A variante brasileira do coronavírus Sars-CoV-2 corresponde a 4% dos novos casos detectados na Itália a partir de 18 de março, enquanto a cepa britânica diz respeito a 86,7% dos contágios, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (30) pelo Instituto Superior da Saúde (ISS) do país europeu.
A projeção é resultado de um estudo feito em parceria com o Ministério da Saúde da Itália, com os laboratórios regionais e a Fundação Bruno Kessler que analisou sequenciamentos genéticos de amostras do vírus provenientes de pessoas diagnosticadas com RT-PCR em 17 de março.
##RECOMENDA##Segundo os dados, a difusão da mutação brasileira, chamada de P.1, está em 4%, uma queda de 0,3% em comparação com o estudo anterior. No entanto, a taxa varia entre 0% e 32% quando monitorada em níveis regionais.
No último levantamento, o vírus estava circulando apenas na Úmbria, Toscana e Lazio, mas agora aparece também na Emilia-Romagna. A estimativa revela ainda que a prevalência da variante brasileira está diminuindo na Úmbria e aumentando no Lazio.
Já a variante britânica, chamada B.1.1.7, representa 86,7% dos novos casos, com taxas variando nas regiões individuais entre 63,3% e 100%. Os números indicam "sua ampla difusão no território nacional", já que na pesquisa anterior o índice era de 54%. As outras cepas avaliadas estão abaixo de 0,5%.
As amostras analisadas foram escolhidas de forma aleatória dentre as amostras positivas, garantindo certa representatividade geográfica e possível faixas etárias diferentes.
De acordo com o ISS, uma atenção especial foi dada à cepa brasileira no momento em que a vacinação "está em andamento, mas ainda não atingiu cobertura suficiente", porque a P.1 é uma variante que tem disseminação com uma maior transmissibilidade e pode ter um impacto significativo se medidas de mitigação adequadas não forem adotadas.
"Enquanto a variante britânica agora é amplamente predominante, uma atenção especial deve ser dada à variante brasileira P.1", conclui o estudo.
As cepas brasileira e britânica, assim como a sul-africana, aparentam ser mais transmissíveis que o vírus original, porém estudos ainda estão em curso para avaliar sua capacidade de evadir a imunidade propiciada por infecções anteriores ou vacinas.
Da Ansa