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Para muitas pessoas o japonês Shoji Morimoto, de 38 anos, tem o trabalho dos sonhos, já que sua única responsabilidade é acompanhar os seus clientes e não fazer absolutamente nada. O profissional oferece sua companhia para participar de eventos, jantar e muitas vezes proporcionar uma escuta atenciosa enquanto o cliente desabafa. 

De acordo com sua entrevista à agência de notícias Reuters, o custo do serviço gira em torno de R$ 364,70 e ele já atendeu mais de quatro mil pessoas. Morimoto diz que tem uma alta demanda, de forma que muitas vezes sua agenda está lotada com mais de três atendimentos por dia. Além disso, 1/4 dos seus clientes são fiéis, como uma mulher que já o contratou 270 vezes.

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Morimoto diz que na maioria das vezes ele realmente não faz nada, enquanto em algumasoutras ele caminha ao lado da pessoa ou cozinha. Um das clientes dele, chamada Coosa, o contratou porque estava se sentindo para baixo devido ao trabalho e queria uma companhia enquanto andava pelas ruas de Tokyo vestida com uma fantasia de Pikachu.

Após gostar do atendimento, Coosa voltou a contratar Morimoto para que ela pudesse desabafar com ele sobre sua história de vida. De acordo com a Reuters, serviços como esses não são difíceis de encontrar no Japão, de forma que existem até mesmo agências que alugam pessoas para fingir serem amigos ou familiares dos clientes. 

Para Morimoto, que já possui mais de 200 mil seguidores no Twitter, o seu diferencial é que ele é um profissional livre, o que torna sua abordagem única. Além disso, ele diz que seus clientes encontram conforto na relação temporal que tem com ele, já que muitos não se sentem à vontade para pedir favores a amigos e familiares. 

Na entrevista, o profissional diz que seu trabalho tem potencial de mudar o julgamento da sociedade de que as pessoas precisam fazer algo produtivo para se sentirem valorizadas. 

"Os aplicativos são tudo o que nos resta": De Paris a Tóquio, milhões de pessoas frequentam apps de namoro. "Não necessariamente para paquerar", confidenciam à AFP vários usuários que sofrem principalmente de solidão, devido à crise de saúde.

"A princípio você diz que a crise vai passar, que é uma questão de paciência. Mas quando o provisório se instala na sua vida, você tem que tentar outras coisas", explica Rodrigo, de 18 anos e estudante de Direito em Lisboa.

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Com aulas online, saídas reduzidas ao mínimo e a impressão de "passar a vida com os pais", Rodrigo finalmente decidiu se inscrever em vários apps de namoro, que visita "todos os dias há meses".

Não é tanto uma paixão que ele busca, mas sim um intercâmbio com jovens de sua idade. "É tudo que nos resta", suspira este português, cujo país está confinado desde o final de janeiro.

Rodrigo tem agora quatro novos "amigos", com quem conversa todos os dias, como forma de "evacuar o estresse e a frustração" causados pela pandemia.

- Mensagens e 'vídeo chat' -

Os números falam por si: O grupo Match, dono de oito marcas como Tinder, Hinge e Meetic, somou mais de um milhão de assinaturas pagas no último trimestre de 2020, em relação ao período anterior (+12%), chegando a 11 milhões de usuários no mundo.

"Os aplicativos me impediram de afundar", diz Sébastien, um estudante francês de 19 anos. "Quando você para de ir à universidade e bares, restaurantes e cinemas fecham, você passa o dia sozinho, ruminando. É muito violento".

Sébastien estabeleceu laços, principalmente virtuais, com muitos jovens de sua idade, e "não necessariamente para paquerar", assegura.

As trocas ocorrem primeiro por mensagem antes de passar para o "vídeo chat", recurso que muitos aplicativos instalaram com a crise de saúde.

Ambroise, uma expatriada francesa de 32 anos em Tóquio, experimentou a mesma sensação de solidão. Embora o país asiático tenha evitado o confinamento, as restrições para impedir a circulação do vírus pesaram em sua vida social.

A tradutora, que compartilha no Twitter anedotas do que vê no Tinder - o aplicativo estrela com quase sete milhões de assinantes no mundo -, explica que o usa quando está "desanimada" para poder conversar com outros usuários.

- "Bom momento" -

"Com a redução drástica de nossas interações sociais devido à pandemia, milhões de pessoas sofrem de transtornos afetivos. Por isso, reagem tentando encontrar uma forma de amenizar e até exteriorizar" esses problemas, analisa Julien Bernard, sociólogo das emoções.

Ana *, de 31 anos, natural da cidade espanhola de Valladolid, a pandemia não a fez desistir de encontros românticos. Ela começou a utilizar o Tinder, um aplicativo que até agora usava apenas ocasionalmente.

No final de 2020 "decidi usar por alguns dias e o abandonaria se não me sentisse confortável ou se não coincidisse com alguém que realmente me chamasse a atenção". Mas a jovem acabou por encontrar seu atual parceiro.

Em Londres, Martha, de 41 anos, usuária regular desses aplicativos, procura sua cara-metade. "Muitos de nós pensamos que agora tínhamos tempo para nos dedicar às nossas buscas amorosas e que talvez fosse o momento certo".

Embora, por enquanto, a experiência não tenha dado resultados.

(* Nome alterado)

Após deixar de seguir Luísa Sonza nas redes sociais, Whindersson Nunes aproveitou a noite da última quinta-feira (8) para desabafar. Solteiro, o humorista declarou em seu Twitter que quer ser pai logo, dando a entender, na sequência, que vem se sentindo sozinho.

Apesar de já ter surgido especulações sobre a vida amorosa de Whindersson, até o momento ele não assumiu oficialmente um novo relacionamento. Esta, portanto, é a primeira vez que ele se manifesta sobre a vontade de aumentar a família desde o fim de seu casamento com Luísa, em abril desse ano.

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"Quero ser pai logo", escreveu ele no tweet, que recebeu mais de 145 mil curtidas.

Horas depois, Whindersson desabafou sobre a solidão, dizendo: "Alguém para conversar".

Brincadeira com o visual

Whindersson foi mais sincero no Twitter, dando até mesmo um ar mais sério aos seus tweets. Porém, no mesmo dia, ele também acabou fazendo piada no Instagram ao surgir careca e com uma prótese nos dentes.

Na legenda, ele escreveu: "É só coisa da minha cabeça", e não demorou até que os internautas vissem a postagem como uma suposta indireta da para Luísa e o atual namorado dela, Vitão.

Nos comentários, muita gente declarou: "Coisa da minha cabeça. entendi a referência kkkkkkkk", escreveu um fã. "Senti o cheiro da indireta daqui", afirmou outro. "Isso foi coisa que colocaram na sua cabeça", disse um terceiro.

O Vaticano divulgou nesta terça-feira (7) uma mensagem sobre o impacto da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) na vida dos idosos, alertando que a "solidão" também os matam.

"A geração dos nossos idosos, nestes dias - difíceis para todos - está a pagar o preço mais alto da pandemia de Covid-19. As estatísticas mostram que, na Itália, mais de 80% das pessoas que perderam a vida tinham mais de 70 anos", afirmou o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida.

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O texto, intitulado "Idosos: na solidão, o coronavírus mata mais", faz referência a todos os que se encontram "frágeis e desorientados".

"Se é verdade que o coronavírus é mais letal quando encontra um corpo debilitado, em muitos casos a patologia anterior é a solidão. Não é por acaso que estamos testemunhando a morte, em proporções e modalidades terríveis, de muitas pessoas que vivem longe das suas famílias, em condições de solidão verdadeiramente debilitantes e desanimadoras", adverte a instituição religiosa.

O documento também pede para as pessoas não deixarem os idosos sozinhos, porque "na solidão o coronavírus mata mais".

O Dicastério denuncia a "condição de abandono" em que os idosos se encontram, ressaltando que "ligações, mensagens de vídeo ou de voz ou, mais tradicionalmente, cartas endereçadas a quem está sozinho podem salvar vidas".

"A gravidade do momento exige que todos façamos mais. Como indivíduos e como Igrejas locais, podemos fazer muito pelos idosos: rezar por eles, curar a doença da solidão, ativar redes de solidariedade e muito mais", explica a Santa Sé.

O texto ainda dedica uma mensagem especial aos lares e residências, onde chegam "notícias terríveis". "A concentração no mesmo local de tantas pessoas frágeis e a dificuldade de encontrar os dispositivos de proteção criaram situações muito difíceis de administrar, apesar da abnegação e, em alguns casos, o sacrifício da equipe dedicada à assistência", complementa.

Por fim, o Vaticano revela que esta crise provoca "um abandono assistencial e terapêutico que vem de longe" e reafirma que salvar a vida dos idosos "é uma prioridade, tanto quanto salvar qualquer outra pessoa". 

Da Ansa

A vida amorosa de Ana Maria Braga não anda nada bem! A apresentadora revelou durante o programa Conversa com Bial que se sente só e não consegue arranjar alguém com quem se relacionar. A loira enxerga sua fama como problema de tudo isso e já chegou até mesmo a tentar usar aplicativos de namoro com o nome trocado.

- É uma solidão terrível. Você não pode nem usar aplicativo. Você não tem o direito de paquerar, de experimentar, fora de aplicativo mesmo. Não dá para sair.

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Ana revelou que mesmo com os problemas causados pela exposição, ela não pretende desistir de encontrar o amor.

- Independentemente da idade, você tem que buscar uma companhia que, dizem alguns, você goste de conversar.

O rosto do Mais Você também lembrou das dificuldades que passou no início de sua carreira, antes de ser contratada pela Record. Ela havia acabado de ser demitida da Editora Abril e a emissora estava procurando alguém para ter um programa feminino na empresa.

- Eu media papel higiênico na época para saber quanto ia durar.

Após essa guinada na carreira, Ana Maria voltou à televisão e só seguiu no sucesso! Seu programa na Globo irá completar 20 anos em 2019 e ela está relançando seu livro, À espera dos filhos da luz. Parece que só a vida amorosa dela precisa melhorar para dar tudo certo, não é mesmo? Força, Ana!

As chuvas do mês de abril recuperaram barragens do Sertão de Pernambuco após um longo período de seca. Desta vez, saíram do colapso as barragens de Nossa Senhora de Lourdes, no município de Solidão, e a Barragem José Antônio, em Santa Terezinha. 

Também foi recuperada a Barragem de Travessão, em Tabira, no Agreste de Pernambuco, que atingiu a sua capacidade máxima e está vertendo. Ela voltou a fornecer água para o distrito de Borborema, na zona rural do município. 

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A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) já retomou a distribuição de água pela rede em Solidão enquanto os moradores de Santa Terezinha devem voltar a ter água nas torneiras até a próxima quarta-feira (25). O município de Solidão entrou em colapso no mês de fevereiro deste ano e agora o seu manancial atingiu aproximadamente 40% do volume total.

Em Santa Terezinha, a Barragem José Antônio, que estava seca desde dezembro de 2016, registra 26% de sua capacidade máxima. A Compesa realiza ajustes na Estação de Tratamento de Água para voltar a abastecer a população de Santa Terezinha, cerca de 12 mil pessoas. O sistema ainda recebe contribuição da Barragem do Tigre, que também conseguiu acumular água com as chuvas deste ano. Mas para utilizar água do Tigre, a companhia realiza um serviço de manutenção na adutora que transporta água da barragem até a ETA.

Cientistas coreanos desenvolveram um novo robô criado para pessoas solitárias. Chamado Fribo, ele é um pequeno dispositivo parecido com um gato que ouve todos os sons que surgem em uma casa. O objetivo é determinar quando o usuário está limpando, cozinhando ou assistindo TV. Em seguida, o aparelho repassa essa informação para um outro Fribo localizado na casa de um amigo.

De acordo com os cientistas, o robô oferecerá informações para outras pessoas de uma maneira que estimule a interação. "A principal função do Fribo é compartilhar as atividades diárias para aliviar o sentimento isolado e a solidão quando se vive em casa sozinho", escreveram os pesquisadores, em um artigo publicado recentemente.

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O Fribo pode reconhecer sons como um motor, um microondas ligado, uma máquina de lavar em funcionamento, ruídos das portas de entrada e muito mais. O robô também tem um sensor ultrassônico usado para detectar se o usuário está em um cômodo ou não, junto com medidores de temperatura, umidade e luz ambiente.

Em uma demonstração, o robô consegue ouvir um usuário abrindo a geladeira e repassa essa informação para um outro Fribo instalado na casa de um amigo, incentivando os dois a conversarem sobre a refeição que está prestes a ser realizada.

Os pesquisadores disseram que o Fribo foi projetado para maximizar a privacidade e nunca revelará quem, por exemplo, acabou de abrir uma geladeira, a menos que o destinatário pergunte e o remetente concorde em revelar sua identidade.

No artigo publicado, os pesquisadores disseram que testaram a tecnologia com pequenos grupos de amigos. Aquelas pessoas que tinham um Fribo em casa aumentaram seu nível de socialização. Mas, segundo os cientistas, é necessário realizar uma pesquisa mais aprofundada para descobrir como o dispositivo pode ajudar os jovens.

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Prestes a completar 54 anos de idade, Xuxa Meneghel fez revelações para lá de surpreendentes em entrevista à revista Wow. A publicação revelou uma prévia da entrevista e do ensaio fotográfico, em que apresentadora aparece esbanjando beleza ao posar toda de preto e sem sutiã.

Após perder seu pai recentemente, Xuxa relembrou uma frase de sua mãe, Dona Alda, que jamais irá esquecer:

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- Uma vez, quando eu quis ser modelo aos 16, 17 anos de idade, fizeram uma reunião familiar e meu cunhado disse para minha mãe: Dona Alda, nesse mundo tem muita droga e prostituição, não deixe sua filha entrar nisso, ela pode até engravidar. É muito ingênua. Então minha mãe respondeu: Se ela se drogar, eu cuido dela. Se ela se prostituir, não deixarei de estar ao lado dela. Se ela engravidar, eu cuido do bebê dela. Mas nada disso vai acontecer porque eu sei a filha que eu tenho. Sempre que me ofereciam bebida, maconha e outras coisas, eu lembrava que não deveria decepcionar minha mãe.

E apesar de ter começado a carreira cedo, Xuxa diz que não tem nada em sua vida que lembre Maria da Graça Meneghel, seu nome antes da fama:

- Nada... Nasci Xuxa e vou morrer Xuxa.

Por falar em fama, Xuxa também comentou os tempos de solidão que viveu apesar de ser famosa e sempre estar rodeada de muitas pessoas. Ao ser relembrada pelo entrevistador que ela já havia contado que passou o Natal sozinha em sua mansão e que nas entrelinhas sempre dava um grito de socorro e passava a ideia de que era uma pessoa muito sozinha:

- Me sentia em uma gaiola de ouro, por isso não prendo passarinho. A verdade é que hoje eu sei que tenho pessoas que me amam e nunca mais serei sozinha. Tenho minha filha e, se Deus quiser, o Ju (Junno Andrade, seu namorado) também.

A apresentadora ainda falou sobre seu trabalho na Fundação Xuxa Meneghel e como as pessoas pouco se interessam com a causa filantrópica.

- Na realidade, as pessoas não conhecem muito o trabalho da FXM, pois não chama atenção delas a ponto de lerem sobre um trabalho filantrópico. Isso me deixa muito triste porque tantas vidas foram mudadas e tivemos tantos trabalhos que fazem a diferença... Poucas pessoas sabem. Portanto, ao falar da Fundação, é bem possível que as pessoas pulem o que posso vir a dizer e passem para ler outras coisas. Infelizmente é assim.

Durante toda a vida muitas pessoas passam circuladas por familiares e amigos, mas com a chegada da velhice alguns acabam sendo atingidos pela solidão. Visto isso, durante a visita ao seu avô em um lar para idosos, o espanhol Alberto Cabanes, teve uma ideia que poderia amenizar as tristezas causadas pela solidão sofridas por essas pessoas.

Alberto conheceu mais um residente do local, chamado Bernardo. O senhor não tinha filhos e seu grande desejo era ter netos. Pensando nisso, o rapaz teve a ideia do projeto “Adote um avô”. O trabalho tem a intenção de levar alegria a milhões de idosos que estão sozinhos ou isolados pelo mundo. A ideia conquistou tantos adeptos que mais de mil adoções já foram realizadas.

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Ao todo, a iniciativa que teve pontapé inicial em Madrid, na Espanha, já alcançou mais de 200 voluntários. O fundador frisa que estar perto dessas pessoas é uma oportunidade de aprender, afinal, eles possuem muita sabedoria e histórias para contar. Baseado na sua experiência de ter sido criado pelos avós, Alberto explica ter aprendido valores impagáveis e que ninguém merece estar sozinho. O projeto possui uma página no Facebook, onde é possível acompanhar o trabalho. 

A solidão pode aumentar em 14% o risco de morte prematura em adultos mais velhos, revelou um estudo publicado nesta segunda-feira (23), que postula uma base fisiológica para este fenômeno.

Os riscos do isolamento social são conhecidos há tempos, mas não se entendia até o momento com exatidão quais eram seus efeitos no corpo, destacou uma pesquisa publicada nas Atas da Academia Nacional de Ciências (PNAS).

A equipe de pesquisadores, chefiada por John Cacioppo, psicólogo da Universidade de Chicago, já tinha identificado um vínculo entre a solidão e um aumento de atividade dos genes envolvidos nas inflamações e uma diminuição da atividade de outros genes que cumprem um papel crucial nas respostas antivirais do corpo.

O resultado é um sistema imunológico debilitado, que torna as pessoas mais vulneráveis à doença. Em sua última, os cientistas analisaram os leucócitos, células brancas do sangue, utilizadas pelo sistema imunológico para proteger o corpo de vírus e bactérias.

Eles encontraram esta mesma alteração de expressão genética nos leucócitos de pessoas que vivem sozinhas e isoladas socialmente. Também descobriram que a solidão antecipou o comportamento genético com mais de um ano de antecipação.

"A expressão genética dos leucócitos e a solidão parecem ter uma relação recíproca, o que sugere que cada uma pode ajudar a propagar a outra ao longo do tempo", destacaram os pesquisadores. "Estes resultados foram específicos sobre solidão e não podem ser explicados pela depressão, o estresse ou o apoio social", afirmaram os pesquisadores.

Os cientistas estudaram o macaco rhesus, um primata muito sociável e encontraram um processo celular similar vinculado às suas experiências sociais. A expressão genética dos macacos que estavam sozinhos abrangeu mais inflamações e menos defesas antivirais.

Repórter com mais de 50 anos de trabalho temos poucos. Repórter que estudou teologia, latim e filosofia temos uns três ou quatro. Repórter com todas essas credenciais e que ainda cobriu o golpe militar no Chile, a eleição de dois papas e a beatificação de outros dois só existe um: José Maria Mayrink.

Detentor de um prêmio Esso de Jornalismo (entre outra dezena de prêmios), Mayrink, repórter especial do jornal O Estado de S.Paulo, está com 76 anos e é tido pelos colegas como uma enciclopédia em assuntos do Vaticano: sabe tudo, desde o estado do pulmão de Bergoglio a detalhes da resistência física de Wojtyla. É um jornalista que se orgulha de finalizar suas credenciais simplesmente assim: "Católico, casado com Maria José, pai de quatro filhas e avô de quatro netos".

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Autor de outros livros, entre eles Filhos do Divórcio e Anjos de Barro (esse último com um prefácio memorável de Henfil), Mayrink tem agora editado, pela Geração Editorial, um volume-reportagem fundado sobre uma coleção de textos que marcaram sua carreira: Solidão (192 págs, R$ 29.90). A série de reportagens sobre o tema foi produzida em dezembro de 1982, em locais que iam de bancos de praça a prisões e, segundo escreve a escritora C.L. Alves na orelha do livro, permanece "assustadoramente atual".

Os personagens são anônimos ou misteriosos, mas todos exalam um sentimento de exaustão social. "Dona Wanda tinha posição e riqueza na Polônia, antes do regime comunista. No Brasil desde 1953, perdeu tudo: marido, fazenda, bens. Agora, aos 75 anos de idade, vive numa pequena comunidade de pessoas idosas que ninguém chamaria de asilo. Ela preferiu viver ali para não enfrentar os problemas de uma casa grande, cujas escadas suas tonturas não suportam mais."

Há muitos personagens incidentais, cujos destinos apenas cruzam o ofício do autor. Neuza, travesti que dança nas boates de São Paulo, é um deles. "Na verdade, tudo nele também é falso - o nome, a peruca, o vestido de mulher, o sorriso nos lábios e até a voz, que é uma gravação de Ângela Maria."

O arraigado catolicismo do jornalista não o impele a fazer análises morais de seus entrevistados, mas quando o faz, é com delicadeza, cavalheirismo. O paralelo que traça entre a vida na clausura de um convento e a dos 1,2 mil condenados na Penitenciária do Estado, por exemplo, é um caso de ternura, quase compaixão. "A solidão que pesa e sufoca na prisão do Carandiru é alegria e libertação no claustro da avenida Jabaquara. Mas, imposta como castigo ou abraçada livremente como opção de vida, ela é uma sensação que muitas vezes dói, como acontece com os padres: solitários por vocação, eles chegam à velhice sem nenhuma família e frequentemente sem amigos".

E Mayrink diz que não teve medo da fronteira mais pedregosa para quem trata de um tema como esse: a pieguice. "Tratei de tudo simplesmente ouvindo as pessoas. Na verdade, eu não estou ali como protagonista da solidão. Quando escrevi sobre o divórcio, me perguntaram se eu era divorciado. Quando escrevi Anjos de Barro, me perguntaram se eu era deficiente. Como se o repórter tivesse de fazer parte das histórias que conta, ser um personagem."

Por sinal, um daqueles personagens das histórias de Mayrink, um senhor cego com hanseníase, morreu há um mês, aos 87 anos. "É por isso que a solidão aparece de muitas maneiras: uma manifestação de dor, de tristeza, mas também uma coisa querida, buscada, gostosa. E que se mede de muitas maneiras diferentes também."

Ele também não tenta evitar coisas que hoje poderiam soar politicamente incorretas - ou incômodas para uma parcela de seus leitores. "Os cegos sentem solidão, e é no meio das pessoas que enxergam. Em outras palavras, ‘cego só vive bem com outros cegos’, como diz o carioca Antônio Passos Soares, 68 anos de idade, que não vê desde criança." Já Carol Soares escreveu carta ao jornal declarando sua homossexualidade. "O meu homossexualismo não é uma opção. E nem poderia ser. É apenas a minha dimensão do amor", escreveu.

Trinta anos depois da reportagem que virou livro, o autor examina sua própria saga. E vê que nada mudou muito - escorando-se na estatística, descobre estarrecido que meio milhão de pessoas vivem sozinhas na grande metrópole. "Os olhares perdidos nos finais de feriado são os mesmos da praça da Sé em 1980, senão mais tristes; os solitários do passado, que mandavam cartas para as revistas e buscavam agências de relacionamento para encontrar companhia, hoje se amontoam nas redes sociais, onde todo mundo está, mas ao mesmo tempo não se vê ninguém de verdade", escreve C.L. Alves. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Praticar exercícios regularmente e evitar viver sozinho permite viver mais e melhor, garantem pesquisadores americanos. "Sentir-se extremamente sozinho pode aumentar em 14% o risco de morte precoce em uma pessoa idosa. O impacto é tão nefasto quanto o fato de ser socialmente desfavorecido", diz John Cacioppo, professor de Psicologia na Universidade de Chicago, citando uma análise de vários estudos científicos publicada em 2010.

Esses trabalhos, feitos com base em uma pesquisa com 20 mil pessoas, revelam que a sensação de solidão profunda está acompanhada de perturbações do sono, hipertensão arterial, alteração do sistema imunológico e um aumento dos estados depressivos.

A decisão de muitos aposentados americanos de se mudar para a Flórida (sudeste), onde o custo de vida é mais baixo, e viver "em um clima mais benigno, mas em um meio desconhecido, não é necessariamente uma boa ideia, se isto significa se afastar das pessoas às quais se está ligado afetivamente", adverte o psicólogo, que apresentou neste domingo seus trabalhos durante conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, celebrada em Chicago (Illinois).

Com frequência, a solidão é acompanhada de vida sedentária, um fator que contribui para debilitar a saúde, acrescenta. O exercício, mesmo que seja caminhar regularmente com algum ritmo, pode diminuir pela metade os riscos de doenças cardiovasculares e de desenvolver Mal de Alzheimer. A atividade física também detém o envelhecimento normal do cérebro em pessoas idosas, explicou à AFP durante a conferência Kirk Erickson, professor de Psicologia da Universidade de Pittsburgh (Pensilvânia, leste).

Com a idade, o cérebro diminui e a atividade física permite melhorar o funcionamento geral e aumentar o volume do hipocampo em 2%, retardando, com isso, o envelhecimento, afirma Erickson, baseando-se principalmente em um estudo feito com 120 pessoas de 65 anos ou mais.

O artista plástico pernambucano Julio Santhiago inaugura, nesta sexta (6), sua primeira exposição individual, Notívaga, na galeria Açúcar e afeto, localizada no bairro do Espinheiro, às 19h. O primeiro contato visual do artista - que começou a pintar em 1999 - com as artes plásticas foi através das telas de Gil Vicente.

Notívaga apresenta figuras femininas noturnas, como sílfides, fadas, deusas, prostitutas, além da solidão e introspecção, universo retratado na mostra. "Trabalhei durante a noite por 20 anos em boates e clubes noturnos e tive uma vontade especial de pintar personagens femininos", conta o artista.

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Apesar da temática, as 22 telas da mostra apresentam cores quentes. "Quis trazer uma coisa meio cabarés, meia luz, a solidão interior de que vive uma vida dúbia, o eterno confronto entre bem e o mal, dia e noite, mas com cores vibrantes, esfervecentes", completa Julio.

Serviço

Notívaga

Sexta (6) | até 6 de janeiro

Galeria Açúcar e afeto (Rua da Hora, 639 - Espinheiro)

Gratuito

Num tom intimista, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) reconheceu que há uma certa solidão no poder e revelou, após completar 80 anos, que não está seguro se será lembrado no longo prazo. Em entrevista concedida ao jornalista Eric Nepomuceno, e que será transmitida às 21 horas desta terça-feira, no Canal Brasil, o ex-presidente afirmou que tem pavor de ficar semilúcido ou semiparalítico e que conversa, por meio da memória, "com aqueles que já se foram". "Eu fico imaginando o que fulano, o que beltrano, sobretudo a Ruth Cardoso, o que diriam em certa circunstância", disse. No breve bate-papo, o ex-presidente dimensionou a sua solidão como grande e ressaltou que aquele que tem poder tem de "tomar cuidados que normalmente não precisaria tomar".

"Não é a solidão no sentido de que você não seja cercado por pessoas, mas é que você tem de ser muito reservado em muitas matérias, porque tudo o que você fala circula", ressaltou. "E certas questões no poder são suas, você não pode delegar, não tem nem com quem conversar", acrescentou. O ex-presidente se considera uma pessoa feliz e avalia que a vida não lhe deve nada. "Eu acho que eu devo à vida, eu não tenho do que me queixar", afirmou. "Eu não me sinto credor dos outros, talvez eu deva retribuir por muito o que recebi", emendou.

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O tucano admitiu que não está seguro se, no longo prazo, será lembrado. No curto prazo, ele disse acreditar que será recordado pela estabilização da economia e por ter sido um democrata. "Na história, as pessoas são julgadas, rejulgadas, voltam a ser julgadas e a percepção futura vai variando", disse. "Eu não tenho a pretensão de ter um julgamento estável", afirmou.

Ele disse ainda que poderia ter sido mais audacioso na juventude e foi categórico quando questionado se tinha alguma frustração em sua trajetória política. "Na política, eu não tenho frustrações", respondeu. O tucano considerou ainda que, se não tivesse perdido as eleições para a Prefeitura de São Paulo, em 1985, "não teria sido provavelmente mais nada". "Eu não tinha maturidade", observou. Ele reconheceu ainda que a Revolução Cubana, de 1959, foi uma "marca muito forte" e um fato "muito significativo".

"Eu acho que, para a minha geração, a Revolução Cubana foi uma marca muito forte, não tem uma palavra minha de crítica à Revolução Cubana", lembrou. "Eu sei o que aconteceu depois, mas eu acho que isso não apaga o que significou naquele momento". Ele admitiu ainda que uma de suas angústias é a morte. "Não que eu sofra a angústia da morte, mas a angústia da morte significa: E a vida para quê? O que é a vida?", respondeu. "Não há resposta".

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