Os advogados da viúva de Yasser Arafat declararam nesta quarta-feira que pedirão "investigações suplementares" após o anúncio da justiça francesa do fechamento da investigação sobre a morte do líder histórico dos palestinos em 2004 na França. "Não aprovamos esta decisão (...) e, evidentemente, iremos pedir investigações suplementares", indicaram à AFP Francis Szpiner e Renaud Semerdjian, advogados de Souha Arafat.
"Sem ofensa aos juízes e ao procurador, ninguém hoje é capaz de dizer qual foi a causa da morte de Yasser Arafat e explicar as circunstâncias de seu falecimento. Este único elemento justifica o prosseguimento da investigação", consideraram Szpiner e Semerdjian, acrescentando que "surpreende a velocidade em querer concluir de maneira forçada um caso de tal importância."
Na terça-feira, especialistas franceses que reexaminavam evidências sobre a morte de Yasser Arafat, em 2004, confirmaram sua conclusão anterior de que o falecimento do líder palestino não ocorreu por envenenamento.
Três juízes de Naterre (a oeste de Paris) foram encarregados de reabrir o caso por suspeita de "assassinato" após Souha Arafat apresentar uma queixa baseando-se na descoberta de polônio 210, substância radioativa altamente tóxica, nos objetos pessoais de seu marido.
A sepultura de Arafat, na Cisjordânia ocupada, foi aberta em novembro de 2012 e cerca de 60 amostras restiradas de seu cadáver foram enviadas a três equipes de especialistas suíços, franceses e russos.
Os suíços encontram níveis anormais de polônio, mas negaram-se a afirmar que Arafat tivesse sido envenenado com a substância, enquanto os especialistas franceses sustentaram que o polônio-210 e o chumbo-210 encontrados na sepultura de Arafat e nas amostras eram de origem ambiental.
Arafat morreu aos 75 anos em 11 de novembro de 2004 no hospital Percy de Clamart, perto de Paris. Ele tinha sido internado ali no final de outubro daquele ano após começar a sentir dores estomacais enquanto estava em seu quartel-general na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, onde vivia desde dezembro de 2001, cercado pelo Exército israelense.
Muitos palestinos acreditam que os israelenses envenenaram Arafat com a cumplicidade de algumas pessoas de seu entorno.