Tópicos | Super Simples

A candidata à Presidência Marina Silva (PSB) defendeu nesta terça-feira, em coletiva, ser favorável à criação de uma faixa de transição para o regime de tributação Super Simples. "Defendo que haja uma faixa de transição", disse a candidata após participar de evento no qual ouviu demandas de pequenos e médios empresários.

Marina argumentou que atualmente 70% das empresas que estão no regime do Super Simples e que tentam migrar para o sistema tributário aplicado a empresas maiores desaparecem ao longo dessa transição. "Quando eles atingem os R$ 3,6 milhões (de faturamento), entram em um processo incompatível com sua capacidade de suporte", afirmou.

##RECOMENDA##

A candidata não detalhou mais sobre essa faixa de transição e disse que é uma medida que está sendo estudada por sua equipe, juntamente com a questão da reforma tributária. "Como será criada essa faixa de transição é um esforço que está sendo feito, inclusive ouvindo o setor."

Questionada sobre sua fala, durante o evento, sobre leis trabalhistas, Marina reforçou que não usou o termo "flexibilização" e garantiu que as discussões hoje com sua equipe tem como base garantir que não se percam conquistas dos trabalhadores. "O debate será feito sem prejuízo das conquistas que trabalhadores a duras penas conquistaram", afirmou.

"Prefiro a humildade de continuar o debate", respondeu ao ser perguntada sobre quais medidas já foram estudadas em torno do tema. Depois de insistência dos jornalistas, Marina falou em medidas que ajudam a diminuir a informalidade no mercado de trabalho, reforma do sistema previdenciário, além de medidas no âmbito da reforma tributária. Sobre terceirização, respondeu que houve "problemas" durante o governo do PSDB que precisam ser reparados.

Em busca da credibilidade perdida na área fiscal, o governo Dilma Rousseff decidiu fechar o cofre até mesmo em projetos sociais, tema central para o PT. Nesta terça-feira (29), o governo conseguiu derrubar um dos pontos mais importantes do projeto de lei que altera as regras do programa Super Simples, que simplifica o regime tributário para micros e pequenos empresários. Inicialmente, o projeto do deputado Claudio Puty (PT-PA) previa um reajuste de 20% no teto de faturamento dos beneficiários do programa, dos atuais R$ 3,6 milhões para R$ 4,2 milhões por ano. Puty recuou, de última hora, neste ponto, que acarretaria renúncia fiscal no ano que vem.

Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, o governo trabalhava com o veto presidencial a essa medida, e também à inclusão de 232 categorias de autônomos, como corretores de imóveis, advogados e médicos no regime do Super Simples. Os vetos, no entanto, seria ruim politicamente para a presidente em ano eleitoral. Ao final de longas negociações, um acordo foi fechado, que incluiu o abandono da ideia de ampliação em 20% do teto de faturamento, em troca do compromisso que Dilma sancionaria a inclusão dos segmentos hoje excluídos do Simples.

##RECOMENDA##

Todos os 232 setores entrarão em uma tabela nova de tributação, que prevê o recolhimento pelo lucro presumido a partir de 2015, o que atenuaria muito a renúncia de recursos fiscais. Pelo acordo, o governo se comprometeu a distribuir essas categorias nas outras tabelas de alíquota única em até 90 dias. Ao todo, a renúncia fiscal da medida é de R$ 981 milhões por ano. O Super Simples, criado em 2006, prevê que todos os impostos federais, estaduais e municipais sejam unificados em uma alíquota única, que varia de acordo com cada faixa de faturamento, até o teto de R$ 3,6 milhões por ano.

Polêmica - O projeto que reformula o Super Simples também criou uma polêmica econômica entre o Palácio do Planalto e os governadores. O texto inicialmente previa o fim do expediente de "substituição tributária", aplicado pelos governos estaduais, sobre as empresas beneficiadas pelo Super Simples. Para determinados produtos, os Estados cobram antecipadamente o ICMS que seria recolhido de forma pulverizada em outras etapas, de forma que, ao adquirir esse bem, uma micro ou pequena empresa acaba pagando um imposto embutido e calculado para uma média ou grande companhia. Segundo entidades do setor, isso anula as vantagens do Simples.

Temendo perder receitas com as alterações na "substituição tributária", governadores dispararam ligações na tarde de ontem e orientaram os deputados a não votar o projeto nesta tarde, sob o argumento de que os termos propostos pelo relator não são os acordados no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). O governo fechou um acordo com o Confaz, e a versão final do projeto passou a incluir uma lista de setores que estariam excluídos da "substituição tributária". Apenas 20% de todos os segmentos contemplados no Simples continuariam na mira dos governadores, como combustíveis e lubrificantes, cigarros e fumo, farinha de trigo e cimento.

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), por meio da sua Agência de Notícias, divulgou nesta quarta-feira (27) dados da arrecadação do Simples Nacional. O sistema especial de tributação dos micro e pequenos negócios já arrecadou mais de R$ 151,7 bilhões.

De acordo com o Sebrae, no primeiro ano de vigência, foram arrecadados R$ 8,3 bilhões. No ano de 2008, o sistema recolheu R$ 24,1 bilhões, aumentando para R$ 26,8 bilhões em 2009. Ainda segundo o serviço, em 2010, o valor saltou para mais de R$ 35,5 bilhões e para R$ 42,2 bilhões, em 2011.

Dessa arrecadação, o Sebrae aponta que R$ 113,2 bilhões ficaram com a União, os estados receberam R$ 27,4 bilhões e os municípios ficaram com R$ 11 bilhões. Microempresas com receita bruta anual de até R$ 360 mil e as pequenas que faturem até R$ 3,6 milhões por ano – desde que não estejam na relação de vedações, podem recolher tributos pelo Simples.

Com informações da Agência Sebrae de Notícias.

Termina hoje, às 23h59, o prazo que micro e pequenas empresas peçam novas opções pelo Simples Nacional (Super Simples). De acordo com a Receita Federal, 217,341 mil solicitações chegaram até as 6 horas da manhã de hoje. A resposta a esses pedidos será divulgada no dia 15 de fevereiro, no Portal do Simples Nacional.

A Receita informou também que o novo aplicativo de cálculo para pagamento do Simples desde o início deste ano está em fase de ajustes para incluir os novos limites em cada faixa e, por isso, ainda não está disponível. O governo já pensa em prorrogar o prazo do vencimento da competência de janeiro de 2012, marcado atualmente para o dia 22 de fevereiro, caso o aplicativo ainda não esteja atualizado no início do próximo mês.

##RECOMENDA##

As empresas que aderiram ao Simples Nacional já podem parcelar seus débitos. A expectativa é que 500 mil empreendimentos sejam beneficiados em todo o Brasil, em relação às dívidas com a União, estados, municípios e Distrito Federal. As solicitações de pagamento das dívidas devem ser feitas pelo site da Receita Federal do Brasil.

Para Bruno Quick, gerente de políticas públicas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), “com o parcelamento, as empresas poderão acessar as certidões necessárias e ter direito a medidas de estímulo, ampliando suas possibilidades de crescimento”. Para este ano de 2012, o gerente aponta que a previsão é de que o segmento dos pequenos negócios continue crescendo. ”Em 2012, os pequenos negócios desempenharão de maneira mais plena o papel central na retomada do ritmo de desenvolvimento do país, especialmente com geração de oportunidades e empregos”.

A regulamentação do parcelamento é feita pela Resolução 94/11, do Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN). Todos os débitos do Simples consolidados até 2010 são englobados pelo comitê, e os de 2011 serão incluídos apenas após a entrega da Declaração Anual do Simples Nacional (DASN), cujo prazo será finalizado no mês de março de 2012, segundo Silas Santiago, secretário executivo do CGSN.

O pagamento das dívidas poderá ser feito em até 60 parcelas mensais e sucessivas, corrigidas pela taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Para cada parcela, o valor mínimo é de R$ 500. Além disso, os empresários terão direito a dois novos parcelamentos: no primeiro, há a necessidade do recolhimento de 10% do valor total da dívida consolidada, e no segundo, 20% será o percentual.

De acordo com Silas Santiago, o parcelamento do Supersimples será cancelado pelo não pagamento de três parcelas, consecutivas ou não, como também, pela existência de saldo devedor no caso do Empreendedor Individual (EI), que também integra o Simples Nacional. Em relação a débitos da Previdência Social, ainda não está pronto o aplicativo para que esse público faça os pedidos de parcelamento. 

O governo federal deu um passo importante para fortalecer o Brasil diante da crise financeira internacional, numa política calcada não somente na austeridade fiscal, mas também no desenvolvimento produtivo. Agora em novembro, a presidenta Dilma Rousseff sancionou lei que amplia os limites do Simples Nacional. Medida que termina por reduzir a carga tributária para as micro e pequenas empresas deste país, dando um maior fôlego para o crescimento dessas empresas, para a geração de mais empregos e estimulando a formalização desses estabelecimentos.

Os micro e pequenos empresários são a base da nossa economia. São 5,6 milhões de empresas, que respondem por 77% do total no Brasil. Em Pernambuco, elas são 95% das empresas e contribuem com 48% da mão-de-obra empregada no Estado.

Com essa representatividade e com o dinamismo desse setor, a lei do Supersimples terá um papel fundamental para o fortalecimento do Brasil diante da crise internacional, diante ainda da concorrência com os produtos internacionais que penetram no país, e para manter aquecido o mercado consumidor interno.

A lei sancionada em novembro reajusta em 50% todas as faixas de tributação do Simples Nacional. A partir de janeiro de 2012, o novo teto de enquadramento para a pequena empresa sobe de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões; o da microempresa aumenta de R$ 240 mil para R$ 360 mil; e o faturamento do empreendedor individual passará de R$ 36 mil para R$ 60 mil ao ano. É criado também o limite adicional de até R$ 3,6 milhões para as exportações.

Sendo assim, as empresas que estavam enquadradas na faixa de maior contribuição passarão para uma faixa com carga tributária menor, em que pagarão menos tributos.

Todo ano, 130 mil empresas são abertas no Brasil. Mas quase 30% fecham antes de completar um ano de vida. Apenas 44% das empresas sobrevivem após cinco anos. Pagando uma carga tributária menor, mais condizente com os seus custos operacionais, as micro e pequenas empresas terão agora mais chances de se manterem abertas e de crescerem junto com o Brasil.

O Planalto intensificou a pressão para que o Senado aprove nesta semana o projeto de lei complementar que amplia a faixa de enquadramento das empresas no Simples Nacional. A ideia é que a presidente Dilma Rousseff sancione a nova lei no próximo dia 5, em que se comemora o Dia da Micro e Pequena Empresa. A abreviação do prazo impediu que os Estados calculassem as perdas de receita diante da manutenção dos subtetos regionais.

Durante a votação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o relator da matéria, senador José Pimentel (PT-CE), afirmou que não haveria, "praticamente", impacto nas receitas estaduais. Por isso, não alterou as faixas relativas aos subtetos estatuais, previstas na Lei Complementar 123/06, em vigor. Se houvesse alteração no texto, a matéria teria de retornar à Câmara, impedindo a sanção da nova lei. A União perderá receita na arrecadação do IPI e do Imposto de Renda, mas tem a expectativa de recuperar as perdas com o aumento da formalização das micro e pequenas empresas esperado com a nova lei.

##RECOMENDA##

A declaração do relator sobre as perdas estaduais preocupou os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e Cyro Miranda (PSDB-GO). "Ele tem de explicar o que significa esse praticamente", criticou Aloysio Nunes, lembrando que São Paulo, Bahia e Pará devem ser os mais atingidos pelas perdas de ICMS com a ampliação das faixas. O tucano é favorável às mudanças, mas lamentou que os governos estaduais não tivessem tempo para calcular as perdas de receita. "Não estou preocupado com o calendário de festejos do governo, me preocupa é o voto consciente nessa matéria", disse Aloysio.

A lei 123/06 em vigor estabelece três subtetos estaduais para as faixas do Simples Nacional. Os Estados cuja participação no Produto Interno Bruto (PIB) seja de até 1% poderão optar pela aplicação local das faixas de receita bruta até R$ 1,2 milhão. Os Estados que responderem por até 4,9% do PIB poderão aplicar a faixa de receita máxima de R$ 1,8 milhão. Por fim, os Estados que responderem por mais de 5% do PIB são obrigados a adotar todas as faixas de receita bruta anual.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando