Especialistas voltam a descartar envenenamento de Arafat

Em 2013, esses especialistas, assim como uma equipe russa, já havia excluído o envenenamento do líder histórico dos palestinos

seg, 16/03/2015 - 17:10
GEORGES GOBET (Arquivo) O líder palestino Yasser Arafat, no dia 29 de julho de 2000, em Paris GEORGES GOBET

Os especialistas franceses encarregados da investigação sobre a morte do líder palestino Yasser Arafat descartaram mais uma vez a tese de envenenamento por polônio após análises complementares, anunciou nesta segunda-feira a justiça francesa.

Em 2013, esses especialistas, assim como uma equipe russa, já havia excluído o envenenamento do líder histórico dos palestinos, que morreu em novembro de 2004 aos 75 anos no hospital militar de Percy, perto de Paris, após uma deterioração súbita de sua saúde.

Por sua vez, especialistas suíços consideraram a tese de envenenamento "mais consistente" com seus próprios resultados.

As novas conclusões dos franceses "refutam a hipótese de ingestão aguda de polônio 210 nos dias antes do início do aparecimento dos sintomas de Yasser Arafat", indicou em comunicado Catherine Denis, procuradora de Nanterre, subúrbio de Paris.

Os especialistas "afirmam que o polônio 210 encontrado no túmulo de Yasser Arafat e nas amostras colhidas durante a exumação do corpo tem origem ambiental", segundo Denis.

Para chegar a estas conclusões, os franceses analisaram novamente os "dados brutos" da "análise de medidas abrangentes de espectrometria gama" realizada em 2004 pelo Serviço de Proteção Radiológica em amostras de urina de Yasser Arafat durante sua internação, e não encontraram polônio, de acordo com a promotora.

Três juízes de Nanterre são responsáveis ​​desde agosto de 2012 por uma investigação criminal por "assassinato", depois de uma queixa apresentada por Suha Arafat, esposa do líder palestino, após a descoberta de polônio em pertences pessoais de seu marido.

O túmulo de Arafat foi aberto em novembro de 2012 e sessenta amostras de seus restos foram divididas e enviadas para análise em três laboratórios diferentes, na Suíça, França e Rússia.

Muitos palestinos suspeitam Israel, que sempre negou, de ter envenenado Arafat, com a ajuda de cúmplices em sua comitiva.

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