Tópicos | afrodescendentes

A Organização das Nações Unidas (ONU) está com inscrições abertas, até 15 de junho, para o Programa Anual de Bolsa para afrodescendentes. A iniciativa disponibiliza bolsas de estudos a pessoas de ascendência africana no curso de Direitos Humanos em Genebra, na Suíça.

O programa faz parte das comemorações pela Década Internacional de Afrodescendentes e a formação tem duração de três semanas. Os interessados em pleitear uma vaga devem atender aos seguintes requisitos: ter ascendência africana, ser fluente em inglês ou francês, ter no mínimo quatro anos de experiência profissional na promoção dos direitos afrodescendentes e integrar organização que trabalha com questões relacionadas a pessoas de ascendência africana ou direitos das minorias.

##RECOMENDA##

As candidaturas devem ser realizadas através do envio do currículo, carta oficial da organização onde trabalha certificando o seu estatuto, formulário de candidatura preenchido, assinado e escaneado; cópia do passaporte e carta de motivação com, no máximo, 500 palavras, para o e-mail ohchr-africandescentfellowship@un.org com o assunto “Application for the 2022 Fellowship Programme for People of African Descent”. Confira o edital aqui.

Nesta quarta-feira (13) comemora-se 58 anos que o primeiro afro-americano, Sidney Poitier (1964 – 2022) ganhou o prêmio de melhor ator no Oscar no filme “Uma Voz na Sombras” (1963). Nos últimos anos, uma  geração de artistas assou a ter seu trabalho mais reconhecido pela Academia de Artes e Ciência Cinematográficas, responsável pela entrega do Oscar – um dos troféus mais importantes do cinema.  

Poitier recebeu o prêmio em 1964, mas, antes disso, em 1940, outra afro-americana havia faturado a estatueta como melhor atriz coadjuvante. Foi Hattie McDaniel (1893 - 1952), que recebeu o prêmio por “E O Vento Levou...”. À época, a atriz sequer pôde se sentar à mesa com seus colegas de elenco ou ser fotografada na companhia deles. 

##RECOMENDA##

Depois de Poitier, a Academia levou 19 anos para laurear outro ator negro novamente. Só em 1983, o feito se repetiu, com a entrega da categoria de melhor ator coadjuvante para Louis Gossett Jr., por “A Força do Destino”.

Nos anos seguintes, outros três atores afrodescendentes venceriam na categoria de melhor ator/atriz: Denzel Washington, por “Tempo de Glória”, em 1990; Whoopi Goldberg, por “Ghost - Do outro lado da vida”, em 1991 e Cuba Gooding Jr. por “Jerry Maguire – A Grande Virada”, em 1997. 

Mas o século XIX parece ter trazido ventos de representatividade para a Academia. Denzel Washington ganhou novamente m 2002, por "Dia de Treinamento". Na mesma edição, aatriz a Halle Berry também teve sua atuação reconhecida pelo filme “A Última Ceia”. Já em Em 2005, a Academia entregou a Jamie Foxx o prêmio de melhor ator por "Ray", que acompanha a trajetória do rei do jazz-blue cego desde nascença, Ray Charles. E de melhor ator coadjuvante para  Morgan Freeman, por “Menina de Ouro”. Já em 2007, Jennifer Hudson levou o de melhor atriz coadjuvante por “Dreamgirls - Em Busca de um Sonho”. 

Em 2010, Monique Angela Hicks foi premiada como melhor atriz coadjuvante por “Preciosa - Uma História de Esperança”, em que interpretou a mãe da protagonista, uma adolescente que busca recomeçar numa escola alternativa após ter sido engravidada pelo pai duas vezes. A mesma categoria foi entregue à Octavia Spencer em 2012 por seu trabalho em ‘Histórias Cruzadas” e Lupita Nyong’o em 2013 por “12 Anos de Escravidão”. 

Em 2017, Mahershala Ali recebeu o prêmio de melhor ator coadjuvante por ‘Moonlight: Sob a Luz do Luar”, e Viola Davis por "Um Limite Entre Nós”. A edição de 2020 não premiou nenhum artista negro nas categorias de atuação, mas em 2021 venceu como ator coadjuvante Daniel Kaluuya por ‘Judas e o Messias Negro” e Will Smith em 2022, por “King Richard: Criando Campeãs”. 

Por Camily Maciel

O ex-BBB Gil do Vigor comemorou, na manhã desta terça-feira (5), ter sido nomeado como um dos 100 afrodescendentes mais influentes do mundo abaixo dos 40 anos. Nas redes sociais, o economista se disse emocionado e agradecido por ter seu nome na lista elaborada pela MIPAD (Most Influential People of African Descent).

“Ter esse tipo de reconhecimento significa muito para mim e pro meu povo. É um passo enorme para nossa representação, pois é o prêmio de maior reconhecimento da ONU ao povo preto”, começou.

##RECOMENDA##

No EUA, fazendo seu PhD em economia, Gil do Vigor figura na lista na categoria TV/Filmes, que conta também com Taís Araújo e Lázaro Ramos. Na categoria música, Margareth Menezes representa o Brasil na lista.

“Eu não tenho nem palavras para expressar como eu me sinto nesse momento. Eu tô muito feliz, muito grato, muito tudo! Meu coração está transbordando! Espero humildemente fazer valer a pena todo esse reconhecimento incrível. Esse prêmio é nosso”, postou Gil do Vigor.

O MIPAD é uma iniciativa para identificar personalidades de ascendência africana com contribuições positivas para o mundo. Os reconhecimentos estão inseridos na agenda da Década Internacional das Nações Unidas para Afrodescendentes, que iniciou em 2015 e seguirá apresentando estas lideranças até 2024.

Confira a publicação de Gil do Vigor na íntegra:

 [@#podcast#@]

Nesta terça-feira (5) a vereadora de São Paulo (SP), Erika Hilton (PSOL), foi um dos nomes a aparecer na lista que reconhece as 100 pessoas negras abaixo dos 40 anos com maior influência ao redor do mundo (100 Most Influential People of African Descent - Global Top 100). A seleção é chamada de Mipad, sigla em inglês para "afrodescendentes mais influentes”, e conta com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU).

Ao lado de personalidades de países vizinhos, a exemplo de Estados Unidos, México, Nigéria e Gana, a parlamentar paulistana é a única a representar o Brasil na categoria “Política e Governança”. Hilton tem apenas 28 anos e foi a primeira mulher transgênero a alcançar uma cadeira na Câmara Municipal de São Paulo, sendo, inclusive, a sexta vereadora mais votada em 2020.

##RECOMENDA##

Através das redes sociais, Erika Hilton, que também preside a Comissão de Direitos Humanos e tem forte atuação na luta por mais políticas públicas direcionadas às populações LGBTQIA+ da capital paulista, disse estar emocionada. “Uma honra sem tamanho para mim esse reconhecimento, sendo eu uma jovem mulher, travesti, vinda de uma pequena cidade periférica e com a trajetória de vida que eu tenho”, postou no Instagram.

A honraria incluiu ainda os nomes dos artistas Taís Araújo e Lázaro Ramos. Além deles, também aparecem o comunicador e ativista Ad Junior, que atua no canal de TV afrocentrado Trace Brasil, o economista e ex-BBB pernambucano Gil do Vigor e o fundador da ONG Gerando Falcões, Edu Lyra.

Significado do prêmio

A instituição Mipad foi criada pela ONU em apoio à Década Internacional para Afrodescentes, e visa identificar empreendedores de ascendência africana com presença pública ou em setores privados de todo o mundo. O objetivo é criar uma rede de pessoas relevantes para se unirem ao redor do reconhecimento e desenvolvimento da África e toda sua diáspora.

[@#video#@]

Nesta semana completam-se 50 anos desde que chegou aos cinemas o longa-metragem “Shaft” (1971). A obra, dirigida por Gordon Parks,  foi uma das responsáveis pela explosão do movimento “Blaxploitation”, em que se prioza uma abordagem técnica e narrativa composta por pessoas afro-descendentes, que também podem estar associadas à cultura afro-americana, como a música funk e soul. Mesmo com as críticas sobre os estereótipos, “Shaft” representa um marco na história do cinema, quando ainda não havia protagonismo de pessoas pretas.

De acordo com Paulo Camargo, crítico de cinema e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), é “importantíssimo” que se tenha personagens pretas como protagonistas em histórias no cinema, porque o público afrodescendente precisa se ver na tela, representado por atores negros. “Mais do que isso, precisa ver as suas narrativas e as suas histórias contadas. Por isso, a questão do protagonismo negro é fundamental, tanto do ponto de vista dos personagens, quanto das narrativas”. Camargo ressalta que “Shaft” foi um desses títulos que conseguiu ser um produto audiovisual destinado apenas à audiência afro-americana.

##RECOMENDA##

A relevância do filme se dá por conta da temática e a forma como a história foi retratada no filme. O crítico de cinema comenta ainda que na época em que o longa-metragem foi produzido havia uma forte luta pelos direitos civis, das minorias e dos negros, com figuras que representavam essas pessoas, como Malcolm X (1925 – 1965) e Martin Luther King (1929 – 1968), cujas mortes havia sido relativamente recentes.  “O início dos anos 70 é um momento de busca por visibilidade e representatividade. Dentro desse ciclo do ‘Blaxploitation’, existe a questão do direito de se produzir entretenimento com negros, por negros e para negros, dentro de uma ideia de que exista um cinema black para essa fatia do público”, explica.

E assim aconteceu com “Shaft”, segundo Camargo, o produto final se trata de um filme de ação/policial, com camadas que abordam o racismo, mas que principalmente discute a importância da representatividade, de se ter histórias negras em gêneros consagrados no cinema norte-americano. O especialista comenta que os elementos fundamentais na composição da obra foi o fato de o filme ter sido dirigido e protagonizado por negros, além da trilha sonora, que expressa a cultura afro-americana do blues, soul e funk. “O fato de a canção tema ter sido um grande sucesso mundial e o filme ter viajado a vários países é uma forma de mostrar esse universo dos afro-americanos para o mundo”, contextualiza.

A respeito de obras cinematográficas no geral, Camargo conta que este é um meio capaz de trazer educação e conscientização, mesmo que seus efeitos não sejam do dia para o outro. “Se você não está habituado a ver filmes protagonizados por atores negros, em vários gêneros, você nunca vai ter essa questão consolidada. Por isso, atores como Denzel Washington, Halle Berry [única atriz negra a ganhar o Oscar de Melhor Atriz na categoria principal] e Regina King são tão relevantes”, afirma o crítico de cinema.

Influências do Blaxploitation

Além de “Shaft”, outras obras cinematográficas fizeram parte do ciclo Blaxploitation, como “Super Fly” (1972) e “Cleópatra Jones” (1973). Camargo também cita a atriz Pam Grier como uma das referências nesse período, que mais tarde, nos anos 90, foi resgatada por Quentin Tarantino, no filme “Jackie Brown” (1997). “A partir de determinado momento, surgem diretores negros importantes e que estão em atividade hoje. Talvez o mais notório deles seja Spike Lee, que na década de 90 fez filmes como ‘Ela Quer Tudo’ [1986] e ‘Faça a Coisa Certa’ [1989], que é um marco na história do cinema negro e do cinema norte-americano daquele período”, conta Camargo.

Não foi apenas nas décadas passadas que os filmes com representatividade negra estavam presentes. O crítico de cinema conta que outras produções ganharam espaço nos últimos anos, como “Moonlight: Sob a Luz do Luar” (2016), dirigido por Barry Jenkins, filme sobre negros homossexuais, que ganhou o Ocar de Melhor Filme. O cineasta posteriormente também dirigiu “Se a Rua Beale Falasse” (2018), que rendeu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante para Regina King. Jenkins também possui produções com a temática, fora do eixo do cinema, como “The Underground Railroad”, série de televisão sobre a escravidão, dirigido e protagonizada por artistas negros.

 

A organização não governamental Afrobras e a Faculdade Zumbi dos Palmares contam com um portal que oferece oportunidades de empregos exclusivas para afrodescendentes. Por meio do endereço virtual, o público pode consultar vagas de trabalho, bem como contratantes podem divulgar seus processos seletivos e encontrar candidatos para as funções. Tudo é gratuito.

De acordo com o presidente da Afrobras e reitor da Zumbi dos Palmares, José Vicente, “durante muito tempo falou-se que não se contratava jovens negros por defasagem de qualificação”. “Queremos com este projeto apresentar ao mercado de trabalho milhares de jovens negros qualificados e prontos para serem inseridos em grandes empresas. Não podemos deixar grandes talentos serem barrados em oportunidades por questões raciais”, explica Vicente, conforme informações da assessoria de imprensa.

##RECOMENDA##

Para destacar a importância do projeto, a Afrobras e a Zumbi trazem alguns números que expressam o cenário empregatício de negros no Brasil. Levantamento realizado pelo Instituto Ethos divulgado no ano passado diz que, entre as 500 maiores empresas do País, somente 3,4% disseram que possuem políticas com metas e ações planejadas para incentivar a inserção de negros em cargos executivos.

Ainda como exemplo, estudo do Ministério do Trabalho e Emprego mostra que, em São Paulo, “mesmo quando apresentam igual nível de escolaridade, os negros recebem 31,5% (homens) e 37,5% (mulheres) menos que os brancos para a mesma ocupação”. “Nos Estados Unidos, os negros representam 12,6% da população e correspondem a 9,4% dos executivos em cargos de direção nas 100 maiores companhias do país, de acordo com o The Executive Leadership Council. Para uma representação de negros em cargos executivos no Brasil equivalente aos EUA, o país, que tem 52,9% de população negra (pretos e pardos segundo classificação do IBGE), deveria ter 39,5% de afrodescendentes em postos de direção, um percentual oito vezes superior aos atuais 4,7%”, informa a Afrobras.

De acordo com a assessoria de imprensa da Afrobras, além das vagas exclusivas para afrodescendentes, o portal conta com oportunidades abertas para outros públicos. Ainda segundo a assessoria, os candidatos informam se são ou não afrodescendentes durante as inscrições na plataforma. Mais informações podem ser obtidas no site.

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) voltou a ser o centro das atenções ao afirmar, na última segunda-feira (3), que as reservas indígenas e quilombolas atrapalham a economia. Ele chegou a dizer que os afrodescendentes “não fazem nada” e quem nem para procriar serviam

O deputado federal Silvio Costa (PTdoB), em conversa com o LeiaJá, também comentou a atitude do parlamentar afirmando que ele era uma piada. “Bolsonaro nunca leu um livro na vida dele. Se você conversar com ele, você percebe isso. Eu acho, inclusive, que a imprensa deveria ser indiferente a ele. Aquilo é uma piada”, disparou. Silvio Costa ainda pontuou que Bolsonaro encontrou um espaço para se promover.

##RECOMENDA##

“Um espaço entre alguns idiotas da direita. Pode botar idiota mesmo [na matéria], porque um cara que vota em Bolsonaro eu não tenho outro nome a não ser chamar de idiota”, cravou o deputado. 

A declaração também causou reação em outros parlamentares, ao ponto do senador Humberto Costa (PT) afirmar, nesta sexta-feira (7), que Bolsonaro tem um comportamento inaceitável e que precisa ser “responsabilizado por seus atos e falas de ódio”. 

Líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE) afirmou que o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) tem um “comportamento inaceitável” e precisa ser “ responsabilizado por seus atos e tantas falas de ódio”. O senador petista é um dos parlamentares que assinam uma representação contra Bolsonaro impetrada, nessa quinta-feira (6), na Procuradoria Geral da República (PGR) por racismo. 

O deputado carioca provocou indignação e revolta, mais uma vez, por dizer que as reservas indígenas e quilombolas atrapalham a economia. "Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais”, ironizou Bolsonaro durante palestra no clube Hebraica, no Rio de Janeiro, na última segunda-feira (3).

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Para Humberto, o Congresso Nacional “não pode mais dar abrigo” a alguém que tem esse tipo de “atitude odiosa”. “É impossível que esse tipo de prática, que o deputado Bolsonaro já exerceu em várias ocasiões nos últimos anos, continue a se repetir dentro e fora do Parlamento. Temos de dar um basta em tudo isso”, declarou Humberto. 

O senador disse também que as "indignidades" pronunciadas por Jair Bolsonaro são, costumeiramente, de “uma violência atroz” contra todas as mulheres, homossexuais, negros e contra a própria sociedade brasileira. “É um comportamento inaceitável. Esperamos, inclusive, que o Supremo puna o deputado, com rigor, naquele caso absurdo contra a deputada Maria do Rosário (PT-RS)”, ressaltou. 

Bolsonaro responde a duas ações penais no STF por acusações de apologia ao crime e injúria, e já teve recursos negados, por unanimidade, pelos ministros da Primeira Turma da Corte. 

“Um homem que diz que uma mulher não merece ser estuprada porque é feia, que afrodescendentes de comunidades quilombolas não servem nem para procriar e que o seu filho não seria gay porque recebeu boa educação tem de ser responsabilizado por seus atos e tantas falas de ódio. As ofensas não podem sair impunes”, avalia o líder da oposição. 

A representação na PGR pede ainda que seja instaurado inquérito para apurar atos de improbidade administrativa por violação aos princípios da administração pública e que seja avaliada a possibilidade de ação devido à violação da dignidade de membros de todas as populações indígenas e comunidades quilombolas do país.

Incrustada entre as movimentadas ladeiras de Olinda, em condições que não estão nos cartões-postais do centro histórico, fica a comunidade de Guadalupe. Lá, a educadora e percussionista Mãe Beth de Oxum resgata tradições populares e as utiliza como plataforma de transformação de vidas. Tudo começou há cerca de 10 anos com as rodas de Sambada de Coco de Umbigada, no quintal da casa, com instrumentos construídos ali mesmo e canções guardadas na memória.

Com o passar do tempo, a roda de coco, que é realizada no primeiro sábado de cada mês, deu origem a outros projetos de “libertação e reconhecimento da identidade negra”. Entre eles, cursos de web designer e edição de vídeos, um cineclube, um telecentro e uma rádio livre que transmite para toda Olinda. “Não adianta a gente ter uma mídia que não promove a difusão da diversidade cultural e esconde a cultura do nosso país, temos que criar nossas rádios e nossas TVs”, defendeu.

##RECOMENDA##

Tudo funciona na casa de Beth ou em frente a sua casa: na rua. Sem apoio governamental, o antigo ponto de cultura perdeu a sede alugada e se mudou para laje da casa dela. Mais um andar, com uma deslumbrante vista para Recife, está sendo construído para abrigar estúdios, computadores, filmes e livros. Boa parte, sobre a cultura brasileira de origem africana. No sótão, funciona ainda um terreiro de candomblé, aberto 24 horas, e onde as crianças se divertem com instrumentos feitos na casa de Beth. É possível até cruzar com couro de bode secando ao Sol, usado para a confecção de instrumentos.

“Precisamos entender a importância da cultura afrobrasileira na origem da identidade do nosso povo e na cultura brasileira. Identificando isso, a importância que isso têm, de onde isso vem, de territórios negros quilombolas, afrobrasileiros, afroindígenas. De posse disso, a pessoa percebe que tem um lugar, uma cor e um endereço, dos morros às periferias”, destacou Beth.

Para ela, que chega a atender mais de 200 crianças no contraturno escolar, não há como esperar que os menores “se reconheçam ou gostem daquilo que não conhecem”. “Aqui a gente brinca muito de afoxé e de coco. Na comunidade, não existe outra agenda de esporte e lazer”. Os vizinhos já passaram do estranhamento ao pertencimento. Jovens frequentam as aulas, ora como alunos ora como monitores ou colaboradores dos projetos, como a rádio livre e o cineclube. As crianças adoram as danças, os instrumentos e os computadores. Alguns, mais velhos, mesmo de outras religiões, se encontram aos sábados, na sambada de coco.

BAHIA - A programação do I Encontro FCCR sobre políticas públicas para afrodescendentes - Desafios e Perspectivas pós-Afro XXI será apresentada pelo secretário para Assuntos Internacionais e da Agenda Bahia, Fernando Schmidt na próxima quinta (11). A apresentação será durante a XIII Reunião Plenária do Foro Consultivo de Municípios, Estados Federados, Províncias e Departamentos do Mercosul (FCCR), na cidade de Montevidéu, no Uruguai.

O I Encontro FCCR acontecerá na Bahia e promovido pelo Governo da Bahia em parceria com a Subchefia de Assuntos Federativos da Presidência da República (SAF/PR), em novembro. O evento reunirá representantes locais, federais e do Mercosul e debaterá os encaminhamentos e resultados das deliberações aprovadas durante o Encontro Ibero-americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes (Afro XXI), ocorrido em novembro de 2011, em Salvador.

##RECOMENDA##

A realização do encontro foi proposta pela Serinter e incluída no Plano de Ação do FCCR, em reunião realizada em novembro de 2012, em Porto Alegre (RS).

Terminam, nesta segunda-feira (18), as inscrições para o programa de bolsas para afrodescendentes oferecido pelo Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU). O programa tem foco em questões de relevância para as pessoas de ascendência africana, visando permitir aos participantes contribuir para a proteção e promoção dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais dos afrodescendentes em seus respectivos países e comunidades.

Os interessados devem se inscrever, através do e-mail africandescentfellowship2013@ohchr.org, ou por fax para: +41 22 928 90 50 e colocar claramente no cabeçalho o assunto: “Application to the 2013 Fellowsship Programme for People of African Descent”. É necessário também preencher e anunciar em todos os documentos primeiramente o sobrenome e depois o nome. Além disso, será preciso apresentar o currículo, carta de apoio de uma organização afrodescendentes ou comunidade, cópia do passaporte e uma carta de motivação (máximo de 500 palavras), onde o candidato explicará sua motivação para a candidatura, e o que ele espera alcançar através da bolsa e como usará o que aprendeu para promover os interesses e os direitos dos afrodescendentes. Todos os documentos devem estar em inglês.

##RECOMENDA##

Para se participar, o candidato deve ser afrodescendente, ter, no mínimo, quatro anos de experiência no tratamento de questões relativas aos afrodescendentes ou minorias, ter domínio suficiente do idioma inglês e estar disponível para permanecer durante toda a duração do programa.

Os participantes selecionados terão direito a uma bolsa para cobrir alojamento, as despesas básicas em Genebra, seguro básico de saúde, bem como um bilhete de ida/volta em classe econômica.



Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando