Sete homens aparentemente ligados à rede extremista Al-Qaeda detonaram uma picape cheia de explosivos nos portões do complexo da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira, dando início a um ataque com bombas e tiros que resultou na invasão do local pelos militantes e deixou pelo menos 13 mortos, dentre eles três estrangeiros.
Os sete militantes do Al-Shabab faziam parte de uma milícia chamada martírio. Todos morreram no ataque, informou um funcionário, o que eleva o número total de mortos para pelo menos 20. Pelo menos dez pessoas ficaram feridas.
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O ataque acontece apenas seis meses depois de a ONU ter expandido sua presença em Mogadiscio, onde mantinha apenas uma pequena operação por causa da insurgência islâmica que controlava a maior parte da capital, até ser expulsa numa ofensiva em 2011.
O Al-Shabab informou em sua conta no Twitter, pouco depois do ataque, que aconteceu às 11h30 (horário local), que seus combatentes "estão no controle de todo o complexo e a batalha continua".
Forças de segurança somalis e da União Africana (UA) responderam ao ataque e retomaram o controle do local por volta das 12h30. Os funcionários da ONU que buscaram refúgio no bunker do complexo foram então resgatados e levados para uma base militar segura no aeroporto, que fica em frente, disse Ben Parker, porta-voz da Missão de Assistência da ONU na Somália.
Dois sul-africanos que trabalhavam para a empresa Denel Mechem e trabalhavam na retirada de minas para a ONU morreram no ataque, informou Vuyelwa Qinga, porta-voz da Denel, que fabrica equipamentos de defesa.
Um funcionário da ONU, que pediu anonimato, disse acreditar que dois trabalhadores da ONU do Quênia e da Somália também foram mortos.
"Não houve muito tempo para chegar à área segura", disse Parker.
O principal funcionário da ONU na Somália, Nicholas Kay, também trabalha no prédio, mas não estava no local no momento do ataque. Kay declarou que estava chocado e horrorizado com o ataque.
"O complexo da ONU abriga funcionários da instituição que trabalham com questões humanitárias e de desenvolvimento para o povo somali. Este foi um ato de terrorismo ostensivo e uma tentativa desesperada de tirar a Somália de seu caminho de recuperação e paz", declarou Kay.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ficou indignado com o ataque, mas afirmou que a missão "não será dissuadida", afirmou seu porta-voz. Ban telefonou para o presidente somali, Hassan Sheikh Mohamud, logo depois do ataque, informou o porta-voz Martin Nesirky em comunicado.
"O secretário-geral disse que a ONU não será dissuadida de cumprir suas obrigações", declarou Nesirky em comunicado divulgado em Pequim, onde Ban está em visita oficial. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.