do Departamento de Trânsito (Detran), sob pena de aplicação de multa de R$ 500 mil. De acordo com o Ministério Público, Queiroz exonerou o então administrador de Taguatinga-DF e nomeou Souza para o cargo no dia 30 de dezembro de 2014, a dois dias do fim do mandato do petista. O novo administrador concedeu na sequência a certidão que autorizava o funcionamento do prédio. Segundo o MP, o documento foi lido em curto período de tempo após analisar procedimento de 4.700 páginas.

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Os promotores de Justiça autores da ação de improbidade afirmam ter alertado o então governador do DF sobre a impossibilidade de emissão do certificado de habite-se - documento que permite que um imóvel novo seja ocupado - sem o relatório de trânsito. Os promotores alegam que havia necessidade de cumprir as exigências do Detran antes da inauguração.

O ex-governador do DF já teve bens bloqueados na semana passada por decisão do juiz Álvaro Ciarlini, da 2ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal. Foram bloqueados R$ 37 milhões em bens de Queiroz e de outras quatro pessoas por ações de improbidade administrativa movidas pelo Ministério Público do DF relacionadas à realização de eventos esportivos em Brasília.

O juiz Álvaro Ciarlini, da 2ª Vara da Fazenda Pública do Distrito Federal, determinou o bloqueio imediato de R$ 37 milhões em bens do ex-governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT-DF) e de mais quatro pessoas. A decisão, concedida nessa quinta-feira, 19, é decorrente de duas ações de improbidade administrativa movidas pelo Ministério Público do Distrito Federal.

A decisão do juiz é liminar e, portanto, ainda cabem recursos. O pedido de bloqueio de bens como móveis, imóveis e embarcações foi feito pelo Ministério Público a fim de evitar que os réus se desfaçam de bens durante o andamento da investigação, o que poderia prejudicar um eventual ressarcimento aos cofres públicos, caso venham a ser condenados.

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Além de Agnelo, tiveram os bens bloqueados a ex-presidente da Terracap, Maruska Lima de Souza Holanda, o ex-secretário de Publicidade Institucional, Carlos André Duda, o ex-chefe da Assessoria de Comunicação da Terracap, Sandoval de Jesus Santos e o ex-diretor financeiro da Terracap, Jorge Antônio Ferreira Braga. O bloqueio incide sobre a pessoa física e sob as empresas das quais os réus sejam sócios.

O MP apura a prática de improbidade na realização de eventos esportivos em Brasília, entre eles a etapa brasileira do campeonato mundial de Fórmula Indy, que envolveu a reforma do autódromo Nelson Piquet e a contratação de serviços. Segundo o órgão, o ex-governador firmou contratos desrespeitando a Lei de Licitações. Agnelo teria se comprometido a pagar US$ 15,9 milhões à Rádio e TV Bandeirantes para divulgação e transmissão do evento, que acabou sendo cancelado no início do ano por falta de recursos.

Além disso, é questionada a reforma do autódromo Nelson Piquet. Um parecer do Tribunal de Contas do DF aponta sobrepreço de cerca de R$ 30 milhões nas obras. "Em que pese o ocorrido, o intento do então governador em prosseguir com o evento não foi abalado, mesmo diante da declaração da Corte de Contas a apontar o caráter antieconômico da realização desse evento", cita o documento.

Ao conceder a liminar que bloqueia os bens do ex-governador, o juiz destacou "os elementos de prova e os indícios trazidos a exame nos autos são suficientemente consistentes". Ciarlini disse ainda que "a situação jurídica em análise mostra-se estarrecedora neste primeiro olhar".

Em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto divulgada ontem pelo Ibope e pelo Datafolha, o governador Agnelo Queiroz (PT) disse estar confiante de que irá para o segundo turno nas eleições para o governo do Distrito Federal. "Temos confiança absoluta e uma expectativa muito boa. O trabalho foi feito e a campanha foi importante para mostrar nossas realizações. Está na hora de colher esses frutos", afirmou após votar em uma escola na Asa Sul, em Brasília.

Agnelo chegou para a votação acompanhado da mãe, Alaíde Queiroz, e do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Vestido com camisa vermelha, cor de seu partido, Agnelo cumprimentou e abraçou eleitores. Antes da votação, o governador assistiu a uma missa na igreja Santíssimo Sacramento. Mais tarde, ele deve acompanhar a apuração dos votos em sua residência oficial, em Águas Claras.

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Indagado sobre seu alto índice de rejeição, Agnelo questionou o resultado das pesquisas eleitorais. "O que existe de manipulação de pesquisas é um escândalo". O governador disse ainda que foi alvo de perseguição desde o primeiro dia em que assumiu o mandato. "Mas confio nas minhas realizações e no discernimento do povo", disse. "Governo realizador como o meu nunca teve", acrescentou." Agnelo ainda enfatizou que, no segundo turno, a disputa será entre um governo que tem o que mostrar e um candidato que nunca governou o DF, o que, segundo ele, "trata-se de uma aventura".

O ministro Gilberto Carvalho disse ter acompanhado a votação de Agnelo a pedido da presidente Dilma Rousseff. "O enfrentamento do cartel de ônibus criminoso é uma coisa inédita e que demanda coragem", disse, destacando a atuação de Agnelo nessa questão. Carvalho defendeu que haja sintonia entre governo federal e o governo do DF. "Vou lamentar muito se este ciclo de realizações se interromper".

Sobre as eleições presidenciais, Carvalho afirmou que as pesquisas divulgadas ontem apontam que Aécio será o adversário de Dilma no segundo turno. "Mas ainda não podemos afirmar se será Aécio ou Marina no segundo turno", disse. Na avaliação dele, a presença de Marina nas eleições ajudou a politizar a campanha.

A cidade de Brasília foi confirmada neste sábado (9) como sede da Universíada de 2019. A capital do Brasil acabou sendo a candidata única do processo eleitoral, realizado em Bruxelas, na Bélgica, após as desistências de Baku, no Azerbaijão, e Budapeste, na Hungria. Assim, Brasília foi escolhida pela Federação Internacional de Desportos Universitários para sediar uma edição da Olimpíada Universitária daqui a seis anos.

"A Universíada é importante para esse momento que Brasília está vivendo e, sobretudo, para o crescimento do desenvolvimento humano", disse Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal. "Foi a vitória de um povo determinado, de Brasília e do Brasil", completou.

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Com a escolha, o Brasil voltará a receber uma edição da Universíada, evento que foi realizado em 1963 na cidade de Porto Alegre. Anteriormente, Brasília se candidatou a sediar a Olimpíada Universitária em 2017, mas acabou sendo derrotada por Taipé, em Taiwan, no processo eleitoral.

A proposta brasileira foi de que a Universíada de 2019, além das 17 modalidades obrigatórias, também tenha disputas de futebol de areia, futsal, triatlo, vela e vôlei de praia.

A competição é realizada a cada dois anos e deverá reunir cerca de 12 mil atletas, com idades entre 17 e 28 anos, de 166 países. A próxima edição da Universíada, em 2015, será disputada na cidade de Gwangju, na Coreia do Sul. Dois anos depois, será a vez de Taipei organizar o evento que precederá a Universíada de 2019 em Brasília.

Em mais um ato em que se distancia do PT aos poucos, o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, decidiu nesta segunda-feira (10) se afastar do governo do Distrito Federal. O partido devolveu ao governador petista Agnelo Queiroz as secretarias da Agricultura e Turismo e a administração do Lago Norte. "O governador se distanciou de seus compromissos políticos e administrativos, mostrou-se ineficiente e transformou a saúde e a segurança num caos", afirmou o senador Rodrigo Rollemberg, secretário-geral do PSB de Brasília.

Rollemberg disse que conversou com Eduardo Campos sobre a decisão tomada em Brasília. "Nunca deixo de conversar com ele sobre o que acontece em Brasília. Informei que era uma questão muito localizada", disse ainda. Segundo Rollemberg, a decisão de abandonar a aliança com o governador Agnelo Queiroz tinha sido tomada logo depois da eleição municipal de outubro. Mas, para evitar especulações, visto que PT e PSB tinham rompido coligações em cidades importantes, como Recife e Fortaleza, a saída do partido do governo do Distrito Federal foi adiada.

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Nos bastidores, porém, o que se sabe é que Rollemberg e Eduardo Campos concluíram que o PSB ficaria inviabilizado eleitoralmente em 2014 no Distrito Federal caso mantivesse a aliança com o PT. Uma forma de tornar o partido competitivo para disputar o governo em 2014, mesmo que contra o PT, seria romper a aliança. A desaprovação ao governo de Agnelo Queiroz tem sido muito grande entre a população.

Ao anunciar que o PSB estava saindo do governo, Rollemberg disse que o partido passou por vários constrangimentos ao longo da administração de Agnelo, que acabou por ser envolvido nas denúncias a respeito do contraventor Carlinhos Cachoeira. "Entendemos que poderíamos construir uma mudança nos rumos do governo, fazendo-o voltar a se comprometer com os compromissos de campanha. Mas isso não ocorreu", disse Rollemberg.

"Os problemas de saúde e de segurança se agravaram enormemente nos últimos dois anos, gerando uma insatisfação enorme no conjunto da população e uma insatisfação em todos os partidos políticos que se comprometeram com essa eleição (de Agnelo)", continuou o senador. Ele afirmou ainda que a insatisfação com o governador hoje é registrada no PDT - o que foi confirmado pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF) - e até no PT.

Rollemberg disse ainda que o PSB viu seus quadros serem marginalizados no governo de Brasília. "O que se percebe no governo é a concentração do poder nas mãos de poucas pessoas, a falta de diálogo com os movimentos sociais e com a sociedade civil, a ausência de transparência e a incapacidade administrativa para solucionar problemas graves".

Nem o tempo seco atrapalhou o Desfile da Independência, nesta sexta-feira (7), em Brasília. Na Esplanada dos Ministérios, o público chegou cedo para conferir todo o evento. Estudantes de escolas públicas e privadas, bandas marciais e militares marcharam durante quase duas horas e arrancaram aplausos do público. Enquanto adultos registravam o evento com fotos e vídeos, várias crianças marchavam junto com os representantes das Forças Armadas.

A presidente Dilma Rousseff acompanhou todo o desfile, junto com a filha Paula Araújo e o neto Gabriel. Ministros, políticos, comandantes militares e representantes do Judiciário também marcaram presença. No momento em que recebia a presidente, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, foi vaiado pela população. Como no ano passado, o vice-presidente Michel Temer não participou do desfile. Ele embarcou para Londres, onde deverá participar do encerramento das Paralimpíadas.

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Primeira judoca brasileira a conquistar uma medalha de ouro em Olimpíadas, a piauiense Sarah Menezes participou do desfilem conduzindo a tocha do fogo simbólico.

Além das atrações em terra, o público também voltou as atenções para o céu. A Esquadrilha da Fumaça executou uma série de manobras, encerrando o desfile. Cerca de 50 mil pessoas acompanharam a programação. Em Brasília, além do desfile cívico-militar, o público poderá conferir o Festival de Teatro de Rua e Cultura Popular e apresentações circenses. À noite, as cantoras Roberta de Sá e Marisa (cantora de fado de Portugal) serão as atrações do Concerto da Independência.

Também estão previstas manifestações populares, como a Marcha Nacional contra a Corrupção e o Grito dos Excluídos.

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O extrato bancário do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, encaminhado à CPI do Cachoeira mostra que o petista pagou R$ 7,5 mil para o policial militar João Dias Ferreira no primeiro semestre de 2008. O soldado foi o delator do esquema envolvendo irregularidades no repasse de verbas do Ministério do Esporte para organizações não governamentais ligadas ao PcdoB. Agnelo comandou a Pasta entre 2003 e 2006.

Os dados foram remetidos à CPI pelo Banco de Brasília (BRB), após o depoimento do governador na comissão que investiga as relações políticas do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Agnelo autorizou a quebra de seu sigilo bancário, fiscal e telefônico.

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Segundo o BRB, Agnelo fez três transferências de R$ 2,5 mil cada para o soldado. A primeira em 01 de fevereiro de 2008, a segunda em 4 de março do mesmo ano e a última em 31 de março. Os dados mostram também o depósito de R$ 5 mil feito pelo lobista Daniel Almeida Tavares, ligado ao laboratório União Química, na conta de Agnelo. Os parlamentares tiveram acesso ainda aos dados das contas do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

Em nota, o governador do DF informou que as operações financeiras com João Dias Ferreira dizem respeito à compra de um veículo usado - Honda Civic, modelo 2006/2007. A transação teria sido feita em fevereiro de 2008, mediante a entrega de 10 cheques nominais pré-datados, mas acabou desfeita pouco mais de dois meses depois, com a devolução do carro e a restituição dos cheques. A assessoria do governador sustenta que a operação é absolutamente legal e que o governador não tentou escondê-la e ofereceu seu sigilo à CPI.

Para tentar se desvincular da Delta antes de depor à CPI do Cachoeira, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), determinou o rompimento do contrato de limpeza que a empresa mantinha com o governo por força de liminar desde 2010. A decisão foi anunciada após a Justiça do Distrito Federal cassar a liminar nesta semana.

A decisão vem mais de um ano depois de o próprio governo constatar fraudes na execução dos contratos pela Delta. Em inspeção realizada em janeiro e fevereiro de 2011, a Secretaria de Transparência do DF constatou superfaturamento nos valores pagos, descumprimento de itens previstos em licitação e prestação de serviços de qualidade inferior à prevista.

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A Delta detinha dois lotes do serviço de limpeza, o que correspondia a cerca de 70% do mercado no DF. Na varrição, os inspetores constataram que a empresa recebia o dobro do que deveria. O pagamento era feito conforme a quilometragem varrida. Em vez de medi-la pelo leito da rua, a contagem era feita pelo meio-fio na ida e na volta. Em outras palavras, uma mesma via era medida duas vezes. Os pagamentos indevidos, somente entre abril e dezembro de 2010, somaram R$ 9,5 milhões.

Os inspetores também encontraram irregularidades em outros serviços, como o recolhimento de entulho. A pesagem era feita apenas na entrada do caminhão no aterro sanitário, e não na saída, tornando impossível atestar quanto material, de fato, havia sido levado ao local. No ano passado, a balança quebrou e a medição foi feita no "olhômetro" por três meses, dando margem a mais fraudes. Documentos que registram o volume de carga recolhida tinham indícios de que haviam sido forjados. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Grampos da Polícia Federal indicam que um integrante do governo Agnelo Queiroz (PT) participou de uma operação para direcionar um contrato milionário, que vai girar até R$ 60 milhões por mês ao grupo do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, apontado como o chefe da máfia dos caça-níqueis em Goiás e no Distrito Federal.

Diálogos interceptados na Operação Monte Carlo evidenciam que Milton Martins de Lima Junior, diretor financeiro e administrativo do DFTrans, órgão que gerencia o transporte público do governo do Distrito Federal, negociou com os contraventores para que a organização obtivesse a concessão para a bilhetagem eletrônica dos ônibus. A PF suspeita de eventual pagamento de propina. O diretor nega.

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As conversas, gravadas em junho de 2011, mostram Carlinhos Cachoeira orientando um de seus principais aliados, Gleyb Ferreira da Cruz, a negociar o contrato com o governo do DF.

O objetivo do contraventor era firmar uma sociedade com a Delta Construções, empresa suspeita de participação no esquema, para explorar o serviço. Dias antes, o governo do DF havia assumido a bilhetagem eletrônica, antes a cargo dos empresários do setor, e buscava um novo parceiro privado para operá-la.

Ao ouvir do parceiro que o negócio pode render, conforme estimativa, o equivalente a R$ 60 milhões por mês, Cachoeira se anima e avisa que acionará outro emissário para negociar com o diretor do DFTrans: "Pois é, porra! Tem que fazer contratar direto a Delta... tem que por o Cláudio amanhã com o Milton, entendeu?"

Em duas situações, o chefe do esquema pergunta a Gleyb quem é Milton, ouvindo que se trata do diretor que foi nomeado para organizar o DFTrans e detalhes de sua vida pregressa, como a atuação na Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap). "Pois é, agora nós temos que pegar o negócio, então, nós temos que fazer o edital, uai", anima-se Cachoeira na conversa gravada. Ao ouvir que o governo do DF tinha urgência no serviço, ele sugere que o contrato seja feito sem licitação, em caráter emergencial.

Em conversa gravada no dia 14 de junho, Gleyb diz ao chefe, por volta das 19h30, que está aguardando Milton para um jantar. "Tem que chamar o cara, porque esse cara tem que tá junto... Fala assim, ó, não, a Delta tem interesse...", comenta Cachoeira. "A gente puxa o negócio lá e a Delta é que faz o serviço", responde Gleyb.

Por volta das 22h45, após o horário do encontro, o contraventor ouve de seu emissário o que seria o resultado da negociação: "O Milton, ele topa, num tem problema, não, agora tem que ver... a porcentagem que eu falei com ele... que eu falei pra gente fazer gestão cinquenta cinquenta e a gente usaria a nossa empresa usando a tecnologia da EB no negócio".

Esquema

No dia seguinte, por volta do meio-dia, Carlinhos Cachoeira pede a Cláudio (que não é identificado) que converse com o diretor da DFTrans e diz que Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta, avaliará se entra no negócio, que poderá ser firmado sem licitação.

"Nós temos que pegar pra tocar e contratar, porque eles estão apaixonados no sistema dos coreanos. A gente contrata o sistema e faz o negócio do DFTrans. Rapaz, é um negócio de sessenta pau por mês, e dá pra aumentar trinta por cento, quer dizer, se a gente pegar um porcentual do aumento na licitação", explica.

O DFTrans ainda não definiu qual será a nova parceira para a bilhetagem. Segundo a empresa, a contratação ainda deve ser feita, possivelmente no mês que vem e em caráter emergencial, após a licitação para a escolha das novas concessionárias do transporte público, recém-lançada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público Federal (MPF) vai analisar denúncia sobre supostos pagamentos ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), por um grupo farmacêutico investigado por fraudes e falsificação de medicamentos. A Procuradoria da República em Brasília mandou hoje distribuir o caso a um de seus procuradores, que terá 30 dias para decidir se abre inquérito para investigar ato de improbidade administrativa.

A decisão foi motivada por reportagem publicada hoje pelo jornal O Estado de S. Paulo, com detalhes da Operação Panaceia, que investiga a prática de crimes por administradores do laboratório Hipolabor, de Minas. Uma agenda com registros contábeis da diretoria da empresa, apreendida em buscas autorizadas pela Justiça, aponta supostos repasses a Agnelo em 2010, ano em que deixou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para concorrer ao Palácio do Buriti.

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Numa das páginas, de 24 de maio, consta a anotação "Agnelo", ao lado de "50.000". Em outra, de 30 de maio, aparece a informação: "Agnelo: .50". De 2007 a 2010, quando ocupava a diretoria da Anvisa, o petista liberou licenças que permitiram ao Hipolabor registrar medicamentos para comercialização e negociar com o poder público.

Caberá à Procuradoria da República no DF avaliar se há indícios de que houve, no episódio, favorecimento ao laboratório, que recebeu as autorizações mesmo com histórico de interdições, suspensões de remédios reprovados em ensaios de qualidade e processos judiciais por morte de pacientes.

A Anvisa informou hoje que sua procuradoria decidirá, possivelmente amanhã, se abre uma terceira sindicância, desde o ano passado, para apurar se houve irregularidades nas concessões. Hoje, o órgão recebeu pedido do deputado Fernando Francischini (PSDB-PR), autor de outras denúncias contra Agnelo, para que investigue o caso.

Ele também apresentará à Comissão de Fiscalização e Controle requerimento de convite ao presidente da Anvisa, Dirceu Brás Aparecido Barbano, preste explicações à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara sobre suposto esquema de liberação de licenças a indústrias farmacêuticas. "Essa agenda indica que há uma tabela de propina de Agnelo para liberar certificados na Anvisa", acusou o tucano.

O deputado diz que Barbano tem de dar explicações a respeito da sindicância que apurou a liberação de documentos para a empresa Saúde Import, cujo dono vendeu uma casa a Agnelo, que assinou os atos. A investigação o eximiu de responsabilidades, mas culminou em abertura de procedimentos contra outros funcionários. "Quem chancela tudo não tem culpa, mas os subordinados têm de responder? É um ato desesperado para salvar o capo (chefe)", afirmou.

O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), disse hoje que os dados da Operação Panaceia apontando suposto envolvimento de Agnelo em esquema de recebimento de propina comprovam que as agências estão "aparelhadas politicamente". "Algumas foram sucateadas ou utilizadas desonestamente", comentou. No entender dele, as autoridades responsáveis pela operação devem "estabelecer a relação de promiscuidade com a doação feita a Agnelo".

Um vídeo que está sendo examinado pela Procuradoria Geral da República (PGR) mostra Daniel Almeida Tavares, lobista de outra indústria farmacêutica, a União Química, acusando o governador de receber propina de R$ 50 mil, quando diretor da Anvisa, para liberar licenças para a empresa. Em sindicância, a Anvisa inocentou Agnelo no episódio.

O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), disse hoje que os dados da Operação Panaceia apontando suposto envolvimento do ex-diretor do diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e hoje governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), em esquema de recebimento de propina comprovam que as agências estão "aparelhadas politicamente". "Algumas foram sucateadas ou utilizadas desonestamente", acusou.

Reportagem publicada na edição de hoje do jornal O Estado de S. Paulo informa que uma força tarefa desencadeada pela Polícia Civil, Receita Estadual e Ministério Público de Minas Gerais vai pedir à Procuradoria-Geral da República que investigue se Agnelo recebeu dinheiro de um grupo farmacêutico acusado de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, formação de cartel e falsificação de medicamentos.

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A operação apreendeu uma agenda com registro de contabilidade da diretoria do laboratório Hipolabor. Os dados apontam supostos pagamentos ao petista em 2010, ano em que deixou a Anvisa para disputar o governo. No entender do líder tucano, as autoridades responsáveis pela operação devem "estabelecer a relação de promiscuidade com a doação feita a Agnelo".

Uma das páginas da agenda, referente ao dia 24 de maio de 2010, traz a anotação "Agnelo" ao lado de "50.000". No dia 30, há outra anotação, aparentemente abreviada: "Agnelo:50.". "Se há a comprovação do repasse ilegal do dinheiro, trata-se de uma prova contundente de corrupção e impunidade administrativa", disse Dias.

A agenda apreendida na Operação Panaceia, que contou com a colaboração de agentes da própria Anvisa e do Ministério da Justiça, seria a primeira evidência documental já apresentada do suposto esquema de propina na agência. Um vídeo que está sendo examinado pela Procuradoria Geral da República (PGR) mostra Daniel Almeida Tavares, lobista de outra indústria farmacêutica, a União Química, acusando o governador de receber propina, quando diretor da Anvisa, para liberar licenças para a empresa. O denunciante disse que o suborno de R$ 50 mil teria sido pago em 2008.

O depoimento de uma testemunha, narrando em detalhes como teria entregue R$ 256 mil de propina a Agnelo Queiroz, em agosto de 2007, e um bilhete encontrado na casa do policial militar João Dias Ferreira, dono da ONG Febrak (Federação Brasiliense de Kung Fu), manuscrito "300 mil Agnelo", ligam o esquema de desvio de dinheiro do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, ao atual governador do Distrito Federal e ex-ministro do Esporte.

Por conta desses indícios, dos depoimentos e das acusações formalizadas, o inquérito iniciado pela Polícia Civil, na Operação Shaolin, em abril passado, e que envolve Agnelo Queiroz, saiu da Justiça Federal e foi encaminhado na terça-feira da semana passada para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), como noticiou hoje o jornal Folha de S. Paulo. Agnelo Queiroz tem foro privilegiado. No STJ, o processo tramitará sob a relatoria do ministro Cesar Asfor Rocha.

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No inquérito da Operação Shaolin, a testemunha Geraldo Nascimento de Andrade disse ao delegado Giancarlos Zuliani que sacou nos dias 7 e 8 de agosto de 2007 cerca de R$ 330 mil em uma agência do Banco de Brasília (BRB). A testemunha disse que colocou R$ 256 mil numa mochila e participou pessoalmente de uma operação de entrega do dinheiro, na cidade satélite de Sobradinho, a Agnelo Queiroz. Ele disse ainda que Eduardo Pereira Tomaz, assessor do PM João Dias nos projetos do Segundo Tempo que recebiam o dinheiro público, presenciou tudo.

Segundo Nascimento, Eduardo entregou a mochila com o dinheiro a um homem que estava dentro de um carro preto. "O local onde ocorreu a suposta entrega possuía boa iluminação, razão pela qual o declarante pode afirmar com convicção que Agnelo Queiroz foi a pessoa que recebeu a mochila contendo R$ 256 mil", diz o relatório da polícia, assinado pelo delegado Giancarlos Zuliani Jr.

Segundo o depoimento, o ex-ministro teria despejado o dinheiro no chão do carro, conferido e separado R$ 1 mil que foram dados a Eduardo como gorjeta. Em reportagem publicada em maio passado, a revista Época, teve acesso ao inquérito e detalhou as acusações que agora estão no STJ.

O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), disse hoje que o Distrito Federal vai cumprir "todas as exigências da Fifa", inclusive abrir mão do direito de meia-entrada a estudantes durante a Copa do Mundo de 2014, garantido por lei distrital.

"O Brasil tem um compromisso internacional assumido e cabe a cada região se adaptar ao compromisso que o Brasil assumiu, isso não tem bicho de sete cabeças. Estamos tratando de um evento, não de uma modificação definitiva, então acho que as conversas que a nossa presidente está tendo com a Fifa, ela já sinalizou nesse sentido que será resolvido plenamente essa questão", disse Agnelo, após participar de audiência no Palácio do Planalto com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman. "No DF, cumpriremos todas as exigências da Fifa", afirmou.

Questionado se o governo local abria mão inclusive do direito à meia-entrada para estudantes e idosos, o governador respondeu: "É, inclusive. O idoso é lei federal, não temos governabilidade sobre uma lei federal. O estudante, sim. Temos condições de, no período da Copa, fazer o ajuste necessário para poder resolver essa questão e cumprir o acordo que o Brasil fez internacionalmente".

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