A Polícia Federal em Pernambuco (PF-PE) lançou a segunda fase da Operação Torrentes, denominada Círculo de Fogo, nesta quinta-feira (8). Desta vez, está sendo investigado um desvio de recursos públicos federais e corrupção envolvendo oficiais do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão.
Segundo a PF-PE, os documentos apreendidos na primeira fase revelaram que um dos grupos empresariais favorecidos também foi beneficiado com contratos firmados com o Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão nos anos de 2013 e 2014. Os contratos estavam relacionados com auxílio às vítimas de forte seca que atingia o estado naqueles anos.
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Chamou a atenção dos investigadores que tão logo os valores eram creditados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão na conta da empresa fornecedora investigada, parte era repassada diretamente para as contas bancárias de oficiais da corporação, inclusive da alta cúpula, ou para as contas de um operador, que se encarregava de transferir a vantagem indevida.
Os indícios também apontam superfaturamento nos contratos em virtude de preço quase 30% superior ao de mercado e também do não fornecimento integral do objeto pactuado. O prejuízo pode ser de mais de R$ 10 milhões aos cofres públicos.
Estão sendo cumpridos sete mandados de prisão preventiva e nove mandados de busca e apreensão em Pernambuco e Maranhão. Também foi determinado o sequestro dos bens de todos os investigados, como forma de garantir o ressarcimento dos prejuízos causados aos cofres públicos.
Os presos de Pernambuco serão trazidos para a sede da Polícia Federal, onde serão interrogados e poderão ser autuados por corrupção passiva por parte dos funcionários do Corpo de Bombeiros e corrupção ativa por parte de empresários que estavam na condição de verdadeiros proprietários da empresa JFW Empresarial. Todos passarão por audiência de custódia, podendo, em seguida, seguir ao Centro de Observação e Triagem (Cotel), Colônia Penal Feminina e, no caso dos militares, para uma instituição designada pelo Comando da Polícia Militar de Pernambuco.
1ª Fase – Em sua primeira fase, a Operação Torrentes investigava desvios de verbas destinadas pelo Governo Federal para atender as vítimas das enchentes na Zona da Mata Sul de Pernambuco em 2010 e 2017. Foram denunciados o ex-chefe da Casa Militar e ex-interventor de Gravatá, coronel Mário Cavalcanti; o tenente-coronel Laurinaldo Félix Nascimento; o coronel aposentado Waldemir José Vasconcelos Araújo e o coronel Roberto Gomes de Melo Filho - todos da Polícia Militar, além dos empresários Ricardo José Carício Padilha, Rafaela Carrazone Padilha, Italo Henrique Silva Jaques e Taciana Santos Costa.
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